É NA
SOLIDÃO QUE ESCUTO A VOZ DE DEUS...
Quem nunca passou por momentos
de solidão? Chega um determinado momento na vida da gente em que nos
encontramos vazios e sozinhos. Experimentamos a multidão e ainda assim a
sensação de estar só é cada vez mais forte.
Esse é um momento de avaliar, consertar, ver os prós e os contras, momento de ver onde temos errado os comportamentos que necessitam ser modificados, as atitudes e decisões que precisam ser tomadas. Avaliar quem são os verdadeiros amigos, as pessoas que realmente nos amam, avaliar quem nós amamos e qual o real valor que temos dado a essas pessoas.
Esse é um momento de avaliar, consertar, ver os prós e os contras, momento de ver onde temos errado os comportamentos que necessitam ser modificados, as atitudes e decisões que precisam ser tomadas. Avaliar quem são os verdadeiros amigos, as pessoas que realmente nos amam, avaliar quem nós amamos e qual o real valor que temos dado a essas pessoas.
Nesse momento descobrimos o que é estar próximo e o
que é estar junto… Ás vezes estamos próximos, mas não estamos juntos, e as
vezes estamos tão longe, mas ao mesmo tempo tão perto, tão junto.
É na solidão que descobrimos nossas fraquezas,
nossos defeitos, nossas limitações..
E às vezes nesse vazio descobrimos coisas que não
nos agradam… Descobrimos que nossas fraquezas muitas vezes são quem amamos. Mas
como pode isso?
Nesse momento é hora de avaliar, rever os
conceitos, retomar o caminho. A solidão não é algo ruim, depende do ponto de
vista de como a encaramos. Às vezes a solidão se torna a melhor amiga. O
próprio Jesus se ausentava. Ele também teve seus momentos de solidão, e estar
na solidão é aproveitar para estar mais próximo de Deus.
Tenho descoberto que a solidão muitas vezes é um
remédio, um remédio contra mim, contra minhas atitudes… Na solidão me conserto,
enxergo o que não enxergo na multidão. Na solidão descubro que amigos não são
amigos, que aqueles que estão longe fazem falta, descubro que a vida é
passageira… Que me apego a coisas e pessoas que não valem a pena. Descubro que
nem tudo é como parece.
Bob Davies e Lori Rentzel em seu livro “Restaurando
a Identidade” afirmam que para aprendermos a construir sólidas amizades,
precisamos cultivar nossa capacidade de encontrar paz e sustento quando ficamos
a sós com o Senhor e com nós mesmos, que desenvolver capacidade para a solidão
envolve mais que criar uma forte vida de oração ou um tempo regular de leitura
bíblica. Envolve aprender a relaxar e desfrutar da presença de Deus e desfrutar
de nós mesmos quando estivermos com Ele, Aprender a pôr de lado o esforço e
assimilar a beleza da vida cotidiana e o mundo que nos rodeia. Na solidão, se
cultiva a sensibilidade e uma verdadeira apreciação dos outros.
Henri Nouwen autor do livro Reaching Out
(Buscando), vê a importância da solidão como fundamento para relacionamentos:
“Sem a solidão do coração, a intimidade da amizade, do casamento e da
comunidade, a vida não pode ser criativa. Sem isso nossos relacionamentos com
os outros seriam mesquinhos e avarentos, pegajosos e colantes, dependentes e
sentimentais, exploradores e parasitários. Sem que o coração fique só, não
podemos experimentar os outros como seres diferentes de nós mesmos, mas apenas
como pessoas que podem ser usadas para solução de nossas próprias necessidades,
frequentemente ocultas.”
Ele prossegue descrevendo a força dos relacionamentos
edificados e sobre a segurança interior e a solidão: “Nesta solidão podemos
fortalecer uns aos outros através do respeito mútuo, através da consideração
atenciosa da individualidade de cada um, através de uma distancia submissa da
privacidade de cada um, e uma reverente compreensão da sacramentalidade do
coração humano”.
Para a pessoa independente a solidão fornece um
lugar para respirar e refazer-se antes de voltar ao envolvimento com outros.
Para a pessoa que luta com dependência emocional, o momento a sós oferece uma
oportunidade de experimentar diretamente a cura e o conforto do Senhor e
aprender a apreciar a companhia de alguém. Quando os momentos a sós são
bem-vindos, e não temidos, os impulsos ansiosos para a dependência perdem
grande parte de seu poder.
Acredite estar na companhia de pessoas que amamos é
muito bom e também muito importante, mas não rejeite o momento de estar só
consigo mesmo, com Jesus e com O consolador, Espírito Santo.
Nesses momentos aproveite para se auto avaliar,
para se consertar, chorar, rir e experimentar o consolo e os braços do Amado de
nossas almas, pois Ele nos fala até mesmo com seu silêncio...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da
Religião Dr. Edson Cavalcante.
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