APRENDENDO COM DINÁ...
“E saiu Diná, filha de Leia, que esta dera a Jacó, a ver as
filhas da terra. E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra,
viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a. E apegou-se sua alma com
Diná, filha de Jacó, e amou a moça e falou afetuosamente à moça. Gênesis 34: 1
a 3”
“Então falou Hamor com eles, dizendo: A alma de Siquém, meu
filho, está namorada da vossa filha; dai-lha peço-vos, por mulher.
Aparentai-vos conosco, dai-nos as vossas filhas e tomai as nossas filhas para
vós; e habitareis conosco; e a terra estará diante da vossa face; habitai e
negociai nela, e tomai possessão nela. Gênesis 34:8 a 10”
Diná, filha de Jacó e Leia, sem ter o zelo devido, tomou uma
atitude simples, aparentemente normal e corriqueira, mas que desencadeou uma
situação que acabou com a sua honra pessoal e que poderia ter exterminado a
nação de Israel: Ela saiu de sua casa e não satisfeita com a sua condição de
“filha da promessa”, e por curiosidade, foi ver e ter contato com o modo de
vida das “filhas da terra”.
O texto Sagrado cita que Diná foi violentada e que o
responsável por essa humilhação: Siquém, filho de Hamor, “apegou-se a ela” e
que seu pai intercedeu junto a Jacó, tentando aparentar-se com ele através do
casamento dos dois, propondo que Jacó desse suas filhas em casamento ao povo
Heveu e que eles, de igual modo, dariam suas filhas em casamento aos filhos de
Israel. Essa foi uma das muitas ciladas de Satanás contra o povo de Deus, pois,
o rei Hamor ao dar conhecimento ao povo heveu sobre o possível parentesco com o
povo de Israel, deixou bem claro as suas reais intenções:
“O seu gado, e as suas possessões, e todos os seus animais
não serão nossos? Consintamos somente com eles, e habitarão conosco.”
Vejamos o que o SENHOR estabeleceria futuramente como um dos
fundamentos para a sobrevivência de Israel como nação, durante a conquista da
terra prometida:
“Quando o SENHOR, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a
qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os
heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os
heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas que tu. E o
SENHOR, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as
destruirás; não farás com elas concerto, nem terás piedade delas; nem te
aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas
filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que
servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós e depressa
vos consumiria. Deuteronômio 7: 1 a 4.”
Jacó, julgando que o casamento “lavaria” a honra de sua
filha, concordou com o rei Hamor, sendo necessário uma intervenção violenta e cruel
de seus filhos Simeão e Levi, porém, tal intervenção serviu para manter a
continuidade e o crescimento da então emergente nação de Israel.
“E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais
violenta dor, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada
um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todo macho.”
Quem são os nossos adversários” , o povo heveu possui a
tipologia do “espírito de engano”. Quando o povo de Israel estava tomando posse
da terra prometida, os moradores de Gibeão (heveus) vestiram-se de farrapos e
simularam ser um povo pobre e de uma terra longínqua. Josué, desavisadamente,
sem tomar conselho com o SENHOR, fez um concerto com eles, o que serviu de
tropeço para a nação de Israel.
Deus tem prazer em perdoar o pecado de seus filhos
arrependidos, mas o nosso adversário tem interessem em que os nossos pecados
não sejam confessados e perdoados! Jacó expôs sua filha a um jogo perigoso das
trevas: Em primeiro lugar a Bíblia diz que de uma fonte não pode sair águas
puras e águas amargas! Será que o “amor” de Siquém, produzido através de um
estupro, um ato imoral, brutal e tão covarde poderia ser um amor genuíno e
verdadeiro? O casamento seria suficiente para reparar um pecado? Nesse último
item muitos cristãos têm embarcado no engano heveu, pois o casamento não tem
poder para reparar e perdoar os atos imorais praticados no namoro ou no
noivado, somente o arrependimento sincero, seguido da confissão dos pecados
pode purificar o homem de qualquer iniqüidade.
Duas reflexões sobre a tragédia de Diná se fazem necessárias:
- Porque as filhas ou os filhos da promessa precisam ver e
ter com as filhas e os filhos da terra?
- A reparação meramente humana, é eficaz para encobrir um
pecado de imoralidade?
BISPO/JUIZ. MESTRE E DOUTOR EM ÊNFASE E DIVINDADES DR.EDSON
CAVALCANTE
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