IGREJA NOIVA
OU PROSTITUTA...
Muitos
desejam que a Noiva fique envergonhada, triste e constrangida.
Mas,
ela nada fez para assim estar. Então por que se envergonhar?
Essa
Noiva é a Igreja de Cristo formada pelos salvos em Cristo, que tem o próprio
Cristo como cabeça e o Espírito como Mestre.
Mas, o que aconteceu
para que se chegasse nessa triste realidade onde muitos tentam mostrá-la como
alguém triste? Como foi que uma Noiva antes respeitada e procurada por
aqueles que buscavam paz e santidade, agora, se tornou motivo
de piadas de mau gosto, escárnio e zombaria?
Veja
as duas razões básicas que menciono:
1) Porque estão confundindo-a com uma
prostituta (falsa noiva).
A
prostituta em uma tentativa desesperada busca se parecer com a Noiva. Tentam
usar os mesmos trajes, as mesmas formas de se expressar. Tenta demonstrar
espiritualidade e comunhão com Deus. Diz que ama a Cristo e que O segue.
Mas,
é um ledo engano. Por baixo de suas vestes bonitas e brilhantes se esconde a
sujeira e a imundícia de quem somente deseja satisfazer seus desejos mais
pecaminosos.
Quando
abre sua boca diz palavras suaves e meigas, porém seu coração está cheio de
engano e mentira. Demonstra falsa humildade e amor com a mesma facilidade com
que assalta os bens alheios, a pretexto de um sacrifício de fé, que de fé mesmo
nada tem.
Ela
tenta se mostrar companheira apenas para surrupiar as últimas
esperanças de quem já está ferido e prester a sucumbir.
Mas,
mesmo assim, muitos não percebem seus ardis e imaginam que ela seja a
embaixadora de Deus aqui nessa terra. Não conseguem enxergar suas artimanhas e
suas reais intenções: destruição, morte e roubo.
Estão
confundindo-a com alguém que não possui valores morais, escrúpulos, ética ou
caráter. Estão confundindo-a com uma noiva que não conhece seu noivo, e
que apenas finge que o ama.
Isso
a entristece e a faz chorar.
2) Porque os que deveriam conhecê-la e
discernir o falso do verdadeiro, a atacam.
Os que
deveriam conhecê-la, na realidade não a conhecem de verdade, e isso ocorre
porque a imensa maioria somente tem conhecimento ou experiência com as
prostitutas que se fazem passar pela verdadeira Noiva.
E
então a Noiva, pura e imaculada, se entristece com a ausência de sabedoria dos
que deveriam conhecê-la e se juntam com a mesma implacabilidade daqueles que
nunca a conheceram e talvez nunca a conheçam.
À
partir dessas razões expostas, a sensação é de que tudo está perdido.
Não há
mais jeito para os cristãos e a mensagem está contaminada e não pode mais ser propagada
ou vivida. A Noiva não conseguirá mais seguir seu caminho de pureza e santidade
e seu encontro com o Noivo tornou-se uma utopia.
E
aliada a essa sensação, o esporte favorito tornou-se "massacrar
cristãos", sem diferenciar ou se preocupar com os que servem a Deus e
os que se infiltram no arraial para perturbar e transtornar o Evangelho.
Diante
desse contexto atual, eu lhe pergunto: Se você não fosse cristão, teria algum
respeito pela igreja evangélica? Muitos inclusive nem mais desejam ser chamados
de evangélicos. Tentam criar nova nomenclatura e filosofias, mas essa não é uma
opção sábia. A fuga nunca valoriza a convicção e os valores defendidos. A
coragem de prosseguir na fé evangélica mesmo com todos dizendo o
contrário, faz valer a recompensa final.
Concordo
que os escândalos tem sido devastadores. Mesmo igrejas (denominações) íntegras
estão sendo agora vistas com desconfiança. Atacar o irmão e esmagar a irmã é
moda agora...
A
questão é que todo mundo se tornou um alvo legítimo.
Talvez
a dimensão mais triste seja a de todas as vidas inocentes que cercavam os que
caíram e fracassaram tão escandalosamente.
Estou
pensando aqui em congregações inteiras que precisam continuar, após descobrirem
que seu líder vivia enganosamente em imoralidade e desonestidade. E aqui
entendo muitos irmãos que decidem não mais congregar regularmente. Tenho
que me dobrar a esse argumento de defesa. Mas, esse não é o remédio correto
para esse mal.
Pense
também nos membros do corpo docente e nos alunos deixados para trás por um
presidente, diretor ou líder de algum campus que trouxe descrédito ao nome de
Cristo.
E o
que dizer do cônjuge e filhos que tem de apanhar os cacos por causa do descuido
egoísta de seu marido e pai que roubou e usou inapropriadamente os recursos da
igreja a seu bel prazer? E não se esqueçam dos companheiros de equipe, dos
obreiros, cujo futuro agora é incerto, porque seu líder vivia uma mentira.
O fato
é que devemos estar vivendo os últimos dias. E claro que estamos! Mas isso não
significa que não faremos nada além de cruzar os braços e aguentar de cara feia
os golpes, ou simplesmente desistir de congregar. De jeito nenhum!
Por
que digo isso? Porque é fácil focalizarmos apenas e somente o óbvio, ou seja, a
maldade patente, e esquecer-se dos poucos fatos que contrabalançarão a sensação
de estarmos sucumbindo.
Pelo
menos três deles me vêm a mente:
a)
As Escrituras predizem e nos advertem sobre esses tempos.
Está
descrito o problema da invasão do adultério e do divórcio na igreja ou a
promiscuidade sexual entre os cristãos como sendo "epidêmicos". Mas
isso descreve os nossos dias, sem dúvida alguma.
Houve
pessoas no ministério pastoral que caíram em seus dias, mas os números não
foram nada comparados aos que temos hoje. Ademais, os escândalos não eram tão
prevalecentes na igreja como são hoje.
Claramente,
como predizem as Escrituras, o erro está em elevação, e irá crescendo a um grau
maior quanto mais perto chegarmos da volta de Cristo. Precisamos atentar para
esse fato predito na Bíblia.
b)
A Porcentagem real daqueles que caem no ministério pastoral é bem pequena.
Você
pode até pensar que estou louco em afirmar isso. Mas, será bom nos lembrarmos
de que para cada pessoa cujo fracasso moral aparece nos noticiários e
manchetes, há milhares de outros que permanecem mensageiros fiéis de Cristo,
diligentes e puros.
A
vasta maioria daqueles que prometeram anos atrás servir ao Senhor e seguir a
verdade ainda o está fazendo hoje.
Uma
perspectiva realista manterá equilibrada em nosso modo de pensar e otimistas em
nossa visão. Quando começarmos a acreditar que estamos totalmente sozinhos na
batalha, o adversário se aproveita de nós.
Costumo
chamar essa visão de "síndrome de Elias". Lembra-se quando o profeta
caiu em depressão, fugiu e orou para que Deus lhe tirasse a vida. Sem
hesitação, Deus interrompeu essa festa de autocomiseração e informou que ainda
havia outros sete mil, como Elias, que não se haviam dobrado diante de baal.
Isso fez algo pelo profeta solitário, exausto, ao perceber que a porcentagem
dos infiéis no ministério era de fato de pouca monta.
Ajudar-nos-á
manter isso em mente quando alguns dos nossos heróis no ministério fracassarem
e caírem.
Alguns
podem ser culpados de pecados crassos, mas a maioria não chegou nem perto de
dobrar os joelhos diante de baal.
Lembre-se
disso enquanto continua em frente.
c)
A imperfeição humana inclui ministros
Quando
Deus chama indivíduos para a sua vinha, chama pessoas pecaminosas.
Nem
mesmo um deles pode reivindicar a perfeição.
Cada
um é inadequado em si mesmo, fraco e instável por natureza.
Você
questiona isso?
Uma
breve recapitulação de personagens bíblicos ajudará:
Pedro,
o porta-voz dos doze, abertamente e sem hesitação negou seu Senhor apenas horas
após prometer que permaneceria fiel mesmo que todos os outros se fossem.
João
Marcos desertou Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária, numa hora
crucial em que eles precisavam de toda ajuda que pudessem conseguir.
Demas,
"amando o presente século", abandonou Paulo e fugiu para Tessalônica.
Diótrefes,
um dos primeiros líderes da igreja, tornou-se chefe da igreja auto-nomeado.
A
lista seria incompleta se limitássemos apenas a personagens do NT:
Jonas,
profeta amuado, após finalmente ter pregado em Nínive, demonstrou preconceito,
ira e egoísmo.
Geazi,
servo de Elizeu, era materialista e cobiçoso.
O rei
Davi, adulterou, assassinou e agiu com hipocrisia no caso de Bate-seba.
Isaías
confessou ser um homem de impuros lábios.
Arão
promoveu a construção do bezerro de ouro para adoração idólatra.
E
tantos outros exemplos bíblicos que poderia mencionar para corroborar esse
ponto.
A suma
é: ninguém é imune a imperfeição, nem mesmo um dos que foram citados, nem você,
nem eu. Pode-se acontecer a eles, pode acontecer conosco.
Portanto,
está na hora de nos conscientizarmos de quem somos: Irmãos em Cristo. Nós,
somos a Igreja, a Noiva.
Não
se envergonhe do que você é. Não se constranja diante das notícias propagadas a respeito
dos que caem ou fracassam.
Há
muitos como você e eu que continuam firmes.
Cristo,
o Noivo, deseja apresentar a Noiva gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, mas santa e irrepreensível (Ef. 5:27).
Esse
padrão nunca será abaixado para a Igreja.
A
restauração do respeito pela Igreja repousa sobre nós. Não se junte aos que
vivem a desrespeitá-la.
Continuemos
a trabalhar em prol do Reino de Deus.
Não
confunda a Noiva com as prostitutas que se apresentam em vestidos núpcias.
Não
se deixe enganar.
A
Noiva verdadeira continua reluzente e fiel a espera de seu Noivo.
Separe
o precioso do vil.
Tenha
discernimento e prudência com o que propaga ou transmite.
A
batalha continua...
A
Noiva diz: Maranata, Ora vem Senhor Jesus...
Apóstolo.
Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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