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domingo, 25 de julho de 2021

O CRISTÃO E A IRA.

 

O CRISTÃO E A IRA.

Efésios 4.26-32

26- Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. 27- Não deis lugar ao diabo. 28- Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha que repartir com o que tiver necessidade. 29- Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para prover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. 30- E não entristeçais ao Espírito Santo de Deus, no qual estais selado para o dia da redenção.

Texto base:
31 – Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias e toda a malícia seja tirada de entre vós. 32- Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.

1. VISÃO GERAL DO ASSUNTO
A ira é um estado emocional caracterizado pelo acúmulo de irritação tal que leva o indivíduo a um descontrole emocional sem precedentes. Isso pode levá-lo a ações comprometedoras.

O rei Salomão comparou o homem que se apressa em irar-se ao tolo (Ec 7.9). Sabe-se que tolo é aquele incapaz de agir corretamente, com bom senso, em conseqüência de sua simplicidade em demasia. Tal comparação não é boa porque fere o amor próprio. Mas não é só ao tolo que o homem iracundo é comparado. É também chamado de insensato, isto é, aquele que é falto de razão, demente, louco (Pv 27.3).

É fato que todas as pessoas têm seus momentos de ira, de rancor, de raiva. Mas essa situação não deve perdurar por muito tempo. São situações momentâneas, passageiras (Ef 4.26), para não se tornar pecado.

A ira é fruto da carne. O apóstolo Paulo fez inúmeras recomendações às várias igrejas, através de suas cartas. Demonstrando seu extraordinário zelo pela vida espiritual dos crentes, advertiu-os a não praticarem as obras da carne porque são contrárias e desagradáveis ao Espírito Santo. O crente precisa ater-se a esses maravilhosos ensinos e ficar vigilante; evitando, assim, a prática de tais obras. Essas atitudes são incompatíveis com a vida de santidade e domínio próprio. O Espírito Santo é quem capacita o crente a fugir ou a controlar-se. Mas é necessário que haja boa vontade da parte de cada um, a fim de que o Espírito Santo encontre condições para atuar.

No texto básico da lição, estão algumas sugestões dadas, pelo pró­prio apóstolo, para o crente banir o nervosismo que provoca a ira:

Não dormir irado; antes do anoitecer reconciliar-se e perdoar os ofensores;
Não cultivar a ira para que ela não cresça e chegue a atitudes extremas.
Não usar palavras ofensivas ou agressivas que suscitem a ira de alguém;
Usar palavras que edifiquem, até mesmo em situações de discórdias;
Evitar entristecer o Espírito Santo, perdendo o controle da situação;
Evitar qualquer espécie de atitudes que despertem a ira.

A ira é proibida por Deus. O rei Salomão foi usado por Deus, em toda a sabedoria, para advertir acerca da ira. Ele diz que o homem que se ira facilmente fará coisas loucas e tam­bém aquele de maus pensamentos não será apreciado (Pv 14.17). O conselho bíblico é, pois, para que o homem esteja sempre retar­dando irar-se (SI 37.8; Pv 15.18; 16.32; Tg 1.19).

2. CONSEQÜÊNCIAS DA IRA HUMANA
Como todos os demais pecados, a ira traz conseqüências. Porque ela desenvolve outras tantas situações prejudiciais ao próximo.

A ira tem ligações negativas. Ela pode desencadear situações desastrosas que finalizam com a prática do mal, porque está ligada:

-Ao orgulho, sentimento que leva o homem a humilhar seus semelhantes (Pv 21.24);
-À crueldade, que torna o homem insensível, endure-cendo-lhe o coração para a prática do mal (Pv 27.3,4);
-A malícia e à blasfêmia (Ef 4.22), que são manifestações próprias do "velho homem", isto é, o homem sem Cristo.
-A desavença e à contenda (Pv21.19; 29.22; 30.33) que levam o homem a situações desagradáveis por pequeno que seja o motivo.
-A ira leva à prática do mal se não for controlada.


O apóstolo aconselha não dei­xar a ira se consumar, porque, des­sa forma, consumar-se-á o pecado (Gn 49.5-7; Nm 22.27; Mt 2.16).

A ira traz o juízo de Deus. Se o cristão age de modo a dar lugar à ira, essa desenvolve no seu coração o desejo de vingança, o que é muito desagradável a Deus, que fará juízo.

A ira frutos indesejáveis. Como já foi dito anteriormente, o excesso ou a constância da ira produz frutos indesejáveis, isto é, frutos carnais que prejudicam a vida espiritual. Muitas coisas desagradáveis poderão acontecer àquele que, por orgulho ou soberba, não se humi­lhar para mudar de atitude. Em lugar de alegria, paz e felicidade, brotarão a tristeza, as brigas, discussões, mágoa, amargura, guerra, desunião e o desejo ardente de vingança.

3. ARGUMENTOS ACERCA DA IRA DE DEUS
Alguém poderá questionar que, sendo a ira um estado condenado por Deus, como então o próprio Deus pode se irar? Entendamos porem, que a ira de Deus é completamente diferente da ira do homem em sua natureza.

A ira de Deus é entendida pela Sua indignação ao pecado (Rm 1.18; 2.8). A ira de Deus é suavizada por Sua misericórdia e Seu amor para levar o homem ao arrependimento (Rm 2.4; 5.9). No entanto, se este se torna um reincidente e rebelde ou rejeita o evangelho, certamente sofrerá a conseqüência do seu pecado (Hb. 3.18,19; Rm 2.5; 1 Ts. 2.16). Logo, não se trata de ira, mas sim de justiça a condenação daqueles que negarem a oportunidade de salvação concedida por Deus.

Como a ira de Deus se manifesta? A ira de Deus é reconhecida como indignação irritação contra toda desobediência e iniqüidade humana, atitudes que são extrema­mente aborrecidas e condenadas por Deus.

A ira de Deus é levada a efeito tendo em vista duas finalidades: a) Manter a ordem legal da criação; b) Retribuir àqueles que impiamente transgridem os Seus preceitos.

Deus não pratica juízo sem nenhum propósito ou porque quer ver o sofrimento do homem. Deus é justo, e Sua justiça nunca deve ser questionada (Rm 9.18,20-22). Os atos de Deus são justos e sábios, manifestos quando a ira de Deus é provocada pelas atitudes humanas contrárias à Sua vontade.

A ira de Deus tem algumas características: a) Manifesta-se também por meio de julgamento e aflições (SI 78.43-51); b) Ninguém pode resisti-la (SI 76.7); c) Está reservada para os fins dos tempos, para o julgamento final (Mt5.41; Ap 6. 17).

Deus é longânimo e tardio em irar-se (SI 103.8; Nm 14.18). Mas Ele tem um tempo determinado para exercer as Suas misericórdias. No entanto, aqueles que abusam da bondade divina, sofrerão o castigo eterno.

CONCLUSÃO
Jesus é o escape para o homem. Para quem quiser livrar-se do juízo divino ainda existe tempo. O próprio Deus enviou Seu Filho para livrar o homem do castigo eterno, da ira vindoura (Rm 3.23-25). Ela é desviada de todo aquele que se arrepende e confessa seus pecados (Lc 15.18-20; Ef 4.32; Hb 10.16-18).

O cristão é renovado para produzir o fruto do Espírito, para viver em novidade de vida em união e paz com todos. Mesmo que seja levado a situações que produzam ira em seu coração, não deverá alimentá-la para causar danos ao próximo.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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