ABIGAIL – UMA MULHER BELA, GENEROSA, SÁBIA E CHEIA DE
VIRTUDES“Abigail... era a mulher de bom entendimento e formosa...” (1Sa 25:3).
Abigail era uma mulher formosa que amava o Senhor.
Ela
estava sendo refinada como a prata mas, pacientemente, aceitava os
ensinamentos de Deus. A cada dia, ela aprendia a conviver com um marido
(Nabal) insensato, tolo e sem nenhuma sabedoria.
Apesar da Bíblia não
relatar como era o seu trabalho no lar, supomos que ela era uma boa
dona de casa e uma esposa exemplar. Além destas qualidades que agradavam
a Deus, ela ainda era generosa, inteligente e uma mulher pacificadora.
Observando
o seu marido, podemos ver que ele era um homem duro e muito mau. Por
causa da dureza do seu coração, recusando ajudar com víveres a Davi e
seus companheiros, ele pôs em risco a sua vida, a da sua família e
servos.
Em 1 Samuel 25:14-17 a Bíblia nos diz que Abigail foi
avisada deste procedimento insensato do seu marido. Veja como tudo
aconteceu:”Porém
um dentre os moços o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis
que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; porém
ele os destratou. Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravado por eles,
e nada nos faltou em todos os dias que convivemos com eles quando
estavam ao campo. De muro em redor nos serviram, assim de dia como de
noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas.
Considera, pois, e vê o que hás de fazer, porque o mal já está de todo determinado contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um homem vil,
que não há quem lhe possa falar.”Homem rico, porém tolo e insensato!
Observando
estes versículos podemos ver que o relacionamento entre Abigail e seus
servos era de pura confiança, enquanto o de Nabal com eles era de
completa desconfiança.
Ao examinarmos o nosso caminhar diário podemos saber de que lado estamos:
*Será que sou parecida com Abigail, uma mulher equilibrada, sábia e dócil de coração?
*Ou será que sou mais parecida com Nabal, um homem duro nas decisões, autoritário e com um coração insensível?
Posso descobrir de que lado estou observando:
*Como trato meu marido;
*Como trato meus filhos;
*Como trato aquela (s) pessoa (s) que me ajuda (m) no trabalho de casa.
Você é uma mulher mansa, dócil, compreensiva assim como Abigail?
Ou você é uma mulher rixosa como a esposa de Jó?
Irmã,
cabe a nós decidirmos se queremos estar no centro da vontade de Deus
agradando-O, ou se queremos andar com nossos próprios pés
fazendo o que agrada à nossa carne.
“Senhor,
que eu decida Te agradar, andar no centro da Tua vontade, mesmo tendo
que enfrentar inimigos, o inimigo das nossas almas, tribulações,
privações...
Aceita, a minha oração e ‘cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.’Fortalece, Senhor, o meu caráter e aumenta a minha fé!
Amém!”
Por
causa da resposta insensata de Nabal, Abigail teve que agir com rapidez
e sabedoria a fim de salvar a vida de seu marido, de toda a sua família
e de seus servos.
Certamente, Abigail era uma mulher submissa a seu
esposo, porém quando ela viu o grande erro que ele havia cometido, ela
preferiu seguir o seu coração que era, na verdade, mais submisso a Deus.
Ela não mediu esforços para levar até
Davi tudo que ele estava precisando e muito mais – “...
duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco
medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de
figos passados...” (1Sa 25:18).
Abigail levou consigo não
somente a comida para Davi e seus homens mas também levou um coração
humilde. A Bíblia nos diz em 1 Samuel 25:23 que Abigail foi até Davi e “...se inclinou à terra. E lançou-se a seus pés e disse: Ah, Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva.” E Abigail continuou pedindo a Davi que não matasse seu marido nem ninguém da sua casa. E Deus usou...
1- uma mulher fiel para por em prática o Seu plano na vida dela [“... e ela seguiu os mensageiros de Davi, e foi sua mulher” (1Sa 25:42)];
2-
uma mulher dócil, com voz branda que falou na hora certa, palavras certas e inspiradas por Ele [“... tempo de estar calado, e tempo de falar” (Ecl 3:7)];
3- uma mulher que O temia [“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” (Pro 9:10];
4- uma mulher sábia que, rapidamente, decidiu como deveria salvar a sua família e seus servos [“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente...” (Tia 1:5)].
Você,
amada irmã, quer ser uma mulher usada por Deus? Então comece, desde já,
orando ao Senhor que a transforme numa mulher de voz mansa e suave
fiel, dócil, temente a Ele e cheia de sabedoria.
A Bíblia nos diz que “... passados quase dez dias, feriu o Senhor a Nabal, e este morreu” (1Sa
25:38).
Com a morte de Nabal, Abigail começou uma nova vida. O Senhor pôs um ponto final nos problemas que perturbavam o seu dia-a-dia.
Quando
Davi soube da morte do homem que o afrontou, mandou chamá-la para ser
sua esposa. Que alegria! Sua vida, agora, iria mudar! Ela seria a esposa
daquele que ela livrara de cometer um crime, daquele que era o amado do
Senhor, daquele que era segundo o coração de Deus. Ela ia ser esposa de
Davi.
Ela, com um coração alegre e submisso, seguiu os mensageiros de Davi que a recebeu por mulher.
O
plano de Deus para a vida de Abigail tornou-se realidade. Ela não mais
estava casada com um homem ímpio, tolo e beberrão mas Deus a
presenteou...
1- com um marido que ouvia e obedecia a voz de Deus de todo o seu coração;
2- com um filho (o segundo de Davi) cujo nome, Quileade, significava “Deus é meu juiz” (2Sa 3:3).
Ao observarmos todo o desenrolar da vida de Abigail, podemos aproveitar as lições sábias de uma mulher que
temia ao Senhor (portanto, uma mulher sábia, pois a Bíblia nos diz que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Sal 111:10)) e, por isso, era submissa a um marido tolo e ímpio.
E você, irmã, é submissa a seu marido como nos manda a Bíblia em Efésios 5:22?
Quando
a Palavra de Deus me diz que devo ser submissa a meu marido, eu devo
ser submissa independente dele ser crente ou não, dele ser bom para mim
ou não, dele ser um beberrão ou não. No mandamento bíblico não existe a
conjunção subordinada condicional SE. Lemos claramente o mandamento do Senhor sem nenhuma condição.
Irmã,
não encaremos este mandamento como um castigo para a nossa vida. Não
somos capachos de nossos maridos. Somos, sim, a rainha que se orgulha do
seu rei , a vice-diretora que ama o seu diretor, a vice-presidente que
admira o presidente. Podemos opinar, podemos conversar mas deixemos para
ele a decisão final e
(esta parte é a mais importante) acatemos a decisão dele como se fosse a
nossa. Coloquemos no altar do Senhor o nosso coração e tudo na nossa
vida tornar-se-á mais fácil de ser encarado. Façamos como Abigail que,
provavelmente, tomou esta decisão e não se sentia humilhada mas, ao
contrário, decidiu humildemente se humilhar diante de Davi para salvar a
vida de todos aqueles que ela amava.
Sigamos cada passo desta mulher
que teve o privilégio de receber do futuro rei de Israel uma bênção que
saiu do coração de um homem que amava o Senhor e era amado por Ele –
Davi, o homem segundo o coração de Deus.
“Então
disse Davi a Abigail: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que hoje te
enviou ao meu encontro. E bendito o teu conselho, e bendita tu, que
hoje me impediste de derramar sangue, e de vingar-me pela minha própria
mão” (1Sa 25:32-33).
Irmã, eleve o seu coração e a sua
alma ao Senhor e peça sabedoria e discernimento no seu
casamento. Ore por seu marido para que ele seja uma bênção nas mãos do
Senhor. Esqueça de contar ao Senhor as mágoas que você tem dele e se
volte apenas para as suas (do seu marido) necessidades.
“Senhor, recebe em Teu altar o meu casamento. Que eu e meu esposo possamos ter uma vida conjugal firmada em Ti.
Abençoa, Pai, o meu marido.
Dirige cada passo dele a fim de que ele possa andar por caminhos que Te agradam.
Orienta o seu dia- a- dia.
Abençoa o seu relacionamento com nossos filhos, pois, muitas vezes, não é fácil.
Abençoa
o seu relacionamento comigo para que juntos possamos mostrar ao mundo
que temos um Deus que amamos e que nos ama apesar dos nossos defeitos.
Abençoa,
Senhor, principalmente o seu relacionamento conTigo. Que ele possa Te
colocar em primeiro lugar em sua vida, não permitindo que nada nem
ninguém interfira no plano perfeito que tens para a vida
dele.
Amém...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
terça-feira, 31 de julho de 2012
ABIGAIL UMA MULHER GENEROSA...
segunda-feira, 30 de julho de 2012
SE O SENHOR NÃO ESTIVESSE AQUI...
SE O SENHOR ESTIVESSE AQUI...
conhecida e muito querida pelo Mestre passava por um drama. Como sempre, o Senhor Jesus aproveitou a circunstância para ensinar a seus discípulos verdades eternas. Lázaro, homem amado por todos, havia padecido e morrera de uma enfermidade fulminante. Não sabemos qual exatamente!
Sobre a morte de seu irmão, Marta e Maria se questionam: “Se o Senhor estivesse aqui isto não teria acontecido…”.
Marta bem sabia do que o Senhor Jesus era capaz. Já o acompanhava há um bom tempo, já havia ouvido e visto muitos milagres operados pelo Senhor. Marta bem sabia que o Senhor poderia curar seu irmão; mas julgava: “se Ele tivesse chegado a tempo”. Marta cria que a cura era possível. Ela sabia que Jesus era a solução, mas pensava: “dentro de certo limite”.
Limitou o poder de Deus pelo tempo (dias) e pelo que parecia ser o “fim”. Julgava, assim, o poder de Deus pela sua incredulidade e ignorância. Grande lição, contudo, aprenderia!
O que Marta não sabia ou ignorava – e foi o que Jesus ensinou –, é que não há limites para o poder de Deus, quando Ele quer agir. Marta e Maria, bem como os discípulos, veriam com os próprios olhos, que o poder de Deus iria infinitamente além do que poderiam pensar ou imaginar e, de certo modo, até crer.
Uma das coisas que aprendo nesta passagem é que Milagres acontecem; mas acontecem pela vontade de Deus. Não acontece ao nosso bel (egoísta) prazer. Não acontecem para satisfazer a nossa vontade e curiosidade. Não acontecem por acontecer. Acontecem, sim, tendo um (ou alguns) propósito (s).
Vejamos João 11.4 que diz: “E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”.
Podemos questionar: ‘Mas há enfermidade que são para morte?”. Sim todas elas são (ou pelo menos quase todas)!! Mas, esta não. Esta fora destinada para dois propósitos; a) Para glorificar a Deus e seu filho, Jesus. b) Ensinar algo aos filhos dos homens, em especial a Marta. Como já disse anteriormente: NÃO HÁ LIMITES PARA O PODER DE DEUS, QUANDO ESTE QUER AGIR.
Jesus declara no versus 15: “E folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis; mas vamos ter com ele”. Interessante esta declaração!! É como se o Senhor lhes dissesse que fora bom que Ele não estivesse lá com Lázaro antes de sua morte, para que eles (os discipulos) vissem não apenas um milagre (a cura); mas aprendessem de uma vez por todas que NÃO HÁ LIMITES PARA O PODER DE DEUS (Ressureição).
Chegando Jesus em Betânia, Marta sai-lhe ao encontro. Apesar de ter se passado quatro dias (do falecimento de Lázaro), Jesus chega na “hora certa”. Exatamente na hora em que deveria e queria chegar – no tempo de Deus (Kairós). Quando todas as possibilidades humanas são extintas, extinguidas!!
Marta aos prantos diz: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia”.
O diálogo entre Marta e Jesus nos mostra que Marta desejava a presença do Mestre quatro dias atrás, quando então poderia ter curado seu irmão. Mas, naquele momento julgava ser o Fim; não restando nada mais a fazer, a não ser rogar ao Mestre que se lembrasse de seu irmão (Lázaro) na Ressurreição do Justos (Ressurreição final).
Marta jamais poderia imaginar o que estava por vir!!
As palavras de Jesus (vs 25,26) , a seguir, a meu ver são muito mais do que os olhos podem ver, os ouvidos ouvir e a mente entender: “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?”
Na sequencia da história, as palavras daqueles que acompanhavam o drama da família, expressa bem a atitude de praticamente todo ser humano (vs 37): “E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?”.
Não enchergamos um palmo a nossa frente; enquanto Deus está a anos luz a nossa frente. “Pensamos” (e só pensamos) em como escapar dos problemas; ao passo que Deus tem a solução para todas as coisas.
O fim da história todos sabemos. Se não; então lhe convido a lê-la.
Sendo Deus todo poderoso; não limitemos ou julguemos o poder de Deus pela nossa incredulidade e ignorância.
NÃO HÁ IMPOSSIVEIS, NEM LIMITES, QUANDO DEUS QUER AGIR.
Que o Senhor, neste dia, haja ILIMITADAMENTE em seu favor. Amém!
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
PREGAÇÃO COMO VENCER O GIGANTE...
PREGAÇÃO COMO VENCER O GIGANTE...
TEXTO: I Sm. 17.4 – 8 e 24 – 40INTRODUÇÃO
O jovem esbelto e ainda sem barba ajoelha-se a beirado do riacho. A lama suja seus joelhos. A água borbulhante molha suas mãos.
Se quisesse poderia ele observar sua bela imagem refletida na água. Seu cabelo tem a cor do cobre. Ele tem a pele bronzeada, cor – de – sangue, e os olhos que roubam o fôlego das moças hebréias.
Entretanto ele não busca sua própria imagem, mas por pedras. Pedras lisas. O tipo de pedra que fica bem acomodada no alforje (bisaco, sacola) de um pastor; que se acomoda bem na funda de couro de um exímio caçador.
Pedras achatadas que pesam na palma da mão e são, com a força de um cometa, lançadas contra a cabeça de um leão, de um urso ou, nesse caso, de um gigante.
Da encosta da montanha, Golias olha lá para baixo. Ele só não ri porque não acredita no que vê. Ele o bando de filisteus transformaram metade do vale em uma floresta de lanças; uma gangue rosnenta e sedenta de sangue, formada por alcoviteiros gritando á procura de destruição.
Golias está acima de todos eles: com quase 3 metros de altura, sem sandálias, usando cerca de 55 quilos de armadura e rosnando como se fosse o principal competidor na noite do campeonato da Federação Mundial de Luta Livre.
Ele usa gola tamanho 48, um capacete GG e um cinto com cerca de 1,40 centímetros de comprimento. Os músculos de seus braços se sobressaem aos músculos de suas pernas que se juntam aos elogios que faz a si mesmo.
E grita em meio ao desfiladeiro de homens prontos para guerra: “Eu desafio hoje as tropas de Israel! Mandem-me um homem para lutar sozinho comigo”.
O gigante Golias durante 40 dias fez isso, (I Sm. 17.16) desafiava e zombava do Exercito de Israel e ninguém apareceu. Aqueles homens tremiam em suas bases. Mas naquele dia apareceu Davi, um jovem magricelo, esquelético, quase um palito, mas que confiava profundamente no Senhor.
Talvez ao olharmos para Davi e Golias poderíamos dizer: Era a luta de um magricelo e esquelético conta o bruto e corpulento Golias, era o palito de dentes contra o tornado, a motoca indo de encontro ao caminhão de 18 rodas, o poodle contra o rottweiler. (Palavras do escritor Max Lucado na livro: Derrubando Golias).
O interessante é que Davi não se sentia assim. Muitas vezes a visão que temos de nós mesmos nos derrota antes mesmo da luta. Como você se sente diante dos gigantes que você que enfrentar?
Não sei qual é o gigante, ou gigantes que você tem que enfrentar em sua vida (O desemprego, a depressão, a falta de perdão, o passado, o presente, o futuro, relacionamentos em fim).
Ao olharmos para esse texto encontramos de forma prática como devemos resolver problemas, enfrentar gigantes e vencer em nome de Jesus.
É interessante como às pessoas buscam meios supersticiosos para resolver suas crises (nó na camisa, o exemplo na televisão).
Olhando para esse texto quero usar como tema para nossa reflexão nessa noite: Como vencer os gigantes?
1ª lição: Agindo com coragem (V. 32, 36,37).
Podemos imaginar a multidão de homens que compunha o exercito de Israel, homens fortes, treinados para guerra, hábeis para lutar.
Mas diante de Golias, se sentiam como moscas ou talvez como esqueletos, como palitos. Sem chance.
Homens que receberam todo treinamento, mas lhes faltou algo importantíssimo à coragem que nem sempre vem com o treino.
Durante quarenta dias aqueles homens foram humilhados pelos insultos de Golias, covardes, tímidos, vencidos pelo medo.
Meus irmãos, quantas vezes nos comportamos assim diante das dificuldades, quantas vezes somos derrotados antes mesmo da luta.
Há quanto tempo o gigante ou os gigantes da sua vida rosnam diante de você? Talvez não sejam 40 dias, mas 4 nos, 10 anos, 1 mês, 1 semana sei lá.
A questão é: quanto tempo ainda você vai ser amedrontado, se sentido derrotado, até quando você vai permanecer no se casulo. Deus já nos deu o melhor treinamento.
2ª Lição: Identificando o que atrapalha (V. 38,39).
Davi nunca antes tinha vestido uma armadura. Podemos imaginamos o jeito desengonçado dele tentando andar dentro da armadura de Saul.
Era a armadura do rei, que privilégio pra aquele jovem pastor de ovelhas. Mas logo identificou que não servia para ele.
Ele chama a armadura de “isto” “não posso andar com isto”. Antes de enfrentar o gigante Davi tirou de si o que lhe atrapalhava.
Meus amados, antes de enfrentar os gigantes de sua vida, se desfaçam daquilo que atrapalha. Como a armadura de Saul que servia para Davi, o que tem lhe atrapalhado?
Muitas vezes o que atrapalha: São pecados, são ressentimentos de amargura, o orgulho, a falta de amor, a falta de perdão, a falsidade, a mentira, conselhos errados, etc.
Precisamos identificar o que nos atrapalha e para isso é necessário muita coragem, é olhar para seus próprios erros.
Procure se desfazer de todas estas coisas para a batalha, se você se você quiser vencer. Foi isso que Davi fez você está disposto?
3ª Lição: Agindo com prudência (V. 40)
Hora Davi só precisou de uma pedra para matar o gigante, porque ele escolheu cinco pedras lisas? Isso se chama de prudência?
Davi era um exímio caçador, que sabia usar bem a sua funda (atiradeira), mas ele foi prudente levando quatro de reserva. Se ele errasse teria outras para usar.
Irmãos, para o enfrentamento dos gigantes se faz necessário também agirmos com prudência. Você não precisa creio eu, de pedras e de uma funda para enfrentá-los, pois o seu gigante não é um Golias literal.
Mas com certeza você precisa agir com prudência. Para enfrentar os gigantes sejam prudentes, levem reservas. Se arme com amor, mas leve de reserva o perdão, a compreensão, a renuncia, a verdade, etc.
Quantas vezes nas dificuldades confiamos tanto em nós mesmo que somos imprudentes e por isso ao invés de resolver dificuldades acabamos por piorar a situação.
O texto nos mostra que Davi escolheu pedras lisas do ribeiro, ou seja, eram pedras trabalhadas, que atingiriam o alvo. Quantas vezes na nossa sacola espiritual só há pedras deformadas, cheias de pontas, irregulares.
Quantas vezes no nosso alforje só têm amargura, frieza, intriga, rancor, indiferença e dureza. Se assim for não venceremos nossos gigantes.
4ª Subordinando as nossas ações à vontade de Senhor (V. 45)
Golias tinha ao seu dispor tudo que o fazia dele um grande e indestrutível guerreiro, mas faltava uma coisa: a direção de Deus.
Davi não tinha nenhum instrumento de guerra que despertasse nos outros alguma perspectiva de vitória, mas tinha algo que fez a diferença: a benção do Senhor.
Talvez, no enfrentamento dos gigantes dessa vida você possa se ver assim: “mas não conseguirei vencer essa situação, eu sou inferior a ele”.
Talvez intelectualmente, fisicamente, mentalmente, financeiramente você possa ser inferior aos seus gigantes, mas saiba de uma coisa: Você tem a benção do Deus vivo!
Não se dobre, não se intimide, não se acovarde diante deles, pois o Senhor é contigo. Enfrente seus gigantes em nome do Senhor.
Foi assim que Davi agiu e você como vai agir a partir de hoje?
Conclusão:
Eu concluo lembrando que Davi venceu o grande gigante Golias, por agir da forma certa, prudente e nos deixou grandes lições que são aplicáveis à nossas vidas em qualquer momento e situação. (V. 48-51) Lembremos que somos mais que vencedores por de Cristo...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
ESTUDO SOBRE O SALMO 139...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
Um dos mais notáveis dos hinos sacros, canta da onisciência e onipresença de Deus, pressupondo a derrubada dos poderes do mal, visto que aquele que vê e ouve os atos e palavras abomináveis dos rebeldes certamente tratará com eles conforme a sua justiça. O brilho deste salmo é como uma pedra de safira, ou como o "reluzente berilo" de Ezequiel; inflama-se de tal luz que pode transformar a noite em dia. Como um farol [o primeiro farol], este canto sagrado lança uma luz clara sobre as regiões mais longínquas do mar, e avisa as pessoas daquele ateísmo prático que ignora a presença de Deus, e assim faz naufragar a alma.
TÍTULO
Para o mestre da música. A primeira vez que esse título ocorreu foi no Sl 109.1-31. Este canto sacro é digno do mais excelente dos cantores, e é sabiamente dedicado ao líder da salmodia do templo, para que ele lhe coloque a música, e cuide de que seja cantado com devoção no culto solene do Altíssimo. Um salmo de Davi. Leva a imagem e sobrescrito do rei Davi, não poderia ter vindo de outra mão senão a do filho de Jessé. Naturalmente os críticos negam a Davi esta composição, devido a certas expressões aramaicas que contém. Cremos que, de acordo com os princípios da crítica de nossos dias, seria extremamente fácil provar que John Milton não escreveu o Paradise Lost (Paraíso Perdido). Ainda fica por se descobrir se Davi não poderia ter usado expressões pertencentes à "língua da casa ancestral patriarcal". Quem sabe quanto da fala antiga poderia ser retido propositadamente entre aqueles de mente mais nobre que se alegravam em lembrar as origens de sua raça? Sabendo a que inferências loucas os críticos têm acorrido em outras questões, temos quase perdido qualquer fé neles, e preferimos crer que Davi foi o autor deste salmo, pelas evidências internas de estilo e matéria, em vez de aceitar a determinação de homens cujos modos de julgar não são confiáveis.
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1, 23. Um fato é feito assunto de oração.
VERS. 1.
1. Um pensamento animador para pecadores. Se Deus não os conhecesse perfeitamente, como poderia ele ter preparado uma salvação perfeita para eles?
2. Um pensamento confortável para santos. "O Pai celestial sabe que vocês precisam dessas coisas" (Mt 6.12, 32) (G. R.).
VERS. 1-5. Nestes versos, temos a onisciência de Deus:
1. Descrita:
(a) Ao observar ações mínimas e comparativamente sem importância: "quando me sento e quando me levanto".
(b) Ao notar nossos pensamentos e as motivações por trás deles: "percebes os meus pensamentos".
(c) Ao investigar todos os nossos caminhos: "Todos os meus caminhos são bem conhecidos por ti", isto é, minhas atividades e o meu descanso.
(d) Ao avaliar corretamente cada palavra no instante em que é pronun-ciada: "antes mesmo que a palavra chegue à língua".
(e) Ao estar "por trás" das pessoas, lembrando seu passado, e o que está à frente delas, conhecendo seu futuro: "Tu me cercas".
(f) Em todo instante, mantendo os homens observados: "E pões a mão".
2. Pessoalmente percebido e ponderado: "Tu me sondas". A mim e meu passar pelo conjunto todo de afirmações. Assim sentido e usado, o fato da onisciência de Deus:
(a) Gera reverência.
(b) Inspira confiança.
(c) Produz cautela de conduta (J. F.).
VERS. 2-4. O conhecimento de Deus se estende:
1. Aos nossos movimentos, "nosso sentar e levantar" - quando nos sentamos para ler, escrever, ou conversar e quando nos levantamos para servir ativamente.
2. A nossos pensamentos: "De longe percebes os meus pensamentos". O que foram, o que são agora, o que serão, o que teriam sido sob todas as circunstâncias. Ele que fez as mentes sabe o que seus pensamentos serão em todos os tempos, ou ele não poderia predizer eventos futuros ou governar o mundo. Ele pode saber nossos pensamentos sem ser o Autor deles.
3. As nossas ações: Sl 139.3. Cada passo que tomamos no dia-a-dia, e tudo que pretendemos fazer nas horas acordadas da noite; todos os nossos modos particulares, sociais e públicos, são incluídos ou penei-rados por ele, para distinguir o bom do ruim, como trigo do joio.
4. As nossas palavras: Sl 139.4. Já foi dito que as palavras de todos os homens, e desde o começo do tempo são registrados na atmosfera, podendo ser fielmente chamados de volta. Quer seja ou não verdade, estão gravados na mente de Deus (G. R.).
VERS. 2 (primeira cláusula). A importância dos atos mais comuns da vida.
VERS. 2 (segunda cláusula). A natureza séria dos pensamentos. Conhecidos de Deus; penetrados, e percebida a direção em que levam; atenção dada a eles quando ainda estão à distância.
VERS. 3. A presença circundante, em nossas atividades, meditação, sigilos e movimentos.
VERS. 4.
1. Palavras na língua, primeiro dentro dela, e já nesse estágio conhecidas de Deus.
2. Palavras na língua muito numerosas, contudo todas conhecidas.
3. Palavras na língua têm sentido amplo, contudo são conhecidas "inteiramente". Lição: Tome cuidado com suas palavras ainda não faladas.
VERS. 5. Uma alma capturada. Parada, ultrapassada, presa. O que ela fez? O que fará?
VERS. 6. Tema: os fatos de nossa religião, maravilhosos demais para entender, são justamente aqueles nos quais temos mais motivo de nos alegrar.
1. Prove-o.
(a) Os atributos incompreensíveis de Deus dão valor indizível a suas promessas.
(b) A encarnação é ao mesmo tempo a manifestação mais completa e mais amável de Deus que possuímos, contudo a mais inexplicável.
(c) Redenção pela morte de Cristo é a mais alta garantia da salvação que podemos conceber; mas quem pode explicá-la?
(d) Inspiração torna a Bíblia a palavra de Deus, embora ninguém possa dar um relato do modo em que opera nas mentes daqueles que são "tocados pelo Espírito Santo".
(e) A ressurreição do corpo, e sua glorificação, satisfazem o mais profundo anseio de nossa alma (Ro 8.23, 2Co 5.2-4); mas ninguém pode conceber como.
2. Aplique as lições disso.
(a) Não tropecemos diante das doutrinas simplesmente porque são mistérios.
(b) Sejamos agradecidos por Deus não nos negar os grandes mistérios de nossa religião simplesmente porque alguns se ofenderiam com eles.
(c) Recebamos prontamente toda a alegria que os mistérios trazem, e aguardemos calmamente a luz do céu para torná-las mais bem entendidas (J. F.).
VERS. 7-10.
1. Deus está onde quer que eu esteja. Eu preencho apenas uma pequena parte do espaço; ele preenche todo o espaço.
2. Ele está onde quer que eu estiver. Ele não se move comigo, mas eu me movo nele. "Nele vivemos, nos movemos e existimos" (At 17.28).
3. Deus está onde quer que eu possa estar. "Se eu subir aos céus". "Se eu fizer a minha cama na sepultura". Se eu viajar com os raios do sol à parte mais distante da terra, ou céus, ou mar, estarei na tua mão. Nenhuma menção é feita aqui de aniquilamento, como se isso fosse possível, o que seria o único escape da Divina Presença; pois ele não é o Deus dos mortos, dos aniquilados, no sentido saduceu da palavra, e sim dos vivos. O homem está sempre em algum lugar, e Deus sempre está em toda parte (G. R.).
VERS. 8. A glória do céu e o terror do inferno: "Tu".
VERS. 9-10.
1. A maior segurança e encorajamento para um pecador é suposto.
(a) O lugar - a mais remota parte do oceano; pelo qual se deve entender o canto mais obscuro da criação.
(b) Seu vôo veloz depois de cometer o pecado, a este suposto refúgio e santuário: "Se eu subir com as asas da alvorada".
2. Esta suposta segurança com encorajamento é completamente destruída (Sl 139.10).
VERS. 11-12. O escuro e a luz são ambos iguais para Deus.
1. Naturalmente: "Eu formo a luz e crio as trevas" (Is 45.7).
2. Providencialmente. Dispensações providenciais que são escuras para nós são luz para ele. Nós mudamos em relação a ele, não ele a nós.
3. Espiritualmente. "O povo que andava em trevas". "Ainda que eu andasse". Ele foi adiante deles numa coluna de nuvem para guiá-los de dia, e num pilar de fogo para guiá-los à noite. Era o mesmo Deus na nuvem diurna e na luz noturna (G. R.).
VERS. 14. Porque me fizeste de modo especial e admirável. Isso é verdade sobre o homem em seu estado quádruplo.
1. Em sua primitiva integridade.
2. Em sua deplorável depravação.
3. Em sua regeneração.
4. Em seu estado fixado no inferno ou no céu (W. W.).
VERS. 17-18. O salmo estende-se sobre a onisciência de Deus. Não de maneira pesarosa, mas ao contrário.
1. Os pensamentos de Deus sobre nós.
(a) Quão certos.
(b) Quão numerosos.
(c) Quão condescendentes.
(d) Quão ternos.
(e) Quão sábios.
(f) Que práticos.
(g) Quão constantes.
2. Nossos pensamentos sobre os pensamentos dele.
(a) Quão tardios e contudo tão devidos ao assunto.
(b) Quão deleitosos.
(c) Quão consoladores.
(d) Quão fortalecedores da fé.
(e) Quão despertadores do amor.
3. Nossos pensamentos sobre o próprio Deus.
(a) Colocam-nos perto de Deus.
(b) Conservam-nos perto de Deus.
(c) Restauram-nos a ele. Estamos com Deus quando acordamos do sono, da letargia, da morte.
VERS. 17-18
1. O santo é precioso para Deus. Ele pensa nele com ternura; de incontáveis modos; perpetuamente.
2. Deus é precioso para os santos. Notam as bondades amorosas de Deus, enumeram-nas, acordando para elas.
3. A combinação desses amores: "Ainda estou contigo" (W. B. H.).
VERS. 18. Quando eu acordo, eu ainda estou contigo.
1. Acordar é mais comum ser entendido no sentido natural, como recuperar-se do sono corporal.
2. Moralmente, é recuperar-se do pecado.
3. Misticamente: "quando eu acordarei", isto é, do sono da morte (T. Horton).
VERS. 18. Um cristão na Terra ainda no céu.
VERS. 18. Eu ainda estarei contigo. Ainda estou contigo.
1. Via meditação.
2. Em respeito à comunhão.
3. No que diz respeito à ação, e aos trabalhos que são feitos por nós (T.Horton).
VERS. 19.
1. A doutrina de castigo é o resultado necessário da onisciência.
2. O juízo inevitável é argumento para separar-se dos pecadores (W. B. H.).
VERS. 20. Duas ofensas escandalosas contra Deus.
1. Falar difamando-o ou caluniando-o.
2. Falar dele irreverentemente. Estas são cometidas apenas pelos seus inimigos.
VERS. 21-22.
1. De tal ódio não é preciso ter vergonha.
2. Tal ódio deve-se poder definir como: "angustiado".
3. Tal ódio é preciso esforçar-se para conservar certo. "Ódio perfeito" é uma forma de ódio coerente com todas as virtudes.
VERS. 23-24. A linguagem:
1. De auto-exame. "Prova-me".
(a) Como na vista de Deus.
(b) Com o desejo do auxílio de Deus: Sl 139.23. Sonde, olhe através de mim, e diga-me o que acha de mim.
2. De renúncia de si, de abnegação: "Veja se", Sl 139.24; qualquer pecado não perdoado, qualquer disposição má não subjugada, não reprimida, qualquer mau hábito não dominado, que eu possa renunciá-lo.
3. De dedicação própria: "Conduz-me": uma submissão inteira para ser guiado divinamente no futuro (G. R.).
VERS. 24.
1. O caminho ruim. "Se em minha conduta algo te ofende". É natural em nós; pode ser de espécies diferentes; precisa ser removido; a remoção exige auxílio Divino.
2. O caminho eterno. Há só um, e precisamos ser dirigidos nele. É o velho caminho bom, não termina, leva para uma bem-aventurança sem fim.
VERS. 24 (última cláusula). "O caminho eterno"...
ESCONDERIJO DO ALTISSIMO...
SALMO- 91 - Vivendo na sombra do Altíssimo
Vivendo na sombra do Altíssimo
1 - Estamos seguros e protegidos;
2 - Estamos cercados de amor e carinho;
Introdução
Em
muitos lares encontramos as palavras desse salmo em quadros ou pequenas
porcelanas expostas na estante. Outras deixam suas Bíblias abertas no
Sl 91. São belas as palavras desse salmo, mas infelizmente, muitos a
usam como palavras mágicas. Mas não é bem assim. Como digo esse
salmo é de conforto e nos anima a confiarmos em Deus em tempos de
necessidade e tentação.
Aqui
onde moramos, nop Estado de Alagoas, a colheita terminou, com a graça de
Deus foi uma boa colheita, nada de mal aconteceu a nenhum agricultor e
funcionário das fazendas. Se olharmos para anos passados, esse ano só
temos a agradecer. Mas como nos ensina, o salmo 91, é de conforto e
nos anima a confiarmos em Deus em tempos de necessidade e tentação. Se
nesse ano só temos a agradecer pelas ricas bênçãos derramadas, então
precisamos estudar esse salmo na direção da confiança em Deus em meio às
tentações.
Esse salmo usa como pano de fundo o Primeiro mandamento. Vamos relembrar: Qual é o primeiro mandamento? “Eu sou o Senhor teu Deus, não terás outros deuses diante de mim.” O que proíbe esse mandamento? Proíbe a idolatria. O que é idolatria?
Culto prestado a ídolos. Amor, paixão exagerada. Descreve a idolatria como adoração a uma criatura
como si fosse realmente Deus (idolatria grosseira), e ainda, amar e
confiar mais em criaturas do que em Deus (idolatria disfarçada). Podemos
citar as palavras de Jesus na leitura do evangelho de hoje: “Não
temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes
aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mt 10.28).
O que ordena o Primeiro mandamento? Confiar em Deus acima de todas as coisas.
Desenvolvimento
Vivendo na sombra do Altíssimo
1 - Estamos seguros e protegidos;
Confiar em Deus
– o salmo 91, usado por muitos como palavras mágicas, mas aqui nos são
apresentadas palavras que manifestam a certeza do cuidado e da proteção
de Deus. Vamos dar uma olhadinha no Salmo 91.
Esse
salmo nos apresenta a figura de um hospedeiro. Esse hospedeiro é
apresentado segundo os costumes orientais. Sendo assim o hospede têm a
garantia da proteção integral. O salmista se apresenta como um hóspede
de Deus, “aquele que procura segurança” e a encontra. É neste Deus, o defensor e protetor, que o salmista se abriga na sombra. Além de encontrar proteção para os perigos (tanto os escondidos como doenças mortais) o salmista encontra um Deus carinhoso, que o cobre com suas asas e debaixo delas encontra um amor protetor e refúgio certo.
Vamos ler o salmo novamente.
O que mais te chama a atenção? v.9 e 10. Nenhum mal pode cair sobre você. Mal algum? Parece que temos uma contradição aqui. De um lado o salmista dizendo que “nenhum desastre lhe acontecerá, e a violência não chegará perto da sua casa” e de outro lado temos Jesus que nos ensinou a orar da seguinte maneira: “Mas livra-nos do mal.” Eu vejo muitos filhos de Deus, cristãos sinceros que segundo o nosso ponto de vista passam por maus bocados.
Pois
bem, tudo o que acontece, seja bom ou ruim, (aliás lembrando que esse
ano nós realizamos uma boa colheita, todos são unânimes ao dizer que
ninguém pode reclamar), voltando, tudo o que acontece, inclusive aquilo
que não nos agrada e que nós classificamos como mal, nos vem da parte de
Deus, sim, do Deus apresentado pelo salmista, o Deus protetor de todos
os perigos e o Deus amoroso. E se a nossa vida está sendo vivida na
sombra do Altíssimo, temos um refúgio seguro, e mesmo que nós encaremos
como ruim, tudo o que acontece conosco na sombra do Altíssimo contribui
para o nosso próprio bem, como disse o apóstolo Paulo aos cristãos
romanos: “Pois sabemos que todas as coisas trabalham juntas
para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de
acordo com seu plano” (Rm 8.28), e ainda no livro de Jó temos as palavras de Elifaz a Jó “Vez
após vez Deus salvará você do perigo e não deixará que nenhum mal lhe
aconteça. Em tempo de fome, Deus não deixará que você morra e em tempo
de guerra ele o salvará da espada. Ele o protegerá das más línguas, e
você não terá medo quando houver destruição. Você se rirá quando houver
violência e faltarem alimentos e não terá medo dos animais selvagens.
Nos seus campos as pedras não estorvarão o arado, ... Na sua casa você
viverá em paz e, quando contar as suas coisas, não vai achar falta de
nada” (Jó 5. 19-24) e ainda Paulo dizendo ao jovem Timóteo “O
Senhor me livrará de todo o mal e me levará em segurança para o seu
reino celestial. A ele seja dada a glória para todo o sempre! Amém!” (2Tm 4.18). Tudo o que Deus permite acontecer conosco, ele o permite para nos educar, “Pois o Senhor corrige quem ele ama e castiga quem ele aceita como filho” (Hb 12.6).
O
salmo 91 nos apresenta palavras de consolo e nos anima a confiar em
Deus em tempos de necessidade e tentação. Hoje, nosso culto de
agradecimento pela colheita, quero chamar a atenção para a grande
tentação de abandonarmos esse Deus. Mesmo vivendo na sombra do
Altíssimo, somos tentados a confiar em nós mesmos, encaramos as bênçãos
como resultado do nosso esforço, como resultado de uma boa
administração, oh como eu sou inteligente! Como resultado de uma boa
influência nas empresas e entre as pessoas. E agora que tudo está
colhido, e me sobrou algum dinheiro sou tentado a esbanjar, a confiar
nele diante da doença. Até mesmo estou sendo tentado a reclamar, e até
me negar de pagar algumas contas pendentes para poder satisfazer meus
prazeres carnais.
Vivendo
na sombra do Altíssimo estamos seguros e protegidos. Toda a plantação e
toda a colheita foram feitas na sombra do Altíssimo, ele enviou chuva
no tempo certo, parou na hora certa, ele deu para a terra a fertilidade
para produzir, deu a semente o poder de germinar. Nós fizemos a nossa
parte, mas que se não fosse a mão de Deus, se não tivéssemos na sombra
do Altíssimo de nada valeria todo o empenho e dedicação.
Vivendo na sombra do Altíssimo
2 - Estamos cercados de amor e carinho;
Nós
que moramos em uma região muito quente sabemos a importância de uma
sombra. Os agricultores hoje estão cercados de máquinas cobertas e com
ar condicionado. Isso dá uma certa comodidade no trabalho. Da mesma
forma, nós podemos ter a certeza do cuidado e da proteção de Deus.
Estamos vivendo na sombra do Altíssimo, por isso, estamos cercado de
amor e carinho.
Todo
esse amor e todo esse carinho não é merecido, como diz o salmista é
resultado do estar a sombra do Altíssimo. Estar a sombra do Altíssimo é
estar certo e confiante nas promessas de Deus. Quais são elas?
Além da proteção e do cuidado, ainda temos nos vv. 14-16, salvação;
resposta aos pedidos; estar ao nosso lado nas horas de aflição;
livramento; nos fazer ser respeitados; vida longa.
Vivendo
a sombra do Altíssimo temos a certeza do livramento dos males durante a
vida aqui neste mundo, e ainda a salvação eterna. Deus nos cerca de
todo o seu cuidado para sempre no ter ao lado, Deus deseja a salvação de
todas as pessoas, por isso, enviou seu filho Jesus Cristo pra morrer
por nós.
Somos
ricamente abençoados por Deus, bênçãos infindáveis. E todas elas são
resultado do amor de Deus por mim que apesar de pecador, ainda continuo
amado pelo meu Pai celestial.
Em
Isaías 46.1-4, temos a descrição de que os deuses são carregados nas
costas pelos seus seguidores. E diante dessa situação, Deus diz: “...Desde
que vocês nasceram, eu os tenho carregado; sempre cuidarei de vocês. E,
quando ficarem velhos, eu serei o mesmo Deus; cuidarei de vocês quando
tiverem cabelos brancos. Eu os criei e os carregarei; eu os ajudarei e
salvarei” (Is 46.3b–5). Somos carregados no colo e protegidos
embaixo da sombra do Altíssimo, tudo porque Deus nos ama, como disse o
apóstolo Paulo: “Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado” (Rm 5.8).
Se
nós vivemos na sombra do Altíssimo e sabemos do seu cuidado e proteção
do seu amor e do seu carinho, podemos afirmar assim como o apóstolo
Paulo; “..., pois aprendi a viver satisfeito com o que
tenho. Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do
que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo o lugar e
em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha
muito ou tenha pouco. Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar
qualquer situação” (Fp 4.11b-13).
Vivendo
na sombra do Altíssimo, e estar na sombra é estar tranqüilo, não se
sofre o efeito dos raios ultra violetas, e não se chega a exaustão. Deus
em Jesus nos deu a preciosa chance de não sofrermos as conseqüências
desastrosas do pecado, a perdição eterna. Somos amados pelo pai
celestial, e isso se prova a cada dia, pelo cuidado e proteção e se
comprova pela salvação eterna, a qual já temos, mas ainda não a estamos
vivendo no céu.
Conclusão
O
Primeiro mandamento nos ensina a confiar em Deus acima de todas as
coisas. O Salmo 91 nos apresentam palavras de consolo que nos animam a
confiar em Deus, seja nos momentos de dificuldade e nos momentos de
tentação. Belas palavras a do salmista e que nós a usemos na certeza de
seu cuidado, proteção, amor e carinho. Digamos com o salmista: “A
pessoa que procura segurança no Deus Altíssimo e se abriga na sombra
protetora do todo poderoso pode dizer a ele: ‘Ó Senhor Deus, tu és o meu
defensor e o meu protetor. Tu és o meu Deus; eu confio em ti.’” E estando certo disso podemos concluir com o salmista: “Você fez do Senhor Deus o seu protetor e, do Altíssimo, o seu defensor; por isso, nenhum desastre lhe acontecerá,...”
Deus continue nos abençoando e que cada um continue vivendo na sombra do Altíssimo. Amém!
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
domingo, 29 de julho de 2012
DEUS NÃO É DEUS DE BARGANHA
DEUS NÃO É DEUS DE BARGANHA
Texto Básico: Mateus 4:1-11
“Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?"(Sl 116.12 )
INTRODUÇÃOUm dos mais sérios erros dos defensores da “teologia da prosperidade” é orientar seus seguidores a barganharem com Deus, como se uma oferta ou um dízimo fosse o suficiente para que Deus se tornasse nosso devedor. Muitos têm tratado estas e demais contribuições como “investimentos”, como um “toma-lá-dá-cá”, como se Deus se prendesse a gestos feitos pelos homens. Deus tem compromisso com a Sua Palavra, portanto nada disso é previsto nas Escrituras como um laço que obrigue Deus a enriquecer quem quer que seja. Na verdade, nossas contribuições financeiras (sejam elas ofertas ou dízimos) são um reconhecimento de que já fomos abençoados por Deus. Paulo deixa claro que Deus não deve nada a ninguém (cf Rm 11:34-36). A pergunta de Paulo continua válida em nossos dias: “quem deu primeiro a Ele para que depois possa ser retribuído?”. Nós contribuímos financeiramente porque recebemos do Senhor primeiro, e não o contrário. Precisamos entender que ninguém dá a Deus antes, para depois ser retribuído.
Muitos, por estarem interessados apenas em milagres, curas e prosperidade material, já não buscam a Deus pelo que Ele é. Na verdade, não querem conhecer a Deus, mas somente barganhar com o Senhor. São condenáveis os “sacrifícios”, os “carnês” e toda e qualquer espécie de contribuição financeira que é dada com o intuito de estabelecer uma barganha com Deus. Certamente, essas pessoas estão incorrendo num grande perigo: a perdição eterna. Deus nos concede suas bênçãos não porque tenhamos algum poder de barganha, mas porque Ele nos ama e quer aprofundar o seu relacionamento conosco.
I - A BARGANHA NA BÍBLIA
1. No Antigo Testamento. Um exemplo clássico de barganha no Antigo Testamento é o caso de Jacó. Fazer um voto era um meio de barganha, de troca entre os homens e a divindade, um“toma-lá-dá-cá”. Esta era uma demonstração da cultura gentílica. E esta ideia de barganha entre o homem e a divindade está por trás do primeiro voto mencionado na Bíblia, que foi o voto de Jacó, feito quando de sua fuga para Harã: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus; e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres certamente te darei o dízimo”(Gn 28:20-22).
Vemos neste voto de Jacó a ideia de “barganha” com Deus, algo que jamais se aprovou nas Escrituras, mas que, infelizmente, está por detrás da grande e esmagadora maioria dos votos que se fazem hoje na Igreja.
Jacó agiu sob a influência cultural gentílica, não tinha ainda uma experiência com Deus e pensou que o Senhor pudesse ser “comprado” com um voto. Na verdade, Jacó barganhou por menos que o Senhor lhe havia prometido (cf Gn 28:14). Sua fé ainda não era forte o suficiente para levar Deus a sério, de modo que Jacó condicionou o pagamento do dízimo ao cumprimento das promessas do Senhor. Deus, efetivamente, abençoou a Jacó, mas não foi por causa do voto que Jacó lhe fez, e sim, por causa da fidelidade do Senhor às promessas que havia feito a Abraão e a Isaque, promessas que, aliás, haviam sido renovadas, no sonho, pelo próprio Deus a Jacó (Gn 28:13-15).
O voto, enquanto barganha, enquanto “troca de favores”, é, portanto, algo que se encontra totalmente fora de cogitação no relacionamento entre Deus e os homens, ante a constatação de que Deus é soberano e que ao homem cabe apenas submeter-se a este Deus Todo-Poderoso.
Mas, se o voto não é barganha, o que é então? O voto é manifestação voluntária, ou seja, a declaração de vontade de alguém que é dirigida a Deus, um Deus que fez o homem com o direito de fazer escolhas e de expressar livremente a sua vontade. Todavia, qualquer ideia de barganha é infrutífera.
Deus, que é único, que é soberano e a quem pertence toda a Terra e tudo que nela há (Sl 24:1;1Co 10:26), não é “comprável” com presentes. Aliás, abomina os que se deixam levar por presentes (2Cr 19:7; Is 45:13). Se Deus é soberano, se tem o controle de todas as coisas, por que haveria de se vender a um ser humano por causa de um “voto”, de uma “promessa”?
2. Em o Novo Testamento. Um exemplo clássico de barganha no Novo Testamento é o caso de Simão, o mago, que ofereceu dinheiro a Pedro e a João em troca da capacidade de se conceder o batismo com o Espírito Santo (At 8:18-21).
Simão, o mágico, ficou extremamente impressionado com o fato de o Espírito Santo ter sido concedido quando os apóstolos impuseram as mãos sobre os samaritanos. Desprovido de qualquer entendimento acerca das implicações espirituais desse acontecimento, Simão o considerou apenas uma demonstração de poder sobrenatural que lhe poderia ser útil em sua ocupação. Assim, ofereceu dinheiro aos apóstolos em troca desse poder. Esse ato insano de barganhar com Deus foi rispidamente repreendido pelo apóstolo Pedro: “ O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus”. A resposta de Pedro indica que Simão não era um homem convertido:
a) O teu dinheiro seja contigo para perdição. Nenhum cristão verdadeiro será entregue à perdição (João 3:16).
b) Não tens parte nem sorte neste ministério. Em outras palavras, não fazia parte da comunhão dos santos.
c) O teu coração não é reto diante de Deus. Uma descrição apropriada para uma pessoa que não é salva e que quer barganhar com Deus.
d) Estás em fel de amargura e laço de iniquidade. Palavras como essas não poderiam ser usadas para uma pessoa regenerada.
O nome “Simão” deu origem à palavra moderna “simonia”, a tentativa de comercializar coisas sagradas. A “simonia” inclui a venda de todas as formas de comercio relacionadas a questões divinas. Hoje, é aplicada aos mercadores da fé, que oferecem as bênçãos divinas mediante o pagamento de certa quantia em dinheiro. O apóstolo Paulo via, com muita tristeza, o crescimento dessa tendência mercadológica; para combatê-la, usou uma palavra cujo sentido é “falsificar ou mercadejar a Palavra de Deus”. Isso envolve práticas de "simonia” e adulteração da Palavra de Deus; é transformar o cristianismo numa prática comercial, visando apenas interesses pessoais.
Atualmente, uma das práticas que caracterizam a “simonia” é a da falaciosa “restituição”. Esta prática ficou popularizada no cântico cujo refrão é “Restitui… eu quero de volta o que é meu”. Esta prática é, também, uma fonte de dinheiro para muitos inescrupulosos que, através de “campanhas de restituição”, têm levado multidões a “exigir de Deus o que foi tomado, o que é meu” e, além de lhes causar a abominação do Senhor, ainda por cima acabam tomando o que havia ficado, por meio de ofertas e “sacrifícios”, habilmente solicitados nestas mesmas campanhas. Irmão e amigos, nós não temos direito a nada! A própria expressão bíblica exarada em Romanos 3:23 já diz tudo: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”Rm 3:23). O salário do pecado é a morte (Rm 6:23). Somos salvos pela graça(Ef 2:8). Tudo que temos é por causa da graça de Deus. Exigir de Deus algo que não merecemos é um acinte ao nome preciso do Senhor.
Ainda há aqueles que, induzidos por certos pregadores (pregadores?), que desprezando a soberania divina, passam a determinar seus “direitos” e a decretar suas “posses” como se o Senhor lhes fosse um mero empregado. Isto é falta de reverencia e temor a Deus.
Portanto amados irmãos, não podemos compactuar com estas práticas de “restituição” e de tudo o que envolva esta idéia, pois ela é pura e simplesmente manifestação de rebelião contra Deus. Como sabemos, “… a rebelião é como o pecado de feitiçaria... (1Sm 15:23). Que Deus nos guarde, pois os feiticeiros e os idólatras ficarão do lado de fora da cidade santa (cf. Ap 21:8; 22:15).
Ao acharmos que algo é “nosso”, que deve ser devolvido, estamos afirmando uma ilusória independência do homem em relação a Deus, exatamente o que fez o primeiro casal pecar e perder a comunhão com o Senhor. Ao invés de “querer de volta o que é nosso”, devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que foi expresso pelo apóstolo Paulo numa das suas frases lapidares: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2:20).
3. As Escrituras condenam a barganha. Por tudo que vimos nos dois itens anteriores, está claro que as Escrituras condenam a barganha com Deus. A verdadeira prosperidade do povo de Deus como é ensinada na Bíblia não é barganha com Deus, uma troca com Deus, eu dou 10 para receber 20, não. Infelizmente, muitos estão indo atrás de Jesus não porque queiram ter vida eterna, mas apenas para obter estas vantagens, que, a cada dia que passa, o sistema econômico lhes vai negando. Querem não servir a Jesus, mas, sim, se servir de Jesus e é precisamente esta a mensagem antropocêntrica da “teologia da prosperidade”. Estas pessoas, como diz o apóstolo Paulo, são as mais miseráveis criaturas humanas da face da Terra (1Co 15:19), porque, sabendo quem é Jesus e o que veio fazer neste mundo, querem apenas dEle se servir para terem bens e tesouros que nada lhes representará na eternidade. São pessoas que, infelizmente, não seguem a doutrina de Cristo que, tão explicitamente exposta no sermão do monte, nos manda ajuntar tesouros no céu e não na terra, pois onde estiver o nosso tesouro, ali estará o nosso coração (Mt 6:19-21).
II. PRESSUPOSTOS DA “TEOLOGIA DA BARGANHA”
1. A falsa doutrina do direito legal. A “teologia da barganha” tem como pressuposto a doutrina do “direito legal” do crente. Esta falsa doutrina tem como mentor Essek William Kenyon. Para ele, Deus ao instituir o homem como seu mordomo, deu “direitos legais” ao homem, que foram, com a queda, transferidos a Satanás que, “legalmente”, hoje domina a terra e a criação terrena. Para ser mais explícito, Kenyon quis dizer que a queda do homem foi um ato legal, isto é, Adão tinha o direito legal de transferir a autoridade e o domínio que Deus tinha posto em suas mãos para as mãos de um outro. Isto dá a Satanás o “direito legal” de ditar regras ao homem e à criação. Isto quer dizer que Satanás faz parte da redenção do ser humano (cic). A redenção seria uma fórmula pela qual Deus toma esses “direitos” de Satanás, livrando o homem do seu domínio. É esta a ideia-mestra de todas as “determinações”, “declarações” e “exigências” que caracterizam os “pregadores do positivismo”.
No entanto, tal pensamento não tem o menor respaldo bíblico. Deus nunca deixou de ser o Ser Soberano, o Ser Supremo. Quando a Bíblia nos diz que o homem foi constituído como ser que dominaria sobre as demais criaturas terrenas (cf. Gn 1:26-28), tal deve ser compreendido dentro do princípio de que o homem é “imagem e semelhança de Deus”, ou seja, de que jamais o homem teria “direitos legais” diante de Deus, mas o homem foi feito um “mordomo”, ou seja, um servo que era superior às demais criaturas divinas, mas que não deixava de ser servo, tanto que, ao conscientizar o homem de que ele era “livre”, Deus o fez por meio de uma ordem (cf. Gn 2:16,17), deixando bem claro quem era a autoridade, quem mandava e quem deveria obedecer.
2. A prática do determinismo. Esse é um dos pressupostos usuais da “teologia da barganha”. A falaciosa “doutrina do determinismo” insinua, dentre outras aberrações “teológicas”, que não é mais preciso orar, e sim apenas “determinar”.
Para os seguidores desta prática vergonhosa não se deve orar a Deus rogando a Ele que faça “segundo a sua vontade”, e sim impor a nossa vontade a Deus. Isso vai de encontro o que a Bíblia Sagrada nos ensina: “Esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, SEGUNDO A SUA VONTADE, ele nos ouve”(1João 5:14).
Hoje temos visto falsos mestres ensinando que a oração da fé precisa determinar para Deus o que queremos. Este falso ensino proclama que oração é a vontade do homem prevalecendo no céu em vez da vontade de Deus prevalecendo na terra.
Analise a estrutura da oração-modelo que o Senhor deixou – o “Pai Nosso”(Mt 6:9-13). Ela nos revela que não há lugar para o “EU” e nem para o determinismo arrogante. Senão vejamos: “Pai nosso, que estás no Céu” – nossa posição: filhos de Deus; “Santificado seja o teu nome” – nossa posição: adoradores; “Venha o teu Reino” - nossa posição: súditos; “Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no Céu” – nossa posição: servos; “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” – nossa posição: dependentes; “Perdoa-nos as nossas dívidas” – nossa posição: pecadores; “E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” – nossa posição: fracos espiritualmente. Portanto, submissão à vontade de Deus, e não imposição da nossa vontade a Deus, é o alicerce da nossa confiança na oração. Aliás, devemos temer orar por qualquer coisa que não esteja de acordo com a vontade de Deus.
Devemos estar cientes que Deus é soberano sobre tudo e sobre todos: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos”(Is 55:8). "O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra! Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade. Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio! Bendizei, ó minha alma ao Senhor!" (Salmo 103:19-22). "E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?" (Dn 4:35).
Em fim, prosperidade segundo a Bíblia não é determinismo, e sim benção de Deus. Porque sem a benção de Deus não há o que se falar em prosperidade. Sabe por quê? “Porque a benção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10:22). A prosperidade verdadeira consiste na bênção do Senhor. Quer sejamos pobres, ou ricos, a presença e a graça do Senhor são o nosso maior tesouro.
III. O PERIGO DE BARGANHAR COM DEUS
1. O perigo de se ter um Deus imanente, mas não transcendente. Deus é transcendente e imanente. Ou seja, a despeito de habitar nas alturas mais insondáveis, e apesar de infinito e imenso, não permanece alheio às suas criaturas. Assim, ao longo dos séculos, o Eterno vem se comunicando com o homem, direta ou indiretamente. Ele tem prazer de ser assim com o ser humano; é tanto que, após o pecado do homem, Ele proveu o Cordeiro imaculado, Jesus Cristo, para através de sua morte vicária resgatar o ser humano ao estado original da criação.
Embora Deus tenha o prazer de atender ao ser humano em suas necessidades, não podemos nos esquecer que Ele é soberano e está acima de toda criação. Deus é superior ao homem e, portanto, o homem não pode querer esquadrinhar os Seus pensamentos ou entender os Seus propósitos, a não ser pela própria revelação divina.
Conquanto a natureza possa nos fazer inferir que haja um Deus, não permite que nós, através dela ou da razão, possamos descobrir os mistérios e as profundidades do pensamento divino, pois Deus é Deus e nós, meros homens. Ou seja, Deus é transcendente - Ele é diferente e independente da sua criação (ver Ex 24:9-18; Is 6:1-3;40:12-26; 55:8,9). Seu Ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1Rs 8:27;At 17:24,25).
Atualmente, os teólogos adeptos da “teologia da barganha”, tentam, a bel prazer, priorizar a relação de Deus com a criação, ignorando propositalmente a soberania e a vontade de Deus. Ninguém deve, jamais, pensar que é merecedor de qualquer coisa que parta de Deus. Isso deve se aplicar a todos os aspectos da vida do cristão, desde o ar que respiramos, passando pela salvação provida na cruz, ou qualquer outro benefício que venhamos a receber dEle (Tg 4:13-15).
Quando vemos as promessas divinas, como ato soberano de Deus, temos motivos para nos humilhar perante Sua potente mão e reconhecermos que não passamos de homens e mulheres carentes de Sua graça. É uma pena que alguns cristãos não estejam se apercebendo disso, resultando em excessos na oração e nas pregações. De vez em quando, vemos e ouvimos pregadores que oram determinando bênçãos às vidas de seus expectadores. Alguns, mais ousados, querem pôr Deus no “canto da parede”, justificando, não poucas vezes, que Deus, ao prometer, não pode mais voltar atrás, tornando-se, assim, escravo de Sua palavra. Tal ensino é um acinte à soberania divina, uma verdadeira blasfêmia, que não ficará impune. Deus não tem que dar satisfação a ninguém, a não ser a Ele mesmo. Ao assumir um compromisso, como diz o a Bíblia em Isaías 55:10,11, assume um compromisso com Ele mesmo. Deus é fiel, como dizem as Escrituras (1Co 1:9; 10:13; 2Co 1:18), ou seja, cumpre a sua Palavra, não porque o homem passe a Lhe mandar, mas, sim, porque o caráter de Deus diz que Ele não muda (Ml 3:6), é a verdade (Dt 32:4; Jr.10:10), é Justo (Ex 9:47; 2Cr 12:6; Sl 11:7) e que, portanto, sua Palavra só pode ser “sim e amém” (2Co 1:20). Certo teólogo afirmou que Deus “pode fazer tudo o que quer, mas não quer fazer tudo o que pode”. Isto significa que o poder de Deus está sob o controle de sua sábia vontade.
2. O perigo de se transformar o sujeito em objeto. Hoje estamos assistindo ao fenômeno do mercadejamento da fé. A falaciosa “teologia da barganha” tem, vergonhosamente, transformado a fé em um grande negócio rentável e cada vez mais crescente. Isso tem trazido prejuízos enormes para a Igreja do Senhor Jesus. Há pastores que transformam o púlpito em uma praça de negócios, e os crentes em consumidores. São obreiros fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. São amantes do dinheiro e estão embriagados pela sedução da riqueza. Há pastores que mudam a mensagem para auferir lucros. Pregam prosperidade e enganam o povo com mensagens tendenciosas para abastecer a si mesmos.
A briga por espaços na mídia tem sido assaz notória, vendendo uma ilusão de que seus ministérios são aprovados por Deus, quando na verdade eles estão iludindo uma parcela dos que cristãos dizem ser, que não entendem que essa atitude mercantilista é reprovada por Deus. O Senhor em Sua Palavra, já nos primórdios da fé cristã, já advertia os crentes que muitos seriam feitos negócio com palavras fingidas de pessoas inescrupulosas (2Pe 2:3). Antes mesmo da formação da Igreja, o profeta Ezequiel já indicara a existência de pastores infiéis, que têm como objetivo tão somente explorar as ovelhas (Ez 34:4). Eles estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Eles negociam o ministério, mercadejam a Palavra e transformam a igreja em um negócio lucrativo.
Vergonhosamente, pastores e mais pastores estão se desvinculando da estrutura eclesiástica e rompendo com suas denominações para criar ministérios particulares, em que o líder se torna o dono da igreja. A igreja passa a ser uma propriedade particular do pastor. O ministério da igreja torna-se um governo dinástico, em que a esposa é ordenada, e os filhos são sucessores imediatos. Não duvidamos de que Deus chame alguns para o ministério específico em que toda a família esteja envolvida e engajada no projeto, mas a multiplicação indiscriminada desse modelo é deveras preocupante. O meu maior desejo é que esses pastores convertam-se dos seus maus caminhos, antes que seja tarde demais, antes que sua mente fique cauterizada e a apostasia não mais ofereça lugar à piedade e a honestidade (ler Pv 29:1).
3. O perigo da espiritualidade fundamentada em técnicas e não em relacionamentos. Os adeptos da “doutrina da barganha” têm transformado o relacionamento com Deus em algo meramente técnico e interesseiro. Segundo seus ensinamentos, para se obter o que se deseja de Deus é preciso fazer quatro coisas, as chamadas “regras da fé” ou “fórmulas da fé”, a saber:
a) confessar o que você quer.
b) crer que você tem aquilo que você quer.
c) receber o que você quer.
d) contar aos outros que você tem o que você quer.
De pronto, observamos que a soberania de Deus não é levada em consideração. Tudo gira em torno do que “você quer”, sem que se indague se o que se quer é o que Deus quer. Desprezam a realidade de que, apesar de sermos filhos de Deus, somos totalmente submissos à sua vontade e à sua soberania, como Jesus mesmo nos ensinou na oração-modelo – “o Pai nosso” – e na sua oração no jardim do Getsêmane(vide Lc 22:42); veja também 1João 5:14.
Temos, portanto, mais uma vez, evidenciado que a “doutrina da barganha” diviniza o homem, dá uma “roupagem evangélica” para o desejo pecaminoso de se ser independente de Deus. Que Deus nos guarde de agirmos assim, pecando contra a Sua soberania.
CONCLUSÃO
A Bíblia não ensina a fazer-mos uma barganha com Deus, não somos ensinados a ter que dar tanto para receber tanto. Deus não se condiciona aos nossos caprichos. Quando nos abençoa é pela sua misericórdia e tudo que recebemos é por sua infinita graça. Aliás, os “teólogos da barganha” conhecem pouco acerca da doutrina da graça, uma doutrina tão defendida pelos reformadores. O Deus Todo-Poderoso, que conhece tudo e que faz infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, está sendo trocado por, Aladim o gênio da lâmpada, que só é buscado quando precisam de algum favor. Um Deus que tem que cumprir com todos pedidos dos pregadores da Fé...
Muitos, por estarem interessados apenas em milagres, curas e prosperidade material, já não buscam a Deus pelo que Ele é. Na verdade, não querem conhecer a Deus, mas somente barganhar com o Senhor. São condenáveis os “sacrifícios”, os “carnês” e toda e qualquer espécie de contribuição financeira que é dada com o intuito de estabelecer uma barganha com Deus. Certamente, essas pessoas estão incorrendo num grande perigo: a perdição eterna. Deus nos concede suas bênçãos não porque tenhamos algum poder de barganha, mas porque Ele nos ama e quer aprofundar o seu relacionamento conosco.
I - A BARGANHA NA BÍBLIA
1. No Antigo Testamento. Um exemplo clássico de barganha no Antigo Testamento é o caso de Jacó. Fazer um voto era um meio de barganha, de troca entre os homens e a divindade, um“toma-lá-dá-cá”. Esta era uma demonstração da cultura gentílica. E esta ideia de barganha entre o homem e a divindade está por trás do primeiro voto mencionado na Bíblia, que foi o voto de Jacó, feito quando de sua fuga para Harã: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus; e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres certamente te darei o dízimo”(Gn 28:20-22).
Vemos neste voto de Jacó a ideia de “barganha” com Deus, algo que jamais se aprovou nas Escrituras, mas que, infelizmente, está por detrás da grande e esmagadora maioria dos votos que se fazem hoje na Igreja.
Jacó agiu sob a influência cultural gentílica, não tinha ainda uma experiência com Deus e pensou que o Senhor pudesse ser “comprado” com um voto. Na verdade, Jacó barganhou por menos que o Senhor lhe havia prometido (cf Gn 28:14). Sua fé ainda não era forte o suficiente para levar Deus a sério, de modo que Jacó condicionou o pagamento do dízimo ao cumprimento das promessas do Senhor. Deus, efetivamente, abençoou a Jacó, mas não foi por causa do voto que Jacó lhe fez, e sim, por causa da fidelidade do Senhor às promessas que havia feito a Abraão e a Isaque, promessas que, aliás, haviam sido renovadas, no sonho, pelo próprio Deus a Jacó (Gn 28:13-15).
O voto, enquanto barganha, enquanto “troca de favores”, é, portanto, algo que se encontra totalmente fora de cogitação no relacionamento entre Deus e os homens, ante a constatação de que Deus é soberano e que ao homem cabe apenas submeter-se a este Deus Todo-Poderoso.
Mas, se o voto não é barganha, o que é então? O voto é manifestação voluntária, ou seja, a declaração de vontade de alguém que é dirigida a Deus, um Deus que fez o homem com o direito de fazer escolhas e de expressar livremente a sua vontade. Todavia, qualquer ideia de barganha é infrutífera.
Deus, que é único, que é soberano e a quem pertence toda a Terra e tudo que nela há (Sl 24:1;1Co 10:26), não é “comprável” com presentes. Aliás, abomina os que se deixam levar por presentes (2Cr 19:7; Is 45:13). Se Deus é soberano, se tem o controle de todas as coisas, por que haveria de se vender a um ser humano por causa de um “voto”, de uma “promessa”?
2. Em o Novo Testamento. Um exemplo clássico de barganha no Novo Testamento é o caso de Simão, o mago, que ofereceu dinheiro a Pedro e a João em troca da capacidade de se conceder o batismo com o Espírito Santo (At 8:18-21).
Simão, o mágico, ficou extremamente impressionado com o fato de o Espírito Santo ter sido concedido quando os apóstolos impuseram as mãos sobre os samaritanos. Desprovido de qualquer entendimento acerca das implicações espirituais desse acontecimento, Simão o considerou apenas uma demonstração de poder sobrenatural que lhe poderia ser útil em sua ocupação. Assim, ofereceu dinheiro aos apóstolos em troca desse poder. Esse ato insano de barganhar com Deus foi rispidamente repreendido pelo apóstolo Pedro: “ O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus”. A resposta de Pedro indica que Simão não era um homem convertido:
a) O teu dinheiro seja contigo para perdição. Nenhum cristão verdadeiro será entregue à perdição (João 3:16).
b) Não tens parte nem sorte neste ministério. Em outras palavras, não fazia parte da comunhão dos santos.
c) O teu coração não é reto diante de Deus. Uma descrição apropriada para uma pessoa que não é salva e que quer barganhar com Deus.
d) Estás em fel de amargura e laço de iniquidade. Palavras como essas não poderiam ser usadas para uma pessoa regenerada.
O nome “Simão” deu origem à palavra moderna “simonia”, a tentativa de comercializar coisas sagradas. A “simonia” inclui a venda de todas as formas de comercio relacionadas a questões divinas. Hoje, é aplicada aos mercadores da fé, que oferecem as bênçãos divinas mediante o pagamento de certa quantia em dinheiro. O apóstolo Paulo via, com muita tristeza, o crescimento dessa tendência mercadológica; para combatê-la, usou uma palavra cujo sentido é “falsificar ou mercadejar a Palavra de Deus”. Isso envolve práticas de "simonia” e adulteração da Palavra de Deus; é transformar o cristianismo numa prática comercial, visando apenas interesses pessoais.
Atualmente, uma das práticas que caracterizam a “simonia” é a da falaciosa “restituição”. Esta prática ficou popularizada no cântico cujo refrão é “Restitui… eu quero de volta o que é meu”. Esta prática é, também, uma fonte de dinheiro para muitos inescrupulosos que, através de “campanhas de restituição”, têm levado multidões a “exigir de Deus o que foi tomado, o que é meu” e, além de lhes causar a abominação do Senhor, ainda por cima acabam tomando o que havia ficado, por meio de ofertas e “sacrifícios”, habilmente solicitados nestas mesmas campanhas. Irmão e amigos, nós não temos direito a nada! A própria expressão bíblica exarada em Romanos 3:23 já diz tudo: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”Rm 3:23). O salário do pecado é a morte (Rm 6:23). Somos salvos pela graça(Ef 2:8). Tudo que temos é por causa da graça de Deus. Exigir de Deus algo que não merecemos é um acinte ao nome preciso do Senhor.
Ainda há aqueles que, induzidos por certos pregadores (pregadores?), que desprezando a soberania divina, passam a determinar seus “direitos” e a decretar suas “posses” como se o Senhor lhes fosse um mero empregado. Isto é falta de reverencia e temor a Deus.
Portanto amados irmãos, não podemos compactuar com estas práticas de “restituição” e de tudo o que envolva esta idéia, pois ela é pura e simplesmente manifestação de rebelião contra Deus. Como sabemos, “… a rebelião é como o pecado de feitiçaria... (1Sm 15:23). Que Deus nos guarde, pois os feiticeiros e os idólatras ficarão do lado de fora da cidade santa (cf. Ap 21:8; 22:15).
Ao acharmos que algo é “nosso”, que deve ser devolvido, estamos afirmando uma ilusória independência do homem em relação a Deus, exatamente o que fez o primeiro casal pecar e perder a comunhão com o Senhor. Ao invés de “querer de volta o que é nosso”, devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que foi expresso pelo apóstolo Paulo numa das suas frases lapidares: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2:20).
3. As Escrituras condenam a barganha. Por tudo que vimos nos dois itens anteriores, está claro que as Escrituras condenam a barganha com Deus. A verdadeira prosperidade do povo de Deus como é ensinada na Bíblia não é barganha com Deus, uma troca com Deus, eu dou 10 para receber 20, não. Infelizmente, muitos estão indo atrás de Jesus não porque queiram ter vida eterna, mas apenas para obter estas vantagens, que, a cada dia que passa, o sistema econômico lhes vai negando. Querem não servir a Jesus, mas, sim, se servir de Jesus e é precisamente esta a mensagem antropocêntrica da “teologia da prosperidade”. Estas pessoas, como diz o apóstolo Paulo, são as mais miseráveis criaturas humanas da face da Terra (1Co 15:19), porque, sabendo quem é Jesus e o que veio fazer neste mundo, querem apenas dEle se servir para terem bens e tesouros que nada lhes representará na eternidade. São pessoas que, infelizmente, não seguem a doutrina de Cristo que, tão explicitamente exposta no sermão do monte, nos manda ajuntar tesouros no céu e não na terra, pois onde estiver o nosso tesouro, ali estará o nosso coração (Mt 6:19-21).
II. PRESSUPOSTOS DA “TEOLOGIA DA BARGANHA”
1. A falsa doutrina do direito legal. A “teologia da barganha” tem como pressuposto a doutrina do “direito legal” do crente. Esta falsa doutrina tem como mentor Essek William Kenyon. Para ele, Deus ao instituir o homem como seu mordomo, deu “direitos legais” ao homem, que foram, com a queda, transferidos a Satanás que, “legalmente”, hoje domina a terra e a criação terrena. Para ser mais explícito, Kenyon quis dizer que a queda do homem foi um ato legal, isto é, Adão tinha o direito legal de transferir a autoridade e o domínio que Deus tinha posto em suas mãos para as mãos de um outro. Isto dá a Satanás o “direito legal” de ditar regras ao homem e à criação. Isto quer dizer que Satanás faz parte da redenção do ser humano (cic). A redenção seria uma fórmula pela qual Deus toma esses “direitos” de Satanás, livrando o homem do seu domínio. É esta a ideia-mestra de todas as “determinações”, “declarações” e “exigências” que caracterizam os “pregadores do positivismo”.
No entanto, tal pensamento não tem o menor respaldo bíblico. Deus nunca deixou de ser o Ser Soberano, o Ser Supremo. Quando a Bíblia nos diz que o homem foi constituído como ser que dominaria sobre as demais criaturas terrenas (cf. Gn 1:26-28), tal deve ser compreendido dentro do princípio de que o homem é “imagem e semelhança de Deus”, ou seja, de que jamais o homem teria “direitos legais” diante de Deus, mas o homem foi feito um “mordomo”, ou seja, um servo que era superior às demais criaturas divinas, mas que não deixava de ser servo, tanto que, ao conscientizar o homem de que ele era “livre”, Deus o fez por meio de uma ordem (cf. Gn 2:16,17), deixando bem claro quem era a autoridade, quem mandava e quem deveria obedecer.
2. A prática do determinismo. Esse é um dos pressupostos usuais da “teologia da barganha”. A falaciosa “doutrina do determinismo” insinua, dentre outras aberrações “teológicas”, que não é mais preciso orar, e sim apenas “determinar”.
Para os seguidores desta prática vergonhosa não se deve orar a Deus rogando a Ele que faça “segundo a sua vontade”, e sim impor a nossa vontade a Deus. Isso vai de encontro o que a Bíblia Sagrada nos ensina: “Esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, SEGUNDO A SUA VONTADE, ele nos ouve”(1João 5:14).
Hoje temos visto falsos mestres ensinando que a oração da fé precisa determinar para Deus o que queremos. Este falso ensino proclama que oração é a vontade do homem prevalecendo no céu em vez da vontade de Deus prevalecendo na terra.
Analise a estrutura da oração-modelo que o Senhor deixou – o “Pai Nosso”(Mt 6:9-13). Ela nos revela que não há lugar para o “EU” e nem para o determinismo arrogante. Senão vejamos: “Pai nosso, que estás no Céu” – nossa posição: filhos de Deus; “Santificado seja o teu nome” – nossa posição: adoradores; “Venha o teu Reino” - nossa posição: súditos; “Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no Céu” – nossa posição: servos; “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” – nossa posição: dependentes; “Perdoa-nos as nossas dívidas” – nossa posição: pecadores; “E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” – nossa posição: fracos espiritualmente. Portanto, submissão à vontade de Deus, e não imposição da nossa vontade a Deus, é o alicerce da nossa confiança na oração. Aliás, devemos temer orar por qualquer coisa que não esteja de acordo com a vontade de Deus.
Devemos estar cientes que Deus é soberano sobre tudo e sobre todos: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos”(Is 55:8). "O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra! Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade. Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio! Bendizei, ó minha alma ao Senhor!" (Salmo 103:19-22). "E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?" (Dn 4:35).
Em fim, prosperidade segundo a Bíblia não é determinismo, e sim benção de Deus. Porque sem a benção de Deus não há o que se falar em prosperidade. Sabe por quê? “Porque a benção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10:22). A prosperidade verdadeira consiste na bênção do Senhor. Quer sejamos pobres, ou ricos, a presença e a graça do Senhor são o nosso maior tesouro.
III. O PERIGO DE BARGANHAR COM DEUS
1. O perigo de se ter um Deus imanente, mas não transcendente. Deus é transcendente e imanente. Ou seja, a despeito de habitar nas alturas mais insondáveis, e apesar de infinito e imenso, não permanece alheio às suas criaturas. Assim, ao longo dos séculos, o Eterno vem se comunicando com o homem, direta ou indiretamente. Ele tem prazer de ser assim com o ser humano; é tanto que, após o pecado do homem, Ele proveu o Cordeiro imaculado, Jesus Cristo, para através de sua morte vicária resgatar o ser humano ao estado original da criação.
Embora Deus tenha o prazer de atender ao ser humano em suas necessidades, não podemos nos esquecer que Ele é soberano e está acima de toda criação. Deus é superior ao homem e, portanto, o homem não pode querer esquadrinhar os Seus pensamentos ou entender os Seus propósitos, a não ser pela própria revelação divina.
Conquanto a natureza possa nos fazer inferir que haja um Deus, não permite que nós, através dela ou da razão, possamos descobrir os mistérios e as profundidades do pensamento divino, pois Deus é Deus e nós, meros homens. Ou seja, Deus é transcendente - Ele é diferente e independente da sua criação (ver Ex 24:9-18; Is 6:1-3;40:12-26; 55:8,9). Seu Ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1Rs 8:27;At 17:24,25).
Atualmente, os teólogos adeptos da “teologia da barganha”, tentam, a bel prazer, priorizar a relação de Deus com a criação, ignorando propositalmente a soberania e a vontade de Deus. Ninguém deve, jamais, pensar que é merecedor de qualquer coisa que parta de Deus. Isso deve se aplicar a todos os aspectos da vida do cristão, desde o ar que respiramos, passando pela salvação provida na cruz, ou qualquer outro benefício que venhamos a receber dEle (Tg 4:13-15).
Quando vemos as promessas divinas, como ato soberano de Deus, temos motivos para nos humilhar perante Sua potente mão e reconhecermos que não passamos de homens e mulheres carentes de Sua graça. É uma pena que alguns cristãos não estejam se apercebendo disso, resultando em excessos na oração e nas pregações. De vez em quando, vemos e ouvimos pregadores que oram determinando bênçãos às vidas de seus expectadores. Alguns, mais ousados, querem pôr Deus no “canto da parede”, justificando, não poucas vezes, que Deus, ao prometer, não pode mais voltar atrás, tornando-se, assim, escravo de Sua palavra. Tal ensino é um acinte à soberania divina, uma verdadeira blasfêmia, que não ficará impune. Deus não tem que dar satisfação a ninguém, a não ser a Ele mesmo. Ao assumir um compromisso, como diz o a Bíblia em Isaías 55:10,11, assume um compromisso com Ele mesmo. Deus é fiel, como dizem as Escrituras (1Co 1:9; 10:13; 2Co 1:18), ou seja, cumpre a sua Palavra, não porque o homem passe a Lhe mandar, mas, sim, porque o caráter de Deus diz que Ele não muda (Ml 3:6), é a verdade (Dt 32:4; Jr.10:10), é Justo (Ex 9:47; 2Cr 12:6; Sl 11:7) e que, portanto, sua Palavra só pode ser “sim e amém” (2Co 1:20). Certo teólogo afirmou que Deus “pode fazer tudo o que quer, mas não quer fazer tudo o que pode”. Isto significa que o poder de Deus está sob o controle de sua sábia vontade.
2. O perigo de se transformar o sujeito em objeto. Hoje estamos assistindo ao fenômeno do mercadejamento da fé. A falaciosa “teologia da barganha” tem, vergonhosamente, transformado a fé em um grande negócio rentável e cada vez mais crescente. Isso tem trazido prejuízos enormes para a Igreja do Senhor Jesus. Há pastores que transformam o púlpito em uma praça de negócios, e os crentes em consumidores. São obreiros fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. São amantes do dinheiro e estão embriagados pela sedução da riqueza. Há pastores que mudam a mensagem para auferir lucros. Pregam prosperidade e enganam o povo com mensagens tendenciosas para abastecer a si mesmos.
A briga por espaços na mídia tem sido assaz notória, vendendo uma ilusão de que seus ministérios são aprovados por Deus, quando na verdade eles estão iludindo uma parcela dos que cristãos dizem ser, que não entendem que essa atitude mercantilista é reprovada por Deus. O Senhor em Sua Palavra, já nos primórdios da fé cristã, já advertia os crentes que muitos seriam feitos negócio com palavras fingidas de pessoas inescrupulosas (2Pe 2:3). Antes mesmo da formação da Igreja, o profeta Ezequiel já indicara a existência de pastores infiéis, que têm como objetivo tão somente explorar as ovelhas (Ez 34:4). Eles estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Eles negociam o ministério, mercadejam a Palavra e transformam a igreja em um negócio lucrativo.
Vergonhosamente, pastores e mais pastores estão se desvinculando da estrutura eclesiástica e rompendo com suas denominações para criar ministérios particulares, em que o líder se torna o dono da igreja. A igreja passa a ser uma propriedade particular do pastor. O ministério da igreja torna-se um governo dinástico, em que a esposa é ordenada, e os filhos são sucessores imediatos. Não duvidamos de que Deus chame alguns para o ministério específico em que toda a família esteja envolvida e engajada no projeto, mas a multiplicação indiscriminada desse modelo é deveras preocupante. O meu maior desejo é que esses pastores convertam-se dos seus maus caminhos, antes que seja tarde demais, antes que sua mente fique cauterizada e a apostasia não mais ofereça lugar à piedade e a honestidade (ler Pv 29:1).
3. O perigo da espiritualidade fundamentada em técnicas e não em relacionamentos. Os adeptos da “doutrina da barganha” têm transformado o relacionamento com Deus em algo meramente técnico e interesseiro. Segundo seus ensinamentos, para se obter o que se deseja de Deus é preciso fazer quatro coisas, as chamadas “regras da fé” ou “fórmulas da fé”, a saber:
a) confessar o que você quer.
b) crer que você tem aquilo que você quer.
c) receber o que você quer.
d) contar aos outros que você tem o que você quer.
De pronto, observamos que a soberania de Deus não é levada em consideração. Tudo gira em torno do que “você quer”, sem que se indague se o que se quer é o que Deus quer. Desprezam a realidade de que, apesar de sermos filhos de Deus, somos totalmente submissos à sua vontade e à sua soberania, como Jesus mesmo nos ensinou na oração-modelo – “o Pai nosso” – e na sua oração no jardim do Getsêmane(vide Lc 22:42); veja também 1João 5:14.
Temos, portanto, mais uma vez, evidenciado que a “doutrina da barganha” diviniza o homem, dá uma “roupagem evangélica” para o desejo pecaminoso de se ser independente de Deus. Que Deus nos guarde de agirmos assim, pecando contra a Sua soberania.
CONCLUSÃO
A Bíblia não ensina a fazer-mos uma barganha com Deus, não somos ensinados a ter que dar tanto para receber tanto. Deus não se condiciona aos nossos caprichos. Quando nos abençoa é pela sua misericórdia e tudo que recebemos é por sua infinita graça. Aliás, os “teólogos da barganha” conhecem pouco acerca da doutrina da graça, uma doutrina tão defendida pelos reformadores. O Deus Todo-Poderoso, que conhece tudo e que faz infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, está sendo trocado por, Aladim o gênio da lâmpada, que só é buscado quando precisam de algum favor. Um Deus que tem que cumprir com todos pedidos dos pregadores da Fé...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.EDSON CAVALCANTE
ESTUDO: AS DESCULPAS DE MOISÉS...
ESTUDO: AS DESCULPAS DE MOISÉS... Tentando Fugir da Responsabilidade
Moisés nasceu num momento crítico. O povo dele, os descendentes de Abraão escolhidos para receber grandes promessas, estava sofrendo terrivelmente. Os egípcios dominavam os hebreus com tirania, e até matavam os filhos recém-nascidos para controlar o crescimento da nação escrava. A mãe de Moisés escondeu o próprio filho e, depois, deixou que ele fosse adotado por uma princesa do Egito.
Moisés viu a injustiça e tentou defender seu povo. Ele matou um egípcio que espancava um dos hebreus, imaginando que o povo lhe daria apoio. Mas, o povo medroso não entendeu o que Moisés queria fazer, e ele tinha que fugir do Egito. Dos 40 aos 80 anos de idade, ele ficou longe do Egito, servindo como humilde pastor de ovelhas. Neste tempo, ele casou e teve filhos. Talvez ele conseguiu esquecer um pouco do sofrimento dos parentes no Egito. Até um dia, quando Deus apareceu no monte Sinai, numa moita que ardia mas não se queimava. Deus mandou que Moisés descesse para o Egito para livrar o povo da escravidão. Moisés, com 40 anos de idade e com todo o vigor físico e o desejo ardente de ajudar os parentes, não conseguiu fazer nada. Agora, com 80 anos, vai fazer o que? Vai entrar na presença do rei do país mais poderoso do mundo e exigir a libertação de milhões de escravos? Moisés se considerava um libertador pouco provável, e começou a oferecer suas desculpas ao Senhor. Vamos examinar as cinco desculpas que ele deu, e a maneira que Deus respondeu a cada uma. O relato se econtra em Êxodo 3 e 4.ì Quem sou eu? "Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?" (3:11). Que convite para uma pregação positiva! Dá para ouvir alguns pastores, hoje em dia, fazendo belas pregações elogiando tal pobre sujeito que não reconhece sua força interior. "Você é alguém", diriam para Moisés. "Com pensamentos positivos, você pode realizar seus sonhos." Mas esses pastores não estão pregando a palavra do Deus que chamou Moisés. Deus não elogiou Moisés. Ele não fez algum grande discurso para mostrar que Moisés era alguém. Deus, implicitamente, concordou com Moisés. É verdade. Você não é ninguém. Mas eu sou o Criador do universo e "Eu serei contigo" (3:12). Muitas pessoas recusam cumprir os papéis que Deus lhes tem dado, porque se julgam incapazes. Olham para outras pessoas mais talentosas e acham desculpas por não fazer a vontade de Deus. O fato é que sempre encontraremos ao nosso redor pessoas mais inteligentes, mais fortes, mais eloqüentes e mais conhecidas. Mas, Deus nunca usou tais qualidades para medir seus servos. Ele não quer pessoas auto-confiantes, mas pessoas que confiam nele. Se você tende a fugir da responsabilidade porque não é ninguém, está olhando na direção errada. Pare de olhar no espelho para ver suas limitações, e comece a olhar para Deus Todo-Poderoso.í O que direi? Deus respondeu à primeira desculpa, e Moisés já ofereceu a segunda. Tudo bem, eu vou lá para falar com o povo sobre a libertação, e eles vão perguntar para mim. Vão querer saber o nome do Deus que me enviou. O que eu direi para eles? (3:13). Os egípcios serviam muitos deuses, e os hebreus foram corrompidos pela influência deles (veja Josué 24:14). Para alguém chegar no meio deles e dizer que "Deus me mandou" seria uma mensagem vaga. Ao mesmo tempo, Deus já tinha se identificado para Moisés (3:6). Da mesma maneira que Deus usa muitas descrições de si nos outros livros da Bíblia, ele usou várias neste capítulo. Além de ser o Deus de Abraão, Isaque, Jacó e do pai de Moisés (3:6), ele se descreve como "Eu Sou o Que Eu Sou" (3:14). Esta descrição, a mesma usada por Jesus em João 8:24 e 58, é uma afirmação da eternidade de Deus. Ele é, e sempre existia. Mais ainda, Deus usou o nome traduzido na maioria das Bíblias atuais com maiúsculos: SENHOR. Este nome vem do tetragrama, ou nome de quatro letras (YHWH). Sem vogais, ninguém sabe a pronuncia correta deste nome (alguns sugerem Javé). Alguns séculos depois de Moisés, os judeus acrescentaram vogais e começaram pronunciar o nome como "Jeová". A tradução grega do Antigo Testamento usa a palavra "Kyrios" que é traduzida em nossas Bíblias como "Senhor". Algumas pessoas hoje, incluindo as Testemunhas de Jeová, têm insistido que "Jeová" ou alguma forma semelhante é o único nome de Deus, e que devemos usar este nome exclusivamente. Usam passagens como Êxodo 3:15 ("este é o meu nome eternamente"). Algumas observações na Bíblia mostram claramente que Deus não estava dizendo que os servos dele usassem este nome como a única maneira de falar sobre Deus. Outras passagens usam diversos nomes ou descrições de Deus, mostrando seu poder, sua eternidade, etc. Um versículo é suficiente para provar o erro da doutrina de "um único nome" para Deus. Amós 5:27 diz: "...diz o SENHOR, cujo nome é Deus dos Exércitos". Se o próprio SENHOR (YHWH) diz que seu nome é Deus (Elohim) dos Exércitos, nenhum homem tem direito de proibir o uso de descrições bíblicas de Deus. Para tirar qualquer dúvida, podemos ver o exemplo de Jesus. Ele citou, várias vezes, a tradução grega do Velho Testamento, que usa a palavra Kyrios (Senhor) no lugar de YHWH. (Por exemplo, ele cita a Septuaginta, que usa a palavra Kyrios, em Marcos 12:11). Mais uma observação nos ajudará: o nome YHWH não aplica somente a Deus Pai, como alguns falsos mestres sugerem. Mateus 3:3 fala sobre o papel de João Batista em preparar o caminho de Jesus, e cita Isaías 40:3. YHWH (Javé ou Jeová) de Isaías 40:3 é Jesus! A resposta do Senhor a Moisés não foi dada para sugerir que haveria apenas um nome oficial de Deus. O Deus eterno e soberano queria se destacar dos falsos deuses adorados pelos egípcios e até pelos próprios hebreus.î Eles não crerão A terceira desculpa de Moisés mostra que ele continua preocupado com sua própria credibilidade. Eles não crerão na minha palavra, ele diz (4:1). Deus reconheceu que esta preocupação era válida, e ofereceu três sinais para confirmar a palavra de Moisés (4:2-9). O bordão se virou em serpente, a mão se tornou leprosa e a água tirada do rio se tornou em sangue. Esta é a primeira vez na Bíblia que Deus concedeu ao homem o poder para realizar milagres. O propósito dos milagres é bem explicado pelo contexto: para confirmar a palavra falada. Quando Elias e Eliseu introduziram a época de profecia do Velho Testamento, realizaram milagres. Quando Jesus e os apóstolos introduziram o evangelho, operaram vários sinais. Os milagres deles tinham o mesmo propósito: "...confirmando a palavra por meio de sinais..." (Marcos 16:20); "... a salvação, ... tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo..." (Hebreus 2:3-4). Quando Deus mandou pessoas com novas revelações, ele confirmou a palavra com sinais milagrosos.ï Eu nunca fui eloqüente Moisés ainda não foi convencido (4:10). Mesmo depois de ver os sinais, ele tinha dúvida! Parece que ele não conseguiu entender que o mensageiro não é ninguém. É a mensagem que importa. Sobre esta desculpa de Moisés, podemos observar: ì Que não tinha base em fato. Estêvão, comentando sobre os primeiros anos da vida de Moisés, disse que ele "foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras" (Atos 7:22). í Que não tinha importância. Mesmo se Moisés havia esquecido tudo que já aprendeu e não se achava eloqüente, foi o Senhor que fez a boca do homem (4:11). O mesmo Deus que concedeu dons miraculosos para Moisés, o mesmo que fez o universo, o mesmo que escolheu o povo de Israel e o mesmo que apareceu na sarça ardente fez a boca do homem. Deus controlaria a língua de Moisés para comunicar o que ele queria. Ainda hoje, os homens tendem a supervalorizar a eloqüência. Enfatizam a homilética ao invés de ensinar como estudar e entender as Escrituras. Em muitos púlpitos, a embalagem se tornou mais importante do que o produto. Paulo recusou valorizar a eloqüência acima do conteúdo: "Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando_vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus" (1 Coríntios 2:1-5). Observamos a mesma coisa quando estudamos as qualificações de obreiros na igreja (presbíteros, diáconos, etc.). Deus quer homens com conhecimento que mostram obediência nas suas vidas (1 Timóteo 3:1-13; Tito 1:5-9; Atos 6:3). Os homens querem homens que têm sido formados em seminários e institutos de teologia. Vamos seguir a sabedoria de Deus ou a dos homens?ð Envie aquele que hás de enviar, menos a mim! Pode ser que as primeiras "desculpas" de Moisés mostraram uma preocupão válida sobre sua própria capacidade. Assim, Deus respondeu a cada objeção que ele ofereceu. Mas, agora, ele ultrapassou o limite. Moisés não tinha mais motivo para recusar, mas ainda não queria assumir a grande responsabilidade de tirar o povo do Egito. Quando Moisés pediu que Deus enviasse outro, o Senhor se irou contra ele. Ele resumiu todas as outras respostas, dizendo que tinha o bordão, que Arão iria com ele, etc. e mandou que Moisés fosse. É natural se sentir inadequado para as responsabilidades da vida. Muitos homens não se sentem capazes de ser bons maridos e pais. Muitas mulheres não querem assumir a grande responsabilidade de ser donas de casa e mães dedicadas. Muitos cristãos têm medo de ensinar a palavra de Deus, de corrigir um irmão ou de ajudar com os problemas dos outros. Mas, nem sempre dá para fugir! Às vezes, somos as pessoas indicadas para determinados trabalhos. O pai de família tem que protegê-la. A mãe de filhos tem que cuidar deles. Os pastores de igrejas têm que alimentar e proteger as ovelhas. E se fugirmos da responsabilidade que Deus tem nos dado? A ira do Senhor se acendeu contra Moisés. Será que ele ficará contente conosco, se recusamos fazer a vontade dele?Conclusão: Moisés obedeceu! Depois de todas as desculpas, Moisés fez o que Deus pediu. Ele era um servo fiel na casa do Senhor (Hebreus 3:5), e ainda é um bom exemplo para nós. Às vezes, somos tentados fugir de alguma responsabilidade. Daqui para frente, vamos procurar ser servos fiéis, fazendo tudo que Deus pede de nós. O poder não está em nós, porque realmente não somos ninguém. O poder está em Deus. Precisamos aprender o que Paulo aprendeu: "tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13)...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.EDSON CAVALCANTE
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