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segunda-feira, 23 de março de 2020

O FIM DOS TEMPOS


                                                             O FIM DOS TEMPOS


 OS FINAIS DOS TEMPOS
O Ramo: Brotando exatamente em tempo para ser… ‘
Cortado’
Estamos explorando tema de o Ramo que se estende através dos escritos de vários profetas veterotestamentários. Vimos que Jeremias em 600 A.C. continuou o tema (que Isaías iniciou 150 anos mais cedo) e declarou que este Ramo seria um Rei. Em nossa postagem prévia nós vimos que Zacarias, após Jeremias, previu que este Ramo seria chamado Jesus e que acumularia os papéis de Rei e Sacerdote – algo que jamais tinha acontecido na História de Israel.

O enigma da chegada agendada do Ungido profetizado por Daniel
Mas o assunto não termina aqui. Daniel, que viver no período entre Jeremias e Zacarias, mencionou diretamente o título de ‘Ungido’ (que vimos aqui = ‘Cristo’ ou ‘Messias), ao mesmo tempo se referindo ao tema do Ramo em um enigma fascinante que previu quando o Messias seria revelado. Por volta de 538 A.C. ele escreveu o seguinte:

Saiba e entenda que, a partir da promulgação do decreto que manda restaurar e reconstruir Jerusalém até que o Ungido, o líder, venha, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas. Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. (Daniel 9:25-26)
Pelo fato de o Ungido = Cristo = Messias (ver aqui), nós sabemos que Daniel estava escrevendo acerca da vinda de Cristo. Daniel especifica um período de início (“a partir da promulgação de um decreto para restaurar e reconstruir Jerusalém”) e um intervalo de período específico (“sete ‘setes’ e sessenta e duas semanas”) que culminará na revelação do Cristo  O Ungido) que será, então, ‘cortado’. A estrutura geral desta predição parece bastante clara. Mas nós podemos, na verdade, rastrear a revelação do Cristo? Vamos começar analisando o que iniciou o tique-taque deste relógio profético.
A Promulgação do decreto para restaurar e reconstruir Jerusalém
Aproximadamente 100 anos após Daniel, Neemias era copeiro de Artaxerxes, o imperador persa. Isso significa que ele era um homem com acesso ao mais elevado poder no império persa. Naquele contexto, ele solicita um decreto real para restaurar e reconstruir Jerusalém e é atendido. Eis aqui como ele relata ter feito tal pedido:

No mês de nisã do vigésimo ano do rei Artaxerxes… respondi ao rei: Se for do agrado do rei e se o seu servo puder contar com a sua benevolência, que ele me deixe ir à cidade onde meus pais estão enterrados, em Judá, para que eu possa reconstruí-la.
A seguir acrescentei: Se for do agrado do rei, eu poderia levar cartas do rei aos governadores… o rei atendeu os meus pedidos. Com isso fui aos governadores do Trans-Eufrates e lhes entreguei as cartas do rei. Acompanhou-me uma escolta de oficiais do exército e de cavaleiros que o rei enviou comigo. (Neemias 2:1-9)
Aqui vemos um decreto real, apoiado com documentos e com o exército do Império Persa para reconstruir Jerusalém. Em razão de o Imperador Artaxerxes ser conhecido na história secular, e pelo fato deste decreto especificar o início deste período em termos de reinado de Artaxerxes (vigésimo ano do reinado no mês de nisã), nós podemos determinar quando isto se deu. Artaxerxes assumiu o trono persa imediatamente após a morte de seu pai, Xerxes, em dezembro de 465 A.C. (1) e porque este decreto foi promulgado em nisã 1 (março/abril) do vigésimo ano, isto colocaria a promulgação do decreto em 5 de março de 444 A.C (1).
Sete ‘Setes’ e Sessenta e dois ‘Setes’
Mas o que são estes ‘setes’ que Daniel está utilizando para marcar o tempo? Na Lei de Moisés havia um ciclo de sete anos por meio da qual a terra deveria descansar do cultivo de agricultura a cada sete anos. Isto foi afirmado da seguinte maneira:

Quando vocês entrarem na terra que lhes dou, a própria terra guardará um sábado para o Senhor. Durante seis anos semeiem as suas lavouras, aparem as suas vinhas e façam a colheita de suas plantações. Mas no sétimo ano a terra terá um sábado de descanso, um sábado dedicado ao Senhor. (Levítico 25:2-4)
O contexto da declaração de Daniel é ‘anos’, portanto, por ‘sete’ ele quer dizer ciclos de sete anos. Neste caso, os Sete ‘Setes’ e Sessenta e dois ‘Setes’ podem ser afirmados numericamente como (7+62) * 7 = 483 anos.
Um ano de 360 dias
O tamanho do ano complica levemente as coisas. Atualmente nós utilizamos o ano solar (=365.24219879 dias por ano) porque nós podemos medir com precisão a rotação da terra ao redor do sol. Naqueles dias era comum basear o ano a partir das rotações da lua (conforme o calendário islâmico faz até hoje) resultando em 354 dias/ano ou utilizando 12 meses de 30 dias totalizando 360 dias por ano. Em todos os casos alguns ajustes precisam ser feitos para ‘arrumar’ as diferenças nas rotações. (Em nosso calendário ocidental, com anos bissextos – 366 dias – para ajustar pelas frações do dia, com alguns anos bissextos sendo pulados). Nas civilizações antigas do Egito, Babilônia, índia e Grega um calendário de 360 dias era comum. Isto parece ser a base para estes anos em Daniel. Motivos adicionais para a utilização de um calendário de 360 dias são apresentados aqui.

A Chegada Agendada do Cristo
Munido desta informação agora é mais fácil calcular quando Cristo deveria chegar de acordo com a profecia de Daniel. 483 anos de 360 dias/ano nos dará:

483 anos * 360 dias/ano = 173. 880 dias
Em nosso calendário moderno isso é o equivalente a 476 anos solares com 25 dias sobrando. (173 880/365.24219879 = 476 com 25 como lembrete).
O ponto de partida para este cálculo foi o decreto de Artaxerxes promulgado no dia 5 de março de 444 A.C. Acrescente 476 anos solares a esta data e chegaremos ao dia 5 de março do ano 33 A.D. (Não existe ano zero, o calendário vai de 1A.C. a 1 A.D. em um ano, então, aritmeticamente é -444 + 476 +1= 33).
Se agora subtrairmos os 25 anos restantes e acrescentarmos a 5 de março do ano 33 A.D., chegamos a 30 de março de 33 A.D., ilustrado na linha do tempo abaixo. Ou, conforme Hoehner (cujo cálculo eu estou seguindo) afirma:
“Ao acrescentarmos 25 dias a 5 de março (444 A.C.) chegamos a 30 de março (33 A.D.), que era nisã 10. Este foi o dia da entrada triunfante de Jesus em Jerusalém…“ Hoehner, Chronological Aspects of the Life of Christ Part VI, pg. 16 1977.
A Linha do Tempo da profecia de Daniel de ‘setes’ culminando na entrada triunfante de Jesus
A Linha do Tempo da profecia de Daniel de ‘setes’ culminando na entrada triunfante de Jesus
A Entrada Triunfante de Jesus – Aquele Dia
Este é o Domingo de Ramos, o exato dia que nos lembramos da entrada triunfante de Jesus em Jerusalém. Com as suposições que fizemos acima e utilizando matemática básica, descobrimos que o enigma de Daniel dos ‘setes’ cai exatamente neste dia. Este é o dia em que Jesus foi apresentado como Rei ou Cristo à nação judaica. Sabemos disto porque Zacarias (que havia profetizado o nome de Cristo) também escreveu que:

Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém!
Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta. (Zacarias 9:9)
O tão aguardado Rei seria revelado entrando em Jerusalém montado sobre um jumento com uma multidão de pessoas gritando e se alegrando. No dia da Entrada Triunfante de Jesus em Jerusalém – aquele mesmo dia previsto por Daniel neste enigma dos ‘setes’ – Jesus entra em Jerusalém montando em um jumento. Lucas registra o acontecido:
Quando ele já estava perto da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar a Deus alegremente e em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. Exclamavam:
“Bendito é o rei que vem… Paz no céu e glória nas alturas!”
Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: “Se você compreendesse neste dia, sim, você também, o que traz a paz! Mas agora isso está oculto aos seus olhos. (Lucas 19:37-42)
Neste relato Jesus chora porque as pessoas não o reconheceram naquele mesmo dia previsto tanto por Zacarias quanto por Daniel. Mas porque elas não reconheceram aquele dia em que Cristo foi revelado, algo totalmente inesperado aconteceria. Daniel, na mesma passagem onde ele apresentou o enigma dos ‘setes’, previu que:
Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. (Daniel 9:26)
Em vez de assumir o trono para reinar, o Cristo seria ‘cortado’ e ‘nada’ teria. Ao empregar a expressão ‘cortado’ (algumas Bíblias traduzem como ‘morrerá’) Daniel se refere ao ‘Ramo’, que brota da raiz de Jessé, profetizado por Jeremias, t nome profetizado por Zacarias e previsto tanto por Daniel quanto Zacarias. Este Ramo seria ‘cortado’. Então a cidade (Jerusalém) seria destruída (que sucedeu em 70 A.D.). Mas como este Ramo seria ‘cortado’? Retornaremos a Isaías em nossa próxima postagem para vermos uma vívida descrição.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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