A CRUZ DE CRISTO...
A Crucificação de Jesus Cristo se inicia com a chegada ao Gólgota. E retiravam toda a roupa do condenado. Entretanto, de acordo com o costume judeu, era permitido que o vestissem com uma espécie de tanga.
Os membros do Sinédrio realizavam certa inspeção, não permitindo que infringissem a decência dos judeus.
As cruzes não eram muito altas. Geralmente não passavam do dobro da estatura humana. Jesus ficou suspenso a mais ou menos um metro do chão.
No meio da haste vertical, havia uma clavilha de madeira, que parecia uma haste. Nessa espécie de cavalete, o condenado era erguido, por meio de cordas ou correias. Na crucificação, o corpo ficava sustentado por essas amarrações, e impedia que este caísse ao solo, caso sua mão fosse rasgada.
O peso do corpo fazia com que os ferimentos causados pelos pregos, cada vez mais aumentassem. Muitos desenvolviam febre, convulsões e espasmos musculares que traziam ainda mais tormento em ondas de dor insuportáveis.
A crucificação trazia um suplício infame. A forma mais desonrosa de morte, degradante e extremamente dolorosa. Jesus passou as suas últimas horas de vida, suportando dores atrozes. Os pregos entravam rasgando os tecidos mais inervados dos pés, fazendo com que o crucificado se contorcesse de dor!
No que estes respodiam aos seus algozes com enxurradas de insultos e maldições. Mas a resposta de Jesus mostrava muito do seu sublime caráter. O Mestre rogava por seus executores, pedia que o Pai os perdoasse. É em momentos de crise como esta, que se manisfesta o verdadeiro conteúdo da alma.
"E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes." Lucas 23:34
Palavras que demonstram a sua superioridade moral, sua força, ternura e doçuras infinitas. Ele era realmente um Rei de uma grandeza que não era deste mundo, o Mestre do amor. Cegos pelo ódio, os que o entregaram para ser crucificado eram indescúlpáveis, mas Jesus, mesmo em sofrendo dores terríveis, deixa de pensar em si mesmo para pensar nos pecadores e os perdoar.
A Crucificação de Jesus Cristo Entre os Dois Ladrões.
Na crucificação de Jesus, era ainda mais doloroso ter diante de si, logo abaixo, sua mãe e seus amigos. Ver a expressão de amargura nos seus olhos. Seus lábios balbuciando, se misturando com lágrimas, profunda tristeza e pranto, por aquele que estava morrendo lentamente, por ter feito apenas o bem.
Jesus era um rei que sofria crucificação, por ter falado somente verdade e amor.
Os soldados tinham por lei direito de ficar com a roupa dos crucificados. Como eram quatro soldados, dividiram o manto, o turbante, o cinturão e as sandálias. A túnica porém, a parte principal das vestes, era feita de um só tecido, sem costura alguma.
"E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes." Mateus 27:35
Após a crucificação de Jesus, os soldados chegam a um acordo e lançam sortes sobre ela, cumprindo assim a profecia do Salmo 22.18.
"Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa." Salmos 22:18
Os romanos colocavam uma tábua com a inscrição do motivo da crucificação, na parte superior da cruz. E foi escrita em três línguas: o latim, idioma oficial do governo romano, grego e hebraico - em sua derivação aramaica. E a acusação sobre a sua cabeça dizia Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.
Os membros do Sinédrio tentaram dissuadir Pilatos de mudar a incrição para "ele disse: Sou o Rei dos Judeus". Mas Pilatos não aceitou. Era uma forma de humilhar os membros do Sinédrio e se vingar deles.
Dois bandidos, salteadores, sediciosos como Barrabás foram à crucificação com Jesus. As cruzes foram levantadas à direita e outra à esquerda. Uma homenagem de zombaria ao Rei crucificado. Mas Deus permitiu que isso acontecesse para se cumprir a profecia:
"e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores." Isaías 53:12
E em meio a crucificação, um dos ladrões se junta ao jogo cruel de insultos e injúrias.
"E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós." Lucas 23:39
Mas logo Jesus percebe um defensor inesperado.
"Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez." Lucas 23:40-41
Este ladrão, ainda que tardiamente, estava a refletir sobre todo o percurso da sua vida. Como fora seduzido por uma "nobre luta de liberdade". O espírito de aventura, a vontade de ser libertar da dominação, exploração, do jugo e dos impostos romanos, o compeliram a praticar diversos crimes "em nome da causa".
Roubo, sangue e sedição sujavam suas mãos. Ele viu o quanto fora enganado, como nada daquilo valeu a pena! E acabou tudo na crucificação.
A Crucificação de Jesus Cristo Segundo a Bíblia.
E passava a admirar a verdadeira coragem, que estava no Salvador ao seu lado. De repente ele percebeu que crer em Jesus é que era a verdadeira luta por liberdade, justiça, paz e amor.
Arrependido, vira-se para o Mestre e lhe faz uma súplica, com uma viva expressão de fé:
"E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino." Lucas 23:42
Um ato de fé admirável, visto as circunstâncias em que se encontravam.
Jesus, que não havia respondido a nenhum insulto ou blasfêmia que lhe eram dirigidas, porém com muito amor responde à súplica sincera do ladrão na cruz:
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. Lucas 23:43
Por volta da hora sexta, ou seja, do meio-dia, ocorre um fenômeno extraordinário. Se da parte dos homens, não havia nenhuma manifestação de compaixão pela crucificação, a natureza ao contrário, se vestia de luto e protestava contra o maior crime já cometido na história da humanidade.
O sol se escureceu até a hora nona, em homenagem ao seu criador, que estava agonizando na cruz, próximo da morte.
Jesus pronunciou com voz forte estas palavras, em que mostrava uma angústia e aflição indescritíveis. "Deus, meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Era uma forma melhor de expressar o peso esmagador dos pecados humanos, que ele no momento da crucificação trazia sobre si.
E era assim cumprida a profecia do Salmo 22.1
"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Salmos 22:1.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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