AVIVAMENTO,
AVIVA Ó SENHOR A TUA OBRA NO MEIO DOS ANOS...
O profeta Habacuque
é lembrado por causa de sua mensagem
de avivamento para seus dias, a qual,
pela sua profundidade, alcança também
a Igreja de hoje.
é lembrado por causa de sua mensagem
de avivamento para seus dias, a qual,
pela sua profundidade, alcança também
a Igreja de hoje.
Por várias vezes, o
povo hebreu, envolvido com as lides da vida material, afastou-se do Senhor.
Esse estado de abandono das coisas de Deus, de esquecimento dos deveres
espirituais, de valorização mais das práticas mundanas que as religiosas também
permeou a história da Igreja e, infelizmente, chega até hoje. Mas Deus, na sua
misericórdia, sempre levantou líderes, profetas, pregadores, homens que
estiveram dispostos a enfrentar esse estado negativo e prontos a proclamar a
autêntica e pura vontade do Senhor.
Estudaremos um
destes homens, em Habacuque 3: 1-19. O profeta Habacuque é lembrado por causa
de sua mensagem de avivamento para seus dias, a qual, pela sua profundidade,
alcança também a Igreja do terceiro milênio. Sua palavra sustenta os filhos de
Deus, os cristãos de nossos dias, diante do grande risco de sermos infectados
pela mornidão espiritual que assola algumas de nossas igrejas, como já
acontecera ao tempo de João e está narrado em Apocalipse 3: 15 e 16.
Habacuque e sua época
Habacuque e sua época
O profeta Habacuque
viveu numa das épocas mais conturbadas da história de Israel. Homem de oração,
de profunda comunhão com o Senhor, teve o privilégio de ver, com clareza o que
estava ocorrendo e as consequências que adviriam de tanta desobediência e
afastamento do Senhor.
Para que sua
pregação e testemunho permanecessem, ele escreveu sua mensagem num livro
preciosíssimo. Além dos problemas espirituais de afastamento do Senhor, havia
graves problemas internos e ex-ternos em seu país.
● Externamente, a
nação, por ser pequena, sentia-se insegura diante da ameaça da Babilônia (que
hoje é o Iraque) e era um poderoso império. Temida por causa das atrocidades de
seu exército, havia vencido os assírios e se preparava para atracar
Israel: “Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que
marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas”,
Hc 1: 6.
● Internamente,
Israel vivia um tempo de declínio espiritual e moral. Imperavam a violência, a
iniquidade, a opressão, a injustiça (1: 1-4); Nessa fase o povo estava longe de
Deus e chegavam até a praticar a idolatria: “Ai daquele que diz à
madeira: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo ensinar? Eis que está
coberto de ouro e de prata, mas, no seu interior, não há fôlego nenhum”.
Enfim, havia um fracasso nacional, como descrito em Hc 1: 2-5.
Notamos que os
homens que não servem a Deus agem da mesma forma em todas as épocas: exploração
do próximo, enriquecimento ilícito, ameaças, violência e assim por diante.
Habacuque sofria
duplamente, pois via esse quadro de falta de temor em seus compatriotas e o
Senhor lhe revelava o que iria acontecer ao seu país nos próximos e anos, que
era a irreversível invasão por parte dos babilônios, Hc 1: 6-8, e o cativeiro.
De fato, a invasão
e o cativeiro ocorreram. Narra a história bíblica que, em 586 AC, o exército
babilônico cercou Jerusalém. Depois de uns tempos, tomaram a cidade, prenderam
o rei Zedequias, furaram-lhe os olhos, incendiaram o templo e queimaram as
edificações mais importantes, fizeram de seus líderes e habitantes
prisioneiros, que foram levados ao cativeiro, Jr 52: 4-30 e 2Rs 25: 1-10.Habacuque e seu livro
Pouco se sabe sobre
a vida de Habacuque, a não ser o que se pode deduzir de seu livro, classificado
entre os profetas menores por ter apenas três capítulos. Diferente dos demais,
não há profecias contra países vizinhos ou pessoas, mas revelações do que Deus
lhes mostrara, suas orações e reflexões.
Provavelmente
atuasse no templo na área do louvor, como instrumentista ou cantor, Hc 3: 19.
Podemos destacar
três afirmações muito importantes em seu livro:
a) “o justo
viverá pela sua fé”, 2: 4. Esta declaração inspirou o apóstolo Paulo a
escrever a Carta aos Romanos (Rm 1:7) e, posteriormente, a Martinho Lutero, que
a tomou como base para a Reforma Protestante.
b) Os últimos
versos de seu livro são considerados a mais elevada expressão de fé de todo o
Antigo Testamento, 17-19.
c) O
versículo “Aviva, ó Senhor, a tua obra”, 3: 2, revela sua
insistência com Deus pela mudança do coração dos homens. E tem sido o lema dos
anseios de renovação nas Igrejas.
Habacuque e a Igreja de hoje
Habacuque e a Igreja de hoje
Que lições podemos
tirar dos ensinos desse homem de Deus para nossa vida espiritual e para nossas
igrejas hoje?
É tempo de clamar
por um avivamento. Habacuque percebeu que seus compatriotas precisavam mudar
seu comportamento espiritual. Por isso, se coloca diante de Deus e roga que os
olhos deles sejam abertos para a maior das necessidades, que é a de estar mais
perto do Senhor e viver seus princípios.
A essa prática
espontânea no modo de servir ao Senhor é que chamamos de avivamento ou
renovação espiritual. Ela resultará na ação poderosa, irresistível do Espírito
Santo, que se sobrepõe a qualquer força.
Quando o avivamento
acontece, a renovação aparece e, consequentemente, seus grandes e necessários
resultados surgem. A Igreja avivada cria crentes avivados. Seus membros
tornam-se ativos, buscam ao Senhor, Is 55: 6, deixam de ser simples admiradores
e ouvintes e passam a realizadores, Jó 42: 5. “Eu te conhecia só de
ouvir falar, mas agora os meus olhos te vêem”. Os crentes espirituais, 1Co
2: 15, são ativos e produtivos na obra do Senhor, Ap 22: 11.
É tempo de orar com
profundidade. Orar crendo, orar buscando com sinceridade, orar tendo certeza de
que está falando com o rei do universo. Orar para que Deus conceda um
avivamento pessoal e coletivo com poder, glória e soberania. Vigílias, orações
que partam do profundo de uma alma preocupada e que se derramem diante de Deus.
É tempo de buscar
os meios de graça. A Bíblia enfatiza, tanto no Antigo como no Novo Testamento,
que os grandes eventos foram antecedidos, marcados e alcançados com jejum,
arrependimento, confissão, quebrantamento, espírito de humildade junto ao Deus
que santifica, Josué 3: 5.
É tempo de
valorizar a Palavra de Deus. Levar para a Igreja a eficiente palavra que vem
como fogo e como martelo que esmiúça a penha do pecado, Jr 23: 29. Palavra
abundante, fluente, poderosa, reavivadora como um carro forte. A palavra do
Senhor é o agente ativo e divino para gerar o avivamento de que
desesperadamente a Igreja precisa.
A Igreja carece de
púlpito e de ensino que exponham as excelências do Espírito Santo e o culto ao
Senhor tem de ser realizado com seriedade e espiritualidade.
É tempo de louvar o
Senhor no poder do Espírito Santo. No andamento de um culto, o louvor
ministrado com unção e testemunho de vida faz a glória de Deus se manifestar.
Mas o louvor, se não for vigiado, pode ser a porta para entrada de costumes os
mais indesejáveis na Igreja. Temos de clamar por avivamento de fogo em nossos
louvores e zelar pela liturgia que agrade do Senhor e não aos homens, Amós 5:
21.
É tempo de buscar o
temor a Deus e seus resultados. Se não houver temor constante, o crente vai
perdendo a noção dos valores espirituais, dos perigos que o cercam, perde o
repúdio ao mal, ao pecado, perde a sensibilidade para com os valores divinos e
santos do Senhor. Isso empobrece sua vida espiritual. Quando os valores
espirituais são apagados, há impedimento de acesso àquela vida de santidade e
de retidão a Deus que é de suma importância para sua vida ministerial e no seu
viver cotidiano, Habacuque afirma: “Ouvi, Senhor, a tua palavra, e
temi”, 3: 2.
Conclusão
O que Deus fez ontem pode fazer hoje, Hc 3: 3. Deixemos o Senhor ficar
no controle da Igreja. Para isso, devemos orar como o profeta Habacuque. “Aviva,
ó Senhor, a tua obra no meio dos anos”, 3:2. E, se isso fizermos, o tão
precioso avivamento certamente virá, a renovação se firmará e todos os pastores
e igrejas triunfarão na plenitude do Espírito Santo...
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson
Cavalcante.
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