A QUEM PERTENCE O
MEU CORPO...
1 Coríntios 6.12
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”
Alvo da lição:
Ao estudar esta lição, você vai conscientizar-se de que o cristão pode e deve glorificar a Deus pelo uso do corpo, que é de imenso valor para o reino divino.
Ao estudar esta lição, você vai conscientizar-se de que o cristão pode e deve glorificar a Deus pelo uso do corpo, que é de imenso valor para o reino divino.
Introdução
A liberdade em Cristo é uma verdade enfatizada por Paulo (Gl
5.1-13; Rm 6.14). O apóstolo havia ensinado isso aos coríntios, mas eles tinham
pervertido a verdade para justificar os atos imorais praticados.
Outro argumento que talvez usassem para fundamentar a atitude em
relação ao sexo era o filosófico. Justificavam-se, dizendo que assim como comer
era uma função biológica, praticar o sexo também o era. Tal argumento combina
com a permissividade dos nossos dias?
Como muitos fazem hoje, os crentes de Corinto racionalizavam o
pecado. Eram inteligentes e encontravam boas razões para praticar as coisas
erradas. Além do mais, viviam numa sociedade imoral, onde a promiscuidade era
tolerada.
Por essa razão, o apóstolo exprime-lhes o princípio da liberdade
cristã, contido no versículo 12, e fala do que é permitido, conveniente, e da
necessidade do autocontrole.
I. O permitido, o conveniente e o autocontrole.
1. O permitido
“Todas as coisas me são
lícitas” pode ter sido uma máxima que os coríntios usavam para justificar
a conduta promíscua. Entretanto, o padrão de conduta do cristão não é
estabelecido pela lei. Outras religiões prescrevem regras que os homens têm que
guardar se querem ser salvos, e fazem da abstenção de coisas que consideram
ilícitas uma exigência para se obter a salvação. Mas não é assim com o
cristianismo.
O crente deve evitar as coisas más, mas não para ter direito à
salvação, que é recebida pela graça, mediante a fé (Ef 2.8). Logo, se o crente
não está sujeito a um código de restrições, todas as coisas lhe são lícitas.
2. O conveniente
“Mas nem todas convêm”– quer dizer que nem tudo é útil ou aconselhável. Se é verdade
que o cristão não é privado de fazer certas coisas, também é verdade que não
pode estar desatento às questões morais. Há o que não é expressamente proibido,
mas deve ser rejeitado pelas consequências que advêm de tal prática.
3. O autocontrole
“Mas eu não me deixarei dominar
por nenhuma delas”. Essa frase enriquece o princípio e lhe dá o sentido prático. O
crente é livre para fazer o que lhe agrada, porém, é necessário não se deixar
dominar por nada que seja inconveniente. Noutra epístola, o apóstolo Paulo
adverte: “O pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da
lei, e sim da graça”(Rm 6.14).
Um dos pecados que provoca a escravidão é o sexo ilícito, em
todas as suas formas. Como todos os outros pecados que não são resistidos, os
pecados do sexo se avultam e eventualmente corrompem não só a pessoa
diretamente envolvida, mas também pessoas inocentes do seu círculo de
relacionamento. Infelizmente, muitos cristãos não exercem o autocontrole e são
dominados pelos desejos carnais.
1Coríntios para hoje
“Não consegui controlar meu desejo.” O que pensar do crente que assim se desculpa quanto ao pecado sexual cometido? Será que a pessoa é incapaz de controlar os próprios instintos? Como você exerce esse controle em sua vida? O que Paulo escreveu em 1Coríntios 10.13?
“Não consegui controlar meu desejo.” O que pensar do crente que assim se desculpa quanto ao pecado sexual cometido? Será que a pessoa é incapaz de controlar os próprios instintos? Como você exerce esse controle em sua vida? O que Paulo escreveu em 1Coríntios 10.13?
II. O corpo é para o Senhor (1Co 6.13-20)
O pecado sexual não somente prejudica e domina, mas também
perverte, principalmente os planos de Deus para o Seu povo. O corpo do cristão
é para o Senhor, é um membro de Cristo e é templo do Espírito Santo.
1. O propósito do Senhor para o corpo (1Co 6.13)
O Senhor tem um
propósito para o corpo dos Seus filhos. Essa é a razão por que não podem ser
tolerantes com qualquer tipo de imoralidade sexual. Os coríntios estavam
errados no modo de pensar em relação ao corpo. Julgavam que, se comer é uma
função natural, a atividade sexual também o é. Paulo combate essa ideia,
mostrando que o estômago e os alimentos são transitórios. O corpo, porém, tem
um fim diferente: é “para o Senhor, e o Senhor, para o corpo”. “O corpo é
para Cristo, para lhe pertencer e para servi-lo; e Cristo é para o corpo, para
nele habitar e glorificá-lo” (citado por Prior, p.103).
2. A ressurreição do corpo (1Co 6.14)
O propósito de Deus para o corpo tem dimensão eterna. Ele o
ressuscitará. Tudo o que é verdade em relação a Jesus quanto ao destino do Seu corpo
é verdade em relação a nós. Se Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos, com os
cristãos ocorrerá o mesmo. Pelo poder divino, nosso corpo será transformado e
glorificado (Fp 3.21).
3. A união do corpo com o Senhor (1Co 6.15-18)
Paulo inicia com a pergunta
retórica:“Não sabeis?”, para
levar os coríntios a entenderem que é fundamental a união do crente com Cristo.
Para ele, os cristãos estão unidos a Cristo de modo inseparável, pois são
membros de Cristo, e por isso se tornou odiosa a prática sexual corriqueira em
Corinto (1Co 6.15).
O apóstolo entende que a união sexual é tão íntima que faz, de
dois corpos, um (1Co 6.16; Gn 2.24). Por isso, é profanar o corpo o entregar-se
ao sexo ilícito, em quaisquer das suas formas. Os coríntios não haviam
percebido as implicações da sua frouxidão moral, pelo que Paulo os advertiu com
base num fundamento teológico que eles já conheciam.
Mais do que ter o corpo
unido a Cristo, os cristãos têm o espírito unido a Ele (1Co 6.17). “Nós, porém, temos a mente de
Cristo”, já havia dito
Paulo aos coríntios (1Co 2.16).
Assim, a melhor atitude do cristão diante da impureza é fugir
dela (1Co 6.18). Essa fuga deve ser uma prática consciente e constante, pois a
cada dia o homem e a mulher são tentados a praticar sexo ilícito.
4. A habitação do corpo pelo Senhor (1Co 6.19)
O Senhor, pelo Seu Espírito, habita em nosso corpo. “O nosso
corpo não é simples invólucro orgânico de notável composição: é templo do
Espírito Santo” (Prior, p.106). Antes, Paulo havia dito que toda a igreja de
Deus em Corinto era templo de Deus, com uma advertência à pessoa que o
destruísse (1Co 3.16-17). Com o uso da mesma metáfora, lembra aos cristãos que
o corpo dos salvos é também consagrado templo do Espírito Santo, que de Deus já
havia recebido. Isso implica dizer que onde quer que estejamos, “somos
portadores do Espírito Santo, templos em que apraz a Deus habitar” . Em função disso, toda a forma de conduta que não seja apropriada para o
templo de Deus deve ser eliminada, pois “nada que seja inconveniente no templo
de Deus é decente no corpo do filho de Deus” .
Uma vez que o crente é
templo do Espírito, nunca pode pensar e agir de forma independente, como se
pertencesse a si próprio – “não sois de vós mesmos”, diz o apóstolo.
5. A redenção do corpo (1Co 6.20)
Esse foi o argumento
final de Paulo para convencer da necessidade da pureza do corpo. Houve um preço
pago pelo seu resgate. E se tinha sido comprado por preço e agora pertencia a
um novo Senhor, importava que apenas a Ele estivesse sujeito. E o novo Senhor
deseja que todas as faculdades físicas dos Seus servos expressem a Sua glória.
Este último imperativo – “glorificai a Deus no vosso corpo” – é muito mais desafiador e
positivo. Compete a nós que “revelemos positivamente, no uso do nosso corpo, a
glória e, especialmente, a santidade do Mestre celestial que de nós tomou
posse” (Prior, p.107).
1Coríntios para hoje
Vamos pensar na pergunta que é o título dessa lição: “De quem é o meu corpo?”
Vamos pensar na pergunta que é o título dessa lição: “De quem é o meu corpo?”
Qual é a sua resposta? O que dizer dos cristãos que pensam
assim: “o corpo é meu e eu faço dele o que quiser?”
Conclusão
“Todas as coisas me são
lícitas” e “os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos” podem ser
também frases usadas hoje para racionalizar o pecado do sexo e aprovar a
permissividade. Paulo combate os dois argumentos mostrando que fazer sexo de
forma descontrolada não é a mesma coisa que comer.
A relação sexual é permitida entre marido e mulher desde que não
atrapalhe a intimidade com Deus. O sexo deve ser feito dentro de limites, pois
embora tudo seja permitido, nem tudo convém. E, se o corpo pertence ao Senhor,
por direito de redenção, não se deve permitir que nada ou ninguém o domine, a
não ser o próprio Senhor que, pelo Seu Espírito, habita no corpo do cristão...
Apostolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante.
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