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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A BEIRA DO TANQUE EM BUSCA DO MILAGRE...


                           A BEIRA DO TANQUE EM BUSCA DO MILAGRE...
João 5: 1 a 15
Havia em Jerusalém um tanque chamado Betesda. “Betesda” em hebraico significa “casa da graça” ou “misericórdia”. De certo tempo descia um anjo do Senhor e agitava suas águas. O primeiro que entrasse no tanque após o movimentar das águas seria curado de qualquer enfermidade, Jo. 5: 4.
Junto ao tanque havia cinco alpendres (teto suspenso por colunas ou pilastras), sob os quais ficavam os enfermos, aguardando o movimento as águas. O texto de Jo 5: 1-5 relata a cura de um paralítico que ali estava havia muito tempo. Porém, não conseguia entrar no tanque porque sempre outro o fazia antes dele, Jesus veio e o curou.
Essa história retrata a nossa vida. À semelhança dos enfermos que permaneciam debaixo dos alpendres, aguardando a descida do anjo e o movimentar das águas, nós também devemos ficar sob alguns alpendres, aguardando a ação poderosa de Deus em nossas vidas. Vejamos:
O alpendre da esperança
Todos os enfermos que o texto relata ficavam na expectativa da cura que desejavam, (v. 3). No verso 7, o paralítico revela a esperança que trazia dentro de si, pois carregava consigo tal enfermidade ao longo de 38 anos, (v. 5). Mesmo não tendo ninguém que o ajudasse a descer ao tanque, por ocasião do movimento das águas, a esperança era a voz nítida que lhe dizia sempre: “um dia eu serei curado”. E isso aconteceu, (v.9).
Enquanto existe esperança há possibilidade de se alcançar o alvo. O Salmo 119: 116 diz: “... não permitas que a minha esperança me envergonhe”. Quantos já foram envergonhados porque perderam a esperança! Todas as lutas que enfrentamos em nosso dia a dia devem nos proporcionar esperança, Rm 5: 3 e 4. Sobre todas as coisas, devemos ter esperança de que Cristo vai voltar e buscar a sua igreja.
O alpendre da santificação
Não se sabia quando o anjo desceria para tocar as águas. Isto poderia ocorrer a qualquer momento, (v. 4). Os enfermos deveriam permanecer ali até que isso acontecesse. Por isso, viviam juntos aos alpendres, naturalmente, separados da sociedade e familiares. O enfermo que ficasse em sua casa não contemplaria o anjo descendo para tocar as águas e tampouco teria o privilégio de ser o “primeiro” da fila de espera. Estavam separados do convívio social maior.
Podemos aplicar isso a “santificação”, “dedicação” e “serviço”. Cada enfermo que deseja a cura dedica seu tempo à espera da melhora. Não podemos reivindicar as promessas de Deus sem que nos dediquemos à sua causa. Santificação é buscar, “em primeiro lugar” o reino de Deus e sua justiça para que as demais coisas nos sejam acrescentadas, Mt. 6: 33. A igreja deve permanecer debaixo do alpendre da santificação até que Cristo venha. Caso contrário ela não verá a Deus, B 12: 14.
O alpendre da oração
“Queres ficar são?” foi a pergunta de Jesus ao paralítico. Ele respondeu: “senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me meta no tanque; mas, enquanto vou, desce outro antes de mim”, (v.7). Aqui está um lindo modelo de sincera e profunda oração. Orar é conversar com Deus e mostrar a Ele a nossa necessidade. Isso fez o paralítico: “não tenho ninguém que me ajude”. A seguir, ele recebe a cura dada por Jesus, (v.9)
Ninguém pode negar a “força” da oração feita por um justo, Tg 5: 16. A oração é como as asas de um avião: sem elas não se consegue voar. Viver debaixo do alpendre da oração não tem sido uma missão muito fácil, mas, no entanto, é uma necessidade da Igreja de Jesus. Sem oração a igreja se torna dormente, fria e desfalecida. Mas quando há oração, existe força, avivamento, desprendimento e liberdade para fazer a vontade de Deus.
O alpendre da fé
A fé foi um dos elementos principais na ministração da cura do paralítico. Ele creu na palavra de Jesus: “levanta-te, toma a tua cama, e anda”. Imediatamente ele ficou são, (v.9). A fé é essencial na vida cristã: “Sem fé é impossível agradar a Deus”, Hb 11:6. Ela possui importância fundamental na solução dos problemas da vida.
A vida cristã exige que a fé se desenvolva constantemente, pois os desafios que enfrentamos são também constantes. Quando Cristo vier, Ele quer nos encontrar cheios de fé, Lc 18: 8. Não apenas cheios de fé para sermos curados ou termos nossos problemas resolvidos, mas cheios de fé para vencer o mundo, I Jo 5: 4. O alpendre protege a entrada da casa e dá segurança às pessoas. Assim também é a fé. Ela nos protege contra as astutas ciladas do diabo e nos dá toda segurança em Deus.
O alpendre do testemunho
Após ter recebido o milagre em sua vida, o verso 15 confirma que: “O paralítico foi e anunciou aos judeus que Jesus era o que curava”. Anunciar o que Cristo faz em que nós é um fator importante em nossa vida cristã. Nossa conversão deve ser transmitida ao mundo, pois somos a luz do mundo e o sal da terra, Mt 5: 13,14.
Testemunhar de Jesus é uma questão de convicção cristã. Hoje, muitos já não fazem mais isto. Fomos salvos para testemunhar: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém com em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”, (At. 1: 8).
Conclusão
Viver debaixo dos cinco alpendres é algo desafiante, principalmente nos dias em que vivemos. Não se ausente deles, permaneça protegido por eles até que o Espírito mova as barreiras e Jesus desça para arrebatar a sua Igreja.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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