Subscribe:

quinta-feira, 4 de abril de 2013

POR UMA IGREJA RESTAURADA...



POR UMA IGREJA RESTAURADA...

Apocalipse - 3 - 14 : 21
- Neste mês estamos refletindo sobre o livro de Apocalipse em especial as cartas às sete igrejas da província da Ásia, igrejas que nasceram da evangelização dos apóstolos e cristãos que através do seu testemunho semearam o Evangelho nessas cidades, cartas que nos ajudam a revermos em nossa vida, a prática dos princípios da palavra de Deus sobre o ser igreja.

- Ao refletirmos sobre a igreja de Laodicéia, temos que nos lembrar que esta cidade era muita rica, com uma circulação de muitas moedas, pois, era um grande centro econômico da época com a presença de bancos, sendo considerada uma cidade suficiente economicamente. Laodicéia era uma cidade com amplo desenvolvimento cultural e conhecida pelo seu excelente curso de medicina e a fabricação de remédios para os olhos. Na indústria fabricavam tecidos, a partir da Manu faturação de lã, uma cidade pujante e senhora de si.

- Com isso, podemos dizer que a igreja estava inserida neste contexto de abundância e desenvolvimento. Talvez fosse uma igreja com a participação de pessoas de todos os níveis sociais, desde pedreiros a grandes empresários, de professores a secretárias do lar. Talvez uma igreja que tivesse tudo do ponto de vista material, mas que estava enfrentando sérias dificuldades, mas que tipo de dificuldade?

- Ao lermos Apocalipse 3:14-21 vemos uma igreja que estava passando por sérias dificuldades não no aspecto financeiro como muitas igrejas da época passavam, mas espiritualmente, estavam vivendo em uma apatia espiritual. A igreja estava necessitando ser restaurada em seu relacionamento com Deus. Então, como alcançar essa restauração?

I - Reconhecendo nossa real situação espiritual (vv.14-17)
- Você já parou para pensar o que Deus pensa de nossa igreja? Como está aos olhos dele nossa vida espiritual? Muitas vezes pensamos que estamos bem, que Deus está se alegrando ou concordando com nosso estilo de vida, mas a exortação de Jesus é que ele conhece as obras da igreja (v.15): "Conheço as suas obras...".

- No caso da igreja de Laodicéia eles eram mornos, como vemos no versículo 15-16 eles não eram nem frios e nem quentes, havia uma apatia espiritual, talvez aqueles que oravam todos os dias, já não estavam orando mais, talvez aquele que lia e memorizava versículos já havia deixado essa prática, além disso, vemos que havia no coração dessa igreja, soberba espiritual que não agradava e não agrada ao coração de Deus.

- João traça um antagonismo entre uma igreja que se diz ser rica, porém sendo pobre (v.17). Quando falamos de ser rico ou pobre não estamos nos referindo no âmbito econômico, pois, há pessoas que são ricas materialmente e ricas na graça de Deus (Jó), há pessoas que são ricas materialmente e pobres espiritualmente (Jovem rico que não seguiu Jesus), há pessoas que são pobres materialmente e ricas na graça de Deus (Bartimeu) e há pessoas que são materialmente pobres e também espiritualmente (Judas Iscariotes).

- Precisamos entender que de fato, Deus sabe de todas as coisas, como vimos ele conhece nossas obras. O rei Salomão escreve que os olhos do Senhor estão em todos os lugares (Provérbios 15:3), também o salmista reconhece no Salmo 139:1-4 que Deus sabe tudo o que pensamos, fazemos e falamos.

- Observamos que a igreja de Laodicéia tinha dificuldades de reconhecer sua real situação, talvez por cegueira, acomodação ou soberba de pensar que do jeito que estavam vivendo era o correto. Diante desse quadro vemos na pessoa de Jesus a possibilidade de reconhecermos nossa real situação espiritual, como Zaqueu em Lucas 19:1-10.

II - Recebendo o tratamento e disciplina de Deus (vv.18-19)
- Creio que uma das piores situações é aquela quando a pessoa até sabe que têm um problema, porém, ela acredita piamente que não precisa de ajuda, tratamento ou correção. Assim era a igreja de Laodicéia, eles não queriam a ajuda de Deus, muito menos, serem tratados e disciplinados, pois havia nessa igreja um sentimento de autossuficiência.

- Então, como já vimos no v.17, João diz que a igreja está pobre, nua e cega, dizendo na realidade que dinheiro nenhum pode torná-los ricos diante de Deus, que tecido nenhum pode vesti-los diante de Deus e que colírio nenhum pode devolver a vista deles e nem tirá-los da mornidão espiritual (pessoas que dizem sim para Jesus e sim para o mundo, que andam de mãos dadas com o sistema deste século).

- É por isso que no v.18 a igreja é aconselhada a comprar de Jesus ouro refinado para se tornar de fato rica; roupas brancas para cobrir sua vergonhosa nudez e colírio para ungir os olhos e enxergar. E no v.19 a se arrepender dessa proposta de vida cristã, aceitando a disciplina do Senhor, pois, Deus disciplina aqueles a quem ama, para que o mesmo alcance a santificação, levando o cristão a produzir frutos de justiça e paz (Provérbios 3:11-12; Hebreus 12:5-13).
O que significa isso? Que o "receber" no sentido de aceitar o tratamento e disciplina de Deus nos conduz como Igreja a restauração. É como um tratamento dentário, onde a única maneira de conseguir os resultados nos dentes é submetendo-se ao tratamento, mesmo que doa, mesmo que sofra, mesmo que tenha um preço a ser pago. É como uma disciplina que um pai aplica em seu filho, ao aplicar a vara e a correção os pais estão forjando o caráter de seu filho, mesmo sendo doloroso para ambas as partes é de extrema necessidade para que o mesmo tenha caráter e postura.

- O único que pode tirar a mornidão espiritual das nossas vidas é o próprio Jesus, pois aqueles que vivem dessa maneira, nem frio ou nem quente, esses serão vomitados da boca de Deus (v.16), pois estão rejeitando o filho de Deus, a testemunha fiel, o amém de Deus, aquele por meio de quem Deus criou todas as coisas (v.14) e para que isso não aconteça, temos que aceitar o tratamento e a disciplina do Senhor em nossas vidas.

III - Convidando Jesus para um relacionamento de comunhão plena (vv.20-22)
- Quando penso na restauração de uma igreja, de uma célula, de uma família da igreja, de um cristão, penso na pessoa de Jesus, pois a presença dele faz toda a diferença. Basta ver nossos encontros, tudo o que fazemos como igreja é uma bênção porque Jesus está presente (Mateus 18:20). Porém, Jesus não deve estar presente apenas em nossos cultos, mas em nossas vidas.

- Ao meditarmos sobre a igreja de Laodicéia percebemos que eles estavam se esquecendo de Jesus, talvez os cristãos de Laodicéia estivessem enxergando a igreja apenas como um ambiente de pessoas de bem e no caso deles de "bens", para eles a igreja era um clube social, onde se reuniam apenas para confraternizar-se, para e na ótica deles "louvar a Deus" e "prestar culto ao Senhor".

- No v.20 Jesus diz a igreja: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele e ele comigo". Aprendemos que muitas igrejas e cristãos estão deixando Jesus para o lado de fora de suas casas (vida), sendo que ele deveria estar dentro. Ao convidarmos Jesus para um relacionamento de comunhão plena, que é o sentido do v.20, temos a possibilidade de sermos restaurados por Deus.

- Para que a restauração de Deus aconteça em nossas vidas temos que ouvir a voz de Jesus, na realidade João 10:14-18 nos fala sobre isso, de que as ovelhas de Jesus ouvem a sua voz. Apocalipse 3:20 geralmente é utilizado para persuadir incrédulos para a fé em Cristo, mas o texto bíblico não se refere à não convertidos e sim a cristãos de uma igreja que estão vivendo longe de Deus e que precisam ouvir a voz do mestre e retornarem para ele.

- De acordo com Apocalipse 3:20 se alguém ouvir a voz de Jesus e convidá-lo para entrar, para jantar (um relacionamento de comunhão plena), vai ter sua vida restaurada. A pessoa vai deixar de ser fria ou morna, pois estará em plena comunhão com Cristo. O ato de convidar Jesus para essa comunhão plena, faz com que o cristão deixe de ser pobre espiritualmente para ser rico, deixe a cegueira e comece a enxergar o agir de Deus, deixe de andar nu, sendo vestido com vestes brancas e principalmente, tenha acesso à promessa de Deus, de se assentar com Cristo em seu trono (v.21).

Conclusão
- Precisamos da restauração de Deus, talvez uns mais e outros menos, mas fica claro, principalmente diante dessa palavra, que tenhamos que clamar o nome de Jesus para que ele restaure as nossas vidas como igreja.

- Neste estudo vimos que para alcançarmos a restauração que estamos buscando em Deus como igreja, temos que reconhecer nossa real situação espiritual, reconhecer que somos falhos e que precisamos de Deus, recebermos o tratamento e disciplina de Deus, muitas vezes queremos as bênçãos, mas ao sermos tratados e disciplinados por Deus somos restaurados e conseqüentemente abençoados, além do privilégio que temos de convidar Jesus para um relacionamento de comunhão íntima e plena.

- "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei (restaurarei) a sua terra". 2 Crônicas 7:14.

- Que Deus nos abençoe e nos ajude a olharmos para a experiência da igreja de Laodicéia e não queiramos ser uma igreja amoldada a sociedade, que não nos gloriemos de nossas condições, pois tudo que temos e tudo que somos é proveniente de Deus, então, que possamos viver em total dependência e obediência ao Senhor Jesus...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE

0 comentários :

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.