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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

SENTIMENTO, CHAMADO AMOR...


SENTIMENTO, CHAMADO AO AMOR - JO 13:31-35...
Jesus traçou para nós uma caminhada de CRESCIMENTO: forte por meio da adoração, numérico por meio do evangelismo, intenso por meio do discipulado, amplo por meio do ministério e caloroso por meio da comunhão. Nesta ganhamos a paternidade divina e uma nova irmandade – a família da fé – que se expressa numa comunhão que tem como essência o AMOR.

Esta chamada ao amor deu-se dentro de um CONTEXTO específico: 1. Ceia (Jo 13:1-30) – foi um tempo de intimidade (Jesus ficou exclusivamente com Seus discípulos), sinceridade (Jesus falou abertamente sobre a Sua traição sem contudo citar o nome do traidor – Jo 13:2, 10-11, 18-19, 21-27), fragilidade (Jesus estava emocionalmente abalado – 13:21), curiosidade (os discípulos queriam saber quem era o traidor – 13:22). 2. A saída de Judas (v. 31 – “ele saiu”): porque apesar de ter acesso à intimidade de Jesus durante a ceia, preferiu desenvolver sua intimidade com satanás (13:2); porque apesar de ter tido uma nova oportunidade de ficar verdadeiramente com Jesus a partir da ceia, preferiu ficar definitivamente com satanás (13:27); porque saiu de onde na verdade nunca tinha entrado (Jo 6:70). 3. A glorificação de Jesus – foi imediata (v. 31, 32); significou a glorificação do próprio Deus (v. 31-32) pois Ele fazia a vontade do “Pai” (Jo 17:4); foi um processo que envolveu a Sua morte, ressurreição, ascensão e glorificação. 4. A ausência temporária de Jesus (v. 33). Como deveriam viver os discípulos nesta ausência de Jesus? Em comunhão através do amor..... MAS O QUE É ESTA CHAMADA AO AMOR?

AMOR É UM MANDAMENTO (v. 34) – ele não é uma opção (sujeita à nossa aprovação ou rejeição), não é um chavão (presente no “dialeto” dos evangélicos mas muitas vezes ausente de suas vidas) e não é um sentimento (preso às oscilações das circunstâncias). Amar é uma ordem que precisa ser cumprida agora!

AMOR É NOVO (v. 34) – ele não é novo no sentido de originalidade pois sua origem é antiga (Dt 6:5; Lv 19:18), mas porque em Cristo assumiu uma nova força, dimensão e perspectiva: Nele quem ama cumpre toda a lei antiga (Rom 13:8-10) e vive numa nova aliança espiritual que se renova permanentemente (I Co 13:13).

AMOR É RECÍPROCO (v. 34) – não significa amar aqueles que nos amam – um ou outro, um e outro (Mt 5:43-48), mas amar “uns aos outros” , trilhando um caminho de reciprocidade sem preconceitos, sem restrições, sem falsas motivações...

AMOR TEM UM MODELO : JESUS (v. 34) – não é um amor de referenciais humanos como literatura, telenovelas, cinema, artes plásticas...., é o amor que tem Jesus como referencial divino (Jo 13:1-17): um amor que resistiu ao tempo e as fragilidades daqueles que amou, que foi traduzido em gestos concretos como o a ceia e o lava-pés, que não hesitou em sacrificialmente ir até o fim = a morte.

AMOR QUE É SINAL DO DISCÍPULO (v. 35) – o sinal do verdadeiro discípulo de Jesus não é institucional (denominação religiosa), visual (cabelo, pelos, vestuário), verbal (usar expressões do “dialeto” evangélico) ou local (frequentar o “templo da moda”). O sinal do discípulo é o “amor concreto” = “se tiverdes amor” (v. 35) que envolve: tempo – “a melhor maneira de soletrar amor é t-e-m-p-o, o maior presente que você pode dar a alguém é o seu tempo” (Rick Warren); reconhecimento – “um bom elogio pode me manter vivo durante dois meses” (Mark Twain); serviço – quem ama concretamente disponibiliza inteligência, conhecimento, sabedoria, habilidades, talentos, dons, enfim, usa sua experiência para ministrar na vida daqueles a quem ama; persistência – por mais difícil que seja, nunca desiste de amar (I Co 13).

CONCLUINDO, lembro a palavra oportuna dita por madre Teresa de Calcutá: “não é o que você faz, mas quanto amor você dedica no que faz que realmente importa”. Para amar assim precisamos lembrar sempre que a via principal do amor chama-se relacionamento, o qual pressupõe uma aliança com um pequeno grupo de pessoas que, partilhando a vida comunitária em células, vivencia a comunhão obedecendo ao grande chamado do amor! Que Jesus promova cada vez mais este grande amor em nós, usando-o como instrumento de geração de novos discípulos (Jo 17:21), é a minha oração...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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