APRENDENDO A PERSEVERAR
O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, destaca três imperativos vitais para a vida cristã. Que imperativos são esses? Vejamos: “Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração perseverantes” (Rm 12.12).
Em primeiro lugar, precisamos ter uma esperança cheia de alegria (Rm 12.12a). A esperança é o combustível que nos alimenta em nossa jornada rumo ao futuro. Sem esperança, tombaremos vencidos nas estradas na vida. Sem esperança nossa alma murcha no calor tórrido da existência, nosso sorriso apaga-se em nossos lábios e o choro amargo embaça nossa visão. Sem esperança a vida torna-se um fardo pesado, um grito de dor, uma sinfonia de gemidos. A esperança é o óleo que unge nossa cabeça, a força que tonifica a nossa alma, a motivação que impulsiona a nossa caminhada. Muitas pessoas já naufragaram nas tempestades da vida e perderam a esperança de livramento. Outras, só esperam aquilo que lhes traz desesperança. Nós, todavia, somos daqueles que esperam até mesmo contra a esperança. Nossa esperança não é uma expectativa vaga, mas uma certeza experimental. Não se confunde, porque o amor de Deus é derramado em nossos corações. Por isso, é tempo de avançarmos rumo ao futuro com um cântico nos lábios e desfraldando o pendão da vitória, regozijando-nos na esperança.
Em segundo lugar, precisamos ter uma paciência triunfadora na tribulação (Rm 12.12b). A vida não é um parque de diversões nem uma colônia de férias. Não vivemos numa estufa espiritual nem estamos blindados contra as vicissitudes da vida. Estamos sujeitos às borrascas perigosas e às crises mais avassaladoras. Muitas vezes, somos assolados por circunstâncias amargas. É uma doença grave, um divórcio doloroso, um luto traumático. Muitas vezes, somos atacados com armas de grosso calibre e nossos inimigos conspiram contra nós para nos destruir. Somos vítimas de calúnias injuriosas, de acusações levianas e de mentiras destrutivas. Não raro, ao passarmos por esse vale de prova, por esse deserto causticante, ficamos impacientes e até revoltados. A ordem da palavra de Deus, porém, nos leva para outra direção. Devemos ser pacientes na tribulação. A paciência aqui não é uma atitude estoica de suportar a dor com os dentes trincados, mas é lidar com a tribulação com um otimismo inabalável. A tribulação é uma prensa que nos esmaga, o rolo compressor que passa sobre nós como um descascador de cereais que separa a palha do grão. As tribulações não vêm para nos destruir, mas para nos purificar, para nos tornar mais parecidos com Jesus, que aprendeu pelas coisas que sofreu. Se você está sendo provado, acalme seu coração. Tenha paciência, pois Deus está trabalhando.
Em terceiro lugar, precisamos ter uma firme perseverança na oração (Rm 12.12c). A oração é a usina de poder que mantém nossa vida em movimento. Sem oração não há força para caminharmos vitoriosamente. A oração une a fraqueza humana à onipotência divina e conecta o altar com o trono. A oração liga a terra ao céu. Quando oramos, movemos a mão daquele que move o mundo. O Deus soberano escolheu agir na história por intermédio da oração de seu povo. Tornamo-nos parceiros de Deus no governo do mundo por meio da oração. Mas, não basta orar; precisamos perseverar na oração. Muitos têm entusiasmo para começar uma reunião de oração, mas perdem o vigor no meio do caminho e retrocedem. O fogo no altar da oração não pode apagar. Precisamos orar sem cessar. Precisamos orar sempre sem esmorecer. Essa é uma batalha sem trégua, um luta sem pausa. Se a igreja parar de orar, ela perde o poder. A oração, porém, abre o caminho para a plenitude do Espirito e a plenitude do Espírito produz santidade e poder. Os grandes avivamentos da história foram precedidos por perseverantes reuniões de oração. Os grandes problemas do mundo foram vencidos quando a igreja de Deus se pôs de joelhos. Não cesse de orar, pois coisas grandes da parte de Deus estão a caminho.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante
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