VAMOS
EVANGELIZAR...
Aonde recorreremos para obter conselho e instrução acerca da
obra de evangelizar o mundo? A comissão apostólica é o ponto de partida. Isso
porque ela contém as ordens que Jesus deu aos seus apóstolos escolhidos ao
enviá-los ao mundo. Ela apresenta a vontade dele — o que o Senhor de todo o
universo queria ver executado no mundo. Embora não sejamos apóstolos, se somos
encarregados de alguma outra forma das mesmas responsabilidades, então com
certeza podemos encontrar nas ordens que Jesus deu aos discípulos o conselho
para nos orientar.
Gostaria de examinar os vários relatos dessas ordens, dadas no
decorrer de 40 dias (veja Atos 1:3), para ver o que se pode aprender.
Diferentes textos expressam dessa ou daquela forma essas ordens, ressaltando
esses ou aqueles aspectos. Mas me parece que as ordens de Jesus podem ser
dispostas em três categorias. O que Jesus queria que se fizesse?
O relato de Mateus mostra uma coisa: "Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações..." (Mateus 28:19). A Versão Revista e Corrigida
traz "ensinai", mas a palavra grega não é o termo para
"ensinar" usado mais tarde no texto. A Versão Revista e Atualizada
(2ª Edição) corretamente troca o primeiro "ensinai" por "fazei
discípulos". Então, era isso que Jesus queria que se fizesse — ele queria
que as nações entrassem num relacionamento pessoal com ele; queria que se
tornassem seus discípulos.
Marcos 16:15-16 apresenta o segundo elemento: "Ide por todo
o mundo e pregai o evangelho a toda criatura". Jesus queria que o
evangelho fosse pregado em todo o mundo.
O relato de Lucas (24:44-49), na verdade, não acrescenta nenhuma
outra categoria principal. "Arrependimento para remissão de pecados"
como o assunto da pregação é apenas uma expressão alternativa da essência do
evangelho. As boas novas dizem respeito ao "arrependimento para remissão
de pecados". A forma de expressão de Lucas em geral, no entanto, sugere
outro ponto ao qual retornarei adiante.
O registro de João contém um relato do envio dos apóstolos (João
20:21-23), mas também aqui não apresenta nenhuma categoria nova. Os apóstolos
tinham a autorização para perdoar ou não os pecados-basicamente, declarar as
condições para o perdão dos pecados— mas Marcos 16:16 e Lucas 24:47 já
mostraram quais pessoas seriam perdoadas e quais não, pelas condições estipuladas
por Cristo. Se quiser mais, consulte a pregação dos apóstolos em Atos (Atos
2:38; 3:19; etc.).
A seção de abertura de Atos sobrepõe-se ao desfecho de Lucas e
também se refere à incumbência apostólica. Atos 1:8 acrescenta ainda outra
categoria: "...e sereis minhas testemunhas...." Não somos,
naturalmente, testemunhas como eram os apóstolos (Atos 1:3,21-22). Contudo, se
pretendemos realizar a tarefa de evangelizar o mundo atual, devemos estar
preparados para enfrentar um mundo incrédulo com o testemunho dos apóstolos no
que se refere à ressurreição de Jesus Cristo. Era esse testemunho que deveria
levar o mundo a crer (João 17:20; 20:30-31; Romanos 10:17).
Desse modo, para resumir, se você deseja usar os seus talentos a
serviço do evangelho, você não precisa saber tudo no mundo. Mas deve ser capaz
de explicar o discipulado e fazer discípulos das pessoas. Você precisa
compreender o caminho da salvação apresentado no evangelho e ser capaz de
explicá-lo. E deve ser capaz de apresentar a defesa que os apóstolos fizeram a
favor da ressurreição. Esse resumo, pelo menos, estreita o terreno e mostra as
áreas em que o preparo precisa ser feito. Eu lhe direi o que sei sobre essas
três categorias em alguns dos artigos que se seguem.
Mas deixei fora dois pontos. Embora não pudessem ser chamadas
"ordens" de Jesus, são, na verdade, questões importantes que formam o
fundamento da comissão e a tornam inteligível. Além disso, mostram outras áreas
de preparo que podem ser úteis.
A primeira é a autoridade do Messias (Mateus 28:18). Quem é esse
que dá ordens às pessoas e exige que obedeçam a tudo o que ordena? É o Senhor
de todo o universo, que detém toda autoridade, no céu e na terra. Normalmente
trabalho com esse aspecto ao mesmo tempo em que faço a defesa da ressurreição
que demonstra que Jesus era (e é).
Depois observe que o relato de Lucas não trata a comissão como
uma ordem, mas a incorpora numa explicação sobre o que está escrito no Antigo
Testamento (Lucas 24:44-47). Tanto o sofrimento, a morte e a ressurreição do
Messias quanto a pregação de arrependimento e remissão se mostram a serem
cumprimento do Antigo Testamento. Isso denota a ideia de um propósito divino,
um supremo e "eterno propósito" (Efésios 3:11), e me parece indicar
outra área em que devemos nos preparar se quisermos tornar o cristianismo
inteligível aos nossos alunos.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante.
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