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quinta-feira, 12 de março de 2020

AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS


                                                  AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS
REFLEXÃO AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS NO APOCALIPSE
As sete taças da ira de Deus, também chamadas de “sete flagelos”, estão registradas nos capítulos 15 e 16 do livro do Apocalipse. Como não poderia ser diferente em se tratando de escatologia, existe muita discussão sobre esse relato.
Dentre as diferentes correntes escatológicas, basicamente existem três interpretações principais sobre esse assunto. A posição menos conhecida é da que as sete taças se referem exclusivamente ao período específico da época de João, anunciando o castigo e a queda do Império Romano. Essa posição é defendida por muitos preteristas.
Já a posição mais conhecida entre os cristãos, defende que as sete taças se referem exclusivamente ao período final que antecede a segunda vinda de Cristo. Quem adota essa posição, geralmente entende que tudo isso ocorrerá de forma literal na grande tribulação, após um arrebatamento secreto da Igreja. Logo, de acordo com a visão pré-tribulacionista a segunda vinda de Cristo seria uma segunda etapa do Seu retorno.
Essa posição é comum entre os cristãos que adotam o estilo de leitura futurista do Apocalipse, e entendem que o conteúdo do livro segue uma ordem cronologicamente sucessiva. É importante dizer que, para estes, a sexta taça trata do livramento de Cristo ao povo de Israel e aos cristãos que se converterão na grande tribulação, e a sétima taça se refere às pragas que serão enviadas literalmente ao mundo inteiro nesse período.
Por último, há também a posição que entende que as sete taças se referem ao período que compreende desde a primeira vinda de Cristo (sua morte, ressurreição e ascensão ao céu) até a Sua segunda vinda, de forma que o juízo de Deus é revelado de maneira progressiva.
Nessa posição, tanto é considerada a aplicação prática no contexto histórico das sete igrejas da Ásia Menor quanto à aplicação para todas as igrejas ao longo dos tempos, culminando, finalmente, numa descrição detalhada acerca dos momentos finais da presente era, com a segunda vinda de Cristo para livrar o seu povo (nesse caso a Igreja), a destruição das forças do mal e o juízo final.
Antes de prosseguirmos, é muito importante a leitura dos seguintes textos para melhor compreensão sobre o assunto:
Como estudar o livro do Apocalipse
Métodos de interpretação do livro do Apocalipse
Leitura de recapitulação ou sucessão no Apocalipse
Pré-Tribulacionismo, Pós-Tribulacionismo e Meso-Tribulacionismo
As sete taças da ira de Deus: Como entender Apocalipse 15 e 16?
Das posições apresentadas acima, a última delas é a que se apresenta mais coerente com a interpretação do livro do Apocalipse, considerando sua estrutura, estilo, características e propósito.
Os capítulos 15 e 16 formam a quinta seção paralela do livro do Apocalipse. Sabemos que o livro do Apocalipse é organizado em sete seções paralelas e progressivas, ou seja, a mesma história é contada e recontada, porém de ângulos diferentes, de modo que a cada vez que a história se repete novos elementos e detalhes são introduzidos lançando luz sobre a profecia revelada ao Apóstolo João.
Nessa quinta seção, onde João registra a visão dos sete anjos com as sete taças da ira de Deus (ou sete flagelos), será enfatizado o juízo de Deus sob a dureza do coração do homem. Essa seção nos mostra o derramamento da ira de Deus sobre os homens, e a triste realidade de que, mesmo diante do juízo divino, os homens continuam endurecidos, rebeldes e blasfemos.
Essa visão registrada pelo Apóstolo João nos mostra que ao longo da História Deus sempre envia juízos parciais que avisam o iníquo sobre seu pecado (as trombetas), mas quando esses avisos são desprezados, então segue-se o derramamento conclusivo de Sua ira (as taças). É uma ira sem mistura, sem oportunidade para arrependimento, e que se torna completa no dia do juízo.
João começa o capítulo 15 escrevendo sobre a cena inicial de um culto (vers. 1-4), relembrando o culto ao redor do trono de Deus já mencionado anteriormente, sobretudo na visão do trono de Deus nos capítulos 4 e 5 do Apocalipse.
João mais uma vez contempla o mar de vidro (Ap 4:6), porém dessa vez ele forneceu um novo detalhe: esse mar é “mesclado de fogo” (Ap 15:2). O Apóstolo também viu “os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome“. Enquanto os ímpios estão nas turbulentas águas desse mundo, os vencedores estão sob o mar de vidro, descansando na paz da transparência da justiça de Deus que se revela como fogo para julgar o iníquo,
Esses vencedores estavam entoando cânticos numa grande adoração a Deus (Ap 15:3,4). João faz referência ao cântico de Moisés e ao cântico do Cordeiro. Esse cântico de Moisés é uma alusão ao cântico registrado no capítulo 15 do livro do Êxodo, que fala sobre a libertação do povo de Israel do Egito atravessando o mar vermelho. Já o cântico do Cordeiro é uma referência à obra expiatória de Cristo na cruz, ou seja, Seu sofrimento e Sua vitória.
A mensagem aqui é que, tal como os israelitas no Egito, os santos são libertados da opressão desse mundo iníquo que é castigado através das pragas enviadas por Deus. Esses vencedores que João viu são todos os salvos que morreram ao longo da História da Igreja, que foram fiéis e que venceram a besta e a marca de seu nome, isto é, venceram as tentações, perseguições e aflições desse mundo, e agora estão seguros na presença do Cordeiro.
O cântico entoado pelos vencedores é muito importante para a sequência da narrativa bíblica. Note a frase “Justos e verdadeiros são os teus caminhos” (Ap 15:3). Isso é como um aviso de que nada do que será registrado por João será injusto. Os flagelos da ira de Deus mostrados a João refletem a Sua justiça, são verdadeiros e corretos.
O versículo 4 começa com uma pergunta muito interessante: “Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor?” Em outras palavras, será que existe alguém louco o bastante de mesmo diante de toda a grandeza de Deus, diante do furor do Seu juízo, não lhe render glória? Mais à frente o capítulo 16 nos responderá.
João enfatiza que as taças portadas pelos sete anjos são os últimos sete flagelos da cólera de Deus, ou seja, com o derramamento dessas taças consuma-se a ira de Deus sobre o mundo.
Como em todo o livro do Apocalipse, nessa seção também há um uso muito grande de referências à textos do Antigo Testamento. Além do cântico de Moisés que já vimos, as próprias taças se assemelham bastante com algumas pragas que castigaram o Egito (Êx 7-11).
O mesmo podemos dizer da descrição da abertura do “Tabernáculo do Testemunho” (Ap 15:5-8). Aqui há uma referência ao santuário que continha a Arca da Aliança que guardava em seu interior o “Testemunho”, ou seja, as Tábuas da Lei. Era o lugar da habitação de Deus com Seu povo (Êx 25:16-28).
A abertura do Tabernáculo nos mostra que a ira a ser revelada é a ira do próprio Deus. O Santuário aqui é o céu, a morada de Deus. Os sete anjos da visão saíram do Santuário, ou seja, procederam da presença de Deus.
Eles estão vestidos com vestes semelhantes aos sacerdotes. No Antigo Testamento os sacerdotes eram uma espécie de intermediários entre Deus e os homens. Isso significa que esses anjos são representantes da ira do próprio Deus.
O Santuário então foi tomado de fumaça, e ninguém podia entrar nele até que se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos (Ap 15:8). Isso também nos faz lembrar de passagens do Antigo Testamento onde a glória de Deus tomava o Tabernáculo/Templo, de modo que ninguém podia entrar (Êx 40:34,35; 1Rs 8:10,11).
Isso significa que no derramamento das taças não há mais possibilidade de arrependimento, não há mais possibilidade de intercessão, a ira de Deus está sendo manifestada e Ele não irá parar até que Seus propósitos sejam alcançados. Aqui, o Santuário está bloqueado, ou seja, o Deus irado tornou inacessível Suas ternas misericórdias.
A ligação entre as sete taças e as sete trombetas
Entre os versículos 5 e 8 do capítulo 15, temos a preparação das sete taças que serão derramadas. É interessante notar a profunda ligação que há nessa narrativa com a descrição das sete trombetas nos capítulos 8 a 11 do Apocalipse.
Mais uma vez é importante salientar a organização paralela e progressiva do livro do Apocalipse. Com isso, devemos compreender que as sete taças referem-se ao período de tempo que vai da primeira à segunda vinda de Cristo.
As seções do Apocalipse ocorrem paralelamente, e não sequencialmente, por exemplo, as taças não sucedem cronologicamente as trombetas, mas se encaixam, se completam, de modo que conforme vamos avançando na narrativa do livro, percebemos que as cenas vão ficando cada vez mais claras e completas. O juízo de Deus vai se revelando de um modo paralelo e progressivo no livro do Apocalipse.
A diferença entre as trombetas e as taças, basicamente é que as trombetas advertem os homens acerca do juízo de Deus, e as taças consumam a Sua cólera. As trombetas representam o juízo parcial, enquanto as taças mostram o juízo total.
Para entender essa ideia de “juízo parcial” e “juízo total”, basta notar que, apesar de serem paralelas, as seções são progressivas. Nas trombetas a destruição atinge apenas um terço da terra, do mar, dos rios, do sol e dos homens. Já nas taças a destruição atinge a totalidade, ou seja, os flagelos destroem tudo.
Também é interessante notar a inversão que há entre as trombetas e as taças. De sete trombetas, quatro se referem aos elementos naturais e três aos homens. Nas taças, quatro se referem ao homem e apenas três aos elementos naturais. Isso claramente mostra a intensificação do juízo de Deus que está sendo revelado na profecia.
Se com as trombetas há o juízo acompanhado do convite ao arrependimento, com as taças não há oportunidade mais para se arrepender. As sete taças mostram a ira de Deus sem mistura de misericórdia.
Tanto as taças como as trombetas terminam com uma cena do juízo final. Nas trombetas temos a descrição da colheita do trigo e os ímpios sendo esmagados no lagar da ira de Deus (Ap 14:14-20). Nas taças a descrição do juízo é bem mais detalhada (Ap 16:15-21).
O derramamento das sete taças
Em Apocalipse 16 temos o relato do derramamento das sete taças da ira de Deus. Primeiramente, devemos entender que, seguindo a característica literária do Apocalipse, os sete flagelos não devem ser interpretados literalmente, mas como uma referência à situação dos ímpios diante do juízo.
Enquanto os santos estão adorando o Deus Todo-Poderoso, os ímpios estão tomando do cálice de Sua ira. É importante lembrar que a Igreja é alvo das perseguições e tribulações promovidas pelo dragão e seus agentes, mas não dos flagelos, ou seja, as taças não são derramadas sobre a Igreja (1Ts 5:9). As sete taças são destinadas apenas aos homens que possuem a marca da besta, os adoradores da sua imagem (Ap 16:2).
Primeira taça (Apocalipse 16:2)
A primeira taça é derramada sobre a terra, e os ímpios, os selados pela besta, são castigados com úlceras malignas e perniciosas. Esses homens atingidos não são apenas um grupo de pessoas no fim dos tempos, mas são todos os incrédulos que serviram a besta durante toda esta dispensação. Saiba mais sobre isso lendo o texto “A Marca da Besta e o Número 666“.
Aqui, João está descrevendo a dor da aflição do homem sem Deus. São castigados com úlceras malignas e perniciosas, ou seja, é algo terrível e doloroso.
Segunda taça (Apocalipse 16:3)
A segunda taça é derramada sobre o mar, e o mar se tornou em sangue, e morreu todo o ser vivente que havia no mar. Se nas trombetas apenas um terço do mar foi atingido, aqui o mar é atingido por completo. Essa descrição é um símbolo do colapso da natureza diante do juízo de Deus.
Terceira taça (Apocalipse 16:4-7)
Essa taça foi derramada nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. É interessante que no derramamento dessa taça, o anjo declara que os ímpios que derramaram o sangue de santos e profetas agora são dignos de tomarem sangue. O anjo também ressalta que o julgamento de Deus é justo.
Na abertura do quinto selo (Ap 6:9-11), temos os mártires que morreram por causa de sua fé, clamando por justiça da parte de Deus contra aqueles que os mataram. Agora, no derramamento da terceira taça, a vingança vem, a justiça de Deus alcança os seus algozes, a oração dos santos é respondida. Por isso que no versículo sete, João ouviu uma voz que dizia: “Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos“. Saiba mais sobre a abertura dos selos lendo o texto “Os Sete Selos em Apocalipse“.
Quarta taça (Apocalipse 16:8,9)
A quarta taça é derramada sobre o sol, e os homens são queimados com intenso calor. Se nas trombetas, quando o sol escureceu os homens não se arrependeram, agora eles são castigados pelo intenso calor produzido pelo sol. Talvez o escurecimento eles pudesse ignorar, mas o grande calor não há como não sentir.
Mais uma vez vemos aqui o juízo de Deus se intensificando sobre o mundo incrédulo. Porém, a segunda parte do versículo 9 nos mostra algo terrível. Mesmo diante do juízo de Deus que está sendo derramado, mesmo sendo castigado por sua perversidade o homem não se arrepende, e, ao invés de dar glória ao Deus que tem autoridade sobre esses flagelos, ele blasfema contra seu nome.
Lembra-se da pergunta feita no cântico registrado no capítulo 15? “Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor?” Aqui está a resposta. O homem é tão louco em sua perversidade que mesmo diante do castigo blasfema contra o Deus Todo-Poderoso.
Quinta taça (Apocalipse 16:10,11)
A quinta taça foi derramada no trono da besta, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam. O trono da besta é o centro do governo anticristão. Esses versículos nos fazem lembrar da oração do Profeta Habacuque, quando ele se recordou do Êxodo e de como Deus livrou seu povo do domínio de Faraó. Então Habacuque orou dizendo que quando o Senhor sai para livrar o seu povo, Ele fere a “cabeça da casa do ímpio” (Hc 3:12-14).
Quando a sede do poder da besta é atacada o sistema humano entra em colapso, e os homens incrédulos se desesperam, são tomados de angústias e mordem a língua de tanta dor. Perceba a conexão entre os flagelos. Aqui, no quito flagelo, os homens sentem a dor das úlceras do primeiro flagelo.
Aqui, João até parece descrever a história da queda de cada grande império que já existiu. O sistema humano, que governa sob a influência dos poderes satânicos e, de certa forma, até parece invencível, cai de forma patética quando o cálice da ira de Deus é derramado.
Entretanto, mais uma vez podemos ver que os seguidores da besta blasfemam contra Deus, ao invés de se arrependerem de suas obras malignas. Eles mordem a língua de dor, mas encontram forças para declararem que são inimigos de Deus.
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A sexta taça descreve o Armagedom, o ajuntamento das forças malignas para pelejarem contra o Cordeiro e sua Igreja. Mais uma vez João parece ter em mente uma passagem do Antigo Testamento.
Trata-se do livro de Juízes, capítulos 4 e 5, quando o povo de Israel estava em grande sofrimento, oprimidos pelo exército do rei Jabim liderado por Sísera. Os israelitas não podiam fazer absolutamente nada, a não ser se esconderem de medo (Jz 5:6). O exército inimigo era devastador.
Então Deus, através de Débora, avisa que entregaria o inimigo nas mãos do povo de Israel (Jz 4:14). A batalha foi travada em Megido, e o inimigo do povo de Deus foi esmagado, de modo que foi o próprio Senhor quem os derrotou (Jz 5:20).
O significado mais aceito para a palavra Armagedom é “montanha de Megido”, derivado da junção entre o hebraico har, “montanha”, e o grego Magedôn, “Megido”. Dessa forma, fica fácil entender que o Armagedom é o símbolo de toda batalha na qual o povo de Deus está sendo oprimido frente ao grande poder do inimigo, e o próprio Deus, de repente, revela seu poder e derrota os opressores de seu povo.
O Apóstolo João viu três espíritos imundos sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta. Esses espíritos eram semelhantes a rãs, referindo-se a seu caráter repugnante, asqueroso e abominável. Isso significa que os poderes desse mundo e a falsa religião agem sob as ideias e a inspiração do maligno. São planos, projetos, métodos e empreendimentos postos em ação contra a Igreja.
É claro que esse tipo de situação acontece em diferentes momentos da história, mas aqui há uma referência ainda mais profunda e específica. A sexta taça descreve o momento final de perseguição do dragão e seus agentes contra a Igreja de Cristo. É o momento da batalha final, da grande tribulação, dos dias que se não fossem abreviados a Igreja não suportaria (Mc 13:20).
Esse é o momento em que Cristo aparecerá, como um ladrão de noite, para livrar o Seu povo (Ap 16:15) e destruir o Anticristo com o sopro de Sua boca (2Ts 2:1-12). Saiba mais sobre a batalha do Armagedom.
Sétima taça (Apocalipse 16:17-21)
A sétima taça sucede naturalmente a sexta. Se a sexta taça refere-se, principalmente, a segunda vinda de Cristo, a sétima taça é a descrição detalhada da cena do juízo. É o momento de maior terror da História da humanidade. É o momento do juízo final.
João ouviu uma voz saindo do santuário dizendo: “Feito está!” Essa era a voz do próprio Deus anunciando que chegou o momento da exposição final e completa de Sua ira. O mundo então recebe a taça final do vinho do furor de sua cólera (Ap 14:10).
João então descreve a destruição do mundo, a grande Babilônia é despedaçada, o império do Anticristo é destruído, todas as cidades e nações são arruinadas, todas as ilhas fogem, os montes não são encontrados e pedras desabam do céu.
Tudo isso representa o terror do dia do juízo de Deus para o iníquo. A sétima taça é a conexão onde finda-se o tempo e a História e inicia-se a eternidade, onde extinguem-se os céus e a terra, e surgem novos céus e nova terra (2Pe 3:10-13).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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