ALEGRIAS E SOFRIMENTOS QUE PASSA UMA MÃE...
“... eu sou uma mulher
atribulada de espírito" (1Sa 1:15).
"... e o seu
semblante já não era triste" (1Sa 18).
O seu nome, assim como
o seu modo de ser, nos apresenta uma mulher "graciosa" amável, mansa
e generosa.
Apesar de possuir estas
tão boas características, ela vivia triste.
A Bíblia nos diz que
ela e Penina eram esposas de Elcana. Mas enquanto "Penina tinha
filhos" ela "Ana não os tinha".
Num lugar mais profundo
do seu coração, estava o imenso desejo de ser mãe. A sua alma ansiava por um
filho mas a Bíblia diz que "o Senhor lhe tinha cerrado a madre" (1Sa
1:5b).
O seu desejo não estava
coincidindo com o desejo de Deus na sua vida naquele momento. O tempo de Deus era
diferente do seu tempo, assim como foi o tempo de Sara, o de Rebeca e o de
tantas outras mulheres que amavam ao Senhor mas tinham também suas madres
cerradas.
No seu casamento com
Elcana havia coisas desagradáveis que a faziam sofrer:
1- Elcana, seu marido,
não era só dela mas havia uma outra esposa - Penina;
2- o Senhor havia
cerrado a sua madre e, assim, ela não podia ter filhos;
3- a sua rival a
provocava para a irritar (ela tinha filhos e Ana não).
Apesar da tristeza que
carregava consigo, ela tinha um marido que a amava. Ele, muitas vezes, a via
chorando. Mas, numa certa ocasião, quando ele e toda a sua família vieram a
Siló para adorar e fazer sacrifícios ao Senhor, ele a viu chorando e
perguntou-lhe: "Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está
mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?" (1Sa 1:8)
Ah, irmã, Elcana não
conhecia o anseio que toda mulher tem de ter filhos. Ana o amava, mas queria
que o Senhor lhe concedesse o privilégio de ter um filho em suas mãos.
Assim como ela,
coloquemos também diante do Senhor...
a) o sofrimento que
abate o nosso semblante;
b) nossos momentos de
solidão;
c) a amargura que
guardamos em nosso coração;
d) a tristeza que
invade a nossa alma;
e) a ansiedade que nos
faz definhar... e depois...
Adoremos, adoremos e
adoremos o Senhor que nunca nos abandona e está sempre cuidando de cada detalhe
da nossa vida.
Depois que Ana ouviu o
seu marido, Elcana, perguntar-lhe se ele não era "melhor do que dez
filhos", ela levantou-se e foi para o templo orar e derramar a sua alma no
trono do Senhor. Sim, ela foi adorar a Deus e orar pelos problemas que a
estavam deixando triste.
Ana orava e chorava com
"amargura de alma". Ela não estava só porque procurou refúgio no
Senhor. Deus estava com ela e ouviu quando ela Lhe pediu um filho. Este pedido,
no entanto, veio acompanhado de um voto. Ela disse:
"Senhor dos
Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te
lembrares, e da tua serva não te esqueceres mas à tua serva deres um filho
homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não
passará navalha" (1Sa 1:11).
Irmã, este voto que Ana
fez ao Senhor, não foi fácil. Mas ela, certamente, o fez porque o Senhor estava
trabalhando em seu coração e incutindo nele o desejo de ter algo mais precioso
do que apenas ter um filho - mas ter um filho para dá-lo ao Senhor.
Deus ouviu a oração de
Ana. Ele veio até ela para satisfazer as suas necessidades, dar consolo e
conforto à sua alma. Somente Ele seria capaz de consolar o seu coração, dar
alívio, apoio e encorajamento.
“Senhor, meu Deus,
obrigada porque Tu conheces o meu coração e cuidas dele”.
Obrigada, Pai, por
responderes as minhas orações e súplicas.
Perdoa-me pelas tantas
vezes que abri a minha alma a muitas pessoas e não me lembrei de abri-la
primeiramente a Ti.
Perdoa-me por, muitas
vezes, não Te ter colocado em primeiro lugar em minha vida.
Senhor, que eu possa
confiar em Ti, sabendo que Tu podes mandar anjos - que são nossos irmãos em
Cristo - para nos consolar, aconselhar e nos dar o conforto que vêm única e
exclusivamente de Ti.
Obrigada, Pai!"
Deus também a Sua
Palavra para nos consolar e confortar. Ele nos diz:
"Isto é a minha
consolação na minha aflição, porque a Tua Palavra me vivificou" (Salmo
119:50).
"E sabemos que
todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rom 8:28).
Enquanto Ana chorava e
orava silenciosamente, apenas movendo os seus lábios, o sacerdote do templo,
Eli, a viu e pensou que ela estivesse embriagada. Ele a repreendeu, mas ela,
amorosamente, respondeu:
"... Não, senhor
meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte têm
bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o Senhor" (1Sa 1:15).
Irmã veja como Ana
reagiu. Ela falou com voz mansa, com respeito e dizendo exatamente o que ela
estava sentindo.
Será que eu ou você
usaríamos o mesmo tom de voz (talvez nos revoltássemos e aumentássemos um
pouquinho a nossa voz)?
Será que eu ou você
teríamos o mesmo respeito e reverência?
Vemos na Palavra de
Deus que o sacerdote, diante do modo respeitoso e sincero de Ana, impetrou a
bênção sacerdotal dizendo:
"... Vai em paz; e
o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste" (1Sa 1:17).
A partir daí, o quadro
da vida de Ana mudou mesmo tendo que...
* dividir o seu marido
com a outra;
* ouvir as ofensas da
outra;
* encarar o fato de que
ainda era estéril;
* lembrar que foi mal
compreendida pelo sacerdote.
Ela saiu do templo
feliz e com certeza no coração de que a sua vida, a partir daquele momento,
iria mudar.
A Bíblia nos diz que
ela "... foi o seu caminho, e comeu, e o seu semblante já não era
triste" (1Sa 1:18).
Ana creu, pois o
semblante já não era o mesmo.
Pela fé, ela acalmou a
sua alma e repousou no Senhor, esperando apenas o dia em que iria ter em seus
braços o filhinho que ela tanto desejava, mas que iria ofertar ao Senhor.
Irmã, este é o exemplo
a ser seguido por nós. Quando oramos ao Senhor e, com fé, depositamos todos os
nossos problemas a Seus pés, então devemos mudar o nosso semblante e deixar o
mundo ver em nós um brilho que vem de um coração transformado por confiar em
Deus. Isto é fé.
O Senhor, na Sua
Palavra, nos diz em Filipenses 4:4:
"Regozijai-vos
sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos."
Por que ficar triste?
Por que não confiar? Regozijemo-nos e confiemos que o Senhor é quem controla a
nossa vida e é Ele quem deseja o melhor para nós!
A fé depositada por Ana
no Senhor, finalmente foi concretizada. Ela teve um filho! Samuel nasceu e
ficou com ela apenas dois ou três anos.
Ela amamentou seu
filhinho e o preparou para entregá-lo a Deus.
Ela foi fiel no que
havia prometido ao Senhor. Ela ensinou os primeiro passos a Samuel mostrando
que havia um Deus que ela amava de todo o seu coração. Com ela ele...
1- aprendeu os caminhos
de Deus, certamente, vendo o exemplo dela e sua devoção a Aquele que o trouxe
ao mundo (Deus);
2- aprendeu os caminhos
de Deus ao ouvi-la falar do Senhor, contando-lhe como ela conseguira
engravidar;
3- aprendeu os caminhos
de Deus vendo-a corrigindo-o e instruindo-o na Palavra de Deus.
Irmã, sigamos estes
passos de Ana quando estamos educando os nossos filhos. Não deixemos que eles
decidam que caminhos irão seguir quando já estiverem adultos. Ensinemos HOJE e
AGORA os caminhos do Senhor usando a Bíblia como nossa bússola.
Entreguemos cada filho
nas mãos do Senhor.
Oremos pedindo proteção
espiritual para cada um deles e confiemos no amor de Deus que será derramado em
suas vidas.
Agora, confiantemente,
coloquemos o Senhor no centro de nossa vida e, com fé, façamos como Ana que
"foi o seu caminho, e comeu, e o seu semblante já não era triste"
(1Sa 1:18)...
Bispo.
Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante
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