ASSIM TE DIGO VÁ E NÃO PEQUES MAIS...
Jesus estava no templo pregando, quando trouxeram uma mulher
pega em adultério, a qual devia ser apedrejada por seu pecado... A resposta do
Mestre transformou-se em palavras célebres, repetidas como ditado popular, música
e outras manifestações: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra.”
O episódio é bastante conhecido. Muitas vezes a resposta de Jesus é o que mais
nos impacta no sentido de uma conclamação pessoal para que cada um veja o
próprio pecado e, assim, não julgue o do outro.
Porém, o texto evangélico nos dá outras pistas da atitude de Jesus em
relação ao pecado deveras importantes na compreensão da misericórdia de Deus.
Quando os escribas e os fariseus apresentam a mulher a
Jesus, Ele não responde de imediato. Ao
contrário, abaixa-se e começa a escrever na terra. (cf. Jo 8,6). Muito provavelmente os homens que conduziram
a mulher a Jesus fizeram isso de forma barulhenta e chamava a atenção sobre si,
tornando ainda mais constrangedora a situação.
Jesus, porém, não dá atenção àquele tumulto, nem tampouco o inflama ou
dele participa. Ao contrário, abaixa-se
e começa a escrever no chão como se não houvessem falado com Ele. Jesus só vai responder diante da insistência
– que devia estar constrangendo ainda mais a mulher! E o faz com tanta
tranquilidade que logo volta a escrever no chão. Aos poucos, todos vão reconhecendo seu
próprio pecado e retiram-se do local. Só
quando Jesus percebe-Se sozinho com a mulher é que Ele, então, vai dirigir-se a
ela e lhe perdoar os pecados. Duas
coisas aqui chamam a atenção: Uma é a sua atitude quase que indiferente diante
da situação proposta pelos escribas e fariseus; outra, está em que Jesus
poderia ter perdoado o pecado da mulher diante da multidão e, assim, se “auto
propagandear”, mas não o faz.
Ora, para Jesus – e para o Pai – o importante não é o
pecado, mas o pecador. Jesus se recusa a
participar daquele ato que visivelmente constrangia e fazia sofrer uma pessoa –
ainda que esta tivesse sido pega em uma situação pecaminosa. Ele odeia o pecado, mas ama o pecador e,
nessa dimensão de amor, não pode ter outra atitude que não seja a de
acolhimento – o não julgamento, o perdão e, por fim, a confiança em deixá-la ir
para não mais pecar.
Em vários episódios em que dá o perdão dos pecados, Jesus
nos deixa essa ordem: vá e não tornes a pecar!
Ele acredita na força do desejo de conversão humana; sabe que o pecado
nos diminui e nos exclui e sabe que isto não é bom. Assim, acredita que podemos transformar nossa
vida – ainda que essa transformação seja uma luta diária – e não mais cair
naquele pecado. É uma afirmação de que
acredita em cada um de nós e sabe de nossa capacidade de mudança.
Acreditemos, pois, nesse Jesus que não nos condena; ao
contrário, nos reabilita e nos introduz no mistério de uma misericórdia que o
coração humano não é capaz de sentir – o amor incondicional de Deus, que não
pré-julga, não pré-conceitual e não exclui, mas, apenas ama.
Texto para oração: Jo 8, 1-11
Não peques mais!
Jesus estava no templo pregando, quando trouxeram uma mulher
pega em adultério, a qual devia ser apedrejada por seu pecado... A resposta do
Mestre transformou-se em palavras célebres, repetidas como ditado popular,
música e outras manifestações: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra.”
O episódio é bastante conhecido. Muitas vezes a resposta de Jesus é o que mais
nos impacta no sentido de uma conclamação pessoal para que cada um veja o
próprio pecado e, assim, não julgue o do outro.
Porém, o texto evangélico nos dá outras pistas da atitude de Jesus em
relação ao pecado deveras importantes na compreensão da misericórdia de Deus.
Quando os escribas e os fariseus apresentam a mulher a
Jesus, Ele não responde de imediato. Ao
contrário, abaixa-se e começa a escrever na terra. (cf. Jo 8,6). Muito provavelmente os homens que conduziram
a mulher a Jesus fizeram isso de forma barulhenta e chamava a atenção sobre si,
tornando ainda mais constrangedora a situação.
Jesus, porém, não dá atenção àquele tumulto, nem tampouco o inflama ou
dele participa. Ao contrário, abaixa-se
e começa a escrever no chão como se não houvessem falado com Ele. Jesus só vai responder diante da insistência
– que devia estar constrangendo ainda mais a mulher! E o faz com tanta
tranquilidade que logo volta a escrever no chão. Aos poucos, todos vão reconhecendo seu
próprio pecado e retiram-se do local. Só
quando Jesus percebe-Se sozinho com a mulher é que Ele, então, vai dirigir-se a
ela e lhe perdoar os pecados. Duas
coisas aqui chamam a atenção: Uma é a sua atitude quase que indiferente diante
da situação proposta pelos escribas e fariseus; outra, está em que Jesus
poderia ter perdoado o pecado da mulher diante da multidão e, assim, se “auto
propagandear”, mas não o faz.
Ora, para Jesus – e para o Pai – o importante não é o
pecado, mas o pecador. Jesus se recusa a
participar daquele ato que visivelmente constrangia e fazia sofrer uma pessoa –
ainda que esta tivesse sido pega em uma situação pecaminosa. Ele odeia o pecado, mas ama o pecador e,
nessa dimensão de amor, não pode ter outra atitude que não seja a de
acolhimento – o não julgamento, o perdão e, por fim, a confiança em deixá-la ir
para não mais pecar.
Em vários episódios em que dá o perdão dos pecados, Jesus
nos deixa essa ordem: vá e não tornes a pecar!
Ele acredita na força do desejo de conversão humana; sabe que o pecado
nos diminui e nos exclui e sabe que isto não é bom. Assim, acredita que podemos transformar nossa
vida – ainda que essa transformação seja uma luta diária – e não mais cair
naquele pecado. É uma afirmação de que
acredita em cada um de nós e sabe de nossa capacidade de mudança.
Acreditemos, pois, nesse Jesus que não nos condena; ao
contrário, nos reabilita e nos introduz no mistério de uma misericórdia que o
coração humano não é capaz de sentir – o amor incondicional de Deus, que não
pré-julga, não pré-conceitual e não exclui, mas, apenas ama...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
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