“ 30 Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, 31 mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” (Isaías 40:30-31)
1. Introdução
No mundo inteiro, a águia é símbolo de nobreza. Pela sua força, alteza e vigor ela desponta-se como campeã indiscutível deste símbolo de grandeza. A águia é forte, viva, corajosa, vencedora, símbolo daqueles que esperam no Senhor.
O povo de Deus é como a águia. É um povo forte. É um povo guerreiro. É um povo que triunfa sobre as tempestades. É um povo vencedor. É um povo que não retrocede diante das procelas borrascosas, não teme o perigo, nem se intimida com as ameaças do adversário. É um povo que marcha segundo as leis do céu, rompendo barreiras, vencendo grilhões, conquistando as alturas, refugiando-se no regaço do Deus todo-poderoso.
É preocupante, entretanto, perceber que existem, hoje, muitos cristãos vivendo um projeto diferente de vida. Ao contrário da águia, são tímidos, fracos, impotentes, dominados pelo medo. Longe de triunfar nas crises, soçobram vencidos e caminham pela vida cabisbaixos, derrotados e tristes.
É lamentável constatar como tantos cristãos vivem dominados pelo complexo de inferioridade, esmagados pela prejudicada auto-estima, com a auto-imagem achatada. São pessoas que vivem amargando e curtindo um profundo sentimento de auto-repúdio e desvalor. Estes, olham para dentro de si mesmos e enxergam-se com lentes embaçadas e olhos míopes, lendo de si mesmos os conceitos mais distorcidos e deslunetados.
Observei que a águia tem muito a nos ensinar. Ela é uma pedagoga de Deus. Sua vida, sua força, sua disciplina e seu cuidado com os filhos são balizas norteadoras para uma vida bem-sucedida.
O caminho da águia é no céu (Pv 30.19). Ela não foi criada para viver se arrastando nos vales da vida e nas depressões da terra. Deus a criou para as alturas.
2. Com base neste fato, queremos destacar três lições da mais alta importância para a sua reflexão:
2.1 A águia voa alto.
A águia tem vocação para as alturas. Ela é a rainha do espaço, a campeã dos vôos elevados. Ela galga as alturas excelsas com suas possantes asas e voa com segurança e prodigiosa desenvoltura sobre o pico dos mais altos montes. Ela não é como o inhambu que vive tomando tiro na asa, presa fácil dos caçadores, porque só voa baixo.
Há muitas pessoas que vivem também num plano muito inferior, voando baixo demais, sofrendo ataque de todos os lados, porque não saem das zonas de perigo, vivem pisando em terreno minado, vivem com os pés no território do adversário. Por isso, constantemente estão feridas, machucadas, porque não alçaram vôo um pouco mais para cima.
Muitos não estão voando alto como a águia porque tem têm sido seduzidos pelas atrações e prazeres efêmeros do mundo! Como Esaú, vendem o seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas. Trocam a paz de uma consciência pura por um momento de prazer. Trocam a alegria da salvação por um minuto de pecado.
Há crentes, hoje, que estão em amargura de espírito, no laço do passarinheiro, debaixo de opróbrio e vergonha, porque brincaram com a graça de Deus, foram profanos e zombaram do pecado. A Bíblia diz que quem zomba do pecado é louco (Pv 14.9).
Sansão era um homem consagrado a Deus. Era um nazireu. Como tal não podia tocar em cadáver, beber vinho nem cortar o cabelo (Nm 6.1-4). Estes eram os seus votos de consagração ao Senhor. Sansão cresceu num lar piedoso. Seus pais andavam com Deus. Ele era um jovem forte, poderoso, muitas vezes possuído e usado pelo Espírito Santo. Mas Sansão não perseverou na santidade. Ele brincou com o pecado. Ele não levou Deus a sério. Ele fez pouco caso de seus votos de consagração. Por isso, foi afrouxando seus compromissos, foi transigindo com o pecado, foi anestesiando sua consciência, foi caminhando em direção ao abismo, foi descendo para os lugares baixos e tenebrosos, afogando sua alma no lodaçal pestilento da desobediência.
Sansão quebrou o seu primeiro voto de consagração ao procurar mel na caveira de um leão morto (Jz. 14.8 e 9). Há muitos crentes, hoje, também, procurando doçura e prazer no pecado.
Sansão quebrou seu segundo voto de consagração ao dar um banquete de sete dias, regado a vinho, para seguir a moda dos jovens de sua época (Jz 14.10). Sansão caiu quando quis seguir a moda. Sansão não teve coragem para se manter diferente. Ele cedeu à pressão do grupo. Ele tornou-se massa de manobra. Em vez de influenciar, foi influenciado. O povo de Deus precisa ter fibra. O cristianismo não serve para gente covarde (Ap 21.8). Não vivemos para agradar a homens (Gl 1.10). Há muitos pais cristãos que ao celebrarem a festa dos 15 anos de suas filhas ou as bodas de casamento, regam a festa com cerveja e Whisky porque têm medo de quebrar as etiquetas sociais. Não têm a mente de Cristo. Vivem não pelas leis do céu, mas pelas imposições do mundo.
Sansão quebrou o seu terceiro voto de consagração, depois de macular sua honra, deitando-se com uma prostituta em Gaza (Jz 16.1). Dali saiu e deitou no colo de uma mulher ímpia e traidora. Sansão era um gigante. Sua força era descomunal, colossal, hercúlea. Sozinho vencia exércitos. Ninguém podia subjugá-lo. Ele era invencível. Mas o pecado o derrubou. Ele ficou preso pelas próprias cordas do seu pecado. Ele tornou-se cativo de suas paixões. Ele dominava exércitos, mas não conseguiu dominar seu próprio coração. Ele venceu com uma queixada de jumento mil filisteus (Jz 15.15), mas foi vencido pelas suas paixões sexuais. Seu cabelo foi cortado, seu voto foi quebrado. O Espírito de Deus retirou-se dele (Jz 16.19 e 20). Tornou-se, então, um homem comum, fraco, impotente. Os inimigos o subjugaram, vazaram-lhe os olhos. Seu nome significa sol, mas ele ficou em profunda escuridão.Foi vencido porque, em vez de voar nas alturas como a águia, ficou ciscando lixo e entulho, como uma galinha, com os pés na lama.
Deus nos chamou para voar como a águia. Diz o apóstolo Paulo:
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as cousas lá do alto, onde Cristo vivi”, assentado à direita de Deus. Pensai nas cousas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl. 3.1 e 2).
2.2 A águia voa cada vez mais alto.
A águia tem uma característica muito interessante, Quando ela faz o seu segundo vôo, ele é mais alto do que o primeiro. Quando ela faz o seu terceiro voo, ele é mais alto do que o segundo.
Ela sempre se esforça para voar cada vez mais alto. Com isto, ela tem uma lição muito profunda a nos ensinar. Se os que confiam no Senhor são como a águia, então nós não precisamos e não devemos viver uma vida de altos e baixos.
Será que, como a águia, você tem desejado voar cada vez mais alto?
Há muitos crentes que são instáveis demais. Sua fé oscila como a onda do mar. Não se firmam. Não crescem. Não amadurecem. São reincidentes em repetidas quedas. São crentes inconstantes, ora entusiasmados e cheios de vigor, ora curtindo um desânimo doentio. São crentes como Pedro antes do Pentecoste: fazem bonitas e profundas declarações sobre a messianidade de Jesus mas se deixam ser usados pelo diabo (Mt 16.15-23). Por um instante são ousados, mas depois se acovardam. Há momentos que Juram fidelidade a Jesus; logo depois o negam vergonhosamente.
Deus não nos chamou para vivermos um projeto de derrota e fracasso. Com Cristo a vida é sempre de triunfo (II Co 2.14). Com ele somos mais do que vencedores (Rm 8.37).
Lenin, um dos grandes lideres e revolucionários da União Soviética, dizia que “É preciso dar um passo para trás, para dar dois passos para frente.” Ele se referia as questões da história de seus país. Discordo de seu modo de pensar, pois acho que a nossa dinâmica com Deus não é dar um passo para frente e dois para trás, mas sim caminhar de força em força, sempre para frente, para o alvo, que é Cristo Jesus.
2.3 A águia voa acima da tempestade.
A águia ainda nos ensina uma terceira lição: sempre que ela avista no horizonte a chegada de uma tempestade agitada, ou sempre que ela vê as nuvens escuras e os relâmpagos riscando o céu, ou ouve o ribombar dos trovões, ela agiganta ainda mais os seus esforços e voa com intrepidez para as grandes alturas, pairando acima da tempestade, onde sobrevoa em perfeita bonança.
Temos, também, em nossa jornada, muitas tempestades. Muitas delas são ameaçadoras e perigosas. É insensatez viver abaixo dos fortes ventos da tempestade agitada e sofrer os eleitos catastróficos da tempestade, se podemos voar para o alto e desfrutar de tempos de refrigério e bonança nos braços do Deus vivo.
O segredo na hora da crise é voar um pouco mais alto e nos agasalharmos debaixo das asas do Deus onipotente. Ele é a nossa torre de libertação. Ele é o nosso alto refúgio. Ele é o nosso esconderijo seguro. Ele é a nossa cidade refúgio. Ele é o nosso abrigo no temporal.
Muitos crentes, entretanto, em vez de fugir do temporal, causam mais tempestade, transformando ventos em tormentas. São como Jonas, provocadores de vendaval. É bom lembrar que sempre que o crente deixa de obedecer a Deus, em vez de bênção, torna-se maldição; em vez de ajudar as pessoas ao seu redor, é um embaraço; em vez de ser um aliviador de tensões, é um provocador de tragédias. Todo crente na rota da fuga de Deus é uma ameaça, pois não apenas vive debaixo da tempestade, mas a sua vida é a própria causadora da tempestade.
A atitude acertada não é fazer como o avestruz, que ao ver o perigo, esconde a cabeça na areia, julgando com isto que o problema está eliminado. Na tempestade não adianta fugir nem se esconder. O segredo é voar alto e refugiar-se nos braços do Senhor.
3. Conclusão
Lembra-se dos espias de Israel. Há pessoas que são como os dez espias de Israel. Eles eram príncipes, homens nobres. Foram escolhidos criteriosamente por serem homens fortes, inteligentes, líderes, representantes ilustres de suas tribos. Moisés os enviou para conhecerem a terra prometida e depois, com relatos vivos, incentivarem o povo a lutar com galhardia na conquista dela. Eles foram. Passaram lá quarenta dias. Ficaram deslumbrados com a exuberância da terra. Era uma terra fértil, boa, que manava leite e mel. Era tudo quanto Deus já havia falado para eles. Voltaram da jornada com os frutos excelentes da terra. Naquela terra, Deus lhes mostrou que eles podiam sonhar em viver nas alturas.
Todavia, na hora de dar o relatório, disseram a Moisés e ao povo que a terra era boa, mas devorava os seus habitantes; a terra manava leite e mel, mas eles não conseguiriam entrar lá; pelo contrário, morreriam no deserto, comendo pó, pois lá havia gigantes ameaçadores e imbatíveis, e, aos olhos deles, eles eram como gafanhotos. Vejam, eles eram príncipes, Deus lhes havia dado a visão de uma vida nas alturas, mas sentiram-se diminuídos diante dos gigantes, sentiram-se como insetos. Eles eram nobres, mas sentiram-se desprezíveis. Eles eram valorosos, mas sentiram-se como insetos. Eles foram tomados por um sentimento doentio de auto-desvalorização e, conseqüentemente, de impotência.
Aqueles espias conseguiram contaminar todo o arraial de Israel com o seu pessimismo e toda aquela multidão se alvoroçou rebelada contra Moisés, insurgindo-se contra Deus, porque foi envenenada pelo medo. Toda aquela multidão perambulou quarenta anos no deserto, porque deu ouvidos à voz dos arautos do caos e não às promessas do Deus fiel. Toda aquela multidão não subiu as alturas como as águias, porque ficaram limitados por uma visão pequena, tímida, e medrosa.
Mas, entre aqueles espias, haviam Josué e Calebe. Eles não se sentiram como insetos diante dos gigantes, não foram dominados por uma visão de impossibilidades como os outros. Eles desejaram voar com as águias, queriam subir as alturas. E assim foram colocados por Deus.
Será que você tem desejado subir as alturas? Que visão tem te dominado? Que sonhos estão em seu coração? Será que você subindo cada vez mais...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
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