DESVIADOS DA PRESENÇA DE DEUS...
Há pelo mundo afora, hoje e
agora, multidões de cristãos inseguros e atribulados pelo fato de não
conseguirem discernir precisamente sobre suas situações espirituais. Uns chegam
a pensar que estão perdidos, enquanto outros são escorraçados das Igrejas por homens
e mulheres que, acreditando poder exercer domínio e controle sobre suas vidas,
os julgam e estereotipam de "afastados" ou de "desviados".
Mas, o que a Bíblia tem a dizer sobre isto?
Em primeiro lugar, devemos
atentar, e muito bem, nas palavras do Senhor Jesus Cristo:
“Pois o Filho do Homem não veio
para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.” Lucas 9:56
Toda a árdua e dificílima obra do
Senhor Jesus Cristo visa a Salvação das almas dos homens. Foi por isso que Ele
foi humilhado, escarnecido, torturado e pregado em uma cruz de madeira,
morrendo pelos nossos pecados. E seria isto tudo coisa de somenos? Ter o
próprio Deus descido ao mundo, tendo-se tornado em semelhança de figura humana
e sofrido todas as perseguições, dores e afrontas que sofreu? Como diz a
Escritura:
“Pois a redenção da alma deles é
caríssima, e cessará a tentativa para sempre.” Salmos 49:8
Além do que, também está escrito:
“Pela terceira vez Jesus lhe
perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe
ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes
todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas
ovelhas.” João 21:17
Ora, se somos nós ovelhas de
Cristo, isto significa que não há ninguém mais que de nós possa dizer: “São
minhas”, senão o próprio Deus. E eis aqui a imperiosa necessidade de um extremo
cuidado para com a propriedade alheia, ainda mais se tivermos em conta que esta
propriedade pertence a ninguém menos do que ao DEUS TODO-PODEROSO.
Se por temor da lei dos homens
somos cuidadosos com o patrimônio alheio, que dizermos então de um patrimônio
que não pertence a mortais, mas Àquele que tem em suas mãos o destino temporal
e eterno de nossas almas? Sim, todo o cuidado é pouco, a não ser para os
que pensam que Deus seja alguém
displicente e passivo, enquanto, na verdade, é Ele mesmo quem diz:
“Mas o que se gloriar, glorie-se
nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e
justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR” . Jeremias 9:24
stas palavras de Deus significam
que Ele atua e age sobre nós não somente agora enquanto estamos nesta terra,
mas também atuará e agirá sobre nós nos tempos eternos.
A Atitude dos Hipócritas
“Por isso, também disse a
sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, e a alguns deles
matarão e a outros perseguirão, para que desta geração se peçam contas do
sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo; desde o sangue de
Abel até ao de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e a casa de Deus.
Sim, eu vos afirmo, contas serão pedidas a esta geração. Ai de vós, intérpretes
da Lei! Porque tomastes a chave da ciência; contudo, vós mesmos não entrastes e
impedistes os que estavam entrando.” Lucas 11:49-52
Os que, de fato, conhecem o
Senhor não seguem, e nem jamais seguirão, homenzinhos vestidos de batas negras
propalando aos quatro ventos que são porta-vozes de algum velho que se diz
chamar Papa (pai). Esse é o território do embuste espiritual e da apostasia com
toda a sua devassidão. Destes nem sequer falaremos, pois é por demasiado
grotesco e completamente evidente que estão alheios às coisas de Deus. Destes
já tratamos em outros artigos.
Todavia, estaremos aqui nos
referindo aos que, dentro das Igrejas, professam o Nome do Senhor. E, por
incrível que pareça, há entre eles os que tomam para si a atitude dos escribas
e dos fariseus hipócritas que o Senhor solenemente condena, como está escrito:
“Porque tomastes a chave da
ciência; contudo, vós mesmos não entrastes e impedistes os que estavam
entrando.” Lucas 11
“Tomar a chave da ciência”
significa assumir uma suposta autoridade sobre o conhecimento e, como no caso
dos escribas, exercê-la sobre outros. Significa dominar, controlar e até mesmo
manipular. Todavia, devemos ter bem assentado em nossas mentes que toda
autoridade provém do alto, e ninguém possui o poder de concedê-la legitimamente
a ninguém, a não ser Deus. Vejamos, por exemplo, como o apóstolo Paulo deixa
bem claro que sua autoridade veio a ele tão somente pela vontade de Deus:
“Paulo, chamado pela vontade de
Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes,...” 1 Coríntios 1:1
Ora, sendo assim, é imperioso que
tenhamos muito cuidado para com quem quer que seja que estiver reivindicando
autoridade para si próprio em nome de Deus! Somos chamados por Cristo para a
liberdade, não para a escravidão:
“Para a liberdade foi que Cristo
nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de
escravidão.” Gálatas 5:1
Pedro se torna repreensível e é
repreendido por Paulo
Neste impressionante relato
bíblico, vemos uma situação inusitada, a saber, o próprio apóstolo Pedro havia
se tornado repreensível pois estava querendo lançar sobre os ombros dos irmãos
uma carga que ia além do peso do jugo do Senhor Jesus:
“Porque o meu jugo é suave, e o
meu fardo é leve.” Mateus 11:30
Vejamos o trecho bíblico que
narra o que sucedeu a Pedro:
“Quando, porém, Cefas veio a
Antioquia, resisti -lhe face a face, porque se tornara repreensível. Com
efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios;
quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar -se, temendo os
da circuncisão. E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o
próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi
que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas,
na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu,
por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Nós, judeus por natureza e
não pecadores dentre os gentios, sabendo, contudo, que o homem não é
justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos
crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não
por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.” Gálatas
2:11-16
Se você leu, atentamente, o
trecho bíblico acima, poderá ver que o apóstolo Pedro literalmente extrapolou
os limites de atuação de seu ministério e estava a querer impor um modo de vida
aos irmãos que ia além da carga estabelecida e ordenada pelo Senhor. E isto ao
ponto de Paulo não somente o ter repreendido, mas dito:
“Quando, porém, vi que não
procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas
(Pedro)...”
Deus estabeleceu um caminho a fim
de que nos relacionemos com Ele, e ninguém pode intervir nisto! E este caminho
é Cristo!
Deus teve a cuidadosa preocupação
em tornar o nosso relacionamento com Cristo agradável e prazeroso, não
desejando o próprio Deus impor sobre nós nenhum peso árduo e difícil de
carregarmos ao longo desta nossa já tão difícil existência. E foi, precisamente
por isto, que foi Ele mesmo quem, em Cristo, suportou toda a carga e peso
difíceis de carregar.
“Mas ele foi traspassado pelas
nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Isaías 53:5
“Carregando ele mesmo em seu
corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os
pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.” 1 Pedro 2:24
E aos apóstolos coube a missão,
dada por Deus, de manifestar à Igreja a vontade do Senhor quanto ao nosso modo
de vida, vejamos:
“Pois pareceu bem ao Espírito
Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que
vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne
de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem
se vos guardardes. Saúde.” Atos 15:28
O relacionamento de Deus com o
Seu povo é fundamentado e baseado na FÉ, na HUMILDADE e no AMOR. As ordenanças
acima foram postas a fim de que tenhamos um modo de vida diferenciado dos
incrédulos. Porém, a fé é o nosso firme fundamento.
Quando a Ignorância Pessoal de
Líderes da Igreja Extrapola os Limites
Já vimos como até mesmo um homem
da estatura espiritual do apóstolo Pedro conseguiu se equivocar, tornando-se
repreensível a ponto de Deus lhe ter repreendido por intermédio de outro irmão,
a saber, Paulo. E que dirá de nós que hoje vivemos em um período onde não
somente o materialismo e a incredulidade, mas também a franca apostasia,
militam entre nós de modo terrivelmente feroz?
No caso específico do Brasil,
temos de ser bem sinceros e honestos se desejarmos abordar a questão dos irmãos
enfraquecidos com isenção e propriedade. O Brasil é um país de iletrados, de
multidões de pessoas que vivem em culturas quase que primitivas, se levarmos em
consideração o nível de preparo intelectual da média de países bem mais
desenvolvidos que o nosso. E você verá, logo adiante, porque estamos
mencionando isto.
Não é incomum encontrarmos no
nosso dia a dia homens e mulheres que são incapazes de tomar decisões próprias,
mas que, frequentemente, retrucam solicitações com a seguinte frase: “Eu não
sei. Tenho que falar com o meu chefe.” Isto se dá a todo tempo e revela o grau
de passividade de um povo escravizado por legiões de políticos e de esquemas
corruptos, sendo também o brasileiro um povo estupidamente indolente e
oportunista. É uma cultura de dominação do mais influente sobre os mais
ignorantes. E isto, lamentavelmente, tem se refletido dentro das Igrejas.
Certa vez, conhecemos uma jovem
cristã que viajava pelo mesmo trajeto que seguíamos, e, juntos, nos alegramos
por sermos cristãos e podermos desfrutar da bondade de Deus. Quando lhe
perguntamos sobre sua Igreja, a mesma, prontamente, disse: “Pertenço à Igreja
tal do pastor fulano de tal...”. Até aqui fica difícil de se saber até onde vai
o zelo de pastores por suas ovelhas e onde começa o ganho pessoal daqueles que
sentem uma satisfação pessoal egoísta por estarem em posição de destaque entre
irmãos. Em outras palavras: Até onde seguem o mandamento bíblico a seguir?
“Rogo, pois, aos presbíteros que
há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo,
e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho
de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como
Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores
dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo
que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.”
1 Pedro 5:1-4
Em se tratando de dominação
ilegítima, é precisamente por essa via que várias doutrinas humanas e
pensamentos pessoais destoantes das Escrituras são impostos sobre os ombros de
irmãos pelos quais Cristo morreu. E isto já temos presenciado por diversas
vezes, como quando, por exemplo, uma irmã, inadvertidamente, repreendia seu
irmão em Cristo pelo fato de aquele estar usando barba. Disse ela: “O que houve
com você? Perdeu a unção?” E isto, pelo fato do servo de Cristo estar usando
barba! Sucede, todavia, que a ignorância daquela senhora penetrava no
território do bizarro, pois o Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo, usava barba. E
como podemos ter certeza disto? Ora, se Cristo veio para cumprir a Lei de
Moisés, e como Sumo-Sacerdote, é a própria Lei que fala sobre a barba:
“Não cortareis o cabelo em
redondo, nem danificareis as extremidades da barba.” Levítico 19:27
Tendo cumprido toda a Lei, é
evidente que o Senhor Jesus também cumpriu este mandamento. Logo, eis o absurdo
de alguém desejar condenar o outro (algo duplamente reprovável, pelo ato de
condenação e pela ilegitimidade da alegação) por este usar barba.
Trágico, todavia, é o fato de
haver alguns cristãos que, valendo-se de argumentações pueris e ilegítimas,
como a dessa senhora em questão, se apressam em rotular irmãos de “desviados”
ou de “afastados”, quando na realidade o que ocorre é uma aparente falta de
sujeição do irmão para com este ou para com aquele preceito humano, na maioria das
vezes fruto de uma cultura mesclada de ignorância, analfabetismo e de
superstições, como é o caso do Brasil. Ora, assim como os intelectuais desta
vida não têm o direito de impor aos irmãos grandes e enfadonhas solicitações do
intelecto, também não é conveniente que o despreparo ou a franca ignorância
norteiem a nossa relação de uns para com os outros. O nosso parâmetro de
conduta é a Bíblia, não a sabedoria ou o conhecimento humanos.
Outro exemplo também bizarro, foi
de uma irmã em Cristo que repreendeu uma outra pelo fato de ela ter em sua casa
uma planta (Sindapsus aureus – a da direita na foto), pelo simples fato de esta
planta ser conhecida como Jibóia (alusão à Boa constrictor amarali, um réptil
frequentemente encontrado em selvas brasileiras).
Espiritualmente Displicentes
O autêntico perigo de vida para
os cristãos nada tem a ver com esses patéticos resultados de atitudes
ignorantes e ilegítimas por parte de alguns cristãos. O real perigo para quem
quer que seja é o desprezo por Deus. O desprezo a Deus endurece o coração, o
coração endurecido esfria a fé, e em desaparecendo a fé do coração de alguém,
evidentemente que este não poderá ser salvo, pois "o justo viverá pela
fé" Gálatas 3:11
“Por que razão despreza o ímpio a
Deus, dizendo no seu íntimo que Deus não se importa?” Salmos 10:13
O desprezo pelo Senhor é uma
atitude eminentemente ímpia, todavia, é necessário termos muito cuidado a fim
de não sermos contaminados por esse grande mal. Desprezar a Deus significa um
modo de ação que planeja a exclusão do Criador dos negócios ou de atividades
pessoais de cada um. É um ato de rebeldia, e, por vezes, de franca rebelião. Se
essa atitude nefasta é a que domina o ímpio até o fim de sua vida, segundo as
Escrituras esta atitude terminará por conduzir ao inferno. Se, porém, ela está
a afetar um cristão autêntico, isto é, que tenha nascido de novo, então este
assunto deverá ser tratado de modo bem diferente. Senão vejamos.
A atitude de repreensão que o
Senhor Jesus Cristo teve para com seus perseguidores foi solene e precisa:
“Por isso, pois, os judeus ainda
mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia
que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.” João 5:18
Todas as palavras que o Senhor
lhes dirigiu estão registradas no Capítulo 5 do Evangelho de João, das quais
destacamos estes dois versículos:
“Então, lhes falou Jesus: Em
verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão
somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho
também semelhantemente o faz.” João 5:19
“Contudo, não quereis vir a mim
para terdes vida.” João 5:40
Estas duras palavras do Senhor
foram a resposta a homens que o odiavam e que desejavam matá-lo, pois estavam
em franca rebelião contra Deus, fazendo a vontade de Satanás.
orém, este mesmo tom de resposta
não é o mesmo com o qual o Senhor se dirigiu a Pedro quando este último lhe
perguntou sobre quantas vezes um irmão deveria perdoar o outro:
“Então, Pedro, aproximando-se,
lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu
lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete
vezes, mas até setenta vezes sete.” Mateus 18:21,22
Notemos que a pergunta de Pedro
estava relacionada aos irmãos, e não a homens ímpios e profanos! Ora, se Deus,
que é o nosso exemplo, nos ordena que perdoemos uns aos outros até setenta
vezes sete por causa de alguma ofensa feita a nós, não será o próprio Deus
infinitamente maior e mais generoso em perdoar do que nós? E ainda mais em se
tratando de homens e de mulheres pelos quais Cristo morreu e ressuscitou. Sendo
assim, os assuntos de casa devem ser tratados em casa, e com o Dono da casa. A
Casa é o Reino de Deus e o Dono da Casa é o Pai.
O Relacionamento Dinâmico com
Deus, a Chave para a Solução da Questão
É verdade que podemos encontrar
irmãos em situações doentias e espiritualmente perigosas se observarmos o
gigantesco agrupamento de seres humanos que seguem a Cristo pelo mundo inteiro.
Todavia, se são cristãos autênticos, a eles também é dito:
“E não ensinará jamais cada um ao
seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos
me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. Pois, para com as suas
iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me
lembrarei.” Hebreus 8:11,12
Isto significa dizer que todo
cristão autêntico tem acesso direto ao trono de Deus por intermédio do Senhor
Jesus Cristo, e cabe, a cada um individualmente, expor a Deus os seus próprios
problemas e apresentar suas razões, mesmo que sejam queixas, pois está escrito:
“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o
SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão
brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão
como a lã.” Isaías 1:18
Neste doce convite da parte de
Deus, podemos ter a certeza de que o Senhor não somente está atento aos nossos
problemas, sejam de que ordem forem, bem como nos convida a arrazoar (debater,
conversar) com Ele, a fim de que possamos, nós e Deus, chegarmos a um consenso
sobre este ou sobre aquele assunto, seja ele qual for. O espírito deste convite
não é de condenação, mas de conciliação e de reconciliação. O erro dos homens
consiste no fato de tratarem a Deus com desprezo e com ignorância a respeito do
Seu imensurável bondoso caráter com o qual Ele lida com toda a Sua criação.
Sejam problemas de ordem pessoal (afetivos, financeiros, sexuais,
comportamentais, etc.), sejam problemas que envolvam outras pessoas em qualquer
situação (trabalho, escola, universidade, vizinhança, ou até mesmo na Igreja),
o fato é que Deus nos convida a buscá-lo e a conversar com Ele, bastando que
para tanto estejamos portando nossa fé em Cristo e a humildade reverente devida
ao Deus Todo-Poderoso que nos criou. Ele certamente ouvirá e prontamente nos
responderá:
“O que fez o ouvido, acaso, não
ouvirá? E o que formou os olhos será que não enxerga?” Salmos 94:9
Ora, se Deus assim age para
conosco, quem somos nós para, ilegitimamente, assumirmos posições de juízes ou
de algozes condenando e apedrejando nossos irmãos? E quanto aos nossos próprios
pecados que foram perdoados por Deus? Será que somos, realmente, melhores do
que aquele ou do que aquela que estamos condenando ou apedrejando?
Se a nossa posição e atitude para
com aqueles irmãos que estiverem espiritualmente enfraquecidos não estiver
fundamentada em amor verdadeiro e sincero, conforme as Escrituras nos ensinam,
então é melhor que não nos envolvamos, sob o perigo de causarmos mais problemas
do que benefícios a algum irmão que esteja em maus lençóis. Se, por outro lado,
estivermos em sinceridade e em humildade de coração diante de Deus, então é
Deus quem poderá nos conduzir ao socorro de nossos irmãos, pois estaremos
agindo pelo amor que d’Ele flui.
Afastado, Desviado, Frio ou
Morno?
Não nos alongaremos muito mais
neste assunto, visto que já o expomos e já o discutimos anteriormente. Contudo,
vale lembrar que o termo desviar é aplicado nas Escrituras a situações
extremamente graves, como na apostasia de Israel, por exemplo:
“Quando, pela primeira vez, falou
o SENHOR por intermédio de Oséias, então, o SENHOR lhe disse: Vai, toma uma
mulher de prostituições e terás filhos de prostituição, porque a terra se
prostituiu, desviando-se do SENHOR.” Oséias 1:2 (Desviar: do hebraico shuwb,
que significa: voltar as costas para Deus, apostatar, morrer)
E também para com o ocorrido com
Judas Iscariotes:
“E, orando, disseram: Tu, Senhor,
que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido
para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se
transviou, indo para o seu próprio lugar.” Atos 1:24,25 (do grego parabaino,
significando partir, sair, abandonar)
A nós, pois, pessoalmente, não
nos agrada o uso deste termo para com cristãos autênticos, os quais conhecem o
Senhor, de acordo com Hebreus 8:11,12.
Outrossim, vemos no Livro do
Apocalipse, o termo morno (do grego chliaros, significando: morno, indiferente)
e frio (psuchros: frio, indolente, inerte). E mesmo para com os que o Senhor
chamou de mornos, logo a seguir, no mesmo trecho bíblico, vemos o Senhor Jesus
afirmando:
“Eu repreendo e disciplino a
quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.” Apocalipse 3:19
Estas palavras do Senhor mostram
a Sua intenção e o Seu objetivo em disciplinar os Seus servos e filhos para a
salvação, não para a condenação. E que possamos ser cooperadores com Ele em tão
elevada missão!
“Eu lhes tenho transmitido a
glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em
mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que
tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” Senhor Jesus Cristo,
João 17:22,23...
BISPO/JUIZ.MESTRE E DOUTOR EM
TEOLOGIA.EDSON CAVALCANTE
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