FALANDO SOBRE A VIÚVA DE
NAIM...
Lucas 7.11-17
Após o Sermão do Monte, os Evangelhos em suas passagens
paralelas, afirmam que “descendo ele (Jesus) do monte, grandes multidões o
seguiram” (Mateus 8.1). Dessa hora em diante, Jesus estaria cercado de
multidões por onde quer que fosse, veja comigo Lucas 7.1, 9, 11.
Lucas 7.1 – Tendo Jesus concluído todas as suas palavras
dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum.
Cafarnaum foi a cidade onde Jesus escolhe para morar durante o
seu ministério terreno.
Lucas 7.9 – Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus dele e,
voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem mesmo em
Israel achei fé como esta.
Lucas 7.11 – Em dia subsequente, dirigia-se Jesus a uma cidade
chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão.
Jesus, porém, não via os que o cercavam simplesmente como
pessoas em massa. Ele os via como indivíduos com necessidades. A frase
registrada em Lucas 7.13 expressa a atitude de Cristo: “Vendo-a, o Senhor se
compadeceu dela…”.
Esta passagem está dentro do grande ministério de Jesus na
Galiléia. É uma parte do seu ministério que poderíamos intitular de “Jesus se
importa!”. O capítulo 7 completo, contém quatro exemplos vívidos do cuidado e
da compaixão de Jesus pelas pessoas ao Seu redor. Dois desses exemplos também
se encontram no Livro de Mateus.
Com o que, segundo Lucas 7, Jesus se importa? 1º) Jesus se
importa quando a doença chaga aos nosso lares – Lucas 7.1-10; 2º) Jesus se
importa quando a morte chega e entristece nossos corações – Lucas 7.11-17; 3º)
Jesus se importa quando a dúvida chega e tortura nossas mentes – Lucas 7.18-35;
e 4º) Jesus se importa com a nossa situação diante de Deus – pecadores – Lucas 7.36-50.
Nosso tema de hoje é “Três lições da ressurreição do filho da
viúva de Naim”.
Na sequência da cura milagrosa à distância Lucas relata em seu
material exclusivo um episódio em que o Senhor, com solícita misericórdia,
ajuda uma viúva na miséria. O Senhor compadece-se não apenas de uma pessoa cuja
grande fé é admirável, mas também demonstra sua comiseração quando o lamento na
miséria fez desaparecer qualquer vestígio de fé.
1ª) Lição:
Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre
toma a iniciativa.
de vir ao nosso encontro.
Em dia subsequente, dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim,
e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão. Como se aproximasse da
porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande
multidão da cidade ia com ela.
vv.11, 12
1. v.11a – ...dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim...
Jesus caminhou entre um e dois dias para chegar a Naim, pois
está cidade está, a mais ou menos, 50 Km de Cafarnaum. A cidade fica entre o
Monte Tabor e o Monte Hermon. Aquela localidade significava e era chamada de “a
encantadora” ou, segundo o Talmude, “a agradável”. Até o dia de hoje, a uns dez
minutos de Naim, há um cemitério de tumbas de pedra onde os mortos são
sepultados.
No momento certo, Jesus chega, acompanhado dos discípulos e de
uma grande multidão, às proximidades do portão da cidade de Naim. O que
acontece diante deste portão pode ser designado como uma prova perfeita da
providência e condução divinas particularmente consoladoras.
2. v.11b, 12b – ... e iam com ele os seus discípulos e numerosa
multidão. ... e grande multidão da cidade ia com ela.
Temos duas grandes multidões, a que estava com Jesus e a que
estava com a viúva. 1) Uma vinha alegre e esperançosa de ouvir mais sobre o
reino de Deus e ver mais coisas milagrosa acontecerem por intermédio de Jesus;
2) A outra vinha chorosa e lamentado a perda de um jovem de sua cidade,
possivelmente de forma trágica.
3. v.12a – Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía
o enterro do filho único de uma viúva;
O fato de que o funeral
se dirigia para fora da cidade não era um acontecimento fortuito, mas devia-se
à circunstância de que os judeus não permitiam o sepultamento de seus mortos
dentro da cidade (entre os vivos), somente podiam ser enterrados fora dos muros
de suas localidades.
O Senhor teve de caminhar cinquenta quilômetros de Cafarnaum até
Naim, como sempre, por uma estrada quente, poeirenta, sujeitando-se a sede e
insolação torturantes, a fim de, aqui em Naim, devolver o único filho,
falecido, a uma viúva enlutada e desesperada.
Os três elementos desse v. 12 descrevem uma tríplice aflição,
que se intensifica a cada elemento e provoca uma compaixão cada vez maior.
1) Um jovem havia
falecido. Para o povo daquela época, morrer, na metade dos dias na terra,
representava um juízo divino (Sl 55.23; 102.25).
2) A morte do único
filho era considerado um juízo particularmente duro e por isso é motivo de luto
extraordinário. Em 1Reis 17.18 a viúva de Sarepta, na Fenícia, diz ao profeta
Elias, quando seu único filho havia morrido: “Ó homem de Deus… Vieste a mim
para trazeres à memória a minha iniquidade e matares o meu filho!” Em vista
disso, a amargura por causa da dor pelo único filho era até mesmo proverbial em
Israel.
3) A mãe enlutada era
viúva. Naquele momento histórico, a condição de viúva era muito dura em Israel.
Em numerosas passagens bíblicas é dito que uma viúva depende da compaixão,
porque está sem arrimo e ajuda. De acordo com a opinião judaica, um castigo de
Deus era especialmente duro quando transformava mulheres em viúvas. Por isso
aqui o lamento é duas vezes maior (Rute 1.20s; 1Timóteo 5.5; Jó 24.3).
Então, diante da porta da cidade de Naim, duas caravanas
completamente diferentes se encontraram: uma era movida pela morte, o rei dos
terrores (Jó 18.14), a outra era conduzida pelo príncipe da vida, por Jesus, o
Cristo. Segundo o costume oriental, as mulheres carpideiras e os tocadores de
flauta e címbalos iam à frente do funeral. A viúva enlutada caminhava “na
frente” do andor mortuário, e não atrás como nós costumamos fazer. O andor,
carregado nos ombros por quarto homens, era uma tábua sem tampa, sobre a qual
jazia o morto, enrolado em um pano de linho. Só seu rosto não estava coberto.
Por último, o andor era seguido pelos amigos e conhecidos.
Não importa qual a nossa situação e em que circunstancia nos
encontramos, o Senhor Jesus sempre vem ao nosso encontro. Em relação àqueles
que já o receberam pela fé, a Bíblia é clara em afirmar que ele está com eles e
nunca os desampara:
Mateus 28.20 – E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século.
Hebreus 13.5 – Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com
as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca
jamais te abandonarei.
2ª) Lição
Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre
tem o consolo certo.
Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores!
Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam,
disse: Jovem, eu te mando: levanta-te! Sentou-se o que estivera morto e passou
a falar;
e Jesus o restituiu a sua mãe.
vv.13-14
1. Primeiro, por causa de sua compaixão – v.13a – Vendo-a, o
Senhor se compadeceu dela...
Essa compaixão divina é expressa na mais poderosa palavra de
consolo dos evangelhos –... E lhe disse: Não chores! (v.13b).
Suas palavras simples manifestam o mais intenso poder do consolo
divino. Aquilo que ele declara à viúva, afundada em sua aflição, é um
testemunho de seu amor compassivo para com todos os que choram. Representa um
vigoroso prenúncio do grande e pleno “Não chores!” do vitorioso Leão da tribo
de Judá (Ap 5.5; 21.4).
Apocalipse 5.5 – Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores;
eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os
seus sete selos.
Apocalipse 21.3-5 – Então, ouvi grande voz vinda do trono,
dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles
serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos
toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor,
porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono
disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas
palavras são fiéis e verdadeiras.
2. Segundo, por causa de seu poder – v.14 – Chegando-se, tocou o
esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te!
Ignorando o fato de que , segundo a Lei, tocar o corpo de um
morto ou em alguma coisa em que um morto tivesse contato, o tornaria uma pessoa
religiosamente impura, ou contaminada cerimonialmente, Jesus mostrou,
pessoalmente, o quão ele era imune a tais contaminações e ao tocar o esquife,
além de não ser contaminado ainda poderosamente chamou o jovem à vida: Jovem,
eu te mando: levanta-te!
Essa é a primeira das três ressurreições operadas por Jesus nos
Evangelhos!
Com tensa expectativa a multidão calada observa o Senhor. A
palavra de sua misericordiosa compaixão é sucedida pela soberana ação de
socorro. Não se diz que ele tenha tocado o morto com a mão. O Senhor sobre vida
e morte tocou somente o andor. O Senhor exerceu apenas um simples comando em
autoridade própria.
Essa exclamação majestosa penetrou até o mundo dos mortos. O
falecido recebera a palavra do Senhor. A palavra da vida, saída dos lábios do
Príncipe da vida, gerou força vital no falecido. O morto aprumou-se. Não havia
necessidade de auxílio de terceiros, de uma mão, para erguê-lo. O morto
levantou-se sozinho e começou a falar. Vivia novamente como se jamais tivesse
morrido. O Cristo (o Ungido), o Messias, acordou alguém da maca mortuária com a
mesma rapidez e facilidade com que outra pessoa tenta despertar alguém do sono.
Jesus disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim,
ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá,
eternamente. Crês isto? (João 11.25, 26)
3. Terceiro, por causa de sua prontidão – v.15 – Sentou-se o que
estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe.
3ª) Lição
Diante da mais cruel realidade da vida, a morte, Jesus sempre
nos surpreende ensinando-os o verdadeiro significado das suas realizações
miraculosas.
Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo:
Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo. Esta notícia
a respeito dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
vv. 16, 17
1. Primeiro, porque um milagre verdadeiro traz temor – Todos
ficaram possuídos de temor... (v.16a)
2. Segundo, porque um milagre verdadeiro glorifica a Deus – ...
e glorificavam a Deus... (v.16b)
3. Terceiro, porque um milagre verdadeiro conduz ao Grande
Profeta, o Deus conosco, o Salvador –... Dizendo: Grande profeta se levantou
entre nós; e: Deus visitou o seu povo. (v.16c)
4. Quarto, porque um milagre verdadeiro espalha a mensagem
salvadora por todos os lugares – Esta notícia a respeito dele divulgou-se por
toda a Judéia e por toda a circunvizinhança. (v.17)
Concluindo – Lições da ressurreição do filho da viúva de Naim
1ª) Lição: Diante da mais cruel realidade da vida, a morte,
Jesus sempre toma a iniciativa de vir ao nosso encontro.
2ª) Lição: Diante da mais cruel realidade da vida, a morte,
Jesus sempre tem o consolo certo.
3ª) Lição: Diante da mais cruel realidade da vida, a morte,
Jesus sempre nos surpreende ensinando-os o verdadeiro significado das suas
realizações miraculosas...
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante.
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