ESTUDO SOBRE A
GRANDE MERETRIZ – A IGREJA APÓSTATA DOS ÚLTIMOS DIAS...
1. O nome “meretriz” vem do vocábulo grego
“pronh” – porne “mulher que vende seu corpo para uso sexuais”, “prostituta”. No
“Dicionário de Sinônimos e Contexto da Língua Portuguesa”, editado pela AOL,
temos entre outras definições: “biscate, bruaca, mariposa, messalina,
mulher-da-rótula, mulher-da-rua, mulher-da-vida, mulher-da-zona, mulher-dama,
mulher-de-amor, mulher-de-má-nota, mulher-de-ponta-de-rua, mulher-do-mundo, mulher-errada,
mulher-perdida, mulher-vadia, mundana, perdida, piranha, prostituta, puta,
quenga, rameira, transviada, vigarista”
2. No AT, Deus sempre equiparou a o adultério e
a prostituição, com a perversão e o desvio religioso. A busca aos ídolos, prática
comum naquele tempo no meio do povo de Israel, era considerada por Deus com uma
prevaricação, uma traição à aliança que Ele tinha com seu povo:
a) Jr 3.7-8, “Sim viu que, por causa de tudo
isso, por ter cometido adultério a pérfida Israel, a despedi, e lhe dei o seu
libelo de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e
também ela mesma se prostituiu 8 Sim viu que, por causa de tudo isso, por ter
cometido adultério a pérfida Israel, a despedi, e lhe dei o seu libelo de
divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela
mesma se prostituiu”.
Através de Jeremias, Deus culpa tanto o Reino
do Norte (Israel), como também o Reino do Sul (Judá), de haverem prevaricado,
cometido adultério espiritual. A razão desta culpa foi o fato deles, entre
outros pecados e desvios, haverem abandonado ao Senhor em busca dos deuses
cananeus. Por este fato, Deus “divorciou-se de Israel”! Note a expressão usada:
“libelo de divórcio”, que em outras palavras quer dizer: “carta de divórcio”.
Judá, o reino do sul, mesmo vendo o que acontecera a Israel, prostituiu-se
também e em razão de sua deslealdade, não ficaria sem ser punida da mesma forma
pelo Senhor.
b) Jr 13.27, “Os teus adultérios, e os teus
rinchos, e a enormidade da tua prostituição, essas abominações tuas, eu as
tenho visto sobre os outeiros no campo. Ai de ti, Jerusalém! até quando não te
purificarás?”
Aqui a acusação se repete contra Judá, e mais
especificamente conta a sua capital – Jerusalém. A pergunta do profeta, pela boca
de Deus “até quando não te purificarás”, nos mostra o quanto a cidade estava
envolvida na idolatria e prostituição religiosa. Aliás, o profeta fala em
“enormidade da tua prostituição”, o que nos traz a idéia de que a cidade estava
atolada até ao pescoço na imundície de seu pecado. O verbo “purificar” no
original grego é “rhj” – “taher” que significa: “limpar-se moralmente”, “ser
puro”, “apresentar a si mesmo para purificação”
3. Deixando um pouco os reinos de Israel e
Judá, e pensando no antigo Reino Babilônico, podemos ver que, em virtude da
multiplicidade de seus ídolos e de suas práticas idólatras, acabou sendo na
Palavra de Deus, um símbolo religioso de prostituição e adultério. É por esta
razão que o sistema religioso corrompido dos últimos tempos também se chamará
“Grande Babilônia”, “Grande Meretriz”. A palavra “Babilônia” vem do termo
hebraico “lbb” – Babel, que significa “confusão”, “mistura”. Veja abaixo uma
nota da “Bíblia de Estudos das Profecias”:
“Para identificar a Babilônia, vamos para Gn 10.8
e descobrimos Ninrode, que era arqui-apóstata do mundo pós-diluviano (i.e.,
depois do Dilúvio). Ninrode estava quatro gerações depois do Dilúvio e é
registrado como ‘poderoso caçador diante do Senhor… O princípio do seu reino
foi Babel’ (vs. 9-10). A palavra Babel significa ‘portão de Deus’. Foi a
geração de Ninrode que construiu a torre de Babel com o propósito de expulsar
Deus e sua influência da Terra. Eles se propuseram a construir uma grande torre
que alcançaria o céu, para que tivessem os benefícios de Deus sem se submeter a
Deus. A reação de Deus foi; ‘Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem,
para que um não entenda a linguagem de outro, Destarte, o SENHOR os dispersou
dali pela superfície da terra; e cessaram de edificar a cidade. Chamou-se-lhe,
por isso, o nome de Babel’ (Gn 11.7-9). Babel significa confusão.
Este é o ponto crítico. Aqui em Babel foi
introduzido o primeiro sistema religioso idólatra e organizado na história do
mundo. É por isso que João chama a Babilônia de ‘a Mãe das Meretrizes’ (Ap
17.5). A babilônia foi o lugar de nascimento (Mãe) do adultério espiritual.
Assim, o adultério espiritual do final dos tempos é chamado de Babilônia”.(1)
Com estas idéias preliminares queremos abordar
agora os aspetos principais do sistema religioso adúltero, promíscuo, sistema
este que haverá de surgir nos últimos tempos, ou seja a “Grande Meretriz”, a
“Grande Babilônia”.
OS ASPECTOS PRINCIPAIS DA GRANDE MERETRIZ, O
IMPÉRIO RELIGIOSO DOS ÚLTIMOS TEMPOS:
I – SERÁ UM SISTEMA RELIGIOSO APOIADO PELO POVO
V. 1, 15.
“1 Veio um dos sete anjos que tinham as sete
taças, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande
prostituta que está assentada sobre muitas águas; 15 Disse-me ainda: As águas
que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e
línguas”.
1. Certamente você já ouviu dizer a seguinte
frase: “A voz do povo é a voz de Deus”. Certamente esta frase, embora tenha a
ver com o desejo do povo, jamais poderá expressar a verdade, em virtude do povo
mundano ser corrompido pela mentira, e pelo engano de pecado, Rm 3.10, “…como
está escrito: Não há justo, nem sequer um”. A palavra final em qualquer
situação, deverá ser sempre a Palavra de Deus, e nunca a palavra ou voz do
povo.
2. No texto lido vimos que a Grande Meretriz
está assentada sobre “muitas águas”, v. 1, e estas águas, são “povos,
multidões, nações e línguas”, v. 15. Não nos restam dúvidas sobre o fato de que
o povo estará apoiando este sistema religioso corrupto, devasso. Não somente o
povo apoiará tal sistema, mas também o promoverá através dos meios de
comunicação, como TV., rádio, internet, jornais, prática que já temos observado
nos dias atuais. Um exemplo que podemos citar deste tipo de comportamento, foi
a grande promoção envolvendo os meios de comunicação por ocasião da morte de
Chico Xavier. Outros destaques religiosos de vulto nacional também têm sido
veiculados amplamente nos meios de comunicação, recebendo apoio total do povo.
Diante disto como podemos confiar no povo?
3. O ser humano sem Deus, acaba sendo um
desastre para a humanidade! Basta lembrarmos o que aconteceu nos dias de
Hitler, Mussolini, Lenim e tantos outros ditadores que apoiados por multidões
acabaram sendo responsáveis pela mortandade de inúmeras vidas. A Palavra nos
descreve o homem sem Deus em muitos pormenores:
a) Sua deterioração espiritual, “18 A ira de
Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a
verdade pela injustiça; 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto
entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Porque os atributos invisíveis de
Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente
se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas
que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; 21 porquanto,
tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças;
antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o
coração insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 23 e mudaram
a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível,
bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso, Deus entregou tais homens
à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o
seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando
e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres
mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à
natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da
mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens
com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28 E,
por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma
disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 29 cheios
de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio,
contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos
de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes
aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32 Ora,
conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais
coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim
procedem”, Rm 1.18-32.
Evidentemente que o desvio do homem mundano
começa com sua rejeição ao Criador e consequentemente a troca na adoração. O
Deus que merece a total reverência do homem, é substituído pelas coisas
criadas. Daí, este ser humano, incapaz de reconhecer os reais valores em sua
busca de Deus, desce a um nível animalesco, com práticas devassas, espúrias,
que nem mesmo entre os animais são encontradas.
b) A causa da deterioração – pecado enraizado
no homem, “10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem
entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se extraviaram, à uma se fizeram
inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13 A garganta deles é
sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus
lábios, 14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os seus
pés velozes para derramar sangue, 16 nos seus caminhos, há destruição e
miséria; 17 desconheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante de
seus olhos”, Rm 3.10-18.
Torna-se evidente que somente mediante a fé em
Cristo e em seu sacrifício é que este homem totalmente degenerado, incapaz de
viver uma vida em Deus, pode encontrar a devida solução para o seu pecado,
corrigindo sua rota em demanda à eternidade. Veja Gl 1.4, “o qual se deu a si
mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade
de nosso Deus e Pai”.
4. diante dos textos citados podemos ver que,
em virtude de sua natureza pecaminosa, o homem sem Deus terá sempre a tendência
de apoiar coisas erradas, viver na corrupção, na violência, nas drogas, etc.
Novamente eu pergunto: Como podemos confiar no povo? A voz do povo será o
combustível da Grande Meretriz para propagar suas prostituições religiosas. Que
Deus nos guarde, tanto da voz do povo como da influência maligna e catastrófica
da malfadada Meretriz!
II – SERÁ UM SISTEMA RELIGIOSO ATRAENTE
VS. 2-5.
“2 com a qual se prostituíram os reis da terra;
e os que habitam sobre a terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição.
3 Então ele me levou em espírito a um deserto; e vi uma mulher montada numa
besta cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e que tinha
sete cabeças e dez chifres. 4 A mulher estava vestida de púrpura e de
escarlata, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um
cálice de ouro, cheio das abominações, e da imundícia da prostituição; 5 e na
sua fronte estava escrito um nome simbólico: A grande Babilônia, a mãe das
prostituições e das abominações da terra”.
1. Não pensem vocês que este sistema religioso
não será atrativo! Notem alguns detalhes no texto:
a) “…se embriagaram com o vinho da sua
prostituição”. A palavra “embriagar-se”, conforme podemos ver no Dicionário de
Sinônimos da AOL, além do sentido de embebedar-se, tem também o sentido de
“deliciar-se, absorver-se, acender-se, arrebatar-se, embeber-se, embriagar-se,
encantar-se, endeusar-se, enlevar-se, entusiasmar-se, extasiar-se, inebriar-se,
maravilhar-se, transportar-se”. No grego temos o vocábulo “meyuw” – methuo,
“embriagar-se”, “elevar-se”.
Bebida alcoólica e prostituição sempre andaram
de mãos dadas! Aqui, simbolicamente, os seguidores da Grande Meretriz estarão
como que “embriagados”, “envolvidos”, “atolados” até ao pescoço em sua prática
religiosa envolvente, porém corrompida, transviada.
b) “…A mulher estava vestida de púrpura e de
escarlata, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas…”. Notem que a mulher
(Grande Meretriz), está adornada com roupas vermelhas. Não é por acaso que os
demônios que atuam nas áreas da prostituição e da perversão sexual tenham
preferência por roupas vermelhas e pretas! Outro detalhe que também podemos observar
é a sua indumentária: “ouro, pedras preciosas e pérolas”. Trata-se de adornos
chamativos, muito comuns em mulheres tidas pela mídia como “sensuais”.
2. É evidente que estes ornamentos são
simbólicos! Mas eles expressam o poder de atração deste sistema religioso,
oposto ao Deus Criador. Isto somado às características do homem dos últimos
tempos, será um “prato cheio”, nas mãos do diabo que investirá tudo quando pode
para arrastar o maior número possível de vítimas para o inferno. Notem como os
homens buscarão a religião naquele tempo:
a)
2 Tm 4.1-4, “1 Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que
há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: 2 prega a
palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com
toda a longanimidade e doutrina. 3 Pois haverá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias
cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4 e se recusarão a dar ouvidos
à verdade, entregando-se às fábulas”.
Observe alguns pontos no texto:
“…não suportarão a sã doutrina”. A “sã
doutrina”, é a doutrina dos apóstolos, At 2.42, “e perseveravam na doutrina dos
apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. A expressão, “não
suportar”, significa “não agüentar”, “não sustentar”, etc. Tais homens não
suportarão a sã doutrina, porque adquiriram para si um estilo de vida contrário
ao Criador, e a sã doutrina atrapalha, embaraça, inibe.
“…cercar-se-ão de mestres segundo as suas
próprias cobiças…” Os homens daquele tempo, somente correrão atrás de líderes,
pastores, mestres, que possuírem um “discurso” afinado com “suas convicções”,
com sua maneira de pensar. Se forem contrariados, imediatamente sairão à
procura de outros mestres, que os “ensinem” de acordo com suas próprias
cobiças!
“…como que sentindo coceira nos ouvidos…”.
Temos aqui a avidez por novidades! Gente que corre atrás de novas doutrinas,
novos ensinos, novas profecias, por julgarem que os ensinos de sua igreja, ou
de seu pastor estão ultrapassados. Qualquer “onda” de teologia nova é motivo do
“corre-corre” do “busca-busca”. Fazem “arrastão” nas igreja para levarem atrás
de si o máximo de crentes que puderem!
“…se recusarão a dar ouvidos à verdade,
entregando-se às fábulas.” Aqui é a parte pior! É o abandono às verdades de
Deus e sua Palavra que são trocados por fábulas, contos imaginários, como por
exemplo os contos da “Mil e Uma Noites”, “Cinderela”, “Branca de Neve e os Sete
Anões”, etc.. São os “testemunhos” muitos comuns em várias igrejas, que há
muito deixaram a sã doutrina. É lógico que tais contos assumirão uma roupagem
“religiosa”, “bíblica”, onde a Palavra de Deus é aplicada segundo o bel-prazer,
e não pela sua interpretação correta.
b) 1 Tm 4.1-5, “1 Mas o Espírito expressamente
diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a
espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, 2 pela hipocrisia de homens
que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada, 3 proibindo o
casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para serem
recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade;
4 pois todas as coisas criadas por Deus são boas, e nada deve ser rejeitado se
é recebido com ações de graças; 5 porque pela palavra de Deus e pela oração são
santificadas”.
Aqui Paulo fala de algo que será comum nos
últimos tempos: a voz de “espíritos enganadores” e a “doutrina de demônios”,
que promove alguns aspectos próprios:
apostasia da fé;
hipocrisia e mentira;
consciência cauterizada;
proibição do casamento, entre outras
proibições.
3. Não nos esqueçamos de que Satanás e seus
demônios terão “atrativos” de sobra para ludibriar, enganar os homens dos
últimos tempos, isto sem considerar ainda outros atrativos religiosos, como por
exemplo “falsos milagres”, “prodígios”, etc., que no dizer de Jesus enganarão a
muitos, mas não os verdadeiros escolhidos de Deus: “…porque hão de surgir
falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo
que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”, Mt 24.24.
4. Não vamos permitir que esta “atração
satânica”, exerça fascínio sobre nós! Vamos nos levantar na autoridade e no
poder do Senhor Jesus para confrontarmos, combatermos o poder das trevas. Vamos
derrubar os portais do inferno. Como Igreja de Jesus, devemos invadir o Inferno
tirando os cativos do diabo de lá! Veja o que Jesus disse a Pedro e aos demais
apóstolos: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”,
Mt 16.18.
Note que estamos envolvidos numa luta mortal
contra o Inferno! Porém, temos a promessa de Jesus de que nesta guerra seremos
vencedores. O bem triunfará sobre o mal! Por mais que o diabo e seus demônios
resistam, no final, os filhos de Deus proclamarão com triunfo a vitória!
III – SERÁ UM SISTEMA RELIGIOSO DE PERSEGUIÇÃO
AOS SANTOS
V. 6
“E vi que a mulher estava embriagada com o
sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus. Quando a vi,
maravilhei-me com grande admiração”.
1. É evidente que os filhos de Deus já sofreram
durante alguns períodos da história os horrores da perseguição religiosa. Basta
lembrarmos da Arena Romana, onde eles eram devorados vivos pelos leões; das
fogueiras e instrumentos de tortura da chamada “santa inquisição”, que de
“santa” nada tinha, além de tantas outras “ondas” de terror impostas sobre
aqueles que professavam sua fé em Deus. Veja a nota abaixo:
“Outro exemplo histórico de perseguição
religiosa empreendida pelos Católicos é a Inquisição. A Inquisição foi o
programa e encargo oficial da Igreja Católica responsável por encontrar,
arrancar e punir todos os heréticos e outros culpados de discordar da doutrina
Católica. O Papa Gregório IX estabeleceu a Inquisição em 1233. a Igreja
Católica usou as autoridades civis para penalizar, aprisionar, torturar e
confiscar propriedades e executar heréticos. As pessoas que discordassem da
Igreja Católica eram tratadas pela Inquisição mais severamente do que se fossem
assassinos. A Inquisição torturava e executava as pessoas acusadas de cometer
crimes hediondos tais como recusar-se a oferecer orações pelos mortos,
recusar-se a assistir missas, ensinar que apenas os crentes deveriam ser
batizados e recusar-se a acreditar no purgatório depois da morte”.(2)
De fato a perseguição religiosa foi ferrenha
nesse período da Inquisição. “A responsabilidade pelo cumprimento da doutrina
religiosa passa dos bispos aos inquisidores – em geral franciscanos e
dominicanos –, sob o controle do papa. As punições variam desde a obrigação de
fazer uma retratação pública ou uma peregrinação a um santuário até o confisco
de bens e a prisão em cadeia. A pena mais severa é a prisão perpétua,
convertida pelas autoridades civis em execução na fogueira ou forca em praça
pública. Em geral, duas testemunhas constituem prova suficiente de culpa. Em
1252, o papa Inocêncio IV aprova o uso da tortura como método para obter
confissão de suspeitos. A condenação para os culpados é lida numa cerimônia
pública no fim do processo, no chamado auto-de-fé. O poder arbitrário da
Inquisição volta-se também contra suspeitos de bruxaria e todo e qualquer grupo
hostil aos interesses do papado”(3).
“No seu
‘Livro das Sentenças da Inquisição’ (Liber Sententiarum Inquisitionis) o padre
dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331), ‘um dos mais completos
teóricos da Inquisição’, descreveu vários métodos para obter confissões dos
acusados, inclusive o enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro.
Usava-se, dentre outros, os seguintes processos de tortura: a manjedoura, para
deslocar as juntas do corpo; arrancar unhas; ferro em brasa sob várias partes
do corpo; rolar o corpo sobre lâminas afiadas; uso das ‘Botas Espanholas’ para
esmagar as pernas e os pés; a Virgem de Ferro: um pequeno compartimento em
forma humana, aparelhado com facas, que, ao ser fechado, dilacerava o corpo da
vítima; suspensão violenta do corpo, amarrado pelos pés, provocando
deslocamento das juntas; chumbo derretido no ouvido e na boca; arrancar os
olhos; açoites com crueldade; forçar os hereges a pular de abismos, para cima
de paus pontiagudos; engolir pedaços do próprio corpo, excrementos e urina; a
‘roda do despedaçamento’ funcionou na Inglaterra, Holanda e Alemanha, e
destinava-se a triturar os corpos dos hereges; o ‘balcão de estiramento’ era
usado para desmembrar o corpo das vítimas; o ‘esmaga cabeça’ era a máquina
usada para esmagar lentamente a cabeça do condenado, e outras formas de
tortura”.(4)
2. Não podemos nos esquecer que tais
perseguições já eram comuns e ordenadas pelas autoridades religiosas nos dias
apostólicos, como por exemplo:
a) A perseguição que culminou com morte de
Estevão, “58 e, lançando-o fora da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas
depuseram as suas vestes aos pés de um mancebo chamado Saulo. 59 Apedrejavam,
pois, a Estêvão que orando, dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. 60 E
pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este
pecado. Tendo dito isto, adormeceu. E Saulo consentia na sua morte”, Atos
7.58-60.
b) A perseguição que ceifou a vida de Tiago.
Nesta perseguição Pedro também foi preso, e seria morto no dia seguinte, se não
fosse a intervenção de um anjo do Senhor “1 Por aquele mesmo tempo o rei
Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar; 2 e matou à
espada Tiago, irmão de João. 3 Vendo que isso agradava aos judeus, continuou,
mandando prender também a Pedro. (Eram então os dias dos pães ázimos.) 4 E,
havendo-o prendido, lançou-o na prisão, entregando-o a quatro grupos de quatro
soldados cada um para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da
páscoa”.
3. Porém a perseguição descrita aqui em Ap 17,
será uma perseguição sem precedentes na história. O texto nos diz que a Grande
Meretriz se embriagará com o sangue dos filhos de Deus, tal a quantidade de
sangue derramado! Vejamos alguns textos alusivos a esta horrível perseguição
dos últimos tempos:
a) Lc 21.12, “Mas antes de todas essas coisas
vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e
conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome”.
Podemos ver nos versículos anteriores que o
Senhor está falando de um tempo um pouco antes de sua Segunda Vinda ao mundo.
Neste período a perseguição haverá de ser intensificada ocorrendo a prisão e a
morte de muitos escolhidos.
b) Ap 7.9-14, “9 Depois destas coisas olhei, e
eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos,
povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e em presença do Cordeiro,
trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos; 10 e clamavam com
grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado sobre o trono, e ao
Cordeiro. 11 E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e dos anciãos e
dos quatro seres viventes, e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e
adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de
graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos.
Amém. 13 E um dos anciãos me perguntou: Estes que trajam as compridas vestes
brancas, quem são eles e donde vieram? 14 Respondi-lhe: Meu Senhor, tu sabes.
Disse-me ele: Estes são os que vêm da grande tribulação, e levaram as suas
vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.
Não queremos analisar este texto sobre a ótica
da linha de escatologia que discute se Igreja de Cristo vai ou não passar pela
Grande Tribulação. Porém não podemos deixar de observar o fato de que neste
tempo haverá um número incontável de servos de Deus que serão esmagados e
martirizados pelo sistema mundial corrupto e opressor. Sãos estes, na visão de
João, “…aqueles que vieram da Grande Tribulação”.
4. Porém, de algo podemos ter certeza: Deus é
quem nos dá forças para suportar as pressões do “príncipe deste mundo” (Jo
12.31, “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste
mundo”), e suas entidades malignas. Temos toda garantia de que neste confronto
sairemos vitoriosos: Rm 8.35-37: “35 quem nos separará do amor de Cristo? a
tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o
perigo, ou a espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à
morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37 Mas em
todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou”.
IV – SERÁ UM SISTEMA RELIGIOSO ATRELADO À
POLÍTICA E AO ANTI-CRISTO
VS. 7-13.
“7 Ao que o anjo me disse: Por que te
admiraste? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a leva, a qual tem
sete cabeças e dez chifres. 8 A besta que viste era e já não é; todavia está
para subir do abismo, e vai-se para a perdição; e os que habitam sobre a terra
e cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo se
admirarão, quando virem a besta que era e já não é, e que tornará a vir. 9 Aqui
está a mente que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais
a mulher está assentada; 10 são também sete reis: cinco já caíram; um existe; e
o outro ainda não é vindo; e quando vier, deve permanecer pouco tempo. 11 A
besta que era e já não é, é também o oitavo rei, e é dos sete, e vai-se para a
perdição. 12 Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não
receberam o reino, mas receberão autoridade, como reis, por uma hora,
juntamente com a besta. 13 Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder
e autoridade à besta”.
1. Todo este emaranhado de “chifres”,
representam reinos e governos que haverão surgir, desenhando-se assim o palco
político, onde será o campo de ação do “oitavo rei”, que sem dúvida alguma é o
Anti-Cristo, o próprio diabo encarnado o qual assumirá o comando do mundo! Não
queremos discutir aqui, se estes “cinco”, “sete” ou “dez” reinos representam o
Mercado Comum Europeu, ou alguma “Confederação de Nações”, ou ainda quaisquer
outros reinos que deverão ser levantados. Queremos, isto sim, observar a
influência que a Grande Meretriz terá nesses reinos. Dois pontos são
importantes para observarmos:
a) Note que a Grande Meretriz está assentada
sobre “sete montes”, que representam “sete reinos”: “As sete cabeças são sete
montes, sobre os quais a mulher está assentada…”. A palavra “assentar”, vem
aqui, do termo grego “kayhmai” – “kathemai” e significa “ter um domicílio
fixo”, “morar”. Tal realidade nos sugere que, mesmo a Grande Meretriz não
estando diretamente no comando destes reinos, certamente exercerá uma forte
influência política e religiosa sobre eles.
b) Ainda, seguindo o raciocínio lógico, podemos
deduzir que a influência da Grande Meretriz se expandirá até mesmo no período
em que estiver no comando o Anti-Cristo. Ela estará atrelada com ele: “são
também sete reis: cinco já caíram; um existe; e o outro ainda não é vindo; e
quando vier, deve permanecer pouco tempo”. Observe que o texto não nos diz que
no governo do “oitavo rei” – o Anti-Cristo, a Grande Meretriz perdeu sua
influência. Porém, nos parece que neste tempo a sua influência estará viva e
ativa!
2. Todas as vezes na história em que a Igreja
andou de braços dados com o Estado, houve corrupção, engano, e deterioração da
fé. Basta lembrarmos dos dias de Constantino e do período que se segue até o
tempo dos reformadores, quando a Igreja foi uma aliada forte do Governo. Foi
nesta fase que inaugurou-se a chamada “Era das Trevas” que foi o período mais
caótico da Igreja! Igreja e Estado não podem se misturar! Política e religião
não precisam ser forças opostas, mas não podem andar atreladas!
3. Esta aliança do sistema religioso com o
sistema político haverá de se intensificar nos dias anteriores à Segunda Vinda
do Senhor. Apesar de aparentemente benéfica, esta sociedade religiosa-política
somada ao Ecumenismo, que colocará numa mesma convivência religiosa católicos,
evangélicos, budistas, islâmicos, etc., contribuirá em muito para o surgimento
e fortalecimento da Grande Meretriz com sua enorme influência sobre o Estado!
Um comentário que não podemos desprezar aqui é o de Win Malgo:
“Em nossos dias já vemos que o objetivo do
Conselho Mundial de Igrejas vai em direção à unificação de todas as religiões.
Seu objetivo não é mais a unificação do cristianismo (católico-romano,
protestante, liberal, etc.), mas já vai muito mais longe. Foi em Utrecht, na
Holanda, que o CMI aprovou uma declaração oficial, segundo a qual vê a
‘presença de Cristo’ em todas as religiões. Em outras palavras: pretende-se a
unificação de todas as religiões. Quer seja hinduísmo, budismo, islamismo,
judaísmo ou cristianismo — isso não é tão importante aos seus olhos; importante
é a religiosidade. Aí já vemos realmente a mulher, a mãe das meretrizes,
aparecendo no horizonte! O Espírito Santo praticamente não encontra palavras,
que sejam suficientemente fortes, para expressar a devassidão dessa mulher.
Religião, também religião cristã, sem Jesus Cristo como centro, é o que existe
de mais corrompido. Essa é a grande meretriz. Trata-se de prostituição
espiritual, quando aceitamos o cristianismo, sem aceitar Cristo como Salvador e
Redentor. Recentemente vi novamente uma prova disso, como tais pessoas falam
então, em uma revista holandesa: Nela um teólogo escrevia primeiro bem
direitinho sobre a pessoa de Jesus. Mas depois revelou-se o engano, quando ele
disse que se deveria acabar finalmente com a lenda da ressurreição de Cristo! A
isso chama-se religião ‘cristã’, mas na verdade trata-se de uma religião
demoníaca”(5)
4. Diante desse sistema enganoso, mentiroso,
devemos estar apercebidos, para não sermos também ludibriados!
V – SERÁ UM SISTEMA RELIGIOSO JULGADO POR DEUS
VS. 1, 14-18.
“1 Veio um dos sete anjos que tinham as sete
taças, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande
prostituta que está assentada sobre muitas águas; 14 Estes combaterão contra o
Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos
reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis. 15
Disse-me ainda: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos,
multidões, nações e línguas. 16 E os dez chifres que viste, e a besta, estes odiarão
a prostituta e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a
queimarão no fogo. 17 Porque Deus lhes pôs nos corações o executarem o intento
dele, chegarem a um acordo, e entregarem à besta o seu reino, até que se
cumpram as palavras de Deus. 18 E a mulher que viste é a grande cidade que
reina sobre os reis da terra”.
1. Este julgamento do Criador sobre a Grande
Meretriz obedecerá a duas fases distintas:
a) A guerra do sistema político-religioso
contra o Cordeiro, v. 14, “Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os
vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os
que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis”. Como a Escritura nos
informa, o Anti-Cristo em aliança com a Grande Meretriz, fará uma guerra ao
Cordeiro e “os que estão com Ele” (Jesus Cristo e seu povo legítimo), mas serão
derrotados. Veja o comentário de Win Malgo:
“Realiza-se, portanto, uma união sobrenatural,
sinistra, uma concentração de poder mundial como nunca antes existiu, em cuja
liderança estará a besta. Mas seu tempo é limitado! ‘Durante uma hora’, diz o
versículo 12. Os dez reis, os vassalos da besta, são portanto administradores
do Império Romano e têm ‘um só pensamento’ (v. 13). Os contrastes políticos,
ideológicos, racistas e culturais serão então deixados de lado. Os governantes
do organismo formado pelas dez formas de Estado são todos unidos em seu ódio
contra o Cordeiro. Pode-se compará-lo com a unidade das nações árabes: se bem
que são cronicamente desunidas entre si, elas são unidas em seu ódio contra o
povo de Israel; contra o povo em que o Cordeiro alcançou sua vitória, e a terra
em que Jesus voltará. A sinistra unidade política, econômica e principalmente
militar dos dez reis será realizada repentinamente, e novamente se ouvirá, como
no tempo de Hitler, mas então mundialmente, o clamor por ‘um povo, um reino, um
Führer (líder)’. Eu repito: tudo isso é dirigido contra o Cordeiro! O Cordeiro,
porém, aparecerá com seus chamados, eleitos e fiéis. Os ‘chamados’ são aqueles
que foram chamados para a vida eterna e para a Igreja de Jesus. Os ‘eleitos’
são israelitas que se tornaram crentes, venceram e estão na glória. Os “fiéis”
são os crentes de todos os tempos. O Cordeiro voltará com esses glorificados.
Ele aparecerá em grande poder e glória, como Senhor dos senhores e Rei dos
reis! O Cordeiro não precisa primeiro obter a vitória, pois já venceu na cruz
de Gólgota!”(6)
Este é o começo do julgamento de Deus!
b) A perseguição do sistema político à Grande
Meretriz. A Palavra de Deus nos informa que num dado momento o próprio sistema
político se levantará contra a Grande Meretriz, v. 16, “E os dez chifres que
viste, e a besta, estes odiarão a prostituta e a tornarão desolada e nua, e
comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo”. Sob a liderança da “besta” – o
Anti-Cristo, a confederação dos dez reis, infringirá uma tremenda perseguição
contra a “religião oficial” (Grande Prostituta), despejando todo o seu ódio contra
esse sistema religioso falso. É a segunda fase do julgamento divino. Novamente
nos diz Win Malgo:
“Os exércitos de Satanás transformam-se em
instrumentos na mão de Deus, para destruir a Roma, ou seja, a Babilônia ímpia;
para arrasar e saquear a cidade das abominações idólatras: ‘Os dez chifres que
viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e
lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo’(v. 16). Desse modo, até mesmo o
anti-cristo tem que servir como instrumento de juízo de Deus, para julgar a
mulher, a grande meretriz. Disso conclui-se que no final também o poder das
trevas tem que realizar a vontade de Deus!”(7)
2. Na verdade, podemos deduzir pela Palavra de
Deus que todos os homens maus, certamente serão julgados pelas suas obras
malignas. O julgamento divino é descrito na Escritura com clareza de detalhes,
conforme pode-se ver nos textos abaixo:
a) Rm 2.5-9, “5 Mas, segundo a tua dureza e teu
coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do
justo juízo de Deus, 6 que retribuirá a cada um segundo as suas obras; 7 a
saber: a vida eterna aos que, com perseverança em favor o bem, procuram glória,
e honra e incorrupção; 8 mas ira e indignação aos que são contenciosos, e
desobedientes à iniqüidade; 9 tribulação e angústia sobre a alma de todo homem
que pratica o mal, primeiramente do judeu, e também do grego”.
Note a alusão à “ira de Deus”, que será
despejada sobre todos aqueles que praticam más obras, os contenciosos, os
desobedientes, os iníquos. Estes termos são termos fortes e descrevem o
comportamento do homem sem Deus, que na verdade, está acumulando “ira” junto ao
cálice da ira de Deus, Ap 14.10, “também o tal beberá do vinho da ira de Deus,
que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com
fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”.
b) Jd 14-15, “14 Para estes também profetizou
Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor com os seus
milhares de santos, 15 para executar juízo sobre todos e convencer a todos os
ímpios de todas as obras de impiedade, que impiamente cometeram, e de todas as
duras palavras que ímpios pecadores contra ele proferiram”.
Judas, o irmão o Senhor, escritor desta carta,
refere-se a uma profecia de Enoque, na qual ele descreve a volta do Senhor,
juntamente com os seus anjos, para julgar todos os ímpios pelas obras de
impiedade que praticaram. Esse julgamento colocará numa balança, não somente as
más obras praticadas pelos homens maus, mas também as blasfêmias proferidas por
eles contra o Senhor. Não é de se estranhar o fato de que uma das principais
características da besta que subiu do mar (mar significa multidões) será a sua
petulância para blasfemar contra Deus e seus filhos, Ap 13.5-6, “5 Foi-lhe dada
uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para
atuar por quarenta e dois meses. 6 E abriu a boca em blasfêmias contra Deus,
para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo e dos que habitam no céu”.
c) Ap 20.11-15, “11 E vi um grande trono branco
e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e
não foi achado lugar para eles. 12 E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé
diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida;
e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras. 13 O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e
o além entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo
as suas obras. 14 E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é
a segunda morte, o lago de fogo. 15 E todo aquele que não foi achado inscrito
no livro da vida, foi lançado no lago de fogo”.
Temos aqui o Julgamento do Grande Trono Branco,
que será o último e definitivo juízo de Deus sobre os ímpios. Aquele que for
condenado neste julgamento, não lhe restará outra coisa a não ser o “lago de
fogo”, que é a perdição eterna para todos quantos rejeitam a Palavra de Deus. A
própria Palavra de Deus será testemunha contra aqueles que recusaram servir ao
Senhor Jesus em vida, Jo 12.48, “Quem me rejeita, e não recebe as minhas
palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no
último dia”. Sobre o Juízo Final, observe o que diz H. E. Alexander:
“Abriram-se livros que continham o registro das
obras daquelas pessoas e ‘foram julgadas segundo as suas obras’. Isto nos
mostra que a vida do homem, todos os seus atos, pensamentos e palavras estão
registrados e, no final, cada um será colocado diante das próprias obras que o
acusarão. Para confirmar que praticaram obras más, o livro da vida é aberto,
mas seus nomes não estão ali. O livro da vida não contém o nome dos mortos; em
compensação, os outros livros estão repletos de suas obras ímpias.
O grande trono branco prova que Deus é justo e
sela para sempre a condenação do homem.
Esta multidão de mortos-vivos é lançada no lago
do fogo. A morte e o Hades (morada dos mortos), vazios de seu conteúdo também
são ali lançados (20.14,15)”.(8)
Veja ainda o comentário de Win Malgo sobre o
Juízo Final, Ap 20:
“Então vemos os livros abertos. A abertura do
livro da vida e dos livros com a anotação de todos os pecados de todos os
homens, que não aceitaram o Senhor Jesus, traz a importante decisão sobre a
eterna bem-aventurança ou a eterna maldição. A decisão já se realiza agora em
tempo de vida de cada um, mas a justiça de Deus ainda tem que ser exercida.
Também se decide sobre o grau da eterna maldição, pois está dito duas vezes nos
versículos 12-13b: ‘E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme
o que se achava escrito nos livros… um por um, segundo as suas obras’. Na
Eternidade haverá inúmeros níveis diferentes, pois Deus é justo. Isso vale
também para o julgamento diante do trono do julgamento do galardão (comp. 1 Co
3.11ss e 2 Co 5.10). Lá não se decide sobre a eterna bem-aventurança ou a
eterna maldição, pois isso é, eu repito, decidido durante a vida, quando uma
pessoa aceita ou rejeita Jesus Cristo, mas sobre a recompensa dos vencedores,
sobre a coroa. Diante do grande trono branco, entretanto, se decide sobre o
grau de perdição. Lá, isto é, antes do Milênio, se decide sobre o grau da
eterna bem-aventurança. Aí se apresenta a pergunta: Se tudo já está decidido,
por que ainda existe o livro da vida, porque até está dito no versículo 15: ‘E,
se alguém não foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lançado para
dentro do lago do fogo”? Apresentando a pergunta de outra maneira: Se todos
esses mortos, grandes e pequenos, que se encontram diante do trono de Deus,
estão de qualquer maneira perdidos, por que mesmo assim se procura seu nome no
livro da vida? Eu repito: Deus é justo! Ali, diante da Sua face, todos se
calarão. Toda réplica, todo ‘sim, mas…’ se perde no nada, porque o nome da
pessoa em questão falta no livro da vida. Ninguém poderá afirmar, portanto, que
não se procurou pelo seu nome. Aliás, o livro da vida aparece seis vezes no
Apocalipse, nos capítulos 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27. Por isso, o mais
importante para toda pessoa, é saber se seu nome consta dele! Um hino diz: “Teu
nome já está escrito ali diante do trono de ouro, no livro da vida teu nome já
está escrito?” (tradução livre do alemão)”.(9)
3. Sim, o Grande Juiz não permitirá que este
sistema religioso corrupto, devasso, com todos os seus adeptos, fique sem
punição! O grande dia do Juízo já está determinado, At 17.31, “…porquanto
determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão
que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre
os mortos”. Não nos esqueçamos sobre o fato de que “Horrenda coisa é cair nas
mãos do Deus vivo”, Hb 10.31.
CONCLUSÃO:
1. A Igreja de Cristo dos dias atuais precisa
ficar alerta, atenta, para guardar-se, defender-se deste sistema religioso
mundano. Este sistema envolverá muitas igrejas, denominações, que serão
atraídas pelo Ecumenismo que, como vimos, tem como objetivo colocar numa mesma
ideologia religiosa-política, todas as denominações existentes. Quem não ficar
atento, poderá ser envolvido pelos tentáculos deste enorme polvo maligno!
Certamente, Satanás investirá tempo, dinheiro e todos os recursos possíveis
para cativar os incautos.
2. Para nos protegermos deste sistema
político-religioso falso, precisamos nos apegar com intensidade aos princípios da
Palavra de Deus. Devemos também fazer “oposição bíblica” contra quaisquer
movimentos heréticos que embora apresentem um plumagem atrativa, convidativa,
seu interior certamente estará contaminado com um veneno mortal. Tal peçonha
mortal estará pronta para ser inoculada,
injetada, naqueles que forem capturados pelo ardil de Satanás! Lembremos que o
segredo de vitória da Igreja Primitiva estava no fato de que ela “perseverava
na doutrina dos apóstolos”, At 2.42, “…e perseveravam na doutrina dos
apóstolos…”. Não sejamos como alguns que usam a Palavra de Deus com
infidelidade, adulterando-a, “Porque nós não somos falsificadores da palavra de
Deus, como tantos outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na
presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos”, 2 Co 2.17...
BISPO/JUIZ. MESTRE E DOUTOR EM ÊNFASE E
DIVINDADE DR.EDSON CAVALCANTE