CONVERTIDO,
NOVA CRIATURA...
Jesus
rejeitava, muitas vezes, aqueles que tentavam segui-lo. A um jovem rico que
buscava o seu conselho, ele replicou com palavras tão fortes que o homem foi
embora entristecido, não disposto a seguir Jesus a tão alto preço (Mateus
19:16-22). A um importante líder religioso, Nicodemos, que tinha vindo louvando
Jesus, o Senhor respondo-deu abruptamente: Você tem que nascer de novo, se
quiser ao menos ver o reino de Deus (João 3:1-8)! Jesus pintava francamente as
dificuldades em segui-lo e rejeitava todos os que tentavam fazê-lo de forma
inadequada (Lucas 9:57-62). Jesus pregou sobre o tema: "Não pode ser meu
discípulo", discutindo abertamente a necessidade de calcular o custo antes
de embarcar na vida de discípulo (Lucas 14:25-33).
Não
era porque Jesus não quisesse seguidores. Ele veio ao mundo para buscar e
salvar os perdidos (Lucas 19:10). Ele estava profundamente comovido pelas
multidões perdidas e ansiava pela sua conversão (Mateus 9:35-38; Lucas
19:40-41). Mas Jesus sabia que não seria fácil para os homens segui-lo e que
eles estariam inclinados a enganarem-se a si mesmos, pensando que eram
discípulos, quando não eram. O Senhor nunca deixou de declarar francamente o
que a conversão real exige.
Em
duas ocasiões separadas, Jesus retratou a cena apavorante do julgamento, quando
os homens condenados estivessem esperando ser aceitos por Deus, mas não seriam
(Mateus 7:21-23; Lucas 13:22-30). Há muitos, que se consideram fiéis a Deus,
que ele não aceita. É essencial examinarmo-nos. Talvez nos sintamos confiantes em
nossa salvação, mas assim o fizeram aqueles de Mateus 7 e Lucas 13. O que Jesus
exige para sermos realmente convertidos?
Humildade
Espiritual
Em
Mateus 18:1-5 Jesus usou uma criança para ensinar a lição que temos que
humilharmo-nos para entrarmos no reino de Deus. Freqüentemente, a humildade era
a qualidade que distinguia os verdadeiros discípulos (Marcos 2:13-17; Lucas
7:36-50; 18:9-14). O primeiro passo em direção à bem-aventurança é ser pobre em
espírito, isto é, reconhecer o nosso próprio vazio espiritual e a indignidade
(Mateus 5:3). Os sermões do livro de Atos sempre destacaram a culpa do homem. A
verdadeira conversão nunca ocorre, a menos que a pessoa se tenha humilhado
primeiro.
A
troca de palavras entre Jesus e Nicodemos, em João 3, é fascinante. Nicodemos
era um chefe religioso. Ele veio a Jesus, louvando seus ensinamentos e
milagres. É difícil saber o que se passava na mente de Nicodemos, enquanto
falava. Talvez estivesse esperando louvor, uma posição na administração de
Jesus ou um voto de confiança pela obra que ele mesmo estava fazendo, como
mestre em Israel. Mas a resposta surpreendente de Jesus foi: "Nicodemos,
você precisa começar tudo de novo, se quiser entrar no reino de Deus."
Seja o que for que Nicodemos estivesse esperando, não era isto! A resposta de
Jesus significava que toda a religião de Nicodemos, toda a sua atividade no
ensino, toda a sua posição no judaísmo, eram sem valor, em relação ao domínio
de Deus. Nós também precisamos ver que toda a nossa religião e nossa própria
grandeza nada valem. As realizações do passado nada representam. Precisamos
recomeçar tudo novamente para sermos capazes de entrar num relacionamento com
Deus.
Cálculo
da Despesa
Jesus
ensinou que é loucura começar um projeto sem entender primeiro o que será exigido
para terminá-lo. Ele ilustrou com a idéia de um homem que começou a construir
uma torre, mas loucamente esqueceu de fazer um orçamento para determinar se
teria fundos para completá-la, e assim teve que parar no meio do projeto. A
verdadeira conversão necessita de um cuidadoso exame do estilo de vida que Deus
espera do convertido.
Observe
em Lucas 14:26, 27, 33: "Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e
mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode
ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode
ser meu discípulo. . . . Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a
tudo quanto tem não pode ser meu discípulo". Para servir a Deus fielmente,
ele precisa ter o primeiro lugar em minha vida. Preciso servi-lo acima das
considerações de família, do bem-estar material e de meus próprios desejos.
Jesus ressaltou a necessidade de tomar-se a própria cruz. A cruz daquele tempo
era um instrumento de morte, e não um objeto ornamental. Jesus estava dizendo
que haveria dificuldades e lutas para quem o servisse (Hebreus 11; Mateus
10:24-25). Não seria fácil. O conceito atual de uma religião confortável,
socialmente correta, é bem diferente do ensinamento de Cristo, que é preciso
sacrificar os próprios desejos, a si mesmo e até a própria vida (veja Lucas
9:23-24; Mateus 10:34-39; 16:24).
Verdadeiro
Arrependimento
O
arrependimento, que é essencial à verdadeira conversão (Atos 2:38; 17:30),
envolve morte ao pecado (Romanos 6). A Bíblia o compara à morte e ressurreição
de Cristo. Tem que haver uma mudança de estilo de vida radical. A Bíblia usa
termos como matar o velho homem e revestir-se com o novo, e descreve com
minúcias as mudanças exatas que precisam ser feitas (examine Efésios 4:17-32;
Colossenses 3). Maus hábitos — embriaguez, imoralidade sexual, ira, ganância,
orgulho, etc. — precisam ser eliminados da própria vida, ao passo que devem ser
acrescentados o amor, a verdade, a pureza, o perdão e a humildade. Este é o
resultado do arrependimento.
Muitas
pessoas tentam ser convertidas e converter outras, sem arrependimento. Elas
ensinam um cristianismo indolor, que não exige sacrifício. Elas salientam as
emoções, a felicidade e as bênçãos, porém pensam pouco sobre as mudanças reais
que a conversão exige na vida diária da pessoa. Entendamos isto claramente: Não
há conversão sem transformação. Aquele que creu e foi batizado, aquele que até
mesmo foi aceito numa igreja e participa fielmente das atividades religiosas,
mas que não se arrependeu, não é salvo. O arrependimento é um compromisso
sério, determinado, para mudar sua própria vida.
Batismo
Bíblico
Quase
todas as religiões dizem alguma coisa sobre o batismo, mas os procedimentos que
são aceitos como batismo variam muito. Atos 19:1-7 mostra que nem todo
“batismo” é aceitável pelo Senhor; aqueles que tinham sido imersos com o
batismo de João tiveram que ser batizados novamente, porque o batismo anterior
não era válido. É verdade que só há um único batismo bíblico, mas pode haver
muitas outras coisas chamadas batismo, que Deus não aceita. Se a pessoa não foi
batizada corretamente, então não recebeu o batismo das Escrituras, e tem que
ser imersa novamente.
Ilustremos.
Algumas coisas são chamadas de Ceia do Senhor, que o Senhor não reconhece. Para
tomar parte realmente na Ceia do Senhor, a pessoa certa precisa executar o ato
certo, pelo motivo certo. A pessoa precisa ser um discípulo fiel. Se um ateu
comesse do pão e bebesse do fruto da vinha, ele não estaria participando da
Ceia do Senhor. O ato exigido é para comer do pão e beber do suco da uva. Se
alguém repartisse um cachorro quente e um refrigerante, isso não seria a Ceia
do Senhor. O motivo tem que ser relembrar a morte do Senhor. Se alguém tomasse
a Ceia pensando se vai chover, o Senhor não o aceitaria. Não é difícil entender
esta ideia.
Mas
agora, para que o batismo seja correto, ele precisa envolver apessoa certa, que
realiza o ato certo, pelo motivo certo. A pessoa tem que ser um crente que se
arrependeu (Marcos 16:16; Atos 2:38). O ato tem que ser o sepultamento na água
(Colossenses 2:12; Romanos 6:3-4). O motivo tem que ser o perdão dos pecados
(Atos 2:38; 22:16). Muitos "batismos" não incluem estes pontos.
Quando recém-nascidos, ou adultos que nunca realmente se arrependeram, são
batizados, o batismo é inválido. Quando alguém é aspergido e não é imerso, isso
não é batismo verdadeiro. Quando alguém é batizado por outros motivos que não
para receber a remissão dos pecados, seu batismo é inútil.
É
importante analisar cuidadosamente este último ponto, em vista dos falsos
ensinamentos prevalecentes, no que dizem respeito ao propósito do batismo. É
ensinado comumente que se é salvo pela fé somente, por aceitar Jesus no
coração, ou simplesmente por levantar a mão, em resposta a um apelo a
identificar-se com Cristo. Aqueles que assim ensinam dizem que o batismo é um
sinal exterior de que já se foi salvo. Eles ensinam que o batismo é uma maneira
de identificar-se visualmente com a congregação de crentes, mas que isso nada
tem a ver com Deus perdoar os pecados de alguém. Assim, muitas pessoas são
batizadas com a noção errada de que Deus já os tinha perdoado. Biblicamente, o
batismo é essencial para se receber a salvação (Marcos 16:16; Atos 2:38; 22:16;
Romanos 6:3-4; 1 Pedro 3:21). O batismo bíblico precisa ser para a remissão dos
pecados. Portanto, aquele que cria que já estava salvo quando foi batizado, não
foi batizado para a remissão dos pecados, e ainda precisa receber o batismo
bíblico, para ser salvo pelo Senhor.
Conclusão
A
tendência das pessoas religiosas do século vinte tem sido amenizar as
exigências da conversão e inventar um plano mais fácil. A mensagem deles é
muito diferente da de Jesus, que até repelia os candidatos a discípulos,
dizendo-lhes as condições estritas que ele impunha. Muitos se surpreenderão ao
saber, no dia do julgamento, que o Senhor jamais os tinha conhecido (Mateus
7:21-23; Lucas 13:22-30). Vamos Reexaminar nossa própria conversão. Vamos
Ensinar a outros nos certificando com cuidado que não tentamos passar por cima
das exigências de Deus.
Apóstolo.
Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante
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