ISMAEL ABANDONADO PELO SEU PAI E AMADO POR DEUS...
Gênesis 15:1-6, 16:1-16, 17:15-23, 21:8-21 e 25:12-18
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SÉRIE DESCOBERTAS II
OS PATRIARCAS – CHAMADOS PARA IMPACTAR O MUNDO
INTRODUÇÃO
TEXTOS BÍBLICOS
ENTENDENDO O CONTEXTO
ENTENDENDO O TEXTO
Um homem de 75 anos, criado no Iraque em uma família idólatra por volta do ano dois mil antes de Cristo, deixa sua cidade natal, uma metrópole moderna para os padrões da época, e vai para a Palestina.
Foi uma viagem extremamente longa, que o levou a passar por regiões que hoje são conhecidas como Turquia, Síria e Líbano, acompanhado de seus familiares, servos e rebanhos. Ele empreendeu esta viagem por ordem do Deus Único, criador dos céus e da terra, que lhe prometeu abençoar e fazer dele e de seus descendentes uma grande nação.
Depois de 10 anos de espera, sua mulher, já sem esperanças de ter filhos (e até, quem sabe, temendo algumas das conseqüências mencionadas anteriormente) , resolve sugerir a Abraão que, para resolver o problema, lancem mão de um recurso muito utilizado na época: ter descendência através de uma de suas escravas, no caso a egípcia Agar.
Como fruto desta decisão nasceu Ismael, o “filho da outra”.
O nascimento de Ismael trouxe uma série de dificuldades familiares. A primeira ocorreu inclusive antes do seu nascimento, quando Agar, sabendo que estava grávida, começou a ter uma atitude soberba em relação a Sara. Abraão, lavando suas mãos, autorizou Sara a fazer o que bem entendesse para resolver a situação. Como resultado, Agar foi tão humilhada por Sara que resolveu fugir, resultando no primeiro encontro dela com o Anjo do Senhor (Ler Gênesis 16.7-15).
Durante treze anos Abraão acreditou que Ismael seria seu herdeiro, e que as promessas de Deus se cumpririam por meio dele. Certamente Agar, a escrava, havia lhe contado que o Anjo do Senhor, no deserto, anunciou que os descendentes de Ismael seriam uma grande nação, que era a mesma promessa que Deus havia feito a Abraão. É por isso que ele pede a Deus que Ismael seja seu herdeiro (Gênesis 17.18). Isto era algo perfeitamente aceitável culturalmente, além de estar de acordo com os códigos legais da época.
Porém, Deus tinha outros planos. Vinte e quatro longos anos depois de ter recebido a promessa de Deus, e quando Ismael já tinha 13 anos, é que o Senhor lhe fala claramente que a promessa de que ele seria pai de uma grande nação se cumpriria através do filho que ele teria com Sara, sua esposa legítima, que naquela época tinha quase 90 anos (Gênesis 17.15-23), e não através de Ismael. Mesmo assim, o Senhor fez importantes promessas a Abraão sobre Ismael.
Quando Isaque, filho de Abraão e Sara, nasceu, Ismael tinha 14 anos. Dois ou três anos depois, numa festa em que se comemorava o dia que Isaque foi desmamado, Sara viu Ismael caçoando de Isaque e disse a Abraão que rejeitasse Agar e Ismael, para que Ismael não fosse herdeiro juntamente com Isaque (Gênesis 21.8-10).
Esta situação entristeceu sobremaneira a Abraão, mas Deus lhe disse que não temesse, pois apesar de que as promessas se cumpririam por meio de Isaque, por causa de Abraão Ismael também seria abençoado.
Abraão despediu Agar e Ismael, que perambularam pelo deserto até que os suprimentos de alimento e água terminaram e eles achavam que a morte seria o desfecho inevitável. Foi nestas condições que o Anjo do Senhor aparece mais uma vez para Agar, e repete as promessas feitas 17 anos antes, numa situação muito similar (Gênesis 21.11-21).
ISMAEL, UM ERRO? AS PROMESSAS DE DEUS PARA ISMAEL
(Gênesis 16.1-16; 17.15-23; 21.8-21)
Além dessas promessas o texto bíblico nos afirma que Deus estava com Ismael durante seu crescimento.
Quando olhamos desta perspectiva, dificilmente podemos afirmar que Ismael foi um erro. Podemos até chegar à conclusão que Abraão e Sara se precipitaram, que lhes faltou fé. Mas, nenhum ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, é um erro. Qualquer pessoa, por mais difíceis e complexas que tenham sido as circunstâncias envolvendo seu nascimento (o que claramente foi o caso de Ismael), merece respeito, dignidade e oportunidade para desenvolver todo seu potencial.
(O EXEMPLO DE ALGUÉM QUE PERGUNTOU: “Pastor, eu sou fruto de uma relação extra conjugal. Será que aos olhos de Deus eu sou um erro?)
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
A Bíblia afirma, em Gênesis 21.21, que Agar e Ismael (que se casou com uma egípcia), habitaram no deserto de Parã, situado ao noroeste da Península do Sinai, que hoje pertence ao Egito.
Em Gênesis 25.12-18 vemos os nomes dos doze filhos de Ismael, “doze príncipes de seus povos”, mostrando o inicio do cumprimento das promessas de Deus sobre Ismael. De acordo com a mesma passagem eles habitaram na península arábica, no que hoje seria a Arábia Saudita e o Iêmen.4
Dos descendentes de Ismael formaram-se diferentes tribos árabes. Eles eram nômades e se estabeleceram “fronteiro a todos os seus irmãos” (Gen. 25-18), provavelmente referindo-se aos descendentes de Abraão por meio de Isaque.
Tudo isto ocorreu entre os anos 2000 e 1500 antes de Cristo.
Ao redor do ano 610 depois de Cristo, aproximadamente dois mil anos após a morte de Ismael, um árabe, afirmando ser descendente de Abraão através de Ismael, inicia seu “ministério profético”. Ele dizia ser enviado pelo Deus de Abraão para anunciar aos descendentes de Ismael que deveriam adorar o único e verdadeiro Deus, e que deveriam deixar os deuses que eram adorados por todas as tribos árabes.
Esta mensagem, proclamada por Maomé, teve tanta aceitação que as tribos árabes, antes inimigas, se uniram ao redor de uma única mensagem e um mesmo idioma e, em menos de 100 anos, conquistaram uma grande parte do mundo até então conhecido.
De acordo com o historiador Hamada,
Na Espanha muçulmana, cidades como Sevilha, Córdoba e Granada tornaram-se importantes centros culturais e de progresso científico. Grandes obras arquitetônicas foram construídas. Sob a égide de pensadores e acadêmicos árabes, áreas de conhecimento como a filosofia, medicina, matemática e astronomia se expandiram a tal ponto que se transformaram na principal fonte de conhecimento dos europeus durante muitos anos.
Não é sem razão que, recentemente, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, num discurso realizado na Universidade do Cairo, no Egito, afirmou que os árabes carregaram
Hoje, milhões de árabes ao redor do mundo se consideram “filhos de Ismael” e descendentes espirituais de Abraão e do seu Deus.
Nos últimos 1500 anos erros foram cometidos por judeus, cristãos e árabes muçulmanos. Os árabes, com seus exércitos, conquistaram terras consideradas cristãs. Os cristãos, com as cruzadas a partir do século XI, mataram cruelmente multidões de árabes muçulmanos. Os judeus, nos últimos 50 anos, estão fazendo o possível e o impossível para dizimar aldeias e cidades palestinas, matando milhares de crianças, mulheres e idosos.
Porém, não podemos imputar esta situação a um suposto erro de Abraão, ou mesmo a seu descendente Ismael.
Maomé começou a pregar sua mensagem sobre um Deus único, criador dos céus e da terra, no século VII d.C. Nesta época, ou seja, sete séculos depois de Cristo ter deixado o mandamento de anunciarmos o evangelho a todas as nações, os povos árabes ainda não tinham sido evangelizados, e a Bíblia ainda não havia sido traduzida para o idioma árabe.
Será que se nós, cristãos, tivéssemos chegado antes de Maomé pregando não somente o Deus único, criador dos céus e da terra, mas também a salvação que há em seu filho Jesus, a história não teria sido outra? Será que os Árabes não teriam deixado seus ídolos para seguir o Messias?
O QUE APRENDEMOS SOBRE DEUS NA HISTÓRIA DE ISMAEL
SERÁ QUE DEUS DESISTIU DE ISMAEL E SEUS DESCENDENTES?
Em Gênesis 25 vemos os nomes dos descendentes de Ismael. O primogênito foi Nebaiote e o segundo filho foi Quedar. Deles, povos foram formados.
No capítulo 60 do livro de Isaías, que trata sobre a glória de Israel no reino milenar em que Cristo reinará, vemos, no versículo 3, que os povos se encaminharão para a luz que emanará de Jerusalém. Entre estas nações vemos os nomes de Nebaiote e de Quedar, ou seja, representantes de povos árabes, descendentes de Ismael.
Em Apocalipse 5.9 vemos que o Cordeiro comprou para Deus pessoas de toda tribo, língua, povo e nação. Sem dúvida alguma aí estão incluídos os descendentes de Ismael, o menino filho de uma escrava estrangeira, que foi abençoado por Deus e cujo destino era se tornar uma grande nação.
Ao dizermos tudo isto não estamos negando o inegável. Obviamente Isaque foi o filho da promessa e foi através da linhagem de Isaque que foi formado o povo escolhido. Foi através da linhagem de Isaque que nasceu o Messias. E é através do Messias, descendente de Isaque, que a promessa feita por Deus a Abraão em Gênesis 12, de que todos os povos da terra serão abençoados, se cumprirá.
Porém, Deus também amou a Ismael e seus descendentes. Tanto foi assim que a Bíblia nos afirma que um dia eles serão reunidos no aprisco do Messias.
Se Deus também amou Ismael, nós, cristãos, devemos fazer o mesmo.
Por mais que uma minoria árabe muçulmana, descendente de Ismael, esteja causando morte e destruição por meio de ações terroristas, o mandamento de Cristo continua sendo o mesmo: ide e pregai a toda criatura, e não somente aos pacíficos e bem comportados...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
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