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domingo, 10 de agosto de 2014

ABANDONANDO O LAR PARA APASCENTAR PORCOS...

                               ABANDONANDO O LAR PARA APASCENTAR PORCOS...
“Quando ele finalmente voltou ao seu juízo, disse consigo mesmo: “Lá em casa até os empregados tem comida de sobra, e aqui estou eu, morrendo de fome!”
NVI: “Caindo em si, ele disse: Quantos empregados de meu pai tem comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome!…”
Esta é a terceira mensagem apresentada neste texto e como já dissemos logo na primeira, o que temos aqui não é uma história sem conexão com a vida real, mas é na realidade um quadro na vida real de cada um de nós. E na noite de hoje eu quero analisá-la a partir desta expressão que a traz: “caindo em si”.
Com certeza esta será uma parábola que você nunca mais vai se esquecer porque com esta já são quatro mensagens nestes últimos dias sobre este texto … e ainda temos mais quatro! Por isso, já não precisamos mais ler todo o contexto porque a historia esta vida em sua mente.
“CAINDO EM SÍ”. – Este é o marco divisor na história. Parece que até então o moço estava fora de si, fora de seu juízo normal, é também, e podemos dizer que este também é um quadro da humanidade porque parece que ela vive fora de si: guerras, desamor, egoísmo, uma terrível inversão de valores a ponto de em alguns momentos a pessoa que é honesta sentir-se constrangida de ser.
Às vezes dá vontade de mandar fazer uma camiseta com os seguintes dizeres: Sou minoria, Sou heterossexual, Sou honesto e Monogâmico. – Porque as vezes a gente se sente como se fosse um estranho no ambiente em que vivemos. A exaltação do homossexualismo, do adultério, da desonestidade, das falcatruas… e a que vive só com a esposa e não queremos outra, as vezes nos sentimos como um estranho.
E parece que o moço do texto estava fora de si porque todo o relato é de uma vida desastrada. Passa por cima dos direitos do irmão, ele, caçula, não tinha o direito de pedir herança, abandona um lar onde tem segurança, vai para uma terra estranha, gasta tudo o que tem, cai na miséria, vai cuidar de porcos, suprema humilhação para um judeu, até o momento em que, na palavra de Jesus “Ele caiu em si”.
Parece que muitas pessoas também vivem fora de si hoje, não tem nenhuma preocupação com valores espirituais e por vezes são direcionadas tão somente pelos sentidos, vivem como se fossem animais, que não tem razão, tem apenas instintos. Ele segue aquilo que os seus instintos o impulsionam.
“Caiu em si”, e diz o texto que a partir deste momento, ele faz uma reflexão sobre sua situação, reordena a sua vida, e muda todo o trajeto. Talvez tenhamos pessoas que não sejam depravadas, não estejam zombando de uma camiseta “hetero, honesto e monogâmico”, mas talvez tenhamos pessoas que estejam vivendo um pouco fora de si, que não estejam com a vida muito bem em ordem, precisando redirecionar os valores, reavaliar a sua existência e que estejam à semelhança deste moço passando por frustração e sentindo um desperdício enorme da vida porque estão fora de si.
E sabe o que acontece quando o homem cai em si? Caindo em si a vida mudou, caindo em si ele passa por um momento de reflexão, olha para dentro da sua vida, se auto analisa, ele para de colocar a culpa nos outros, para de tentar cegar-se a si mesmo e começa a ver-se como realmente é.
Primeira afirmação que acontece quando o homem cai em si: ELE TOMA CONSCIENCIA DO SEU ESTADO REAL. Quantos trabalhadores do meu pai tem comida de sobra e eu estou aqui morrendo de fome. Agora ele enxergou a situação. Veio uma fome, torrou tudo o que tinha, viveu sem pensar no dia de amanhã, quando chegou a fome foi procurar ajuda e conseguiu um emprego que não era lá o melhor do mundo, foi para uma fazenda cuidar de porcos.
Mas ele cai em si e toma consciência de seu estado real: “quantos trabalhadores de meu pai tem comida de sobra e eu estou aqui morrendo de fome”. – Eu preciso ser honesto comigo mesmo: não sou mais aquele moço, já vendi o meu anel, não estou mais com roupa de grife, estou coberto de trapos, estou cheirando a porco, não estou mais comendo estrogonofe de champignon, o que estou comendo agora é comida de porcos. Ele viu a sua situação e caiu em si!
Outra questão interessante: Ele não culpou ninguém. Estou morrendo de fome e o problema é meu….. – Porque também é muito fácil colocar a culpa nos outros. Com que facilidade nós passamos pela síndrome de Adão: “a mulher que tu me deste”, ou seja, há sempre alguém para culpar: “Não, eu estou assim porque o meu pai era incompreensível. Não, eu estou assim porque o ambiente em que fui criado era terrível e isso é uma Maldição Hereditária…
A gente é massificado por esse sociologismo de porta de botequim: tudo é culpa da sociedade. O jovem assumiu a culpa: eu estou assim e o problema é meu! (Nós erramos muito quando transferimos a culpa que é nossa para os outros.) Sem dúvida a nossa vida começa a ser transformada quando olhamos para nós vendo o nosso erro.
Isso nos faz lembrar a história de Davi. Cobiçou a mulher do próximo, tomou a mulher do próximo e mandou o próximo numa cilada para que morresse. – Ou seja, ele não só toma a mulher do outro mas é o autor intelectual de um homicídio.
E aí o profeta Natã começa a contar uma história bonita para ele: era um homem que tinha muitas ovelhas e tinha um coitadinho que só tinha uma, dormia no colo dele, ele tinha todo o carinho com esta ovelha, e esse sujeito que tinha tantas ovelhas foi lá matou o coitadinho e tomou a ovelha do coitadinho.
Davi ficou indignado e disse: imagine, matar o sujeito para tomar a ovelha dele. Esse cara deve morrer… E aí Natã diz: tu és este homem! É impressionante como Davi estava sendo severo com uma história fictícia criada por Natã e não estava enxergando o que ele fizera e neste momento parece que raiou alguma coisa na sua consciência, o Espírito lhe mostrou o que ele fizera e a palavra dele para o profeta é esta: Pequei!
O Salmo 51 que é uma das peças mais belas da Bíblia é onde ele canta a sua dor e a sua confissão de pecado depôs que foi acusado pelo profeta. “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal diante dos teus olhos para que sejas puro quando julgares e justo quando falares”. Agora ele reconhece que errou e a vida começou a mudar a partir daí.
No salmo 32, salmo gêmeo do 51, composto na mesma ocasião ele diz assim: “enquanto eu me calei os meus ossos envelheceram por causa da minha dor”. Ele estava sofrendo no seu físico por causa de um problema emocional. Distúrbios psicossomáticos, doenças que surgem por causa de situação emocional, espiritual inadequada. A vida começou a mudar quando ele reconheceu isto.
I Reis 8:46 diz que “Não há homem que não peque” e em Romanos 6:23 a palavra de Deus diz que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”..
Por isso nesta noite a Parábola do Filho Pródigo desafia você a olhar para o seu próprio estado espiritual.. Até porque é mais fácil olhar para a pessoa que está ao seu redor, perto do banco, e reconhecendo alguma coisa apontar o pecado dela.
Mas é a sua vida! Que não suceda com você o que aconteceu com duas pessoas que estavam brigadas na igreja e terminado o sermão pastoral, sobre pacificação, eles não se tinham se visto ainda, e um chegou e disse: Pastor, excelente mensagem, pena que o irmão fulano não estava aí para ouvir. Logo depois chegou o outro e disse: Muito boa mensagem, pena que o irmão beltrano não estava aí para ouvir.
Não é a questão de procurar saber a quem o pastor está falando, a quem vai caber a carapuça. Mas a pergunta é esta: Como é que eu estou vivendo? Estou perto de deus ou estou vivendo em rebelião? Qual é o meu estado real? Como esta minha comunhão com Deus? Tenho paz no coração? Tenho tranqüilidade espiritual? Tenho a certeza da companhia de Deus no meu viver? Como estou administrando a minha vida?
Quando o homem cai em si ele toma consciência do seu estado real, olha para a sua vida, reconhece os seus erros, bate no peito. Ele reconhece que está em pecado, não mais se justifica e não tenta nenhuma lei de compensação. Pelo contrário ele reconhece: O meu estado não é bom, preciso mudar. Por isso, Cair em si é tomar consciência de seu estado real.
Quando o homem cai em si ele ENCAMINHA OS SEUS PASSOS NA DIREÇÃO CERTA. É a segunda afirmação. Porque o texto diz que quando a fome chegou ele foi bater na porta de estranhos. O estranho, bastante sarcástico, sabendo que ele era um judeu, mandou cuidar de porcos, uma coisa triste.
Agora não, ele reconhece: “levantar-me-ei e irei ter com meu pai”. – A palavra pode ser dura mas é isto que a palavra de Jesus nos mostra: Virar as costas para o pai, insistir em traçar o seu destino sem ele, e caminhar na direção do chiqueiro, é caminhar na direção da lama, é descer a ladeira com o breque de mão solto.
Agora ele resolve voltar para a casa do pai, reconhece que apenas uma pessoa pode entender o seu problema e estender-lhe a mão: o seu pai. – Se alguém pensa que pode resolver a sua vida sem a graça do pai celestial, deixando Deus de lado está num equívoco muito profundo: Porque só o pai resolve!
É assim que muitas pessoas vivem, para alguns a vida nunca entra nos eixos, parece um para-raio para atrair problemas. Vivem correndo apagando incêndios, resolve uma crise aqui, outra ali, sai de uma crise aqui e mergulha em outra, nunca consegue colocar a vida em ordem. Pessoas que vivem batendo em portas estranhas ao invés de buscar a casa do Pai.
Há gente que reconhece o erro e continua sentada, acha que magicamente, de uma maneira ou de outra, a coisa vai dar certo. Aliás, em matéria de esperança nós brasileiros somos mestres. Há até uma peça de Plínio Marcos intitulada “Brasileiro: Profissão esperança”. Ou seja, de uma maneira ou de outra as coisas vão dar certo.
Entretanto o jovem não só reconhece que estava errado, ele tomou consciência disso, e em seguida encaminhou seus passos na direção certa: “levantar-me-ei e irei ter com meu pai”.
Em outras palavras: chega de estranhos! – E esta é uma postura que as pessoas precisam assumir. Em Jeremias 2:13 há uma palavra de Deus nestes termos: “O meu povo cometeu dois pecados terríveis: eles Me abandonaram (a Mim a fonte de água da vida), e construíram para si poços furados, que não prendem a água”.
Voltar é uma atitude da pessoa que é sensata, que caiu em si. Porque a nossa preocupação é esta: o que é que vão dizer se eu mudar? O que dirão se eu não mudar? Qual é a situação de quem não quer mudar? De quem reconhece o erro e insiste nele? Se continuasse ali a palavra dele se cumpriria: quantos empregados de meu pai têm fartura de pão e eu estou morrendo de fome. Era a morte. Longe do pai é a morte.
Quando o homem cai em si: primeiro, toma consciência do seu estado real; segundo, encaminha seus passos na direção certa; em terceiro e último lugar, ELE PEDE PERDÃO AO PAI. Isto fica bem claro quando os dois se encontram e o filho diz: “Pai, pequei contra Deus e contra o senhor, e não mereço mais ser chamado seu filho”. O que mais poderia dizer? Só isto.
É curioso como há gente que insiste em dizer tantas outras coisas. Poderia se desculpar. Há uma diferença entre se desculpar e pedir perdão. As desculpas são atenuadas, muitas vezes é fumaça no olho. Desculpa por qualquer coisa. Agora, o pedido de perdão é um bater no peito: Pai pequei contra Deus e o senhor e não mereço ser chamado seu filho. Na confissão dele está o reconhecimento de que não merecia nada.
Às vezes nos desculpamos porque julgamos que podemos receber de novo alguma coisa, porque temos méritos, temos virtudes. É só colocar as coisas em pratos limpos: olha me desculpe aí. É uma forma polida de dizer: vamos continuar como antes. Mas o pedido de perdão é reconhecer que estou errado, que não tenho mérito, não mereço ser filho, quero ser tratado como um empregado. Ele pediu por misericórdia.
Ele não pediu justiça, pediu clemência, misericórdia, o que quero é uma vaguinha aqui como se fosse empregado. E isso nos faz lembrar quando Jesus contou uma história de dois homens que foram ao templo para orar. Um achava que era o supra-sumo da bondade, tinha caído do céu aqui na terra, estava aqui por acidente. “Oh Deus! Te dou graças porque sou um homem bom. Jejuo duas vezes na semana”. A lei mandava jejuar uma vez por ano e ele jejuava 104 vezes. Isto que é gostar de jejum.
“Dou o dízimo de tudo que possuo. O Senhor está vendo esse fariseu, esse publicano, eu não sou igual a ele. O Senhor deve estar muito contente em me ver aqui na igreja. Quando eu chego acho que os anjos ficam até felizes. Eu abrilhanto o culto”.
O outro, disse Jesus, nem levantou os olhos, não tinha coragem, batia no peito e dizia: “Senhor tem misericórdia de mim, o pecador”. É interessante que ele não disse um pecador mas o pecador, o pecador por excelência. Diz Jesus que o homem que achou que Deus lhe devia alguma coisa saiu de lá vazio e o homem que batia no peito voltou para casa realizado. Porque Deus aceita pecadores, perdoa pecadores, porque trata conosco não na base do nosso mérito, porque não temos, mas na base da sua misericórdia. A sua misericórdia é para necessitados e carentes.
E agora o moço só podia pedir clemência, misericórdia. E na verdade irmãos, Deus só tem um ponto fraco que é sua misericórdia. Se há alguma coisa onde o homem consegue acessar o coração de Deus não é por sua religiosidade, não é por frases feitas, não é por cantar bem forte no culto, mas por apelar por misericórdia.
Nesta noite você precisa também olhar para dentro da sua vida e ver se não precisa pedir perdão a Deus. Se não há coisas erradas que você assumiu e que vem praticando e que nesta noite precisa dizer: Senhor me perdoa! Não mereço nada, mas estou errado. Porque aquele que pede perdão recebe perdão.
Quando o homem cai em si, toma consciência de seu estado real, encaminha seus passos na direção certa, pede perdão ao pai. E como consequência destas três atitudes a sua vida é consertada, tudo entra nos eixos, agora, ele que estava numa situação miserável volta, não como empregado, é recebido como filho e a história termina com festa.
Quando o homem cai em si ele é recebido por Deus, há alegria no coração de Deus e há alegria no coração do perdoado. A mais profunda experiência que uma pessoa pode ter é a experiência de que Deus a perdoou, que Deus a aceitou, que não tem nada contra ela, que está alegre porque ela voltou. Dois limites nas atitudes do moço: Antes de cair em si, morrendo, definhando, entristecendo o pai. Depois de cair em si, restaurado e alegrando o coração do pai.
Nesta noite eu convido você a cair em si, a olhar para dentro da sua própria vida, a tomar consciência do seu estado real, a ser crítico e analítico com você mesmo, a encaminhar os seus passos na direção certa, a pedir perdão pelas coisas erradas e suplicar a misericórdia e a aceitação. Hoje um convite para você CAIR EM SÍ...

Bispo. Capelão/Juiz Mestre e Doutor em Ênfase e Divindades

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