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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

ESTUDO JOSUÉ DE AUXILIAR A LÍDER HEBREU...


                                ESTUDO JOSUÉ DE AUXILIAR A LÍDER HEBREU...
O livro de Josué está colocado logo depois de Deuteronômio nas Escrituras Hebraicas, porque é a continuação da história depois da morte de Moisés, último acontecimento relatado nesse livro. Relaciona-se mais intimamente com o Pentateuco do que com os livros posteriores a ele. Com esse livro começa a segunda divisão dos livros de Antigo Testamento, compreendendo todos os livros entre Josué e 2 Reis, inclusive o livro de Rute.
AUTOR
O autor do Livro de Josué é desconhecido e o que sabemos da época em que foi escrito depende da interpretação de determinadas pistas encontradas dentro do livro. As teorias vão desde a opinião de que o livro foi composto em grande parte pelo próprio Josué (Afirmação do Talmude), até a hipótese de que tenha sido escrito por alguém muito depois do retorno dos judeus do exílio na Babilônia.
Com certeza algumas passagens desse livro não poderiam ter sido escritas por Josué. Sua morte é registrada no capítulo final (24.29-32), bem como vários outros acontecimentos que ocorreram após sua morte são mencionados:
- A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15);
- A vitória de Otniel (15.13-17);
- E a migração para Dã (19.47).
 Passagens paralelas em Juízes 1.10-16 e Juízes 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram após a morte de Josué. Portanto, o mais provável é que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.
DIVISÃO DO LIVRO
Este livro pode ser dividido  em três partes.1 - Conquista de Canaã (Caps. 1 a 12), incluindo os trabalhos preparatórios e a passagem do Jordão, (caps 1 a 4.18), o estabelecimento do campo e a celebração da Páscoa (4.19 até 5.12); a tomada de Jericó, e de Ai, a confirmação do pacto no monte Hebal e o tratado com os gibeonitas (5.13 até cap. 9), as campanhas ao norte e ao sul (cap. 12).
2 - Distribuição da terra de Canaã (caps. 13 a 22), inclusive uma descrição das terras ainda não repartidas; distribuição das cidades de refúgio e das cidades destinadas aos levitas (caps. 24 a 31;.
3 - Josué faz sua despedida e morre (Cap. 24).
 DATA
Na opinião de muitos estudiosos, Josué não foi escrito antes do fim do período dos reis, uns 800 anos após os acontecimentos descritos no livro. A data exata em que Josué foi escrito não é clara. Determinadas observações dentro do próprio livro, tais como as referências de que algo é verdadeiro “até o dia de hoje,” sugerem que muitas das suas fontes recuam alguma data entre a morte de Josué (24.29-31) e a época de Samuel (1500 a.C.).
 Vários elementos no livro de Josué sugerem uma data mais antiga de composição. Dentre os mais convincentes está em 16.10, diz que os cananeus não foram expulsos de Gezer e “até hoje vivem no meio do povo de Efraim”. 1 Reis 9.16 relata que o faraó conquistou Gezer e assassinou os cananeus que viviam ali, o que sugere que Josué foi escrito antes da época de Salomão. Outros exemplos incluem Josué 15.63 que registra que os jebuseus ainda habitavam em Jerusalém.
 Por outro lado, uma vez que Josué 8.32 indica a atividade de escribas entre os israelitas naquela época, não há motivo para eliminar a possibilidade desse registro haver sido feito por esse servo de Deus.
 QUEM ERA JOSUÉ
O nome significa “O Senhor é minha salvação"; também "o Senhor salva”. Filho de Num, da tribo de Efraim, era chamado inicialmente de Oseias. Foi uma das pessoas mais destacadas do Antigo Testamento. Um dedicado cooperador de Moisés, era geralmente chamado de “servo de Moisés”. A primeira aparição de Josué no Êxodo é na batalha dos israelitas contra os amalequitas em Refidim, sendo ele o comandante dos guerreiros de Israel (Êx 17.90). Foi um dos 12 espias (Nm 14) e General bem sucedido (Êx 17).
 Moisés recebeu ordens de Deus para eleger Josué seu sucessor e foi ele que entrou com o povo na Terra Prometida. Josué revelou ser não somente um estrategista militar nas batalhas que se seguiram na conquista de Canaã, mas também um estadista na maneira de governar as tribos. Acima de tudo era o servo escolhido de Deus para dar prosseguimento à obra de Moisés e para assentar Israel em Canaã.
 A vida de Josué foi repleta de emoção, diversidade, sucesso e honra. Era conhecido pela profunda confiança em Deus. Na juventude viveu a realidade da escravidão no Egito, mas viu também as pragas sobrenaturais enviadas por Deus ao Egito e o milagre das águas do mar Vermelho se abrirem diante do povo de Israel. Somente ele teve permissão de subir o monte Sinai com Moisés, onde foram outorgadas as tábuas da Lei (Êx 24.13-14).
 Josué foi eleito para representar sua tribo, Efraim, quando os 12 espias foram enviados para conhecer a região de Canaã. Somente ele e seu amigo Calebe estavam dispostos a obedecer a vontade de Deus e tomar posse da terra (Nm 14.26-34).
 Morreu com 110 anos e foi sepultado em Timnate-Sera, no monte de Efraim (24.29-30).
 ESFERA DE AÇÃO
O livro cobre um período de aproximadamente 24 anos, que vai desde a morte de Moisés até a morte de Josué.
 CONTEXTO DA ÉPOCA
As datas do Êxodo e da conquista de Canaã são questões de debate contínuo e que não serão solucionadas nesse estudo. Todavia os relatos de Josué acontecem no final do século XV ou por volta do século XII a.C, eles teriam ocorrido após a expulsão dos hicsos do Egito, em meados do século XVI.
 Nesse período Palestina e Síria eram repletas de cidades-estado independentes ou confederadas, cada uma ansiosa para se beneficiar das oportunidades econômicas oferecidas por sua localização. Cartas encontradas na antiga capital egípcia de Tell el-Amarna, escrita por reis cananeus subordinados a corte egípcia no século XIV a.C., concedem informações confiáveis sobre essa situação. O século XIV testemunhou o declínio do poder do Egito durante a Dinastia XVIII, até o fim dos gloriosos dias da Dinastia XIX. Os reis das cidades-estado que escreveram as cartas, pediam auxílio militar dos egípcios que já não tinham o poderio de antes. Com base nessas correspondências, fica patente que o controle egípcio da Palestina diminuíra e que os reis cananeus lutavam por poder político.
 ANTECEDENTES HISTÓRICOS E ARQUEOLOGIA
As potencias do Antigo Oriente Médio eram relativamente fracas. Os heteus tinham desaparecido de cena. Nem a Babilônia, nem o Egito conseguiam manter uma presença militar constante em Canaã e os assírios só enviaram seus exércitos para lá séculos mais tarde.
 A Medida que as tribos de Israel iam viajando em semicírculo a leste do mar Morto, somente o povo de Edom oferecia alguma resistência. Moabe foi obrigado a deixar Israel passar por suas terras e até acampar em suas planícies. Quando Ogue e Seom, reis regionais amorreus da Transjordânia, tentaram impedir o avanço dos israelitas, foram facilmente derrotados, tendo suas terras ocupadas.
 Os arqueólogos bíblicos chamam esse período de Alta Idade do Bronze (1500-1200 a.C.). Hoje, milhares de produtos feitos pelas mãos do homem dão testemunho da cultura material dos cananeus, em muitos aspectos superior à dos israelitas. Quando as ruínas do reino antigo de Ugaribe foram descobertas no local hoje chamado de Ras Shamra, no litoral norte da Síria, veio à tona a fartura de novas informações concernentes a vida doméstica, comercial e religiosa dos cananeus. Além de um idioma semelhante ao hebraico, havia história de reis e deuses da antiguidade. Além disso, foram descobertos templos, altares, túmulos e vasos de rituais pagãos que lançaram luz sobre a cultura e os costumes dos povos ao redor de Israel.
 Escavações nos sítios arqueológicos antigos de Megido, Bete-Seã e Gezer demonstram que essas cidades eram verdadeiras fortalezas, razões que podem explicar os motivos de não terem sido dominadas por Josué e seus soldados. No entanto muitas outras cidades fortificadas foram tomadas por Israel, que se tornou assim potência dominante na região.
 Segundo relato bíblico, Josué incendiou depois de Jericó e de Ai, somente Hazor (11.31), dificultando assim o trabalho de datação desses acontecimentos com base nos níveis de destruição em antigas cidades de Canaã. Qualquer tentativa nesse sentido pode ser facilmente questionada, por haver pouco material disponível.
 Muitos dados da arqueologia parecem apoiar algo em torno de 1250 a.C como provável data da invasão de Josué em Canaã. Essa data encaixa-se bem com um êxodo que nesse caso teria acontecido 40 anos antes, no reinado do famoso Ramessés II, o qual reinava entronizado no delta do Nilo, numa cidade de mesmo nome (Êx 1.11). Ao mesmo tempo, situa José no Egito numa situação favorável. Quatrocentos anos antes de Ramessés II, os faraós eram hicsos semitas, que também reinavam entronizados no delta, perto da terra de Gósen.
 Existem bons argumentos, porém a favor da opinião tradicional de que a invasão tenha ocorrido por volta de 1406 a.C. A opressão teria sido realizada no reinado de Amenotepe II, depois da morte do pai, Tutmés III, que segundo se sabe, empregava mão de obra escrava em seus empreendimentos arquitetônicos.
 TEMA CENTRAL
A conquista da Terra Prometida. Após a morte de Moisés, Deus comissionou Josué para continuar sua promessa que havia feito aos patriarcas, ou seja, a conquista e ocupação da Terra Prometida. Esse aspecto específico da promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó (Gn 12.1-3) é o tema dominante desde Gênesis até Deuteronômio.
 Quando Deuteronômio chega ao fim, e começa o livro de Josué as tribos de Israel ainda estavam acampadas a leste do rio Jordão. A narrativa começa quando Deus manda que o povo avance e atravessem o Jordão a pés enxutos, como havia acontecido no mar Vermelho. Em seguida vem a narrativa de várias vitórias no centro, sul e norte de Canaã, as quais deram ao povo de Israel o controle de toda a região montanhosa e do Neguebe. O livro apresenta detalhes sobre a herança de cada tribo e chega ao fim com os últimos discursos de Josué ao povo. O tema do livro, portanto, é o assentamento de Israel na Terra Prometida.
 PROPÓSITO E MENSAGEM
Há duas concepções errôneas com relação ao livro de Josué. Uma delas é ele ser apenas a história de um homem destemido e temente a Deus; a outra é ser tão somente o registro militar da conquista de Canaã. Ambas devem ser superadas para descobrir porque o livro foi escrito. Considerando a primeira, a falta de detalhes biográficos e as escassez de expressões de aprovação ou reprovação das ações de Josué sugerem que ele não é o foco do conteúdo, embora desempenhe um papel importante nos acontecimentos do livro. Quanto a segunda, a pesquisa minuciosa revela que na verdade, são apresentados poucos detalhes da estratégia e da conquista militar. Além disso, nem biografias nem histórias militares explicam a parte da divisão das terras (capítulos 13 a 19).
 Descartadas as concepções errôneas, vemos que as estratégias militares descritas no texto são de Deus e não de Josué. Em cada narrativa de batalha, dá-se o mínimo de informação para transmitir a ideia de que Deus arquitetou a vitória e suas instruções foram executadas conforme suas orientações a Josué.
 Com fundamento nessa inclinação ao papel de Deus, na inclusão de todas as partes do livro e dos acontecimentos feitos pelo narrador, fica claro que o propósito da obra é demonstrar como Deus cumpriu sua promessa de levar os israelitas à terra mostrada a Abraão. É importante afirmar a fidelidade divina em realizar sua parte na aliança. Isso mostra as referências frequentes à entrega da terra ao povo e por que seu papel recebe tanta atenção.
 A mensagem é que Deus cumpre suas promessas por mais impossíveis que pareçam. Ele levava sua aliança com Abraão a sério e pretendia cumpri-la.
 INTERVENÇÃO SOBERANA DE DEUS
Parece evidente que o elemento milagroso não pode ser removido do livro de Josué sem danificar severamente o propósito teológico. O livro insiste que o Senhor intervém de forma soberana na história para executar seu plano e cumprir sua promessa. Isso não é descrito como intervenção fortuita como a encontrada na teologia politeísta do Antigo Oriente Médio. Pelo contrário, faz parte do plano contínuo e coerente de Deus traçado pela literatura histórica, previsto pela literatura profética e culminando no nascimento, vida e morte de Jesus Cristo.
 ESBOÇO DE JOSUÉ
I. Preparação da herança 1.1-5.15
Mediante a escolha do líder do exército 1.1-18
1) Josué ouve o chamado 1.1-9
2) Josué dá o mandamento 1.10-15
3) Josué recebe estímulo 1.16-18
Mediante o preparo do exército para a batalha 2.1-5.15
1) Procurando a moral do inimigo 2.1-24
2) Posicionando o povo para a batalha 3.1-5.1
3) Fortalecendo as tropas para a guerra 5.2-12
4) Convencendo um líder a servir 5.13-15
II. Possuindo a herança 6.1-12.24
O território central 6.1-8.35
1) A obediência traz a conquista - Jericó 6.1-27
2) O pecado traz a derrota - Acã 7.1-26
3) O arrependimento traz a vitória - Ai 8.1-29
4) A lei traz a bênção - Monte Ebal e monte Gerizim 8.30-35
O território do Sul 9.1-10.43
1) O engano traz o cativeiro - Gibeonitas 9.1-27
2) Os milagres trazem a liberação - Amorreus 10.1-43
O território do Norte 11.1-15
Revisando os territórios conquistados 11.16—12.24
1) Os territórios 11.16-23
2) Os reis 12.1-24
III. Compartilhando a herança 13.1-22.34
Distribuindo a herança 13.1-21.45
1) Partes ainda não conquistadas 13.1-7
2) Partes para Ruben, Gade e Manassés 13.8-33
3) Dividindo as partes a oeste da Jordânia 14.1-5
4) Uma parte para Calebe 14.6-15
5) Uma parte para Judá 15.1-63
6) Uma parte para Efraim e Manassés 16.1-17.18
7) Partes para as tribos restantes 18.1-19.48
8) Uma parte para Josué 19.49-51
9) Cidades de refúgio e para os levitas 20.1-6.21.42
10) Epílogo 22.1-34.
Discutindo o futuro 22.1-34
1) Uma benção para as tribos do Leste 22.1-9
2) Uma explicação para o altar 22.10-34
IV. O discurso final de Josué e sua morte 23.1—24.33
Josué aconselha os líderes 23.1-16
Josué desafia o povo 24.1-28
Josué morre 24.29-33...

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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