O VIVER É
CRISTO...
II Cor. 8:9
“Pois
conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de
vós Se fez pobre, para que pela Sua pobreza fôsseis enriquecidos” (Il Coríntios
8:9).
Elisabeth
Fry – uma mulher inglesa muito conhecida pelos seus trabalhos em favor dos
sofredores – entrou na prisão de Newgate, em Londres, para visitar 300 mulheres
que lá estavam presas, espremidas em pequenas e desconfortáveis celas.
Ao chegar,
foi-lhe dito que devia deixar na portaria a sua bolsa e o relógio de ouro para
que não fossem furtados. Ela recusou fazê-lo, afirmando que a sua demonstração
de confiança era um poderoso meio de ajudá-las na sua recuperação
A Bíblia diz
que quando Jesus veio à prisão deste mundo de pecado, Ele trouxe consigo todas
as joias celestiais: amor, misericórdia, pureza e santidade.
O Céu se
abriu para a Terra. E Deus enviou Aquele “em quem todos os tesouros da
sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Col. 2:3). Deus doou o que tinha de
mais precioso. Deus deu a humanidade, pobre e sofredora, tudo o que possuía.
Deus nos deu o Seu Filho unigênito. Deus ofertou o Seu Filho não apenas para
ser Emanoel (Deus conosco), mas também, para ser Jesus (Salvador).
A cruz nos
fala de perdoo, aceitação, paz e libertação. A cruz nos fala de condescendência
divina — Deus Se demonstrando totalmente favorável a nós, na Pessoa do Seu
Filho amado, Jesus. “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que,
sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela Sua pobreza vos
tornásseis ricos” (II Cor. 8:9).
O Peso da
Cruz
Existe uma
finda poesia, “A Cruz de Cristo”; ela afirma o seguinte;
Para viver
entre nós, numa cama emprestada,
Ele humilde
nasceu
E em jumento
emprestado andou toda a estrada
Da montanha
à cidade e à cidade desceu
Mas a cruz
dolorosa
E a coroa
espinhosa
Eram Suas
bem Suas:
A ninguém as
deveu!
Tomou o pão
dum menino e o peixinho emprestado
E ambos
abençoaram:
Fez o povo
assentar-se em redor pelo prado:
Foi o pão
repartindo e a todos saciou.
Mas a cruz
dolorosa
E a coroa
espinhosa
Eram Suas
bem Suas,
De ninguém
as tornou.
Num barco
emprestado, a vagar de mansinho,
Ele pôs-se a
ensinar.
O pardal tem
sua casa, a andorinha seu ninho…
Para Ter Seu
descanso, Ele nem teve lar!
Mas a cruz
dolorosa
E a coroa
espinhosa
De ninguém
foi tomar
Eram Suas
bem Suas.
A caminho da
tumba, em salão emprestado,
Um jantar
celebrou.
Foi em morto
envolvido em lençol emprestado
E em
sepulcro emprestado, afinal repousou.
Mas a cruz
dolorosa
E a coroa
espinhosa
Eram Suas
Bem Suas:
De ninguém
as tomou!
Mas o berço
entregou, entregou o jumentinho, Devolveu casa e barco, e os tecidos de linho
Ressurgindo, vazio o sepulcro deixou.
Mas as
vestes de luz
E as marcas
da cruz
Essas eram
bem Suas
E consigo as
levou!
Você já
sentiu alguma vez o peso da cruz? Já tentou calcular o quanto Jesus sofreu por
você, em seu lugar? Anton Lang, um jovem que representou Jesus diversas vezes
no drama “A Paixão de Cristo”, na pequena cidade alemã chamada Oberamergow,
afirmou o seguinte: Eu não posso representar bem a parte de Jesus se eu não
sentir realmente o peso da Cruz”.
As pessoas
que ouviram o jovem dizer essas palavras pensaram que ele estivesse blefando.
Foi então que, numa noite, depois da dramatização, um amigo saiu do palco e
quis saber o peso do cruz, pensando que ela fosse leve. Ele mal conseguiu
tirá-la do lugar onde estava.
Morte
Anunciada
Os
sofrimentos de Jesus foram bastante aumentados porque foram previstos. Ele
sabia o que O esperava. Durante os 33 anos de Sua vida na Terra, Ele viveu à
sombra de uma cruz solitária. Antes dessa cruz ser cravada no Monte da Caveira,
ou Gólgota, ela estava cravada no coração de Jesus (O humilde nazareno, o
Salvador do mundo).
No livro A
Cruz de Cristo, o autor, John Stott, fala a esse respeito — ao responder à
pergunta: “Qual a perspectiva de Jesus acerca da Sua própria morte?’ Stott
afirma: “Além de qualquer dúvida, Ele sabia que ela ia acontecer — não no
sentido em que todos nós sabemos que morreremos um dia, mas no sentido em que
Ele teria uma morte violenta, prematura e, contudo, intencional”.
O famoso
teólogo apresenta três motivos pelos quais a morte de Jesus era inevitável:
1) Primeiro,
Ele sabia que ia morrer por causa da hostilidade dos líderes nacionais
judaicos.
2) Segundo,
Ele sabia que ia morrer porque era isto o que estava escrito nas Escrituras
acerca do Messias. “Pois o Filho do homem vai, como está escrito a Seu
respeito” (Marcos 14:2]). Jesus insistiu neste assunto mesmo depois da sua
ressurreição.
Ele disse aos
discípulos na estrada de Emaús: “Porventura não convinha que o Cristo padecesse
e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os
profetas, expunha- lhes o que a Seu respeito constava em todas as Escrituras”
(Lucas 24:25-26).
3) O
terceiro e mais importante motivo pelo qual Jesus sabia que iria morrer era Sua
própria escolha: deliberada, voluntária. Ele decidiu cumprir o que estava
escrito acerca do Messias, por mais doloroso que isso fosse. Essa atitude não
era fruto de uma visão fatalista e nem, tampouco, era complexo de mártir.
Simplesmente
Jesus cria que a Escritura do Antigo Testamento era a revelação do pai e Ele
estava totalmente decidido a realizar a vontade do Pai e terminar a obra do
Pai.
Além disso,
Seu sofrimento e morte não seriam sem propósito. Ele tinha vindo “buscar e
salvar o perdido” (Lucas 19:10). Era pela salvação dos pecadores que Ele
morreria, dando a vida em resgate por eles (Marcos 10:45). Assim, Jesus tomou a
firme decisão de ir para Jerusalém. Nada O deteria ou O desviaria do Seu
objetivo.
É por essa
razão que aparece várias vezes o termo “deve”, quando Jesus fala de Sua morte.
O Filho do homem deve sofrer muitas coisas e ser rejeitado. Tudo o que foi
escrito a respeito dEle deve ser cumprido.
De forma
que, embora Ele soubesse que devia morrer, não morreria por ser uma vítima
indefesa das forças do mal dispostas contra Ele. Nem tampouco morreria vítima
de um destino inflexível contra Ele decretado; morreria porque, de livre
vontade, abraçou o propósito do Pai com o fim de salvar os pecadores, como a
Escritura havia revelado: ‘Por isto o Pai Me ama, porque dou a Minha vida para
retomá-la. “Ninguém a tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou…” (5. João 10:17-
18).
Apesar da
grande importância do Seu ensino, exemplo e obras de compaixão e poder, nenhuma
destas coisas ocupava o centro do missão de Jesus. O que lhe dominava a mente
não era viver, mas dar a Sua vida. Este sacrifício era a Sua “hora”, para a
qual Ele tinha vindo ao mundo. “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus
Cristo, que, sendo rico, por a mor de vós se fez pobre, para que pela Sua
pobreza fôsseis enriquecidos” (II Cor. 8:9).
Os
Benefícios da Cruz
Hoje, chega
a cada um de nós “O Desafio da Cruz”. De nada adianta conhecer os fatos acerca
do sacrifício de Jesus, se não estivermos nos apropriando dos benefícios de Sua
morte.
O próprio
Jesus falou sobre isso, pouco antes de Sua morte: “Jesus, pois, lhes disse: Na
verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem, e
não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a Minha
carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último
dia. Porque que a Minha carne verdadeiramente é comido, e o Meu sangue
verdadeiramente é bebida. Quem como a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece
em Mim e Eu nele” (João 6:53-56).
Ao
participar da Ceia do Senhor, medite no seu significado e aproprie-se dos
benefícios da morte do Senhor Jesus, Eles são inúmeros: Perdão, paz com Deus,
força espiritual, poder para vencer o pecado, salvação, vida eterna.
Experiência:
Quando o filósofo grego Sócrates morreu, após ser forçado a tomar uma bebida
venenosa chamada cicuta, os seus discípulos saíram tristes afirmando que a
humanidade tinha ficado, para sempre, empobrecida. Poucos dias após da morte de
Jesus, no Calvário, os homens e mulheres que presenciaram o Seu sacrifício
saíram, destemidamente, proclamar pelo mundo inteiro que a humanidade havia
sido enriquecida eternamente...
BISPO/JUIZ.
MESTRE E DOUTOR EM ÊNFASE E DIVINDADES DR. EDSON CAVALCANTE
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