Cristianismo e Homossexualismo: Conciliação Possível?
Algumas pessoas que se intitulam cristãs são favoráveis às uniões homoafetivas. Há até um movimento intitulado Movimento Gay Cristão e existem igrejas “evangélicas”, inclusive presbiterianas – não vinculadas à IPB – que têm gays entre seus membros e pastores. Será que é possível ser cristão e aprovar a prática do homossexualismo? Tanto a evidência histórica quanto a bíblica mostram que não. Vejamos:
A Evidência Histórica – Segundo Joe Dallas, “a aceitação do homossexualismo é bem documentada. Nos últimos 2.000 anos, de pensamento ocidental, em termos gerais ele foi rejeitado”[1]. Podemos ter uma idéia da aceitação geral do homossexualismo pelo menos no mundo ocidental antigo antes da expansão do cristianismo através de William Barclay[2]. Segundo ele, o homossexualismo era praticado tanto pela nobreza como pelas classes baixas. Paracitar alguns exemplos da 1ª classe, o Simpósio, de Platão considerado uma das grandes obras de literatura, exalta o amor homossexual. Nessa obra, Fedro fala: “nãoconheço qualquer bênção maior para um jovem que está principiando a vida do que um amante virtuoso, ou, para o amante, do que um menino querido”. Outra observação de Barclay é que, dos 15 primeiros imperadores, só Cláudio não tinha relacionamentoshomossexuais. Júlio César, por exemplo, era amante do rei Nicômedes, da Bítinia, conhecido como “rival da rainha”. Suetônio, antigo historiador citado pelo mesmo autor, descreve o “casamento” de Nero com um jovem escravo castrado, chegando a desfilar com ele pelas ruas de Roma em cortejo nupcial. Ainda no antigo mundo Greco-romano, eram comuns os “efebos”, adolescentes do sexo masculino, entre os 16 e 20 anos, queserviam sexualmente a um senhor e/ou mestre. Um senhor poderia, se quisesse, além da esposa e de concubinas, possuir um ou mais efebos, a quem educava e de quem seservia sexualmente. Desse modo, a bissexualidade era vista como padrão para a época, até mesmo no meio militar. O homossexualismo nunca deixou de existir, mas é indisputável o fato de que, a partir de uma certa época até séculos recentes, tal estilo de vida entrou para a marginalidade diante da sociedade. O que levou o mundo ocidental a rejeitar o homossexualismo? Não há dúvidas de que foi a expansão do cristianismo, bem como a influência das Escrituras judaico-cristãs na configuração da cultura e da moral ocidental que promoveram tal rejeição. A pregação cristã combateu implacavelmente a imoralidade Greco-romana em todas as suas manifestações, sejam homo, bi ou heterossexuais.
A Evidência Bíblica – O Antigo Testamento: em Gn 1.26,27, a palavra de Deus diz que Deus criou o homem à sua imagem, “à imagem de Deus os criou macho e fêmea os criou”. Esta é a tradução literal do hebraico. Em Lv 18.22, 24, está escrito: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação... Com nenhuma destas coisas vos contaminareis, porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que eu lanço de diante de vós”. Este tipo de relação entre os israelitas era inconcebível e a Lei o proibia terminantemente. O Novo Testamento igualmente mostra a prática homossexual como característica de um mundo sob a ira de Deus, e como consequência da rejeição do conhecimento de Deus. Em Rm 1.24-27, Paulo denuncia: “Por isso (por haverem desprezado o conhecimento de Deus), Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também,deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, macho com macho, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro”. (Esta é a tradução correta do grego). Nesse mesmo capítulo, a prática homossexual está entre outros pecados, fazendo parte de uma lista extensa (ver vv. 28-32). Em 1Co 6.12-20, Paulo ainda afirma que esta, entre outras práticas pecaminosas, é característica daqueles que não hão de herdar o reino de Deus, sendo que alguns cristãos coríntios haviam sido resgatados de tal estilo de vida. O conceito bíblico de “prostituição” inclui a prática homossexual.
Estou trazendo esses dados históricos e bíblicos para mostrar que tanto a evidência histórica quanto a bíblica nos mostram irrefutavelmente dois fatos: Primeiro, as evidências mostram que é uma falácia dizer que o atual cristianismo é antiquado, que fala de uma moral pertencente ao passado, “quando o mundo era habitado por pessoas primitivas, ignorantes e ingênuas”. Não! Toda sorte de perversões sexuais é tão antiga quanto a queda do homem. A Grécia antiga ainda permanece sendo um referencial do conhecimento e humano e as práticas em questão tinham sua chancela. Quando o evangelho se fez conhecido, já naquela época, a mensagem não se adequou à moral Greco-romana, antes a confrontou, ao mesmo tempo em que ofereceu o amor perdoador e transformador de Deus na obra de Cristo a todo aquele que quisesse abandonar os velhos hábitos. Por isso, o que na mensagem cristã valia para o mundo antigo vale também para hoje. A lei de Deus não afrouxou, só porque o homem progrediu tecnologicamente, pois, apesar de ter se desenvolvido no conhecimento, moral e espiritualmente continua tão corrompido e depravado quanto nos tempos antigos. Aliás, mais corrompido, porque agora tem novas tecnologias para usar em suas práticas pecaminosas, autenticadas pela bandeira da “inclusão” e do “politicamente correto". Em segundo lugar, as evidências acima demonstram que não é possível alguém aprovar a prática homossexual e ser cristão. A pessoa pode até dizer que a moral cristã é ultrapassada ou que o cristianismo é homofóbico, posto que esta seja uma afirmação falsa e preconceituosa. Pode dizer-se anticristão e decretar a “morte” do cristianismo – ainda que isto não vá se cumprir – mas, decididamente, não pode dizer que aprova tais práticas e chamar-se de cristã. Se aprova, deve assumir que é tudo menos um cristão. Se alguém quiser aceitar as uniões homo-afetivas como moralmente inócuas, deve, em nome da coerência, rejeitar o cristianismo. O inverso também é verdade. Se alguém quer seguir a Cristo, não pode se colocar favorável a esta nem a qualquer outra prática condenada pelas Escrituras. Por isso, quem se diz cristão, evangélico, e até reformado e, ao mesmo tempo, manifesta-se favorável à prática homossexual, maior pecado tem do que os que rejeitam abertamente o cristianismo. Nesta perspectiva, creio não estar errado em dizer que menos rigor haverá no dia do juízo para os homossexuais que se declaram ateus ou que rejeitam sincera e coerentemente o cristianismo do que para aqueles que, “depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos”. (2 Pe 2:20). Esses falsos cristãos deveriam ser ao menos coerentes. “SEJA DEUS VERDADEIRO, E MENTIROSO, TODO HOMEM!” (Rm 3.4)...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
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