DO MONTE                SINAI AO MONTE CALVÁRIO...
"O texto para a mensagem de hoje está no livro de Hebreus, capítulo 12:18: "Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que, quantos o ouviram suplicaram que não se lhes falasse mais, pois já não suportavam o que lhes era ordenado: Até um animal, se tocar o monte, será apedrejado. Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse: Sinto-me aterrado e trêmulo! Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o Mediador de Nova Aliança, e ao sangue da aspersão que fala cousas superiores ao que fala o próprio Abel". (Hebreus 12:18 a 24)
O                  texto que acabo de ler fala do monte Sinai e do monte Sião.                  Ele menciona Jerusalém, onde está localizado o                  monte do Calvário, lugar onde Jesus morreu. O autor da                  epístola aos Hebreus diz que nós não chegamos                ao monte Sinai, mas a Jesus, o Mediador da nova aliança.
Quero                  falar desses dois montes: o Sinai e o Calvário. Eles,                  aparentemente, são dois montes contraditórios.                  No Sinai, Deus mata; no Calvário, Deus morre na pessoa                  de Seu Filho. No Sinai, Deus grita; no Calvário, Deus                  suplica. No Sinai, Deus ameaça; no Calvário, Deus                espera.
Conheço                  muitas pessoas que vivem aflitas por algumas coisas que não                compreendem na Palavra de Deus. 
Certa                  ocasião, um universitário ateu, me mostrou as                  aparentes incoerências que achou na Bíblia: um                  Deus cruel no Velho Testamento e outro Deus bondoso no Novo                  Testamento. Então me perguntou: "Como você                pode acreditar num Deus tão incoerente"?
Aquele                  rapaz tinha sérios conflitos para entender a Bíblia,                  mas tenho impressão de que muitos dos chamados cristãos                  também teem sérios questionamentos quando leem                  a Bíblia. Há muitos cristãos que não                  gostam do Velho Testamento, e não o leem porque está                  cheio de relatos sangrentos. Sabem que é parte da Palavra                  de Deus, mas não se deleitam em lê-lo. Existem                  outros que vão mais além: anulam o Velho Testamento.                  Aceitam esses livros como históricos, mas acham que não                  tem nada a ver com as verdades espirituais. Para eles, o cristianismo                  está resumido no Novo Testamento. Se isso fosse verdade,                o jovem ateu teria razão. Deus seria incoerente.
O                  Deus do Velho Testamento, porém, não é                  diferente, é o mesmo do Novo Testamento. Ele não                  é mau e radical no Velho, e bom, amoroso, misericordioso                  no Novo, não! A Bíblia diz que Deus É eterno,                  Nele não existe mudança nem sombra de variação.                  Deus não é homem para mudar. Ele sempre foi amor;                  Ele não foi intransigência e agora é amor.                Ele sempre foi amor e sempre foi justiça. 
Por                  que, então, dois montes? Por que no Sinai Deus grita,                  fala em meio do fogo, do trovão, da fumaça? Se                  até um animal se aproximasse do monte, seria apedrejado.                  E por que no Calvário Jesus suplica, chora, morre? Esbofetearam                  Seu rosto e Ele não disse nada, apenas clamou: "...Pai,                  perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem..." (Lucas                  23:34) O que aconteceu a Deus? Aonde foi o Deus do Sinai? É                outro Deus o Deus do Calvário?
Precisamos                  entender isto porque por trás desta aparente incoerência,                existe uma das mensagens mais lindas que podemos conhecer.
Em                  primeiro lugar, precisamos saber para quem Deus falou no Sinai.                  Aquele povo do Sinai era um povo que vinha de quatro séculos                  de escravidão. Durante quatro gerações                  esse povo só tinha entendido a linguagem do chicote,                  do grito e da ameaça. Nunca ninguém falou com                  amor àquele povo. Os patrões egípcios gritavam,                  xingavam, castigavam e surravam. Eles tinham aprendido a entender                  a única linguagem que lhes falavam: o grito, a ameaça,                o medo, o pânico, o castigo.
Quando                  Deus tirou aquele povo da escravidão e quis levá-lo                  à terra da liberdade, viu com tristeza que durante os                  anos de escravidão no Egito, aquele povo havia se esquecido                dos princípios que preservam a vida.
Meu                  amigo, as leis não foram estabelecidas para atormentar                  ninguém. Elas foram estabelecidas para preservar a vida.                  Quando você vai ao zoológico e passa perto da jaula                  dos leões, encontra uma placa que diz: "Não                  se aproxime." Essa lei não é para perturbar                  ninguém. As leis têm como propósito preservar                  a vida. Se você quiser, pode fingir que não viu                  a placa. Mas quando o leão devorar a sua mão,                não jogue a culpa no administrador do zoológico.
Deus                  estabeleceu leis neste mundo para preservar a vida. Durante                  os anos de escravidão no Egito, o povo de Israel se esqueceu                  completamente dessas leis. Os israelitas se afundando, se arruinando,                  estavam caminhando rumo à morte e à auto-destruição.                  Mas agora, livres, Deus tinha o trabalho de reeducar esse povo.                  Como ensinar princípios de vida a um povo que tinha aprendido                  a entender somente a linguagem do grito, do castigo, da ameaça                  e do medo? Como falar com amor a um povo que não entendia                  a linguagem do amor? Como apelar com misericórdia a um                  povo que durante quatro séculos só tinha entendido                a linguagem da ameaça? 
Num                  momento da história, como medida de emergência,                  Deus teve que falar na única linguagem que aquele povo                  entendia: a liguagem do grito, do fogo e da fumaça. Era                  a única maneira de comunicar-se com eles. Deus tinha                  a delicada responsabilidade de reensinar aquele povo os princípios                  preservadores da vida e em Seu infinito amor, teve que deixar                  de lado Sua linguagem de amor e usar a única linguagem                  que eles entendiam. Mas por trás desse grito, desse chicote,                  dessa ameaça, estava o maravilhoso amor de Deus tentando                  reeducar um povo escravo. Acontece que o plano de Deus não                  era falar para sempre em meio aos gritos, ao chicote, ao medo,                  não! Essa era uma linguagem de emergência. Deus                  queria arrancar o povo da experiência traumática                  do Sinai e levá-lo lentamente à experiência                  do Calvário, onde o povo não tivesse que obedecer                  por dever, mas por amor; onde o povo não tivesse que                  obedecer por medo, mas por convicção interior;                  onde as leis não precisassem ser escritas em tábuas                em meio ao fogo, mas nas tábuas íntimas do coração.
Agora                  veja, diante dos princípios preservadores da vida que                  estão sintetizados nos dez mandamentos de Êxodo                  20, o mundo cristão se divide em três grandes grupos.                  O primeiro é formado por aqueles que se agarram com unhas                  e dentes ao Sinai. Para eles, vida cristã é norma,                  lei, ponto, vírgula. Para eles, a experiência cristã                  se resume em andar sempre rastejando diante de Deus. Eles são                  indignos de olhar para Deus. Para eles, Deus não é                  um Pai, é um destruidor vingativo. Deus não lhes                  inspira amor. Eles sentem que seu dever é amá-Lo,                  mas o que domina sua experiência é o temor e o                  medo. Vivem apavorados, só pensando em lei, mandamentos                  e normas. Não têm outra coisa diante dos olhos.                  A vida cristã destas pessoas é como a experiência                  de um homem que tem que caminhar 100 metros pisando em ovos                com a responsabilidade de não quebrar nenhum deles.
Ah,                  querido! Como andar pisando em ovos sem quebrá-los? Muitos                  cristãos vivem seu cristianismo assim. Tudo o que eles                  pensam é lei: Posso fazer? Não posso fazer? É                  lícito? Não é lícito? A vida deles                  é uma coleção de proibições,                  de normas, de regulamentes. Vivem a experiência traumática                do Sinai.
O                  outro grupo de cristãos é formado por aqueles                  que, com a graça de Deus, saem da experiência do                  Sinai e chegam ao Calvário, onde se apaixonam por Jesus                  e dizem: "Senhor Jesus, eu Te amo com todo o meu ser, eu                  quero viver para Ti. Tu morreste na cruz por mim. Andarei em                  Teus caminhos não porque tenha medo da morte, mas porque                  quero ver-Te feliz. Guardarei Teus princípios, não                  porque tenho medo de me queimar no inferno, mas porque Tu és                  a coisa mais linda na minha vida e eu sei que Tu estabelecestes                  esses princípios para preservá-la". Esse                  grupo de cristãos finalmente chegou ao Calvário.                  O centro da experiência deles não é a lei;                  é Cristo. O Calvário não acaba com a responsabilidade                  que eles têm diante da lei de Deus, não. Pelo contrário,                  aumenta a sua responsabilidade diante dos princípios                  preservadores da vida. A única diferença é                  que no Sinai se obedece por medo e no Calvário se obedece                  por amor. Mas o Calvário não libera ninguém                  da obediência. Muito cuidado com isso. A diferença                  é que no Sinai só se está preocupado com                  tábuas de pedra escritas, mas no Calvário os princípios                  preservadores da vida já não estão apenas                  escritos em tábuas de pedra, estão escritos no                  coração. É a essa experiência que                Deus quer levar você: a obediência por amor.
Se                  você meditar um pouco, chegará à conclusão                  que no Calvário a sua responsabilidade aumenta. Quer                  entender melhor este assunto? No Sinai Deus dizia: "Não                  adulterarás". (Exodo 20:14) No Calvário Deus                  diz: "Ouviste o que foi dito: não adulterarás.                  Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher                  com intenção impura, no coração                já adulterou com ela". (Mateus 5:27 e 28)
Você                  vê? A lei do Calvário é maior que a do Sinai.                  No Sinai Deus diz: "Não matarás". (Êxodo                  20:13) E no Calvário Deus diz: "Ouviste o que foi                  dito aos antigos: Não matarás... Eu, porém,                  vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra seu                  irmão estará sujeito a julgamento..." (Mateus                5:21 e 22)
Há                  muita gente sincera, maravilhosamente sincera, que ama a Jesus                  com todo o seu coração e pensa que a Lei de Deus                  não tem mais valor hoje. Muito cuidado. O Calvário                  não o liberta da lei, liberta-o do pecado. Por que haveria                  de libertá-lo da Lei se ela protege a sua vida? O Calvário                  aumenta minha responsabilidade diante da Lei, só que                  já não há a experiência traumática                  do medo, do chicote e do grito; é a experiência                do amor.
No                  Sinai, as pessoas querem obedecer para salvar-se. Mas no Calvário                  as pessoas salvam-se em Cristo, e obedecem porque estão                salvos.
O                  terceiro grupo de cristãos é formado por gente                  maravilhosa e sincera que, querendo sair do Sinai e chegar ao                  Calvário, se perde no deserto. Eles pensam mais ou menos                  assim: Jesus me perdoa, me aceita e não preciso mais                da Lei. 
Querido,                  a Lei de Deus é Seu caráter. E Seu caráter                  é tão eterno quanto é eterno Deus. Ele                  não estabeleceu leis para atormentar ninguém.                  Mas também não estabeleceu Sua Lei para que alguém                  pense que pode se salvar por cumpri-la. Se você acredita                  que pode se salvar guardando mandamentos, está completamente                  enganado. Esta é uma das maiores heresias bíblicas.                  Ninguém pode salvar-se guardando mandamentos. A Bíblia                  nunca ensinou isso. Mas se você pensa que quem é                  salvo em Cristo pode deixar de lado os mandamentos de Deus,                precisa também revisar a sua maneira de pensar.
O                  problema não está com a Lei, está com a                  experiência do ser humano. Deixe a Lei onde sempre esteve.                  Ela contém os princípios preservadores da vida.                  Não há nada de errado nos Mandamentos de Deus.                  O erro está com a nossa experiênica. Uns os guardam                  querendo salvar-se; outros, querendo salvar-se em Cristo, tomam                  os Mandamentos e os jogam fora. O erro está com os seres                humanos. Por favor, deixe a Lei de Deus em seu lugar.
Um                  dia, todos teremos que fazer a grande decisão: escolher                  o caminho. Ou viveremos a experiência traumática                  do Sinai, ou nos apaixonaremos por Cristo e aprenderemos a viver                  os princípios de vida por amor a Ele. Aí, obedecer                  não será uma obrigação porque você                  O ama. A vida cristã não é mais uma obrigação                e você se deleitará em fazer a vontade de seu Pai.
Ao                  longo de minha vida tenho encontrado pessoas sinceras, que pensam                  que guardando os mandamentos podem salvar-se. Outras, também                  sinceras, pensando que, se foram salvas em Cristo, não                  precisam mais guardar mandamentos. Ah, meu amigo, como gostaria                  neste momento de pedir a Deus que faça algo que ser humano                  nenhum pode fazer; que entre em seu coração, que                  abra seus olhos, que lhe mostre que não é guardando                  os mandamentos que vai se salvar, mas que também lhe                  mostre que, se você foi salvo em Cristo, não pode                  deixar de lado os mandamentos de Deus. Você não                  guarda mandamentos para salvar-se, é Cristo que o salva.                  Mas se você foi salvo, se deleitará em fazer a                vontade de Deus.
Você                  sente um vazio estranho no coração? Há                  noites em que você se deita e tem a sensação                  de que tudo na sua vida está errado? Você precisa                  descobrir a Jesus como seu grande Salvador e Amigo. Aceite-O                  agora. Ele o receberá. Ele está com os braços                  abertos, lhe esperando. Ele curará suas feridas e tirará                  seus temores. Ao Seu lado, você nunca mais estará                só. 
ORAÇÃO
Pai querido, ajuda-nos a entender a Tua lei, pois ela foi feita com tanto amor para facilitar a nossa vida nesta Terra. Ajuda-nos a entender que o Teu sangue foi derramado no Calvário para nos salvar e que só esse sangue pode nos libertar do pecado e nos dar a vida eterna. Em nome de Jesus, amém...
Pai querido, ajuda-nos a entender a Tua lei, pois ela foi feita com tanto amor para facilitar a nossa vida nesta Terra. Ajuda-nos a entender que o Teu sangue foi derramado no Calvário para nos salvar e que só esse sangue pode nos libertar do pecado e nos dar a vida eterna. Em nome de Jesus, amém...
BISPO/JUIZ.DR.EDSON CAVALCANTE    
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
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