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sexta-feira, 15 de maio de 2015

ESTUDO SOBRE DOZE HOMENS E UM DESTINO, JESUS DE NAZARÉ...


                        ESTUDO SOBRE DOZE HOMENS E UM DESTINO, JESUS DE NAZARÉ...
A vida de doze homens foi repentinamente mudada por um homem singular, que os alcançou com seu amor, vocacionou com um chamado irrefutável, e os comissionou para uma excelente missão, a de transformar o mundo como foram transformados, pregando a palavra de salvação a toda criatura. Convém estudarmos as vidas destes homens assim como seus chamados, e a experiência transformadora que tiveram com Jesus.
Veremos que eram homens com suas próprias limitações, fraquezas e tendências, que foram lapidadas e aparadas por Cristo, a quem deram de si, até a morte, “Talvez eles também, em sua maior parte, fossem homens comuns, que só eram grandes devido à sua associação com Jesus.”
Cada um deles tem algo que há em nós. Cada um deles teve suas próprias experiências com Jesus. Estavam longe de serem perfeitos, e às vezes eram levados pelas mais terríveis ambições, pelo medo e covardia, desânimo e incredulidade, passividade e impetuosidade.
Foi o testemunho vivo de que Cristo pode salvar perfeitamente as vidas, e transformá-las, até que cheguem a ser do mais alto quilate. Empreendamos, portanto, um estudo sintético dos doze apóstolos de Jesus.
ANDRÉ, O HOMEM QUE LEVA A CRISTO.
“André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar, e que seguiram a Jesus.” (Jo 1:40).
Seu nome deriva do grego AndreaS, Andreas, e, em última análise, de anhr,anér, ou “homem, varão, varonil, vencedor”. Originalmente discípulo de João Batista (Jo 1:35), através do testemunho deste a respeito de Jesus, em que afirmava ser Ele o “Cordeiro de Deus” (Jo 1:36), foi conduzido ao Mestre, que passou a seguir.
André não se demora a levar as pessoas a Cristo, e a primeira coisa que fez após passar o dia com Jesus, foi informar a seu irmão Pedro sobre este encontro, dizendo: “Achamos o Messias”. André convence a seu irmão do aspecto messiânico de Jesus. Simão Pedro tem então um encontro com Cristo.
Natural de Betsaida (gr. Bhqsaida, Bethsaidá, do heb. Casa de Pesca; Jo 1:44), cidade à beira do Tiberíades, era conterrâneo de Filipe (Jo 1:44), filho de João (Jo 1:42) e tinha por ofício a pesca. Parece ter sido o primeiro apóstolo a ser chamado por Jesus.
Fora vocacionado juntamente com seu irmão, quando, às margens do mar da Galiléia, “…lançavam redes ao mar, pois eram pescadores” (Mc 1:16). Assim Jesus os convida a serem pescadores de homens.
Comissionou-o posteriormente ao apostolado (Mt 10:2). Outro incidente que faz seu nome ser relatado é o da multiplicação dos pães (Jo 6:1-15). Ali André leva mais um a Cristo. Desta vez um rapaz, que com seus cinco pães de cevada pequenos e dois peixinhos, parecia ser uma esperança para André. Felipe se esbarrou em sua intransponibilidade pragmática e frieza calculista, não podendo oferecer mais do que um empecilho à fé indispensável para a operação daquela maravilha.
André apresenta o que tinha à mão, embora não visse a resolução do impasse. Mas, ao levar aquilo que tinha, proporcionou ao Mestre uma das maravilhosas demonstrações de seu poder e amor. André reconhece o valor de um menino que dá o seu pequeno lanche ao Senhor e sabe que se levá-lo ao Mestre, algo acontecerá. E foi conforme sua fé.
Ainda o veremos resolvendo mais um impasse. Uns gregos, que vieram adorar no dia da festa, desejavam ver o Mestre e aproximaram de Filipe. O prático apóstolo Filipe, não sabendo como conduzir a situação, leva-os a André, que generosamente os leva ao encontro de Jesus. André mais uma vez leva almas ao encontro de Jesus Cristo. Primeiro, seu próprio irmão, depois o menino, agora são os gentios, levados com amor pelo “pescador de homens”.
Segundo tradições conservadas por Eusébio e o apócrifo “Atos de André”, teria ele pregado em Bitínia, na Cízia, na Macedônia, e na Acaia, onde talvez tenha sido crucificado em Patrasso, por ordem do procônsul Eges, na cruz decussata, em forma de “X”, posteriormente chamada de cruz de Santo André.
A última vez que vemos registrado o nome deste apóstolo na Bíblia (At 1:13) o encontramos perseverando “…em oração e súplicas…”, junto com os outros apóstolos e irmãos, no interior do cenáculo, aguardando o Pentecostes, onde seria cheio do Espírito para continuar a levar mais e mais almas ao encontro de Jesus.
FILIPE, O PRÁTICO
“Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta..” (Jo 14:8)
Seu nome, derivado do grego FilippoV, Phílippos, tem a curiosa significação “amigo dos cavalos”. No dia que se seguiu ao do encontro de Simão Pedro com Jesus, Felipe foi encontrado na Galiléia pelo Senhor, que lhe disse as simples palavras: “Segue-me” (Jo 1:43).
Conterrâneo dos irmãos André e Pedro, ou seja, de Betsaida da Galiléia, após ouvir o impressionante chamado de Cristo, foi ao encontro de Natanael, apresentando a Jesus através de uma afirmativa específica e detalhada: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1:45).
Talvez Felipe estivesse querendo dizer: “Sim, eu encontrei o Profeta (de quem Moisés escreveu na Lei), o Messias (a quem se referiram os profetas)! Verifiquei bem cautelosamente e Jesus de Nazaré se encaixa perfeitamente às predições!”. O prático Filipe podia crer apenas naquilo que era perfeitamente analítico e comprovável. Diante do confuso e atônito amigo, Felipe novamente apela para a inspeção comprobatória: “Vem, e vê.” (Jo 1:46).
Quando da multiplicação dos pães, Felipe soube calcular acuradamente o necessário para a multidão, mas já não pôde crer no que fugia a seu raciocínio (Jo 6:7). O mesmo ocorre na ocasião em que os gregos procuram a Jesus (Jo 12:20-22). Leva-os a André, pois não sabe como se comportar diante do seguinte dilema: “Deveríamos levar gentios ao Mestre?”
André com simplicidade promove o encontro das nações com Jesus, num prelúdio às missões universais comissionadas pelo Senhor, que já na ocasião afirmou: “Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12:32).
Também Filipe em sua praticidade, desejando que Jesus mostrasse-lhes o Pai, pois isto lhes bastaria, extrai do Senhor a maravilhosa sentença: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14:9). A partir daí vemos este apóstolo na lista dos que se achavam no cenáculo (Jo 1:13-14), após a ascensão de Cristo.
NATANAEL, O ISRAELITA SEM DOLO
“Jesus, vendo Natanael aproximar-se dele, disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!” (Jo 1:47).
Encontrado por Filipe, que fala com convicção acerca do encontro com o Messias, Natanael ouve atentamente, até que ouve algo que lhe suscita o preconceito: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas…” (Jo 1:45).
Natanael ouve com surpresa a noticia, e como bom israelita, vê acender em si a esperança messiânica.
Ao prosseguir com a descrição, Filipe apaga a chama do zelo religioso de Natanael e atiça o fogo do preconceito: “…Jesus de Nazaré, filho de José.” (Jo 1:45b). De Jerusalém ou de Belém, a cidade de Davi, poderia vir o Messias, mas de Nazaré? Parecia ser impossível a Natanael. Felipe o convida a provar por si próprio: “Vem e vê.” (Jo 1:46).
Ao encontrar-se com Cristo ouve uma saudação elogiosa que o desconcerta: “Aqui está um verdadeiro israelita, em quem não há nada falso.” (Jo 1:47). Jesus então afirma que o viu assentado sob uma figueira, antes de Felipe o convidar. Natanael então crê e vê em Jesus a pessoa do Filho de Deus, o Rei de Israel.
Observe: após a demonstração clara do conhecimento de Cristo a seu respeito, o Messias poderia ter vindo de onde veio, mas sem dúvida nenhuma haveria de ser o Rei de Israel, pensava Natanael. Jesus então afirma que Natanael veria “…coisas maiores que esta…” (Jo 1:50), até mesmo “…o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” (Jo 1:51).

Pelo fato de Felipe encontrar-se sempre agrupado com Bartolomeu (Mt 10:3; Mc 3:18; Lc 6:14) ou com Tomé, Bartolomeu e Mateus (At 1:13), muito pensam que Natanael era o nome do discípulo cujo sobrenome aramaico era “Filho de Tolmai” (Bar-Tolmai), o que faz acreditar que Natanael e Bartolomeu sejam a mesma pessoa.
Seu nome significa “dádiva de Deus”. Provém do grego Naqanahl, Nathanael, que por sua vem tem origem no hebraico N’than’el(Nm 1:8).
Natural de Caná da Galiléia, próxima cerca de 6 km de Nazaré, aldeia de Jesus. Foi um do grupo que viu a aparição de Cristo no Mar da Galiléia, após sua ressurreição, conforme o relato de Jo 21:2. Seu nome não está contido nas listas dos Doze, mas provavelmente é o mesmo que o apóstolo Bartolomeu (gr. Bartholomaios, do aram. bar-talmai, “filho de Tolmai”), encontrado em Mt 10:3
SIMÃO, O ZELOTE
“Simão Cananeu…” (Mt 10:4; Mc 3:18)
Nos tempos do Novo Testamento os zelotes formavam uma seita judaica, que representava o extremo do fanatismo nacional. Era um grupo de patriotas anti-romanos que desejavam o retorno à observação da Lei e à conquista da liberdade nacional pela expulsão dos romanos.
Sua fé no messianismo do Antigo Testamento era limitada à reconquista da independência judaica. Eles acreditavam somente no culto de Yahweh, e estavam convencidos de que a aceitação de uma dominação estrangeira era uma blasfêmia contra seu Deus único.
O partido parece ter tido origem na revolta contra o recenseamento feito por Quirino. A seita constituía uma minoria e era considerada pelos outros judeus como subversiva e perigosa. Suas táticas eram semelhantes as dos modernos terroristas políticos; muitas vezes faziam incursões e matavam, atacando estrangeiros e os judeus suspeitos de colaboracionismo. Foram eles os principais responsáveis pela explosão da rebelião contra Roma, em 66.
Após a queda de Jerusalém mantiveram focos de resistência no país e o movimento continuou até a explosão da nova rebelião de 132-135 sob Adriano. Simão (do gr. Simon, e do heb. Shimon), um dos discípulos de Jesus, era chamado “o zelota”, ou “zelote” (Lc 6:15; At 1:13), provavelmente por ter sido antes um membro desta seita.
Em várias passagens, vista em várias versões temos a idéia de seus epítetos (zelador, cananita, cananeu, entre outros), que além de classificá-lo quanto às suas convicções políticas, determinismo patriótico e inflexibilidade ideológica, nos diferenciam este de seu homônimo, Cefas, o Simão Pedro.
Nos tempos de Jesus eram muito comuns as ações da ordem deste movimento partidário, e pelo que se indica Simão possivelmente era um deles, desejoso de que o Messias surgisse nestes tempos tão difíceis e Israel fosse liberto definitivamente das mãos do Império.
Sua esperança messiânica teve seu desenvolvimento até o encontro com o próprio Messias, que o chamou (Mt 10:1-4; Mc 3:18), comissionou e elegeu um dos doze, dirigindo-lhe ao apostolado.
A vitória de Simão o zelote, não mais estaria calcado em um movimento político e temporal, mas no Senhor Jesus, o Rei dos reis, cujo domínio o tempo não desvanece nem os poderes terreais e efêmeros podem esvaziar. Ele é eterno Rei de Israel e salvador do mundo, a quem o zelote abraçou, mais aguerrida e decisivamente que à sua própria causa política, que desvaneceu diante da luz maravilhosa de seu esperado Messias.
TIAGO, O MENOR.
“Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé” (Mc 15:40)
O desconhecido Tiago, o Menor, era um dos apóstolos de Jesus, e estava entre os doze. Uma das poucas referências que encontramos sobre ele está em Mc 15:40, que se segue: “Algumas mulheres estavam olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé.”
Era filho de Alfeu (Mt 10:3) e de Maria que, com Maria Madalena e Salomé “…compraram aromas para irem ungir o corpo de Jesus.” (Mc 16:1).
Sem qualquer dúvida é um personagem extremamente enigmático, a respeito do qual os evangelistas e escritores neotestamentários pouco revelam. Uma grande lição que aprendemos do anonimato e “pequenez” de Tiago, o menor, é que o Senhor Jesus Cristo o quis ter entre seus Doze, e posteriormente este discípulo e apóstolo muito fez para seu Senhor, embora sem o ter sido referido em parte alguma.
Devemos, como discípulos e enviados do Senhor, não procurar reconhecimentos ou proeminência, mas verdadeira comunhão com Deus e eficiente proclamação do evangelho do Senhor Jesus Cristo. Diferentemente do seu homônimo, o ambicioso e explosivo Filho do Trovão, com Tiago, o Menor, aprendemos que “… é necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30).
JUDAS, O PERSEVERANTE
“Perguntou-lhe Judas (não o Iscariotes): O que houve Senhor, que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?” (Jo 14:22)
Judas (gr. IoudaV, Ioúdas, heb. Yhudah, Judá), filho de Tiago (Lc 6:16), também chamado Lebeu (gr. LebbaioV, Lebbaios) e apelidado Tadeu (gr. QaddaioV, thaddaios, aram. thaddai)(Mt 10:3).
O que fez seu nome constar em outra passagem do Evangelho de João (e em nenhum outro lugar, nos evangelhos sinóticos) foi sua pergunta ao Senhor Jesus, registrado pelo escritor da seguinte forma: “Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Senhor, por que pretendes manifestar-te a nós, e não ao mundo?” (Jo 14:22); ao que o Senhor lhe respondeu: “Se alguém me amar, guardará a minha palavra.
Meu Pai o amará, e viveremos para ele e nele faremos morada.” (Jo 14:23). O cenário que envolve a passagem é a última ceia; o palco, a roda de discípulos à mesa; ao final da ceia. Jesus instrui seus discípulos acerca do futuro, da promessa do Espírito Santo, o ensinamento de amar a Cristo e guardar seus ensinamentos (Jo 14:21).
De onde vem, Senhor, e quais teus planos?
E teus intentos, quem conhecerá?
Nós te seguimos já faz quase quatro anos
Inda há mistérios que nos falta alcançar
A pergunta de Judas provocou no Senhor o desejo de instar com os discípulos a perseverança em segui-lo, mesmo em face do que brevemente ocorreria: a traição, prisão, julgamento, negação de seu discípulo Pedro, sentença e morte. Diante dos ensinamentos do Mestre e de sua consolação através de Seu Espírito, Judas prosseguiu em direção ao alvo, mostrando ser realmente o discípulo perseverante.
JUDAS, O TRAIDOR
“Entrou então Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, que era um dos doze” (Lc 22:3)
Este é sem dúvida o mais intrigante personagem dentre a fileira dos apóstolos. Porque foi convocado, só o Senhor o sabe. Porque traiu ao seu Senhor não podemos discernir com acurada certeza. Por fim nos intriga muitíssimo o fato de repleto de remorso (e não arrependimento sincero), ter-se desfeito do minúsculo preço da traição, que nem sequer pode usufruir.
Também sua morte é cercada de curiosas ocorrências.
Mesmo seu sobrenome causa algumas divergências. Diz Champlin, que “os problemas textuais do nome Iscariotes estão ligados a seu significado.”
Segundo a maioria dos eruditos, ‘IskariwthV, Iskariotes (‘Iskariwq, Iskarioth) se deriva do hebraico Ish K’ryoth, “homem de Queriote”, ainda sob o ponto de vista de Champlin, que tem na forma variante apo KaruwtouhV, apo Kariotou, “[filho] de Iscariotes” de Jo 6:71 apoio a essa derivação. Keriote seria uma aldeia no sul da Judéia, lar de Simão, pai de Judas.
Faz parte do grupo de cidades pertencentes à tribo de Judá, segundo o hall de Js 15:20-63, onde é chamada de “Queriote-Hezrom (que é Hazor)” Js 15:25. Notamos que Judas Iscariotes tinha descendência junto à tribo de Judá, como Jesus, diferentemente dos demais apóstolos, todos advindos da Galiléia. Seu nome Judas Iscariotes é sempre diferenciado nas listas dos Doze, seguido de sentenças que o definem como o traidor. Mateus informa que Jesus chamou seus discípulos, dentre os quais “Judas Iscariotes, aquele que o traiu.” (Mt 10:4).
Marcos acrescenta que para fazê-lo, Jesus “subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com Ele…” (Mc 3:13,14) e definiu: “…a Judas Iscariotes, o que o entregou.” (Mc 3:19). Jesus conhecia o seu caráter desde o princípio (Jo 6:64; 13:21), embora os apóstolos não tivessem a menor suspeita, mesmo tendo o Senhor claramente mostrado com um inequívoco sinal (Jo 13:26-28).
Lucas informa que já era dia quando Jesus os chamou e trata Judas de “…o traidor.” (Lc 6:16). João ressalta que Jesus afirma que um dos doze “…é um diabo.” (Jo 6:70). O termo nesta passagem (gr diaboloV, diabolos) talvez tenha aqui sentido de “caluniador, “adversário” ou mesmo “informador”), sendo que de qualquer forma Judas teve mesmo todas estas características.
Sem forçar qualquer sentido ou incidente, este Iscariotes foi:
1)Caluniador – Quando da unção do Senhor em Betânia (Jo 12:4-6), Judas objetou a respeito do gasto do ungüento, porém o escritor revela que não foi por ter cuidado com os pobres, senão “…por que era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” (Jo 12:6). Ao fazer isto, Judas implicitamente caluniava ao Senhor, expressando que não era digno de receber tamanha honraria.
2) Adversário – Não foi indubitavelmente Judas um adversário ao Senhor, levando-o indiretamente à morte por sua traição, aceitando as sugestões do Adversário, fazendo-lhe a sua vontade, tendo até mesmo este entrado nele (Lc 22:3)?
3) Informador – Judas foi o informante dos judeus e os Sinóticos registram sua visita aos principais dos sacerdotes, o acordo sobre a traição e o preço a ser pago (Mt 26:14-16), cuja soma de trinta moedas de prata (gr. argirion, arguírion, dinheiro de prata) era uma provável referência a Zc 11:12 e equivalia a quase um salário mensal e ao preço de um escravo.
Judas era o tesoureiro do grupo, pois “…tinha a bolsa…” (Jo 12:6). Era avarento (Mt 26:14,15), hipócrita e desonesto (Jo 12:5,6). Por ocasião da Páscoa, à tarde, Jesus “…assentou-se à mesa com os doze.” (Mt 26:20) o que indica obviamente que Judas estava entre eles.
O Senhor afirmou que um deles o trairia, dando o bocado molhado a Judas, em quem entrou Satanás, como o indicativo de sua traição. Judas tomou o bocado e saiu da presença do Senhor, com a intenção de traí-lo.
Judas entrega Jesus à multidão que o prenderia dizendo: “Eu te saúdo, Rabi!” (Mt 26:49) e com um beijo o traiu, sendo chamado pelo Senhor de “…amigo.” (Mt 26:50). Sentindo remorsos, “…vendo que Jesus fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata dos principais sacerdotes e anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente.” (Mt 27:3,4).
Atirou “…para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.” (Mt 27:5). Com as moedas compraram um campo para sepultar os estrangeiros, o Campo de Sangue (Mt 27:7,8), AgroV AimatoV, Agros Aimatos, ou Aceldama, de akeldama.
A última citação sobre Judas encontra-se em At 1:25, onde sabemos que ao enforcar-se, precipitou-se, rompendo-se pelo meio, e toda as suas entranhas se derramaram. É entendido como predições a respeito desse personagem, as seguintes passagens:
1) “Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite” (Sl 69:25).
2) “Em paga do meu amor são meus adversários; mas eu faço oração. Deram-me mal pelo bem, e ódio pelo meu amor. Põe acima dele um ímpio, e Satanás esteja à sua direita. Quando for julgado saia condenado; e em pecado se lhe torne a sua oração. Sejam poucos os seus dias, e outro tome seu ofício” (Sl 109:4-8).
3) “Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar” (Sl 41:9).
4) “Eu disse-lhes: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o que me é devido, e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata. O Senhor pois me disse: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor” (Zc 11:12,13).
5) “Pois não era um inimigo que me afrontava: então eu o teria suportado; nem era o que me aborrecia que se engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido. Mas era tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo. Praticávamos juntos suavemente, e íamos com a multidão à casa de Deus” (Salmo 55:12-14).
6) “Aquele meu companheiro estendeu a sua mão contra os que tinham paz com ele; violou o seu pacto. A sua fala era macia como manteiga, mas no seu coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas do que o azeite, todavia eram espadas desembainhadas. Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de traição não viverão metade dos seus dias..” (Sl 55:20,21,23)
Cumpriram-se cabalmente todas estas predições na pessoa, atos, palavras e sentença deste estranho Iscariotes.
JOÃO, O AMADO
“Ora, achava-se reclinado sobre o peito de Jesus um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava.” (Jo 13:23)
O corriqueiro nome João provém do grego IwannhV, Ioannes, que por sua vez adveio do hebraico Yohanan (2 Rs 25:23), “Yahweh é benigno”, “Graça ou favor de Deus”.
Filho de Zebedeu, irmão de Tiago, recebeu com este irmão o nome de Boanerges (Filhos do trovão) da parte de Jesus (Mc 3:17). Foram convocados, ao que se indica, após Pedro e André, sendo companheiros de Simão e também pescadores. Estando num barco com o pai, consertando as redes, deixaram tudo imediatamente e seguiram a Jesus (Mt 4:21, Mc 1:19). Parece ter sido de uma próspera família, pela presença de empregados junto ao ofício de seu pai (Mc 1:20).
Figurava na lista dos doze (Mt 10:2) acompanhando sempre a Jesus com Tiago e Pedro, como na transfiguração (Mt 17:1), na cura da sogra de Pedro (Mc 1:29), da filha de Jairo (Mc 5:37) e no Getsêmani (Mt 26:37).
Proibiu certo homem que expulsava demônios por um impulso faccionista, sendo censurado por Jesus (Lc 9:49,50). Desejou com seu irmão que descesse fogo do céu para consumir samaritanos que não receberam a Jesus (Lc 9:51-56), assim como ambicionou assentar-se com seu irmão ao lado de Jesus em tronos (Mt 20:21).
Este discípulo “…a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus” (Jo 13:23, 19:26, 21:20), assistiu ao julgamento (Jo 18:16) e crucificação (Jo 19:26) do Senhor. Jesus entregou sua mãe Maria aos seus cuidados (Jo 19:27). Foi o primeiro a chegar ao sepulcro de Cristo (Jo 20:4), sendo um dos primeiros a contemplar a evidência maravilhosa da ressurreição: o túmulo vazio.
Após o Pentecostes, com companhia de Pedro ia ao templo, efetuou uma cura (At 3:1) e apresentou-se perante o sinédrio (At 4:13,19). Apesar de “…iletrado e indouto…” (At 4:13) era intrépido no falar, pelo poder Daquele que o usou junto com Pedro para realizar a cura do coxo de nascença à porta Formosa, a fim de esmolar (At 3:2).
Pastor da Igreja de Éfeso, foi levado para a ilha de Patmos, no Egeu, em tempos de dura perseguição, aparentemente ao mesmo tempo em que o apóstolo Pedro fora crucificado e Paulo decapitado. Escreveu as Revelações (Livro de Apocalipse) em 95 d.C, relatando as visões e profecia recebidas ali naquela solitária ilha. Presume-se ainda ter sido o autor do Evangelho e das três epístolas que levam seu nome. É o apóstolo do amor (1 Jo 4:8,11).
TOMÉ, O INCRÉDULO QUE CREU
“Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20:28)
O nome Tomé tem origem no grego QwmaV, Thomas, vindo pelo aramaico teoma, “gêmeo”. Era também chamado Dídimo (gr. DidumoV, Didymos, “gêmeo” (Jo 11:16, 20:24, 21:2) como um sobrenome ou mesmo apelido). Mostrou-se leal e até mesmo disposto a seguir o Mestre, mesmo que lhe custasse a vida.
Em sua pergunta sobre o caminho a seguir, retira do Senhor uma das afirmativas mais belas de toda as Escrituras: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14:6).

Não estava com os discípulos quando veio Jesus à tardinha onde estavam trancados com medo dos judeus (Jo 20:24). Tomé descrê e pede provas palpáveis e concretas da ressurreição, o que recebeu oito dias depois, quando Jesus apresentou-se como da primeira vez. Mostrou Jesus ressurreto ao incrédulo apóstolo suas mãos e seu lado, repreendendo-lhe: “…não sejas incrédulo, mas crente.” (Jo 20:25,27). Então Tomé vê em Jesus seu Senhor e Deus (Jo 20:28).
Contemplou-lhe no lago Tiberíades (Jo 21:2), que é o da Galiléia, após a ressurreição. Reuniu-se com os demais no cenáculo, perseverando em oração (At 1:13), não mais um descrente, mas um homem cheio de fé.
MATEUS, O RESGATADO
“Partindo Jesus dali, viu sentado na coletoria um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.” (Mt 9:9)
Mateus é a transliteração do nome grego MaqqaioV, Matthaios, do aramaico Mattai, que tem origem no hebraico Matan’yah (2 Rs 24:17), “o dom de Yahweh” ou “presente de Deus”). Em Mc 2:14 é chamado Levi (gr. Leui, Leui), filho de Alfeu. Em Lc 5:27 relata-se seu nome e ofício.
É identificado como publicano já em Mt 9:9,10: “E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na coletoria um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: ‘Segue-me’. E ele, levantando-se, o seguiu. E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.”.
É assim que é identificado na lista de Mt 10:3: “…Mateus, o publicano…”. Por ser publicano era rejeitado pelo seu povo, os judeus. Os romanos criaram um sistema de concessões na cobrança de impostos, que, nos dias de Cristo, já completava duzentos anos de operação, atendendo às necessidades do império.
A pesada tributação era intolerável, até mesmo mais ainda por ser imposição de uma potência estrangeira. Além dos impostos cobrados por Roma, havia os de Herodes. O magistrado romano franqueava uma área ao coletor de impostos que se encarregava de arrecadar os devidos impostos. O que detinha a franquia cobrava do povo valores superiores aos estipulados.
Não por pouco o povo odiava os publicanos, cobradores de impostos. Não poderiam aceitar um compatriota arrecadando impostos em detrimento do povo para uma nação usurpadora. Dentro deste ambiente, Mateus, o Levi publicano, odiado, visto como terrível traidor da nação, não apenas recebe a aproximação do Senhor, mas também seu maravilhoso e inescusável chamado, ao qual prontamente atende!

Como impulso de agradecimento por sua aceitação da parte do Mestre, Mateus providencia “…um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa.” (Lc 5:29), registrado pelo próprio autor com a devida parcimônia (Mt 9:10-13), em sua humildade de um Levi transformado pelo maravilhoso encontro com o Mestre Jesus.
Autor do Evangelho que leva seu nome, escrito em hebraico. Fora enviado como apóstolo (Lc 6:15) e tem seu nome nas quatro listas dos apóstolos (Mt 10; Mc 3; Lc 6; At 1). Segundo a tradição, após o período em que pregou aos judeus, seu povo, foi para outras nações, tendo em Etiópia o centro de seu trabalho. Segundo alguns escritores teve a morte de um mártir.
TIAGO, O AMBICIOSO
“Vendo isto os discípulos Tiago e João, disseram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” (Lc 9:54)
Tiago (gr. IakwboV, Iákobos, do heb. Iahkhob, Jacó). Filho de Zebedeu e Salomé, irmã da mãe de Jesus (Mc 15:40; Mc, 16:1; Jo 19:25); portanto, primo de Jesus, que o chamou juntamente com seu irmão João, o amado, quando ambos estavam no barco de pesca com o pai, consertando as redes (Mt 4:21; Mc 1:19).
Possivelmente tinha certa posição, pois seu pai tinha empregados em seu ramo de trabalho, a pesca (Mc 1:20). Deixando seu pai com os “jornaleiros” (diaristas), seguiu a Jesus com seu irmão, aos quais o Senhor chamou de BoanhrgeV, Boanerges, que quer dizer “filhos do trovão” (Mc 3:17).
Esteve na sinagoga de Capernaum (Cafarnaum), num sábado, ouviu os ensinos do Mestre, maravilhando-se da sua doutrina, presenciando a expulsão do espírito imundo de certo homem por Jesus (Mc 1:21-28). Esteve na casa de Pedro, quando da cura de sua sogra (Mc 1:29-30). Sua mãe pediu que ele e seu irmão pudessem assentar com Jesus no seu trono (Mt 20:20-28).

Perguntou, com seu irmão João ao Mestre Jesus se queria que ordenassem que descesse fogo do céu para consumir os samaritanos, que não receberam Jesus (Lc 9:54).
Testemunhou privilegiadamente a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5:37); a agonia do Getsêmani (Mt 26:37); a transfiguração (Mt 17:1) e a pesca miraculosa (Lc 5:10). Após a ressurreição de Cristo, encontra-se junto ao Tiberíades (Mar da Galiléia) com “…Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael…e outros dois dos seus discípulos.” (Jo 21:2).
Tiago e seu irmão são identificados com “os filhos de Zebedeu” nesta passagem . Ali o Senhor ressurreto se manifesta a estes. Encontra-se no cenáculo perseverando em oração e súplicas, junto com os outros (At 1:13). Morre à espada por ordem de Herodes Agripa I, que “…estendeu suas mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar…” (At 12:1,2), o que teria ocorrido possivelmente em 42 d.C.
PEDRO, A PEDRA
“Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mt 16:16)
Pedro (gr. PetroV, Pétros, aram. Kéfa ou Céfa, “pedra” ou “rocha”), cujo nome original era o hebraico Shim”on, que aparece na sua forma grecizada Sumewn, Symeon apenas em At 15:14 e 2 Pd 1:1. Em outras passagens aparece como o nome grego Simwn, Simon, em Mt 10:2, 17:25; Mc 1:16, etc.
Comumente é chamado pelo sobrenome grego PetroV, Pétros, nome masculino formado do substantivo feminino petra, “rocha”; originalmente o aramaico Kéfa, usado na forma grecizada KhfaV, Kefas, em Jo 1:42; 1 Co 1:1 e tantas outras passagens em algumas epístolas paulinas.
Filho de IwannhV, Ioannes, João (Jo 1:42, Contemporânea) ou Iwna, Iona, Jonas (Jo 21:15-17, Rev. e Corr.; Mt 16:17, onde é chamado por Jesus de Simão Barjonas (gr. Simwn Bariwna, Simon Bariona), ou seja, filho de Jonas.)
Era originário de Betsaida da Galiléia (Jo 1:40-42), cidade de seu irmão André e de Filipe (Jo 1:44), sendo ambos irmãos pescadores (Mc 1:16). Em Mt 8:5,14 encontramo-lo residindo em Capernaum, cuja sogra fora curada por Jesus. Um dos primeiros discípulos vocacionados, foi levado a Jesus por seu irmão André (Jo 1:41), que lhe diz: “Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)”.
Seu chamado está estreitamente ligado ao de Tiago e João, no relato de Mateus. Ali o escritor relata que se deu logo ao início do ministério de Jesus, após seu batismo e tentação, quando estava “…andando junto ao mar da Galiléia…” quando “…viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no.” (Mt 4:18,19).
Nas listas dos doze encontra-se em primeiro lugar (Mt 10:2; Mc 3:16; Lc 6:14; At 1:13). Andou por sobre o mar (Mt 14:29); confessa que Jesus é o Cristo, por revelação divina (Mt 16:16; Jo 6:68); reprova a Jesus, opondo-se ao anúncio da paixão, sendo asperamente repreendido por Jesus (Mt 16:22,23); presencia a ressurreição da filha de Jairo (Lc 8:51), a transfiguração (Mt 17:1), e a agonia de Jesus (Mt 26:37), na companhia de Tiago e João, que, com este último é enviado por Jesus para preparar a Páscoa (Lc 22:8).
Fisga o peixe com a moeda na boca, com a qual Jesus pagou o imposto do templo, para ambos (Mt 17:24-27); pergunta a respeito do perdão (Mt 18:21) e da recompensa pela renúncia a todas as coisas (Mt 19:27); promete lealdade e é advertido (Mt 26:33-35); sendo repreendido veladamente por não vigiar no Getsêmani (Mt 26:40); questiona a respeito da figueira (Mc 11:21) e dos sinais da segunda vinda, com Tiago, João e André (Mc 13:3); tem seus pés lavados por Jesus (Jo 13:6-10); inquire acerca do traidor (Jo 13:24); na prisão de Jesus, no jardim, agride a Malco, decepando-lhe a orelha (Jo 18:10-11).

A ressurreição é anunciada “…aos discípulos” e enfaticamente “…a Pedro” (Mc 16:7) de modo consolador, por ter tão veementemente negado ao Senhor (Mc 14:68). Com João, sendo precedido por este, examina o túmulo vazio, onde se encontrava o Senhor (Jo 20:6); que ressuscitado, lhe aparece (1 Co 15:5).
Assiste a ascensão (At 1:15); prega no Pentecostes (At 2:14), cura o coxo (At 3:7); sendo ameaçado pelo sinédrio (At 4:17); repreende a Ananias e Safira (At 5:3); é liberto do cárcere por um anjo (At 5:19); foi enviado a Samaria junto com João para conferirem o Espírito aos discípulos (At 8:14).
Rejeita a proposta de Simão, o mago (At 8:20-24); cura Enéas, paralítico (At 9:34); ressuscita Dorcas (At 9:40); visita Cornélio, quando tem a visão do lençol (At 10); defende-se em Jerusalém (At 11:5), é preso por Herodes (At 12:4) sendo liberto por um anjo (At 12:9) e comparece perante o concílio de Jerusalém (At 15:7).
Considerado como uma coluna na Igreja primitiva (Gl 2:9) é resistido por Paulo (Gl 2:11); vai para Babilônia, onde trabalha (1 Pe 5:13). Possivelmente tenha sido perseguido e martirizado ao mesmo tempo em que Paulo, durante as perseguições de Nero.
A tradição afirma que não se julgava digno de ser crucificado como seu Senhor, e ao seu próprio pedido, fora crucificado ponta-a-cabeça. Esta tradição é geralmente atribuída a Orígenes. Escreveu duas epístolas.
CONCLUSÃO
“A estes doze enviou Jesus…” (Mt 10:5)
Assim vemos, em poucas palavras, o desdobrar histórico de cada herói bíblico. Homens falhos, pequenos, medrosos, tremulantes, apaixonados e explodindo em ímpeto e vontade.
Vemos a doçura, a camaradagem, o apreço. Lemos coisas que não podemos sequer imaginar em homens chamados pelo Senhor. Ambição, inveja, covardia. Intemperança e intempestividade. Repreensibilidade, onde esperávamos o infalível. Incredulidade, onde o inabalável. Disputa em lugar de humildade. Erro, onde procurávamos perfeição, que só será atingida na glória.
Porque ao folhearmos as páginas impregnadas de ação, lutas, facções, medo, perseguições, amor, traição e queda, não cuidemos empreender uma coletânea biográfica. Estaremos a ver, das mãos perfeitas e ternas de Jesus o escrever suave da transformação profunda e verdadeira em cada coração, em cada vida, em toda alma vocacionada, e o soerguer poderoso de cada homem de chama bruxuleante, o fortalecer dos joelhos outrora caídos, o revigorar das mãos, que antes pálidas, então erguidas para conduzir, na direção do Espírito Santo da promessa tantas outras almas que precisam conhecer que o poder de Deus se aperfeiçoa em suas fraquezas...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


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