FAZ-ME UMA VISITA ESPÍRITO SANTO...
Um dos aspectos mais
fascinantes no estudo das manifestações do Espírito Santo está nos seus
contornos diferenciados em cada indivíduo. Isso porque Ele parece ter sempre
algo de muito especial também no individual e não apenas no coletivo, ou seja,
cada um é uma pessoa no singular para o mesmo e, da mesma forma, o Espírito
Santo terá sempre algo particular a mostrar para aqueles que lhe buscam de todo
coração.
Todavia, algumas
manifestações do Espírito Santo nos saltam aos olhos nas Escrituras Sagradas
quando se apresentavam de maneira comum e coletivamente, sobretudo quando uma
grande porção do Espírito do Senhor era derramada sobre homens e mulheres de
Deus.
Assim, faz parte da
minha obrigação tratar sobre algumas delas, já que, infelizmente, religiosos as
marcaram com polêmicas desnecessárias até nossos dias.
É importante esclarecer
que dado o conteúdo do livro de Atos dos Apóstolos, onde se registra o derramar
do Espírito Santo sobre a igreja, o seu mover está longe de ser um momento
contemplativo e silencioso. Assim, caso você tenha crescido numa igreja
evangélica tradicional, quero dizer, de primeira mão, que Pentecostes foi um
momento de sinais e barulho, já que Atos registra o Batismo do Espírito Santo
com: som, como de um vento impetuoso, e línguas, como de fogo.
Veja o que aconteceu:
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de
repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa
onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como
de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia
que falassem.” (Atos 2, 1-4).
Vale a pena abrir um
parêntese e destacar que o mover do Espírito, é claro, não pode ser visto como
um momento de desordem no culto, mesmo porque Paulo diz que: “Tudo, porém, seja
feito com decência e ordem.” (1 Coríntios 14, 40).
Há que se ter um
equilíbrio, já que existem momentos diferenciados durante o culto. No instante
da ministração da Palavra, a atuação do Espírito Santo depende de reverência e
silêncio, é claro, a não ser que o pregador faça uma interação com a igreja;
entretanto, durante o momento de adoração e busca do Espírito Santo não há
qualquer motivo para cerceamento daquela pessoa que busca unção para si.
Quando falamos de
“busca para si” também não significa que esta mesma pessoa tem autorização
espiritual para buscar para terceiros ou atuar na vida de outros que estejam na
igreja, já que a condução do culto continua sobre o pastor e seus oficiais. Em
outras palavras, não permitimos que pessoas desautorizadas saiam colocando a
mão sobre a cabeça e orando os membros que estão participando do culto.
Na Igreja Cristã
Contemporânea, orar e ministrar o Espírito Santo sobre as pessoas durante um
momento do culto sempre será função dos pastores e seus oficiais.
Voltando ao tema, é
importante frisar que ninguém deve se sentir incomodado durante o momento de
busca do Espírito Santo, já que cabe a cada um se ligar somente no Espírito de
forma a se encher dEle e não ficar olhando para o que acontece com as pessoas
ao seu redor.
Podemos dar por certo
que Pentecostes dividiu opiniões: os que criticaram ficaram sem a unção, mas os
que se lançaram tiveram a maior experiência do homem com o Senhor que é ser
cheio do Espírito Santo, senão vejamos: “Todos, atônitos e perplexos,
interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? Outros, porém, zombando,
diziam: Estão embriagados!” (Atos 2, 12-13).
Os incrédulos começaram
a zombar dos discípulos que haviam recebido o Espírito Santo dizendo que eles
estavam embriagados. Este texto nos dá uma característica muito interessante do
que aconteceu naquele momento, pois Atos registra que eles estavam como que
embriagados, mas não de álcool, e sim do poder do Espírito Santo que havia
descido sobre eles.
Quando uma pessoa fica
embriagada com álcool, ela fica tonta, “cai”... enfim, perde os sentidos. Daí
convém explicarmos um dos fenômenos que acontece quando a unção do Espírito
Santo está muito forte.
Para isso
exemplificaremos com o que ocorreu no Retiro de Carnaval de 2010, onde tivemos
momentos de muita intimidade com o Espírito Santo. Em um dos cultos, a glória
de Deus foi tão grande que, durante o momento de busca do Espírito Santo,
senti-me tocado para dizer àquelas pessoas: “Recebam o Espírito Santo!” Em
seguida soprei sobre o microfone, num mesmo gesto que fez o Senhor Jesus sobre
os discípulos: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o
Espírito Santo.” (João 20, 22).
Então, fui ministrando
o Batismo com o Espírito Santo e caminhando, caminhado do altar pelo meio da
igreja até o fundo de onde estávamos reunidos. Para glória de Deus, a unção
naquele lugar estava tão forte que conforme caminhava, as pessoas caíam no
poder de Deus como se estivessem embriagadas, não de álcool, mas da unção do
Espírito Santo.
Tudo aconteceu sem que
aplicássemos qualquer tipo de “técnica espiritual”, mesmo porque o Espírito
Santo não são técnicas, mas todos juntos criamos uma atmosfera tão grande de
adoração e louvor que, quando o Espírito Santo desceu sobre aquele lugar,
ninguém podia ter-se de pé. A Bíblia relata uma situação bem parecida que
ocorreu com os sacerdotes no templo:
“13 E aconteceu que,
quando eles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam, para fazerem ouvir
uma só voz, bendizendo e louvando ao SENHOR; e levantando eles a voz com
trombetas, címbalos, e outros instrumentos musicais, e louvando ao SENHOR,
dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre, então a
casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do SENHOR; 14 E os SACERDOTES NÃO
PODIAM PERMANECER EM PÉ, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do
SENHOR encheu a casa de Deus.” (2 Crônicas 5, 13-14).
A visita do Espírito
Santo foi tão forte no instante que introduziram a Arca da Aliança para dentro
do Templo de Salomão que os Sacerdotes foram imediatamente lançados ao chão,
pois sequer tinham força para estar de pé e ministrar. Você, contemporâneo,
está tendo hoje o mesmo privilégio daqueles sacerdotes.
Daniel também teve uma
grande experiência com o poder de Deus e caiu sem sentidos com o rosto no chão:
“8 Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força em
mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma. 9
Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentidos, rosto em
terra.” (Daniel 10, 8-9).
Ezequiel também foi
tomado pela presença do Espírito Santo por mais de uma vez que não pôde
permanecer de pé: "Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da
chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da
semelhança da glória do SENHOR; e, vendo isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a
voz de quem falava." (Ezequiel 1, 28) bem como em: “E levantei-me e saí ao
vale, e eis que a glória do Senhor estava ali, como a glória que vira junto ao
rio Quebar; e caí sobre o meu rosto.” (Ezequiel 3, 23).
No momento em que o
Senhor Jesus estava para ser preso, a unção do Espírito Santo sobre o mesmo
estava tão forte que quando ele se apresentou aos soldados, todos caíram para
trás: “Quando, pois, (Jesus) lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra”
(João 18, 6).
Por fim, o apóstolo Paulo,
até então como Saulo, perseguidor da igreja, quando estava no caminho de
Damasco e o Senhor Jesus veio sobre ele, também não reteve forças em si para
ficar sobre o cavalo que montava: “E caindo em terra, ouviu uma voz que lhe
dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Atos 9, 4)...
BISPO/JUIZ. MESTRE E
DOUTOR EM ÊNFASE E DIVINDADES DR.EDSON CAVALCANTE
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