O AMOR DE UM PROFETA A SUA MULHER
ADULTERA, TIPIFICA O AMOR DE CRISTO PELA IGREJA...
“Disse-me o Senhor: vai outra vez, ama uma
mulher, amada de seu marido e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel,
embora eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas” (Oséias 3:1).
O estudo dessa semana
requer grande cuidado. Não pode ser tirado de seu contexto nem do objetivo dos
fatos que aconteceram, nem dos objetivos que DEUS tinha em mente quando deu
certas ordens contraditórias aos Seus próprios princípios. Algo muito grave
estava em andamento, e DEUS procurava dramaticamente chamar seu povo de volta.
O povo de Israel, amado
por DEUS, voltou-se à prostituição com os ídolos. Mas DEUS ainda amava esse
povo. Resultou na situação bem contraditória de DEUS amar uma prostituta, que
era esse povo. O que DEUS mandou Oséias fazer não era outra coisa senão uma
amostra do que já acontecia com Ele: um homem puro amando uma prostituta.
Por que tudo isso? Era
essa demonstração real e dramática, um quase patético apelo da parte de DEUS
que fazia seus últimos esforços para tentar recuperar seus filhos para Si. Era
um ato radical em busca do que já se perdia por completo. Era, no limite do
tolerável, a expressão de um amor, o de DEUS, que apesar da nojeira da
prostituição, ainda assim, queria essa prostituta para si. Ele queria reformar
a sua vida, tornar a transformá-la em sua esposa.
Conosco, hoje, não é
muito diferente. DEUS não nos abandona assim tão facilmente. Aliás, ele nunca
nos abandona. Se houver separação nossa com DEUS, ela ocorre porque nós
definitivamente não O desejamos mais. Aqui escrevemos referindo-nos aos seres
humanos em geral, que não desejam mais saber de DEUS. Mas também se aplica ao
povo de DEUS, que O conhece, mas muitos desse povo nem sempre O desejam como
Ele quer ser desejado.
Israel, o reino do
norte estava agonizando espiritualmente. O Criador, aquele que também havia
formado esse povo em Abraão, tentava agora as últimas e desesperadas tentativas
para ter de volta esse povo, ou essa parte de Seu povo. Eles nunca tiveram um
rei que os fizesse adorar o verdadeiro DEUS. A sua condição espiritual chegava
ao limite, passando dele, não retornariam mais como povo.
Assim como para o reino
de Judá veio o próprio Senhor JESUS, dramaticamente morrer por eles, e por
todos, na cruz, assim foi enviado Oséias, provavelmente um padeiro e um homem
sincero a DEUS, para tentar chamar a atenção deles em direção ao DEUS que os
formara, e os tentava guiar.
Durante uns 40 anos
Oséias lutou por meio de encenações reais, ele mesmo casando-se de modo
intrigante. Certamente ele era conhecido pela sua pureza. Esperava-se que suas
atitudes estranhas tivessem algum impacto sobre a mente daquele povo.
Veio a ordem de DEUS.
Na Bíblia de Jerusalém esta ordem aparece assim: “Disse Iahweh a Oséias: ‘Vai,
toma para ti uma mulher que se entregue à prostituição e filhos da
prostituição, porque o país se prostituiu, afastando-se de Iahweh.’”.
Que ordem mais estranha
é essa! Não está claro que a mulher fosse mesmo uma prostituta. Mas o que está
bem claro, nessa versão da Bíblia, que é uma mulher fácil de ser conversada, sensual,
uma que “se entregue à prostituição”. Enfim, se já era uma prostituta ou não,
isso não faz tanta diferença aqui.
O simbolismo aqui é o
seguinte: Oséias era um homem puro, pois DEUS o chamou. E ele deveria casar-se
com uma mulher dada a práticas de prostituição. E deveria ter filhos com ela,
filhos da prostituição. Isso significa o quê?
Que Israel já se havia
desviado do DEUS puro e ido para se entregar a deuses pagãos. Isso é
prostituição espiritual. E já o fazia há tanto tempo que seus filhos, netos e
bisnetos, enfim, várias gerações já se haviam formado nessa condição. Os filhos
dos israelitas já nasciam em meio às práticas de prostituição de adoração.
Quase nada podiam entender do que seria a verdadeira adoração. A Terra ali se
havia desviado de DEUS e se prostituído com o paganismo. A nação estava por
cair por completo nas mãos dos pagãos.
Muito cuidado com a
nossa condição de adoradores do verdadeiro DEUS. Somos visados como foram os
israelitas. Muito cuidado com o tal do mundanismo. Ele é a porta de entrada
para a prostituição espiritual nos dias de hoje. Todos os que estão lendo sabem
do que se trata. Há muitos de nós encantados por coisas com as quais JESUS
jamais se envolveria. Vão de novelas, programas de TV e filmes, adeptos e
torcedores de futebol e outros esportes, alimentação inadequada para quem
deseja ser salvo, desrespeito ao sábado, etc. Não seria de se esperar que
nesses dias finais satanás não atacasse. Ele o faz, e de modo muito mais sutil
que nos tempos de Oséias. Hoje ele não ataca o povo de DEUS com idolatria. Não
faz efeito.
O povo de Israel
naqueles tempos não atendeu o profeta Oséias. Logo mais caíram como povo, e
nunca mais se recuperaram como foi com Judá. Mas os apelos dramáticos do
profeta não devem ter sido vãos. É de se crer que ao menos algumas pessoas o
atenderam e foram salvas. Um dia as conheceremos.
Oséias casou-se com uma
mulher que tendia à prostituição. Na melhor das hipóteses ela ainda não era uma
prostituta, mas uma mulher com grandes possibilidades. E a ilustração, uma
parábola real, encenada com todas as dores e tristezas da vida real quando ela
é cruel, conferia bem com o comportamento de Israel, o povo de DEUS.
Casado com Gômer,
Oséias tem um filho com ela. Seu nome foi Jezreel, que significa DEUS espalha.
Então Gômer se prostituiu de vez. Ela concebeu mais duas vezes, tendo uma filha
e outro filho, mas ao que tudo indica, não com Oséias. A filha DEUS deu um nome
que significa “não amada” e o filho DEUS, deu o nome “não meu povo”.
Analisemos a situação.
Pelo que lemos em Oséias 2:2 a 8, Gômer representa a atitude de Israel. Oséias
casou-se com Gômer, que já possuía tendência à prostituição, como Israel há
séculos. Israel era a esposa de CRISTO. Oséias teve um filho com Gômer, mas ela
se prostituiu dizendo que os amantes lhe davam o sustento em abundância (Os.
2:4 a 6). Com esses amantes teve uma filha e um filho, filhos da prostituição.
O que significa tudo isso?
Aquilo que aconteceu
entre Gômer e Oséias foi também o que aconteceu entre Israel e DEUS. Houve um casamento,
mas a tendência de Israel, desde que se separou de Judá, foi a prostituição. Os
reis de Israel sempre tenderam para a idolatria, e o povo, na maioria os
seguia. O primeiro filho de Israel, legítimo, leva por nome “DEUS espalha”. Um
nome de advertência ao que aconteceria a Israel caso não se mantivesse fiel a
DEUS. O casamento de DEUS com Israel, tal como o de Oséias com uma quase
prostituta significa que, quando Israel se formou por separação com Judá, a
tendência desse país era mesmo a idolatria.
Depois Gômer só teve
filhos com amantes, assim como Israel só colheu os frutos da idolatria. A
primeira filha de Gômer se chamou “não amada”, ou seja, Israel produzia um
resultado que DEUS não apreciava, assim como Oséias não amou uma filha de sua
esposa com outro amante. O segundo filho de Gômer levou o nome “não meu povo”,
ou seja, agora DEUS já não considerava mais os descendentes de Israel como Seu
povo, não assim como eles adoravam. Logo seriam espalhados, conforme o primeiro
nome dado a um que ainda era filho legítimo, isto é, no tempo que Israel ainda
podia ser considerada a esposa de CRISTO, do Senhor. “DEUS espalha” era um nome
de advertência quanto ao futuro se de fato se prostituíssem. Foi o que
aconteceu.
Israel tendo surgido de
um cisma político, inicia ainda como povo de DEUS, ainda como a esposa do
Senhor. Mas a nação vai após ídolos, e se prostitui com eles adorando-os. Eles
acham, em sua ignorância provocada pelo pecado que á Baal que fertiliza a
terra, dá as chuvas e todas as riquezas. É isso que querem dizer o verso de
Oséias 2:6. A trajetória da nação se iniciou com advertências de serem
espalhados e terminou não sendo mais o povo de DEUS. Que alerta para nós nesses
dias finais!
O ponto vital para a
vida e a felicidade é a intimidade. Os Dez Mandamentos contém os princípios da
intimidade com DEUS e com os semelhantes. O sábado é o dia especial da
intimidade com DEUS e com os semelhantes. A tal ponto o sábado foi separado
para os fins da intimidade que foi declarado santo por parte de DEUS. E DEUS
abençoou o sábado, isto quer dizer que esse dia, se obedecido conforme a
orientação de DEUS, teremos aqui na Terra uma vida melhor e mais feliz.
O casamento, ao lado do
sábado, é a instituição da intimidade entre os seres humanos. DEUS quer estar
presente no casamento e no lar que dele resulta. O lar foi estabelecido para
que pessoas se unam com o propósito de um fazer o outro feliz. O amor, que é
DEUS, aproxima as pessoas e as une, seja no casamento, seja em forma de amizade
na sociedade humana.
Mas satanás criou outro
esquema de vida. É a prostituição. Por ele o casamento se desfaz e a intimidade
desaparece. E pela prostituição espiritual os Dez Mandamentos e o sábado são
anulados. Pela prostituição as pessoas são afastadas de DEUS e umas das outras.
Em lugar da intimidade aparece a aventura e o desafio de um explorar outro, de
um rejeitar o outro, e assim por diante. A aparente alegria que pode trazer um
dia resulta em tristeza, às vezes até bem cedo. A tal ponto a intimidade entre
um casal é importante que chega a ser algo sagrado. Por exemplo, CRISTO disse
que as pessoas que casam não deveriam se divorciar. O que Ele deseja é que se
amem a ponto de ser impossível a separação senão pela morte. Ou seja, Ele quer
fazer parte do casamento e solidificá-lo com o tempo. O Senhor quer participar
da construção da felicidade dos lares que Ele idealizou. Para isto os
mandamentos são vitais, e o sábado imprescindível.
DEUS quer mais. Ele
quer que não somente nos lares haja unidade, mas também na igreja e na nação.
Ele quer que todos sejam um, como Ele e o Pai são um.
O casamento entre
Oséias e Gômer era um símbolo do que não deveria acontecer. Gômer possuía
propensões ao adultério, assim como o povo de Israel. Talvez até já tivesse
tido algumas aventuras com homens levianos. Se o adultério se fortalece nas
famílias, ele as destrói e passa para nação. Principalmente se os líderes
também demonstram ser adúlteros. E, mais intensamente isso acontece e se trata
de adultério espiritual. Aliás, as famílias são na verdade produto da pureza ou
da prostituição espiritual. Famílias espiritualmente sólidas têm a presença de
DEUS, e nelas satanás não consegue inserir seus estratagemas de separação.
Nesse mundo existem
muitos atrativos que promovem separação entre os irmãos. São formas de pensar
como as ideologias secularizadas, o querer aparecer por meio do poder
econômico, o desejo de prestígio e honras, o torcer (fanaticamente ou não) por
um ou por outro time de algum tipo de esporte, o tomar partido em intrigas, e
assim por diante. Há hoje em lugar dos ídolos ridículos de séculos passados,
satanás providenciou para nós formas bem sofisticadas de nos separar uns dos
outros, e nos separar e de DEUS. Inclusive o trabalho em excesso serve para nos
separar dentro de nossos lares. Satanás é esperto e sabe enganar, e muitos
estão caindo em seus sistemas criados para nos separar uns dos outros.
A coisa mais estúpida
que um ser humano pode fazer é adorar ídolos, feitos por ele mesmo! Vamos fazer
uma escala de estupidez de adoração. Já é algo inútil adorar outro ser humano,
não acha? Bem, mas pelo menos um ser humano poderia fazer alguma coisa pelos
que o adoram. Isso também é verdade. O que um ser humano pode fazer pelos que o
adoram é menos que ele mesmo recebe dos que o adoram, é óbvio, pois um ser
humano, mesmo adorado, precisa ser suprido. Ele não tem como viver por si, sem
a ajuda de outros, como DEUS que não precisa de ninguém para existir. Porém, ao
menos pode dar algo em troca, apensar de ser menos do que recebe. Ainda assim,
adorar um ser humano é algo bem estúpido, não acha? Esse ser humano pode
solucionar todos os problemas que você levar a ele? E ele é capaz de morrer
numa cruz e depois ressuscitar?
Se as pessoas resolvem
adorar anjos, isto realmente não funciona. Anjos definitivamente não aceitam
adoração e não dão nada em troca. Se as pessoas resolvem adorar animais, isto é
bem estúpido, mas, ainda assim, o animal pelo menos é um ser vivo. Ganha o
adorador alguma coisa? Não, ele ganha nada.
E se o ser humano faz
um ídolo e o adora? Bem, essa talvez seja a forma mais esquisita de adoração.
Mas é onde está a maioria, inclusive dos modernos cristãos. Hoje grande parte
dos cristãos, ou adoram ídolos, ou adoram outros seres humanos mortos. Ora,
pense um pouco, adorar o que é apenas um objeto ao qual se deu forma? Um objeto
sem vida, que não pode fazer nada, nem de bem, nem de mal. E o que é pior, um
objeto que precisa ser levado para todos os lados. Isso é DEUS?
E adorar mortos, faz
algum sentido? A Bíblia é muito clara que as pessoas morrem. Aliás, foi para
livrá-las da morte que JESUS morreu, e Ele devolverá a vida quando retornar à
Terra pela segunda vez! Está na Bíblia!!!
Adorar mortos é tão
inútil quanto adorar ídolos. Não sei dizer qual dessas duas formas é mais
absurda.
Mas, de qualquer forma,
há ainda outra maneira de adorar, pior que essas. É adorar o próprio satanás,
ou seus anjos. Estes, pior que algum ser humano, nunca fazem bem sem cobrar o
mal. Eles retribuem, um dia, com a pior das conseqüências. São vingativos até
com aqueles que se associam a eles ou se entregam a eles. É certo que levam à
morte.
A trajetória de um
adorador seja qual for o deus que ele adora, se não for o DEUS Criador e
Redentor, é sempre parecida. Consta de três momentos. No primeiro momento, é novidade
e aparece uma segura expectativa que vai levar grande vantagem. É a fase da
ilusão. Isso não é fé, é um tipo de sensação de segurança sem fundamento.
Muitas vezes é presunção, isto é, imagina que crê e imagina que é abençoado e
fortalecido, e acaba sentindo como se fosse realidade. Esse sim é um caminho
perigoso!
No segundo momento vem
a sensação de que a tal adoração caiu no vazio. Nem todos chegam a sentir essa
situação. O terceiro momento, pelo qual passam todos, mas em diferentes
intensidades, é o sofrimento e a morte, única conseqüência certa de qualquer um
desses tipos de adoração. O único que salva é DEUS, o verdadeiro, e isso se for
adorado. Muitas vezes pode ocorrer uma morte horrível aos adoradores segundo
alguma modalidade idealizada por satanás. DEUS só tem uma forma de ser adorado,
a que está na Bíblia.
Foi algo parecido que
aconteceu com Gômer. Ela abandonou Oséias. Gômer representava o povo de Israel,
Oséias representa CRISTO, como já sabemos. Gômer experimentou a sensação da
adoração falsa, um fascínio de experiências sensuais, temporariamente bem
atraentes. Mas depois ela passou para a segunda fase. Ela deve ter envelhecido,
e os amantes foram atrás de outras mulheres da vida, mais jovens. Os homens
levianos do mundo são assim mesmo. Os barões do petróleo da Venezuela apreciam
meninas de oito a 12 anos. Depois dessa idade, as abandonam à sua própria
sorte. Uma prostituta tem uma vida útil bem curta. Nas grandes cidades do
Brasil, uma mulher dessas já não vale grande coisa aos 25 anos. Ela, nessa
idade já encontra dificuldades para ganhar seu sustento se prostituindo. As
mais jovens atraem seus “clientes”.
Um parêntesis bem
interessante. Sou adventista há mais de cinco décadas, desde o nascimento. E é
perceptível a diferença entre as meninas que conheci no meu tempo de jovem, as
da igreja e as do mundo. As da igreja, e que permaneceram, hoje estão na faixa
dos cinqüenta anos. E são mulheres de aparência muito bonita. Principalmente se
comparadas com as de mesma idade, porém do mundo. Estas, por causa do estilo de
vida, já se mostram bem envelhecidas. E àquelas que saíram da igreja aconteceu
o mesmo. Até nisso, nós homens e mulheres adventistas temos vantagem, não é
mesmo? Somos mais saudáveis!
Envelhecida, foi então
que faltou o sustento a Gômer, foi aí que ela percebeu que o outro, a prata, as
roupas, as jóias, o sustento não vinham desses amantes. Eles apenas pagavam
para se divertir, eles apenas pagavam o momento. Eles não garantiam o futuro.
Quando eles foram embora, ela ficou jogada à sua própria sorte, como fazem os
barões do petróleo, ou os ricaços turistas do nordeste, como se sabe. Usam as
meninas por uns trocados, e vão embora.
Gômer estava indo em
direção ao terceiro momento, que é o sofrimento antes da morte. Ela havia-se
enganado, aquelas coisas que os amantes lhe deram eram passageiras. E uma
prostituta, por fora da vida, gasta tudo o que ganha. O ouro e a prata que ela
possuía vinha de seu verdadeiro marido, que ainda a sustentava, embora ela se
tivesse ido. Então ela caiu em si. O seu marido foi falar com ela, falar ao seu
coração. Agora ela poderia voltar, pois o marido ainda a esperava. Ele ainda a
queria como esposa, apesar da imundícia em que se envolvera em seus melhores
anos.
Assim foi com o povo de
Israel. Ele adorou ídolos, algo bem estúpido. Os ídolos nunca mandaram chuva,
nem fertilizavam o solo, nem davam saúde, embora eles assim acreditassem. O
Senhor queria Israel de volta. Os amantes de Israel, de onde vinham aqueles
ídolos, agora estavam cercando o país e pretendendo conquistá-lo e tomar tudo.
O Senhor ainda queria Israel para si. Mas Israel seguiu o caminho do sofrimento
e da morte. Acabou como nação, para sempre.
Hoje chegamos ao clímax
do estudo dessa semana. Ao ser humano Oséias DEUS deu uma ordem contraditória.
Como assim buscar de volta uma esposa, ou ex-esposa, pagando por ela (que já
teria sido pago no primeiro casamento) e mais, amando-a sinceramente? Será que
DEUS não estaria pedindo demais a Oséias?
Imagine o impacto que
isso deu entre os israelitas quando Oséias procedeu como DEUS lhe ordenara?
Veja o que ele teve que fazer, e certamente agiu assim:
ð Oséias, por ordem de DEUS, foi atrás de
Gômer falar-lhe ao coração, para que ela voltasse;
ð Perdoou tudo o que ela lhe tinha feito de
maldade, abandono dele e do filho, etc;
ð Pagou a quem ainda se achava com o direito
de tê-la, para readquirir esse direito, que na verdade Oséias já possuía – quem
estava com ela se havia apossado do que não era seu;
ð Oséias tornou a amá-la como DEUS ama Seu
povo, ou seja, sem nenhum ressentimento nem cobrança de erros passados. Era a
eficácia do perdão! Essa é a eficácia de DEUS, a de satanás é enganar para
levar à morte.
O que acha disso?
Oséias agiu assim mesmo. O que o povo deve ter pensado. Imagino as conversas
entre o povo. Foram anos de uma vida cheia de problemas, de prostituição por
parte dela e de uma vida correta por parte dele. Tiveram um filho, depois ela
teve outro filho e outra filha na prostituição. Andou pelo mundo dos prazeres
sem nenhuma responsabilidade sobre o que fazia.
Oséias tentava impedir
que ela se fosse. Ele a cercou em casa, ele criou formas para que ela ficasse
em casa. Fez uma sebe virtual, ou seja, criou um conjunto de procedimentos para
que ela não saísse de casa. Mas ela saiu mesmo assim.
Depois disso, Oséias
tentou trazê-la de volta. Ele cortou os benefícios dela. Talvez sentindo
necessidade ela voltasse. Ele deixou de lhe dar o trigo, isto é, o pão, e o
sustento em geral. Mas ela não voltou. Ela preferiu os amantes e os prazeres do
mundo e vivia disso.
Então DEUS orientou
Oséias para que adotasse outra tática. Agora ela já estava enfrentando
problemas de subsistência. Estava envelhecendo, assim como Israel já não era
mais interessante a satanás. Note bem o que vou escrever na próxima frase.
Satanás ludibria favorecendo aqueles que deseja conquistar, mas depois de
conquistados, os abandona. Ele não tem capacidade de sustentar seus escravos ao
mesmo tempo, ele é limitado. E nem tem interesse, afinal ele não ama, ele
odeia. Uma vez dele, para não darem muito trabalho, trata de sacrificá-los
matando-os de uma forma bem cruel, e ainda por cima, com isso se diverte muito.
É isso que transparece nos filmes de ação e de terror.
Oséias deveria ir atrás
dela e falar ao seu coração. Deveria dizer a ela o quanto a amava. E deveria
pagar a quem a estivesse usando para que permitisse levá-la de volta a sua
casa. Feito isso, ele deveria amá-la de verdade. Isso funcionou. Todos viram
que deu certo, a mulher que se tornara prostituta voltou a Oséias.
Agora a expectativa de
DEUS era a seguinte. Assim como aquela prostituta voltou, DEUS esperava que Seu
povo de Israel também voltasse. Se até uma prostituta retorna, por que esse
povo não retornaria? Mas nesse caso não foi assim. Israel preferiu ficar na
prostituição, até o fim, o seu fim.
DEUS tentou cercar
Israel para que não fosse à prostituição da idolatria. Ele mandou profeta atrás
de profeta. Mas não adiantou nada. DEUS então tentou trazer Israel de volta
cortando bênçãos. Vieram inimigos e apertaram a nação. Vieram secas como a do
tempo de Elias. Nada disso funcionou.
Continuaram na idolatria. Então DEUS falou ao coração desse povo pela
ilustração da história dramática de Oséias. A prostituta ex-esposa dele voltou,
mas Israel não. Por último, DEUS mandou Seu filho para falar ao coração, agora
não mais de Israel, mas de Judá, a outra parte de Seu povo. Eles não atenderam,
exceto alguns indivíduos.
E nós, o que faremos?
DEUS nos recomprou por preço pesado demais. Oséias pagou 15 ciclos de prata e
uma medida de cevada. Pagou mais ou menos a metade do preço de um escravo, veja
que a prostituta já não valia mais muita coisa. DEUS pagou nosso resgate com a
vida de JESUS, e esse valor é incalculável. Esse valor não foi calculado pelo
que nós valemos, mas pelo valor de Quem se doou por nós. O povo de Israel
preferiu o poder romano à salvação de JESUS. Eles preferiram César. Só alguns,
por exemplo, os discípulos, preferiram JESUS. E deles JESUS fez um povo Seu,
buscando outras pessoas dentre os gentios. Nós fazemos parte desse povo de
Israel. E que seja assim para sempre, por toda a eternidade.
A ilustração real e
dramática vivida por Oséias, por ordem de DEUS, é extrema. Mais que isso DEUS
não pediria a um profeta. É muito duro ser profeta. No final dos tempos todos
os servos de DEUS serão profetas. Está escrito em Joel capitulo 2. E será um
tempo muito duro a esses que anunciarão a verdade nos últimos dias.
Oséias representou a
DEUS, quando sofreu ano após ano o drama de uma mulher que ele queria para si,
com a qual teve um filho, mas ela queria viver com muitos amantes. Assim como
Oséias sofreu, como ele foi ridicularizado, o nosso Senhor JESUS também sofreu
e foi ridicularizado. Muitos devem ter feito chacota de Oséias por causa de sua
mulher, assim JESUS foi humilhado na cruz. A JESUS havia os que diziam: “Se és
o Filho de DEUS, então desce da cruz".
“Te salva a Ti mesmo”. Mas Oséias foi atrás da esposa prostituta e
falou-lhe ao coração. Ele perdoou o que ela fez, pagou o preço do resgate da
prostituição, e a trouxe de volta. Ele ainda assim, a amou, tanto quanto antes.
JESUS pagou o nosso resgate com a sua vida, e foi vendido pelo preço de um
escravo por um que Ele tentava salvar.
Qual o impacto que esse
drama de um homem causou na nação israelita? Na prática, como nação, nenhum.
Por certo, como indivíduos, alguns se voltaram a DEUS. Se foi assim, já valeu o
preço da humilhação e da vergonha de ter uma esposa assim, da tristeza dela ir
embora e deixar Oséias e seu filho, da dor que isso tudo causa. Oséias terá
alguns amigos a mais que estarão com ele, por toda a eternidade. Esse tesouro
vale mais que qualquer perda aqui na Terra.
JESUS não conseguiu
trazer Seu povo de volta. Só três anos e meio depois d’Ele ter sido morto, o
seu povo apedrejou Estevão, e perseguia os apóstolos. Mas dos gentios CRISTO
tirou outro povo, aquele que deu continuidade ao que antes foi Seu povo. E nós
somos hoje o Seu povo. Nós que guardamos os Seus mandamentos e alimentamos a
esperança da segunda vinda de CRISTO. Sim, nós que ensinamos os escritos da
Bíblia, somos o Seu povo. Seja a igreja qual for, isso não importa, o nome da
igreja nada vale, desde que obedeça a tudo o que DEUS inspirou seus profetas a
escreverem em Seu lugar. A Sua Palavra, a Bíblia, é vida para a salvação de
todo aquele que crer no Salvador do mundo...
Bispo. Capelão/Juiz.
Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante
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