ESTUDO EU VIM PARA DE ADORAR E TE LOUVAR
MEU SENHOR...
1 Crônicas 29:10-14
1. EXISTE DIFERENÇA ENTRE LOUVOR E ADORAÇÃO?
Durante muito tempo, as palavras
“Louvar” e “Adorar” foram tratadas na prática como palavras sinônimas, com
significados praticamente semelhantes. Muitos são os autores que ainda hoje,
não veem diferenças marcantes entre os dois significados. Nós, entretanto,
gostaríamos de definir alguns termos e anotar algumas diferenças, pois cremos
que elas nos ajudarão a entender melhor o conceito de cada uma destas palavras:
· Louvar: quando consultamos dicionários da língua portuguesa, notamos que
refere-se ao ato de elogiar, exaltar, enaltecer, glorificar, aplaudir,
bendizer, expressar admiração, relatar os méritos.
· Louvor: em dicionários bíblicos, como por exemplo, percebemos que o substantivo Louvor no Antigo
Testamento, é relacionado a palavras hebraicas como halal, yadha e zamar. Estas
palavras são associadas à alegria manifestada diante de Deus, de diversas
formas: cantos, gestos, instrumentos etc. No Novo Testamento, o Louvor na
Igreja da época é assim descrito no comentário bíblico:
“A alegria era a atitude dominante da
vida cristã, e embora a adoração formal e o louvor que tal alegria inspirava,
não seja explicitamente descrita ou prescrita, o motivo disso é que era
considerado como algo automático. Assim como aqueles que experimentavam a cura
e o poder purificador de Jesus, prorrompiam espontaneamente em louvor (Lc. 18:43;
Mc 2:12), semelhantemente na igreja apostólica, havia frequentes exemplos
dessas explosões espontâneas de louvor, quando os homens começaram a perceber e
a compreender o poder e a bondade de Deus, na pessoa de Jesus Cristo (At
2:46-47; 3:8; 11:18; 16:25; Ef 1:1-14)”.
· Adorar: em dicionários da língua portuguesa, significa: render culto,
expressar uma admiração reverente, venerar, amar extremamente.
· Adoração: todos os dicionários (bíblicos ou linguísticos) definem esta
palavra como um tema muito extenso. Mas o conceito essencial é de que Adoração
é a ação ou atitude de cultuar. Mostra que através dos séculos, a Igreja cristã
utilizou diferentes expressões de adoração, que caracterizam formas de cultuar
e não medem a realidade ou o grau de espiritualidade do adorador.
“Qualquer que seja a expressão do culto
como veículo de adoração, a sua forma é externa, mas a atitude do coração é
interna, muitas vezes oculta da própria percepção do adorador. Deus preocupa-se
mais com o coração do que com a forma (…). E o próprio Deus quem toma a
iniciativa na busca de verdadeiros adoradores (…). Atos religiosos (…) não
expressam necessariamente um amor real. 0 mesmo acontece com a adoração; os
atos externos mais notáveis podem facilmente enganar”.
Resumindo: Louvar está ligado ao elogio ou
exaltação que damos a Deus numa espontânea manifestação de alegria; Adorar está
ligado à nossa atitude de cultuar, que deve ser a expressão de um coração
sincero e verdadeiro.
2. ADORAR ENVOLVE UM ESPÍRITO DE GRATIDÃO
Seria quase impossível pensarem um
“verdadeiro adorador”, que não tivesse uma atitude de gratidão ao Senhor, tanto
pelo que Ele é, como pelo que Ele faz continuamente. Esta gratidão a Deus é uma
atitude tão básica na vida de adoração, que foi didaticamente ensinada pelo
Senhor desde o Antigo Testamento.
Quase
todas as orientações para as ofertas e sacrifícios dadas a Moisés, contêm
elementos de “ações de graças”. Ao oferecerem sacrifícios e
oferendas, não o faziam apenas em obediência às ordenanças do Senhor, mas também
em agradecimento pelo fato de que Ele lhes permitia continuar com vida para
poder aproximar-se dEle. Uma dessas ofertas é a pacífica, ou como normalmente é
chamada, o sacrifício pacífico” (“Adoremos”, Ed. Betânia, p. 17).
· Lv
7:11 -12: ‘‘Esta é a lei das ofertas pacíficas que alguém
pode oferecer ao SENHOR. Se fizer por ação de graças, com a oferta de ação de
graças trará (…)".
· Lv
22:29: “Quando oferecerdes sacrifício de louvores ao
SENHOR, fá-lo-eis para que sejais aceitos”.
· SI
116:17: “Oferecer-te-ei sacrifícios de ações de graças
e invocarei o nome do SENHOR".
· Jn
2:9: “Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o
que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvação!”.
Esta
foi a maneira didática de Deus ensinar ao seu povo, a importância de ser
agradecido diante dEle. Hoje, não temos a necessidade de oferecer
sacrifícios, pois Cristo na cruz foi o último sacrifício aceito por Deus, em
substituição pelos nossos pecados. Entretanto, as orientações para que sejamos
agradecidos continuam por toda a Bíblia e são válidas para nós hoje (I
Cr29:10-14;SI 100:4; I Co I5:57;2Co2:I4; Fp 4:6; I Ts5:l8).
Lendo
I "Is 5:18 você nota que no versículo que o adorador não apenas é “grato a
Deus”, mas tem a compreensão de que a vontade de Deus para Seus filhos, é que
eles EM TUDO deem graças? Acha difícil? E mesmo! Mas é um
caminho de aprendizado, em que a cada acontecimento da vida, reconhecemos a Sua
presença, o Seu suprimento, o derramamento da Sua graça, Seu consolo nas horas
difíceis … enfim, o Senhor sendo EMANUEL (Deus conosco)!
3. ADORAR ENVOLVE RELEMBRAR E CELEBRAR
Relembrar sobre quem é e quanto já nos
fez o Senhor, ajuda a que aprofundemos nossa comunhão com Ele. Este é um tempo,
em que usamos a imaginação para renovar em nossa mente, a certeza de que Deus é
o mesmo ontem, hoje e eternamente.
Como exemplo temos os versículos
1-2,14, 17 do Salmo 90, escrito por Moisés e, também, o Salmo 30:4-5,11-12,
onde Davi faz um “balanço” dos momentos bons e difíceis, vividos diante de
Deus.
Meditar
sobre estes fatos produz a expectativa que alimenta a esperança do adorador,
que resulta numa felicidade ao cultuar e num anseio de celebrar.
Consequentemente, nossos cultos na Igreja devem ser elaborados visando também
as expectativas dos ouvintes: participação e entusiasmo. Portanto, nos momentos
de adoração que temos, há espaço para possibilitar que as pessoas compartilhem
o que Deus tem feito em suas vidas, a fim de que todos juntos possam alegrar-se
e celebrar...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em
Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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