QUAL O MAU QUE
EU TE FIZ...
Quantos de nós já questionamos as leis do Velho Testamento? Como
achamos rígidas e antiquadas aquelas leis que regiam o povo hebreu! Mas a lei
do olho por olho e dente por dente foi introduzida para restringir um mal
maior, existia para impedir a retaliação ilimitada. “Mas se houver morte, então
darás vida por vida. Olho por Olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,
queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” Êxodo 21:23-25.
A pessoa só podia ir até o limite do acontecido, não mais. Jesus, porém,
penetrou além dessa lei de retaliação igual ou controlada, e repudiou toda
ideia de vingança. Quando iniciou seu ministério, apareceu com algo
completamente novo; desejava algo melhor para a humanidade… por isso o
cristianismo sempre revolucionou os corações.
Ler Mateus-5.38:41
I- Vencer o mal com o bem é não resistir ao homem mau
Jesus é o maior exemplo de resistência ao mal e esse é o dever
de todo crente. Não podemos nos deixar vencer pelo mal, e não devemos resistir
o homem mau. Paulo, o apóstolo disse: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o
mal com o bem” Rom. 12:21. Poucos crentes hoje em dia sofrem um golpe físico na
face, mas o principio é dar a outra face. Isso pode ser aplicado diariamente em
termos de auto-exposição aos insultos, mal entendidos, e outras ofensas, as
quais somos expostos. O cristianismo realmente é diferente, é uma nova
filosofia de vida. Esta é a pratica bem sucedida do evangelho. Não poucas vezes
presenciamos a resistência com o homem mau através de um bate boca sem fruto,
que não leva a nada, a não ser escandalizar o evangelho de Cristo. Isso é
resistir o mal com o mal, resultando muitas vezes em ressentimentos
prejudiciais à vida espiritual e até física. Aquele que ainda não aprendeu
vencer o mal com o bem, ainda não conhece a essência do evangelho de Cristo.
Tenho presenciado alguns bate boca que me deixam envergonhado. Mostra o quanto
as pessoas estão longe de Deus.
II- Vencer o mal com o bem é entregar a capa
Na lei Judaica, uma pessoa podia processar outra pessoa por
causa da túnica, vestimenta de baixo, com mangas; mas não podia processar
ninguém por causa da capa, veste exterior que servia aos pobres como cobertor
durante a noite. “Se tomares em penhor o vestido do teu próximo lho restituirás
antes do pôr do sol porque é a única cobertura que tem; é o vestido da sua
pele; em que se deitará ele?” Ex. 22:26,27. Cristianismo não é só questão de
não fazer isso ou aquilo, mas é acima de tudo, sentir-se bem praticando-o.
Fazer o bem aqueles que nos maltratam, orar pelos que nos perseguem, esse é o
cristianismo de Jesus. O amor vence todas as coisas. “…tudo sofre, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta”.
III- Vencer o mal com o bem é caminhar a segunda milha
Essa é uma questão interessante, pois se permitia aos soldados e
oficiais Romanos que forçassem os nativos a carregar os seus suprimentos ou
bagagens por uma milha. Ai pode entender o que aconteceu com Simão Cireneu, que
foi obrigado a carregar a cruz de Jesus por um oficial romano. Ele vinha do
campo, da roça, nada tinha a ver com o que estava acontecendo, mas carregou a
cruz. Ninguém podia exigir que se caminhasse a segunda milha, mas Jesus ensina
que deve ser espontânea na experiência cristã. “Se alguém te obrigar a andar
uma milha, ande com ele duas”. É certo que há cristãos que estão muito aquém da
primeira milha. Mas o que Jesus ensina é extraordinário. Quantas vezes devemos
perdoar? Até sete? Não! Mas até 70 vezes 7. Se alguém nos humilha devemos fazer
o que pudermos e as vezes mais. Pois o cristianismo da segunda milha é o
cristianismo do amor sem reservas. È o cristianismo de não oferecer a Deus
oferta de tiver ódio, mágoa ou ressentimento no coração. O comportamento de
José no Egito. O trato para com seus irmãos foi o de andar a segunda milha. O
amor vence todas as coisas. Entramos na Igreja de Jesus para caminhar a segunda
milha ou sermos crentes sem nenhuma expressão. As religiões são sempre
influenciadas por vidas, homens e mulheres que souberam honrar a Deus,
glorificar o seu nome. Quando não aprendemos a vencer o mal com o bem, as
pessoas dizem: “A ser cristão como você, é melhor ficar onde estou”. Falta a
compreensão da segunda milha.
Conclusão
É verdade que andar a segunda milha, a entrega da capa, e o não
resistir o mal, são coisas duras. Mas é neste comportamento que experimentamos
o calor da presença de Jesus. Andar nessa direção é renunciar o programa
próprio e aceitar o programa de Deus. Este é o caminho do amor. O amor aos
amigos, mas também aos inimigos. Não é dar porque recebemos, mas é dar sem esperar
nada em troca. E toda vez que damos sem a pretensão de receber, Deus nos dá
muito mais. Quando vencemos o mal com o bem servimos ao próximo; somos ponte
para grandes realizações no cristianismo e no mundo. É o começo de uma vida
abençoada. É andar com Jesus e fazer a vontade de Deus. Milha romana – 1000
passos; milha Brasil 1000 braças = a 2.200 metros; Inglesa e Americana 1.609
metros.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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