A BEIRA DO TANQUE EM BUSCA
DO MILAGRE...
João 5: 1 a 15
Havia em Jerusalém um tanque chamado Betesda. “Betesda” em
hebraico significa “casa da graça” ou “misericórdia”. De certo tempo descia um
anjo do Senhor e agitava suas águas. O primeiro que entrasse no tanque após o
movimentar das águas seria curado de qualquer enfermidade, Jo. 5: 4.
Junto ao tanque havia cinco alpendres (teto suspenso por colunas
ou pilastras), sob os quais ficavam os enfermos, aguardando o movimento as
águas. O texto de Jo 5: 1-5 relata a cura de um paralítico que ali estava havia
muito tempo. Porém, não conseguia entrar no tanque porque sempre outro o fazia
antes dele, Jesus veio e o curou.
Essa história retrata a nossa vida. À semelhança dos enfermos
que permaneciam debaixo dos alpendres, aguardando a descida do anjo e o
movimentar das águas, nós também devemos ficar sob alguns alpendres, aguardando
a ação poderosa de Deus em nossas vidas. Vejamos:
O alpendre da esperança
Todos os enfermos que o texto relata ficavam na expectativa da
cura que desejavam, (v. 3). No verso 7, o paralítico revela a esperança que
trazia dentro de si, pois carregava consigo tal enfermidade ao longo de 38
anos, (v. 5). Mesmo não tendo ninguém que o ajudasse a descer ao tanque, por
ocasião do movimento das águas, a esperança era a voz nítida que lhe dizia
sempre: “um dia eu serei curado”. E isso aconteceu, (v.9).
Enquanto existe esperança há possibilidade de se alcançar o
alvo. O Salmo 119: 116 diz: “... não permitas que a minha esperança me
envergonhe”. Quantos já foram envergonhados porque perderam a esperança! Todas
as lutas que enfrentamos em nosso dia a dia devem nos proporcionar esperança,
Rm 5: 3 e 4. Sobre todas as coisas, devemos ter esperança de que Cristo vai
voltar e buscar a sua igreja.
O alpendre da santificação
Não se sabia quando o anjo desceria para tocar as águas. Isto
poderia ocorrer a qualquer momento, (v. 4). Os enfermos deveriam permanecer ali
até que isso acontecesse. Por isso, viviam juntos aos alpendres, naturalmente,
separados da sociedade e familiares. O enfermo que ficasse em sua casa não
contemplaria o anjo descendo para tocar as águas e tampouco teria o privilégio
de ser o “primeiro” da fila de espera. Estavam separados do convívio social
maior.
Podemos aplicar isso a “santificação”, “dedicação” e “serviço”.
Cada enfermo que deseja a cura dedica seu tempo à espera da melhora. Não
podemos reivindicar as promessas de Deus sem que nos dediquemos à sua causa.
Santificação é buscar, “em primeiro lugar” o reino de Deus e sua justiça para
que as demais coisas nos sejam acrescentadas, Mt. 6: 33. A igreja deve
permanecer debaixo do alpendre da santificação até que Cristo venha. Caso
contrário ela não verá a Deus, B 12: 14.
O alpendre da oração
“Queres ficar são?” foi a pergunta de Jesus ao paralítico. Ele
respondeu: “senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me meta
no tanque; mas, enquanto vou, desce outro antes de mim”, (v.7). Aqui está um
lindo modelo de sincera e profunda oração. Orar é conversar com Deus e mostrar
a Ele a nossa necessidade. Isso fez o paralítico: “não tenho ninguém que me
ajude”. A seguir, ele recebe a cura dada por Jesus, (v.9)
Ninguém pode negar a “força” da oração feita por um justo, Tg 5:
16. A oração é como as asas de um avião: sem elas não se consegue voar. Viver
debaixo do alpendre da oração não tem sido uma missão muito fácil, mas, no
entanto, é uma necessidade da Igreja de Jesus. Sem oração a igreja se torna
dormente, fria e desfalecida. Mas quando há oração, existe força, avivamento,
desprendimento e liberdade para fazer a vontade de Deus.
O alpendre da fé
A fé foi um dos elementos principais na ministração da cura do
paralítico. Ele creu na palavra de Jesus: “levanta-te, toma a tua cama, e
anda”. Imediatamente ele ficou são, (v.9). A fé é essencial na vida cristã:
“Sem fé é impossível agradar a Deus”, Hb 11:6. Ela possui importância
fundamental na solução dos problemas da vida.
A vida cristã exige que a fé se desenvolva constantemente, pois
os desafios que enfrentamos são também constantes. Quando Cristo vier, Ele quer
nos encontrar cheios de fé, Lc 18: 8. Não apenas cheios de fé para sermos
curados ou termos nossos problemas resolvidos, mas cheios de fé para vencer o
mundo, I Jo 5: 4. O alpendre protege a entrada da casa e dá segurança às
pessoas. Assim também é a fé. Ela nos protege contra as astutas ciladas do
diabo e nos dá toda segurança em Deus.
O alpendre do testemunho
Após ter recebido o milagre em sua vida, o verso 15 confirma
que: “O paralítico foi e anunciou aos judeus que Jesus era o que curava”.
Anunciar o que Cristo faz em que nós é um fator importante em nossa vida
cristã. Nossa conversão deve ser transmitida ao mundo, pois somos a luz do
mundo e o sal da terra, Mt 5: 13,14.
Testemunhar de Jesus é uma questão de convicção cristã. Hoje,
muitos já não fazem mais isto. Fomos salvos para testemunhar: “Mas recebereis a
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém com em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”,
(At. 1: 8).
Conclusão
Viver debaixo dos cinco alpendres é algo desafiante,
principalmente nos dias em que vivemos. Não se ausente deles, permaneça
protegido por eles até que o Espírito mova as barreiras e Jesus desça para
arrebatar a sua Igreja.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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