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quarta-feira, 1 de abril de 2020

EXEGESE SOBRE COLOSSENSES


                                                EXEGESE SOBRE COLOSSENSES
Colossenses 2:16-23
16 Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, 17 Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. 18 Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, 19 E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. 20 Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: 21 Não toques, não proves, não manuseies? 22 As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; 23 As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.

Objetivos:
1- Explicar o propósito original da carta aos Colossenses2- Apontar as heresias existentes; 3- Relatar as principais informações acerca da carta e da cidade de Colossos.

Comentários – Características

SOBRE A ESPÍSTOLA
Nenhum outro livro do Novo Testamento apresenta mais completamente autoridade universal de Cristo ou a defende com tanto cuidado. Combativo em tom e abrupto em estilo, Colossenses tem uma semelhança próxima com Efésios em linguagem e assunto. Mais de setenta dos 155 versos de Efésios contêm expressões que ecoam em Colossenses. Por outro lado, Colossenses tem vinte e oito palavras que não se encontram em mais nenhum outro lugar escrito de Paulo, e trinta e quatro que não se encontra em lugar nenhum do Novo Testamento. Paulo (e Timóteo). Colossenses 1:1, 234:18.

OS VALORES QUANTO À APLICAÇÃO DA PALAVRA
Como já é comum no estilo paulino, a epístola apresenta duas partes: doutrina (capítulos 1 e 2) e aplicação prática (3 e 4). Paulo mostra de modo bastante consciente o valor do conhecimento e da experiência. Precisamos também valorizar as duas coisas, as quais precisam andar juntas (Os 4:6; Tg 1:22). O conhecimento isolado é inútil. Na oportunidade em que puder ser aplicado, então torna-se proveitoso. Se conhecermos a doutrina mas não a colocarmos em prática, a mesma será inútil. Por outro lado, a busca da experiência por parte de quem despreza o conhecimento, torna-se uma aventura perigosa. Quem busca apenas experiências espirituais e não quer aprender nada sobre Deus e sobre a Bíblia, poderá, eventualmente, ter uma experiência com o inimigo e ser enganado. Observe em Colossenses 2:18, que as visões podem estar ligadas ao engano. Sabemos que Deus também dá visões (Joel 2:28), mas estas estarão sempre coerentes com a bíblia. Portanto, o conhecimento será o filtro para a experiência. O conhecimento é a base para o discernimento. Em Mateus 4, Jesus, ao ser tentado, combateu o inimigo através da Palavra de Deus, a qual Cristo conhecia de cor, sabendo também o seu real significado. Na parte prática, Paulo dá instruções para os pais, esposas, maridos, filhos, servos e senhores. Orienta também em relação à oração, à pureza e liberdade cristã.

CARACTERÍSTICAS
A inspirada carta do apóstolo Paulo aos cristãos em Colossos. Da forma como usualmente é colocada nas atuais versões da Bíblia em português, é o 12.° livro das Escrituras Gregas Cristãs.  Paulo identifica-se como o escritor desta carta inspirada por iniciá-la com as palavras: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, e Timóteo, nosso irmão, aos santos e irmãos fiéis em união com Cristo, em Colossos.” (Cl 1:1-2) Que o apóstolo foi o escritor é também confirmado pelo cumprimento final, escrito pelo próprio punho dele.  Cl 4:18. 
Similaridade
Existe uma similaridade bastante grande entre Colossenses e Efésios, outra das cartas de Paulo. Embora isso talvez se deva à proximidade na questão do tempo da escrita e à possibilidade de que prevaleciam situações similares em cada uma destas cidades, esta correspondência também significa que, se Paulo for aceito como escritor de Efésios, ele terá de ser aceito também como escritor de Colossenses. (Para ver exemplos, compare Cl 1:24-29 com Ef 3:1-7; Cl 2:13, 14, com Ef 2:1-5, 13-16; Cl 2:19 com Ef 4:16; Cl 3:8-10, 12, 13, com Ef 4:20-25, 31, 32; Cl 3:18-25; 4:1 com Ef 5:21-23; 6:1-9.) Além disso, a inclusão da carta aos colossenses junto com as outras cartas de Paulo no Papiro Chester Beatty N.° 2 (P 46, de cerca de 200 a.D) mostra claramente que os primitivos cristãos encaravam Colossenses como um dos escritos inspirados de Paulo.

Ocasião e Data
Estudiosos conservadores acreditam que esta carta foi escrita em sua primeira prisão romana, por volta de 61 a.D.  Em algum momento da prisão de Paulo, Epafras solicitou sua ajuda para lidar com a falsa doutrina que ameaçava a igreja em Colossos (2:8-9). Aparentemente, essa heresia era um mistura de paganismo e ocultismo, legalismo judaico e Cristianismo. O erro parece com uma antiga forma de gnosticismo, que ensinava que Jesus não era nem completamente Deus e nem completamente homem, mas apenas um dos seres semidivinos que ligavam o abismo entre Deus e o mundo.

O PROPÓSITO DA CARTA
Dois fatores evidentemente motivaram Paulo a escrever sua carta aos colossenses. Em primeiro lugar, Epafras trouxera ao apóstolo um relato sobre a condição espiritual da congregação. Parte da informação causava preocupação; mas havia também boas notícias, porque Paulo disse que Epafras “nos expôs também o vosso amor em sentido espiritual”. (Cl 1:7-8) Embora houvesse problemas na congregação, a situação não era crítica, e havia também muita coisa a elogiar. Outrossim, também, Onésimo, escravo de Filêmon, estava retornando ao seu amo em Colossos. De modo que Paulo aproveitou esta situação para enviar sua carta à congregação ali por meio de Onésimo, e seu companheiro Tíquico  (Cl 4:7-9).

CRISTO REVELADO
Paulo eleva Cristo como o centro e circunferência de tudo que existe. O encarnado Filho de Deus, ele é a revelação e representação exata do Pai (1:5), bem como a encarnação da total divindade (1:19; 2:9). Ele, que é Senhor da criação (1:16), da igreja (1:18), e da salvação (3:11), habita os crentes e é sua “esperança e glória” (1:27). O supremo criador e mantenedor de todas as coisas (1:16-17) também é um salvador suficiente para seu povo (2:10).
O Espírito Santo em Ação
Colossenses tem uma única referência explícita ao Espírito Santo, usada em associação com o amor (1:8). Alguns sábios também entendem “sabedoria e inteligência espiritual” em 1:9 em termos de dons do Espírito. Para Paulo, a autoridade de Cristo na vida do crente é a evidência mais crucial da presença do Espírito Santo.

Colossos - Uma Cidade Importante
A cidade de Colossos estava localizada perto de Laodiceia (cf. 4:16), no sudoeste da Ásia Menor, cerca de 160 quilômetros a leste de Éfeso. A igreja colossense, tudo indica, foi fundada como resultado do grandioso ministério de Paulo em Éfeso, durante três anos (At 20:31), cujos efeitos foram tão poderosos e de tão grande alcance que "todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus" (At 19:10). Paulo talvez nunca tenha visitado Colossos pessoalmente (2:1), mas mantivera contatos com a igreja através de Epafras, um dos seus convertidos e cooperadores naquela cidade (1:7; 4:12).  Paulo nunca tinha visitado Colossos, uma pequena cidade na província da Ásia, cerca de 160 km de Éfeso. Cremos que os colossenses foram a Éfeso e lá ouviram a pregação do evangelho e seu ensino através de Paulo que na escola de Tirano ensinou por quase três anos.  Colossos ficava a sudoeste da Frígia, na Ásia Menor, às margens do rio Lico. A cidade foi importante no século V a.D. Depois foi perdendo sua importância diante do crescimento de Laodiceia, a 18 km, e Hierápolis (Cl 4:13). O livro de Apocalipse confirma que Laodiceia era uma cidade rica (Ap 3:18).  Colossos perdeu sua importância devido à mudança no sistema de estradas. Isso passou a beneficiar Laodiceia. A cidade dos colossenses foi destruída no século 12 a.D. Escavações arqueológicas realizadas em 1835 descobriram um teatro e um cemitério da cidade.

A Igreja em Colossos
A igreja foi uma consequência do ministério de três anos de Paulo em Éfeso, por volta de 52–55 a.D. (At 19:10; 20:31). Epafras, um nativo da cidade e provavelmente convertido pelo apóstolo, talvez tenha sido o fundador e líder da igreja – todavia quanto à fundação atribuída a Epafras – não há referência que confirme no NT (1:7-8; 4:12-13). A igreja aparentemente se reunia na casa de Filemom (Fm 2). Mesmo não tendo confirmação irrefutável sobre a fundação da igreja atribuída a Epafras - parece ser uma dedução coerente com as palavras de Paulo (Cl 1:7-8). É provável que Paulo nunca tenha estado em Colossos. Isso é deduzido de Cl 2:1. Apesar de tantas questões incertas sobre a fundação da igreja, o que sabemos com certeza é que a mesma estava sob a liderança de Epafras, como também ocorria com as igrejas de Laodicéia e Hierápolis (Cl 4:12-13). O texto de Colossenses 4 e também o de Filemom 23 nos dão a entender que Epafras estava preso juntamente com Paulo, quando este escreve as chamadas "epístolas da prisão": Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Essa circunstância comum às quatro cartas faz com que haja algumas semelhanças entre elas, principalmente entre Efésios e Colossenses (Exemplo: Ef 6:21-22 e Cl 4:7-9 e Fl 10:23-24.).

As Heresias Colossenses
O motivo desta epístola foi o surgimento de ensinos falsos na igreja colossense, ameaçando o seu futuro espiritual (Cl 2:8). Quando Epafras, dirigente da igreja colossense e seu provável fundador, viajou com o objetivo de visitar Paulo e informar-lhe a respeito da situação em Colossos (1:8; 4:12), Paulo então escreveu esta epístola. Nessa ocasião Paulo estava preso (4:3, 10, 18), possivelmente em Roma (At 28:16-31), aguardando comparecer perante César (At 25:11-12). O cooperador de Paulo, Tíquico, entregou pessoalmente a carta em Colossos, em nome do apóstolo (4:7).

Conteúdo
Os falsos mestres em Colossos tinha rebatido algumas das principais doutrinas do Cristianismo, nada menos que a divindade, a autoridade absoluta e suficiência de Cristo. Colossos apresenta Cristo como o Senhor supremo cuja suficiência o crente encontra perfeição (1:15-20). Os primeiros dois capítulos apresentam e defendem essa verdade; os últimos dois desvendam as implicações práticas. A supremacia de Jesus Cristo depende da unicidade dele com o eterno e amado Filho e Herdeiro de Deus (Cl 1:13-15). Nele habita a totalidade dos atributos, essência e poder divinos (Cl 1:19; 2:9). Ele é a revelação e representação exata do Pai, e tem prioridade em tempo e primazia em categoria sobre toda a criação (1:5). Sua suficiência depende de sua superioridade. A convicção da soberania absoluta de Cristo impulsionou a atividade missionária de Paulo (1:27-29). 
Paulo declara a autoridade de Cristo de três formas primárias, proclamando, ao mesmo tempo, sua adequação: 

Primeiro, Cristo é o Senhor de toda a criação. Sua autoridade criativa abrange todo o universo material e espiritual (1:16). Como isso inclui os anjos e planetas (1:16; 2:10), Cristo merece ser louvado ao invés dos anjos (2:18). Além disso, não há motivo para temer os poderes espirituais demoníacos ou buscar supersticiosamente a proteção deles, pois Cristo neutralizou o poder deles na cruz (2:15), e os colossenses compartilhavam de seu triunfante poder de ressurreição (2:20). Como soberano e potestade suficiente, Cristo não é apenas o Criador do universos, mas também o preserva (1:17), é seu princípio de união e meta (1:16).  

Em Segundo lugar, Jesus é o superior na igreja como seu Criador e Salvador (1:18). Ele é a vida e líder dela, e a igreja só deve submeter-se a ele. Os colossenses dever permanecer arraigados a ele (2:6-7) ao invés de se encantarem com especulações e tradições vazias (2:8, 16-18).

Em Terceiro Lugar
, Jesus é supremo na salvação (3:11). Nele somem todas as distinções criadas pelo homem e caem as barreiras. Ele transformou os cristãos em uma única família onde os membros são iguais em perdão e adoção; é ele quem importa, em primeiro e em último lugar. Portanto, contrário à heresia, não há qualificações ou exigências especiais para vivenciar o privilégio de Deus (2:8-20).

Os capítulos 3-4 lidam com as implicações práticas de Cristo na vida diária dos colossenses. Paulo usa a palavra “Senhor” nove vezes em (3:1-4.18), o que indica que a supremacia de Cristo invade cada aspecto de seus relacionamentos e atividades.

Rebatidos Falsos Conceitos
Uma filosofia enganosa estava sendo fomentada por falsos instrutores em Colossos. Dava-se ênfase à observância da Lei mosaica. Promovia-se também a prática do ascetismo. O apóstolo avisou os cristãos colossenses a cuidarem de que ninguém os levasse “como presa sua, por intermédio de filosofia e de vão engano, segundo a tradição de homens, segundo as coisas elementares do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2:8). Paulo exortou também seus, como crentes, a não permitir que alguém os julgasse pelo comer e pelo beber, “ou com respeito a uma festividade ou à observância da lua nova ou do sábado; pois estas coisas são sombras das coisas vindouras, mas a realidade pertence ao Cristo” (Cl 2:16-17).
O apóstolo reconheceu a humildade fingida pelo que realmente é, e expôs o ascetismo, dizendo: “Estas mesmas coisas, deveras, têm aparência de sabedoria numa forma de adoração imposta a si próprio e em humildade fingida, no tratamento severo do corpo; mas, não são de valor algum em combater a satisfação da carne.”  Col 2:20-23.  Em todos os aspectos, Paulo deu ênfase à posição de superioridade, dada por Deus, que Cristo usufrui. (Cl 1:13-20).
Esta verdade neutralizaria a filosofia pagã, a tradição judaica e outra prática, uma “forma de adoração dos anjos”. (Cl 2:18) As Escrituras não esclarecem se os envolvidos nela pretendiam realizar a forma de adoração que os anjos supostamente realizam, se pensavam estar imitando a atitude reverente dos anjos ou se realmente adoravam essas criaturas espirituais.

O PROBLEMA DOS COLOSSENSES
ERAM O JUDAÍSMO E GNOSTICISMO
Epafras levou ao conhecimento de Paulo a situação dos Colossenses. O "relatório" apresentava dois aspectos importantes. Em primeiro lugar, foi dado testemunho a respeito da fé, do amor e do crescimento daquela igreja (1:4-8; 2:5). A outra informação dava conta de que alguns líderes estavam se infiltrando na comunidade e levando influências judaicas e filosóficas (2:8). Esses elementos estavam se misturando e produzindo heresias.
A parte filosófica em questão era a doutrina dos gnósticos. Juntando tudo isso, os irmãos Colossenses estavam sendo pressionados em relação aos seguintes pontos:
a)- Valorização dos mistérios do gnosticismo;
b)- Adoração a anjos, aos quais os gnósticos atribuíam a obra da criação;
c)- Ascetismo exterior: abstinência de comidas e bebidas (influência gnóstica e judaica);
d)- Observância da lei mosaica (Influência Judaica);
e)- Prática da circuncisão;
f)- Comemoração das festas judaicas;
g)- Guarda do sábado.
Os gnósticos acreditavam que o mal estava ligado à matéria. Este conceito produzia outros bastantes perigosos. Criam que, sendo a matéria má, então não foi Deus quem a criou, mas sim os anjos. Se a matéria é má, então a encarnação divina não poderia ser considerada um fato nem uma possibilidade. Assim, estava criado um sistema doutrinário que negava a divindade de Cristo e a obra da cruz.   Apesar de não ser diretamente responsável pela igreja em Colossos, Paulo reage energicamente contra aquelas heresias que ameaçavam a sã doutrina.
Em Seu Combate, Paulo destaca a supremacia de Cristo. Afirmando que,  sua divindade e a sua obra na cruz, eram elementos plenamente suficientes para a refutação de todos aqueles ensinamentos judaicos e filosóficos (2:8-10). De forma incisiva, Paulo derruba todos aqueles sofismas. Ele destaca que o mistério que nos interessa é Cristo, o qual já foi revelado a nós.  Então, de nada importam os mistérios gnósticos (Cl 1:26-27; 2:2-3; 4:3). Se conhecemos a Cristo, não precisamos inquirir sobre nenhum outro mistério religioso ou filosófico.

Gnosticismo
O nome gnosticismo vem do termo "gnose", que significa “conhecimento”. Paulo usa a mesma palavra para mostrar que o conhecimento de Deus através de Cristo é suficiente para suprir as necessidades espirituais do homem (Cl 1:9-10, 27-28; 2:2-3; 3:16).
O gnosticismo atribuía a criação aos anjos, colocando-os como objeto de culto (2:18). A isso, Paulo combate ao dizer que Cristo, sendo Deus, é o criador de todas as coisas, inclusive dos anjos (1:13-17). Acrescenta ainda, que o Senhor Jesus está acima de todos os poderes angelicais, sejam eles principados ou potestades, os quais estão sujeitos ao senhorio de Cristo (2:10-15).   Adorando a anjos, os gnósticos estavam, de fato, adorando demônios, pois os anjos de Deus não recebem culto.  Paulo associa os "anjos dos gnósticosaos demônios quando diz que Cristo despojou os principados e potestades, expondo-os ao desprezo.
Com relação às questões judaicas, Paulo insiste naqueles pontos já presentes nas outras epístolas.  Cristo já nos resgatou do domínio das exigências cerimoniais da lei. Ele a cravou na cruz (2:14).
O significado de Cristo em nós   (1:27) supre totalmente o que poderíamos buscar através da circuncisão (2:11; 3:11),  ou das festas, ou dos sábados  (2:16-17).
Já temos Cristo. Então não precisamos mais desses elementos judaicos, os quais possuíram o seu valor numa época em que Cristo não tinha vindo ao mundo. Paulo diz que aqueles elementos do judaísmo eram "sombra". Cristo é a realidade. Não precisamos mais da sombra.  O autor da carta aos Hebreus usa a mesma linguagem para comparar a lei e o judaísmo com a realidade cristã (Hb:8.5; 10:1).

O Pesado Fardo
Os judaizantes e os gnósticos traziam um fardo de mandamentos exteriores para os gentios convertidos ao cristianismo. Contudo, suas leis atingiam apenas questões superficiais e até supérfluas. Afirmando que a matéria é má, os gnósticos impunham severas regras de alimentação e disciplina. Contudo, nada disso seria útil ao espírito. Tal rigor poderia até ter utilidade para o corpo, mas era inútil para a alma e não poderia ser colocado como questão espiritual, religiosa, ou relacionada à salvação eterna.
No capítulo 3, Paulo fala do que realmente afeta a alma humana: o pecado. De que adiantariam tantas ordenanças e rituais se o pecado continuasse ocorrendo livremente. Então, o apóstolo toca no que realmente era importante para os colossenses e continua importante para nós. Ao invés de ficar preocupados com questões de alimentação, eles deviam se preocupar em combater a prostituição, a avareza, a impureza, etc, pois estes elementos atrairiam a ira de Deus sobre os homens (Cl 3:5-6).  Falando assim, Paulo mostra que, enquanto os gnósticos associavam o mal à matéria, o mal está é no pecado, na natureza pecaminosa do homem, e não na matéria em si.
O ATAQUE DE PAULO CONTRA ÀS HERESIAS E O DESTAQUE PARA A SUPREMACIA DE CRISTO:
A natureza de Cristo – Sua divindade e usa unidade com o Pai - (Cl 1:15-19).
Imagem do Deus invisível – (Cl 1:15).
Criador – (Cl 1:16).
Mantenedor da criação – (Cl 1:17).
A vinda de Cristo ao mundo e sua obra na cruz – (Cl 1:20-23; 2:13-15).
Os colossenses precisavam ser conscientizados ou lembrados a respeito da pessoa de Cristo, sua natureza e sua obra.

Os Perigos que Rondam à Igreja
A periculosidade de muitas correntes filosóficas e religiosas reside no fato de valorizarem muitos elementos, personagens, práticas e conceitos, tirando assim a atenção e a fé que deveriam estar concentradas na pessoa de Jesus. Ensinamentos, aparentemente inofensivos, estarão causando danos profundos na alma humana.  Por exemplo, se começarmos a fazer do "pensamento positivo" a causa do nosso sucesso, então estaremos, sutilmente, negando a Cristo.  Assim acontece também com aquelas pessoas que dizem acreditar em Cristo, mas são devotas de uma série de "santos" ou "guias".
O Acontece com elas?
Fazem suas orações a Jesus? Não! Acabam por ignorá-lo. Assim, de uma forma sutil, o diabo conseguiu o seu objetivo. Aparentemente, ele não quer substituir Cristo, apenas "acrescentar" um "personagem" aqui e outro ali. No final, Cristo já foi substituído na vida de muitas pessoas.
Paulo colocou em destaque a natureza e a obra de Cristo. Sendo quem ele é, e tendo feito o que ele fez por nós, não precisamos de nenhum outro "personagem" espiritual que venha nos oferecer alguma coisa.
Cristo é tudo o que precisamos para a nossa salvação. Seus ensinamentos são os únicos que vão reger a nossa vida espiritual. Nele estão todas as riquezas espirituais de Deus para os seus filhos. (1:27; 2:2; 3:16). 
Conclusão
Carta aos Colossenses
DESTAQUES DE COLOSSENSES
Apreço pela posição de Cristo. (1:12). Elogiada a fé em conexão com Cristo e o amor a todos os santos, com quem compartilhavam a esperança celestial.

Posição de destaque dada a Cristo: Ele é a imagem de Deus, o Primogênito de toda a criação, aquele por intermédio de quem foram criadas todas as outras coisas, cabeça da congregação, primogênito dentre os mortos.  A reconciliação com Deus é realizada por meio de Cristo. 
Ocultos em Cristo se acham todos os tesouros de verdadeira sabedoria e conhecimento. Prossigam andando em união com ele; não se deixem levar por alguém como presa, por meio de filosofias humanas. A Lei mosaica foi tirada do caminho por Deus mediante Cristo. (2:13-23).  Deus, figurativamente, pregou o pacto da Lei na estaca de tortura na qual Cristo morreu. Os requisitos da Lei eram sombra; a realidade pertence ao Cristo. Que nenhum homem o prive do prêmio por induzi-lo a seguir mandamentos e ensinos de homens, em vez de se apegar a Cristo como cabeça. Revista-se da nova personalidade, sujeitando-se à autoridade de Cristo. (3:1-17). Mantenha a mente fixa nas coisas de cima, não nas coisas na terra. 

Amorteça os desejos impuros da carne; afaste de si atitudes e conversa erradas. 
Revista-se de compaixão, benignidade, humildade mental, brandura, longanimidade, amor.  Deixe a paz de Cristo dominar no coração. 
Faça tudo no nome do Senhor Jesus, agradecendo a Deus por meio dele.
As relações com outros devem ser influenciadas pelo apreço por Deus e Cristo. (3:18, 4:18).
Esposas, maridos, filhos, escravos e amos devem cumprir com as responsabilidades, não como para agradar a homens, mas com temor de Deus, reconhecendo que Cristo, no céu, é nosso Amo. Persevere em oração; ande em sabedoria. Cumprimentos pessoais a conservos do Senhor.

Entendendo Pelas Refutações
Não está descrita claramente na carta a heresia surgida em Colossos, uma vez que os leitores originais a conheciam bem. No entanto, pelas refutações de Paulo ao falso ensino, deduz-se que era uma mistura estranha de ensinos cristãos, tradições judaicas extra bíblicas e filosofias pagãs (semelhante ao sincretismo religioso das seitas falsas de hoje). Tal ensino subvertia e substituía a centralidade de Jesus.
Paulo escreveu esta carta: (1) para combater os falsos ensinos em Colossos, que estavam suplantando a centralidade e supremacia de Jesus Cristo na criação, na revelação, na redenção e na igreja; e (2) para ressaltar a verdadeira natureza da nova vida em Cristo e suas exigências para o crente.
2Pe 2.11:  E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão ao Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
Os falsos profetas do passado são comparados aos falsos mestres do presente, os quais, com muita astúcia introduzem heresias no meio da Igreja que por falta de comida espiritual e por falta de vigiar, se corrompe e acaba negando o Senhor JESUS que os resgatou (comprou), através da do sacrifício na Cruz.  O antídoto contra as heresias é o ensino derivado da sã doutrina da Palavra de DEUS.  Só podemos combater as heresias com o legítimo ensino da Bíblia, dado sistematicamente e de linguajar simples, de maneira que nossos leitores ou ouvintes entendam claramente e coloquem em prática o que aprenderam.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO BÍBLICO
Colossenses 2:16-23
Versículo Por Versículo

2:16 - A frase "pelo comer. ou pelo beber" provavelmente se refere às leis judaicas relacionadas aos alimentos. As festas mencionadas são os dias santos judaicos celebrados anual, mensal (lua nova} e semanalmente (o sábado). Essas cerimônias distinguiam os judeus de seus vizinhos pagãos. A falha em observá-los poderia ser facilmente notada por aqueles que não perdiam de vista o que os outros faziam. Não devemos nos deixar ser julgados pelas opiniões dos outros porque Cristo nos libertou.
2:16-17 - Paulo disse aos cristãos colossenses para não deixarem que outros criticassem sua dieta ou suas cerimônias religiosas. Em vez da observância exterior, os crentes deveriam enfocar apenas a fé em Jesus Cristo. Nossa adoração, tradições e cerimônias podem ajudar a nos aproximarmos de Deus. Mas nunca devemos criticar companheiros cristãos cujas tradições e cerimônias diferem das nossas. Mais importante do que a maneira como adoramos é que adoremos a Cristo. Não deixe ninguém o julgar. Você é responsável perante Cristo. 2:17 As leis, os dias santos e as festas do AT apontavam para Cristo. Paulo os chama de “sombras” da realidade que estava por vir — o próprio Cristo. Quando Cristo veio. dispersou as sombras. Se temos a Cristo, temos o necessário para conhecer e agradar a Deus.
2:18 - Os falsos mestres achavam-se humildes e orgulhavam-se disso. Essa falsa humildade despertava atenção e elogio. Tais atitudes eram direcionadas aos falsos mestres, mas deveriam ser endereçadas a Deus. A verdadeira humildade significa nos enxergarmos como realmente somos sob a perspectiva de Deus e agirmos de acordo. Hoje as pessoas praticam a falsa humildade quando falam negativamente sobre si mesmas para que os outros pensem que são espirituais. A falsa humildade é egocêntrica; a verdadeira está centrada em Deus.
2:18 - Os falsos mestres estavam reivindicando que Deus estava longe e que só era possível aproximar-se dele através de vários níveis de anjos. Esses falsos mestres ensinavam que as pessoas tinham  de adorar os anjos em ordem hierárquica, para no final chegarem a Deus. Esse ensino não consta nas Escrituras. A Bíblia ensina que os anjos são servos de Deus e nos proíbe de adorá-los (Êx 20:3-4; Ap 22:8-9). À medida que você crescer em sua fé cristã, deixe que a Palavra de Deus seja seu guia, e não as opiniões de outras pessoas.
2:19 - O problema fundamental com os falsos mestres era que não estavam ligados a Cristo, a cabeça da Igreja. Se estivessem ligados a Ele, não teriam ensinado uma falsa doutrina ou vivido de modo imoral. Não se deve confiar em qualquer pessoa que ensine a respeito de Deus sem que ela esteja ligada a Ele peia fó.
2:20 - Os “rudimentos do mundo" são as crenças dos pagãos. Veja 2:8 para mais detalhes sobre a visão de Paulo quanto à filosofia não-cristã.
2:20, 3:1 - Como morremos com Cristo e ressuscitamos com Ele? Quando uma pessoa se torna cristã, recebe uma nova vida pelo poder do Espírito Santo. Para informações adicionais, veja a nota sobre 2:11-12 e 2:13-15.
2:20-23 - As pessoas deveriam ser capazes de enxergar uma diferença entre a maneira que os cristãos e os não-cristãos vivem. Contudo, não devemos esperar uma maturidade imediata na vida dos novos cristãos. O crescimento cristão é um processo que dura a vida toda. Embora recebamos uma nova natureza, não tomos automaticamente todos os bons pensamentos e todas as atitudes puras quando nos tornamos novas criaturas em Cristo. Mas se continuarmos ouvindo ao Senhor, estaremos mudando continuamente. Ao examinar o último ano, que mudanças para melhor você vê em seus pensamentos e atitudes? A mudança pode ser lenta, mas a sua vida será significativamente transformada se você confiar que Deus pode mudá-la.
2:20-23 - Não podemos alcançar a Deus seguindo regras de abnegação, observando rituais ou praticando uma religião. Paulo não está dizendo que todas as regras são ruins (ver a nota sobre Gl 2:15-16) - mas que a atitude de simplesmente guardar as leis ou as regras não nos garante a salvação. As Boas Novas consistem em Deus alcançar os seres humanos. No entanto, é exigida de nós uma resposta. As religiões feitas pelos homens enfocam o esforço humano; o cristianismo enfoca a obra de Cristo. Os crentes devem colocar de lado os desejos pecaminosos. Essa atitude, porém, é o subproduto de nossa nova vida em Cristo, e não a razão de nossa nova vida. A nossa salvação não depende da nossa própria disciplina nem de guardarmos as regras, mas do poder da morte e da ressurreição de Jesus Cristo.
2:22-23 - Podemos nos guardar das religiões humanas fazendo as seguintes perguntas sobre qualquer grupo religioso: (I) Este grupo enfatiza as regras e tabus criados pelo homem em vez da graça de Deus? (2) Este grupo promove um espirito crítico em relação aos outros, ou exercita a disciplina de forma discreta e amorosa? (3) Este grupo enfatiza fórmulas, conhecimento secreto ou visões especiais mais do que a Palavra de Deus? (4) Este grupo exalta a própria justiça, honrando aqueles que guardam as regras, ao invés de exaltar a Cristo? (5) Este grupo negligencia a Igreja universal de Cristo, reivindicando ser um grupo de elite? (6) Este grupo ensina a humilhação do corpo como um meio para o crescimento espiritual em vez de enfocar o crescimento da pessoa por inteiro? (7) Este grupo desconsidera a família em vez de tê-la em grande estima, conforme os ensinamentos da Bíblia Sagrada?
2:23 - Para os colossenses. a disciplina exigida pelos falsos mestres parecia boa. E ainda hoje o legalismo atrai muitas pessoas. Seguir uma longa lista de regras religiosas exige uma forte autodisciplina e pode fazer uma pessoa parecer moral, mas as regras religiosas não são capazes de mudar o coração de uma pessoa. Somente o Espirito Santo pode fazê-lo.
CONCLUSÃO
Do mesmo modo em que se encontrava a Igreja em epígrafe, vive a dos dias de hoje. As igreja hodierna é presa fácil dos pregadores descompromissados com o Reino de Deus. Considerando que, o único antídoto contra as heresias é a forma em que se aplica a Palavra de Deus – não há de que se admirar de tantas discrepâncias. Quando a Palavra é aplicada em conformidade com a homilia do Senhor Jesus, pelo pastor, ou obreiro local, todos compreendem, mas, antes que esta Palavra aplicada surta o efeito necessário, aparece, a convite ou não, indivíduos que não pregam nada e ainda despregam o que fora pregado.  Não há como concentrar, para ouvir a mensagem. De qualquer forma, quando a Igreja não confunde tudo com gritarias, “reteté” e danças, sua aparelhagem de som extrapola a todos os limites suportável às criancinhas, idosos, pessoas com problema saúde, visitantes, vizinhos da igreja, enfim, às pessoas que são normais. Portanto urge a necessidade de atentarmos para o apelo do Profeta Joel: voltarmos urgentemente para Deus – antes que cheguem os dias dos quais vaticinou o Profeta em seus capítulos um e dois!
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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