Simão  foi pescador (Mt.4.18), até o dia em que, conduzido por seu  irmão André (João1.40), conheceu o Senhor Jesus,  o qual lhe chamou "Pedro" (Petros), nome grego que  significa "pedra", o mesmo que "Cefas" em  aramaico (João 1.42). Era chamado também de "Simão  Barjonas", ou seja, Simão, filho de Jonas (Mt.16.17), ou  filho de João (Jo.21.15).  Devido ao uso de mais de um idioma,  era comum as pessoas possuírem  mais de um nome. Um hebraico,  outro grego; ou um em latim, outro em  aramaico, ou até mesmo  dois nomes numa mesma língua.
O  caso de Simão é bastante peculiar. Jesus lhe deu um  novo nome: Pedro. Não lhe bastaria ser "famoso".   Precisava ser firme e inabalável. Afinal, firmeza era o que  mais lhe  faltava naqueles primeiros anos de serviço ao Mestre.  Em seus momentos  de debilidade, era chamado de "Simão"  (Lc.22.31; Mc.14.37; João 21.15-17). Era o "velho homem"  em ação, com toda a sua fraqueza natural.Quando  conhecemos o Senhor Jesus, ele muda o nosso nome.
Muitos,  antes de se converterem, eram chamados de  "mentirosos",  "enganadores", etc. Depois, passam a ser conhecidos como   honestos, trabalhadores, bons cidadãos, etc. Quando o suposto   convertido não vive à altura do evangelho, então  fica conhecido como  "crente desonesto", "crente  mentiroso", etc. Tornou-se o seu "último estado pior  do que o primeiro". Pedro era casado e morava em Cafarnaum,  cidade situada ao noroeste do Mar da Galiléia (Mc.1.21,29,30).  Jesus exerceu nessa região uma parte considerável do  seu ministério. Pedro se tornou discípulo e apóstolo  de Jesus (Mt.10.2). Seu ministério foi mais dedicado aos seus  próprios compatriotas, os judeus. Foi considerado "apóstolo  à circuncisão" (Gál. 2.8). Foi grande o seu  destaque entre os apóstolos quando andavam com Jesus e também  na igreja, depois da ascensão do Senhor.
Pedro  pronunciou a mais célebre declaração dita por um  discípulo: "Tú és o Cristo, o Filho do Deus  vivo." (Mt.16.16). E também: "Para quem iremos nós,  Senhor. Tu tens as palavras da vida eterna." (João 6.68).  Por outro lado, cometeu grave erro ao repreender o Mestre dizendo:  "Senhor, tem compaixão de ti. Isso de modo nenhum te  acontecerá." (Mt.16.22). Imediatamente, ouviu a mais  severa repreensão de Cristo: "Para trás de mim,  Satanás!" (Mt.16.23).
Observamos  que Simão Pedro saía na frente dos  discípulos em  qualquer situação, fosse para errar ou acertar. Com   isso, conseguia grandes elogios e também repreensões.  Pedro teve  experiências ímpares, maravilhosas, e também  fracassos vergonhosos.  Vejamos alguns exemplos:
Experiências Maravilhosas
- Andou sobre as águas (Mt.14.29)
- Testemunhou a ressurreição da Filha de Jairo (Lc.8.51)
- Testemunhou a transfiguração de Cristo (Mt.17.1).
- Testemunhou a agonia de Cristo no Getsêmani (Mt.26.37)
- Pescou um peixe que tinha uma moeda na boca (Mt.17.27).
- Pregou no dia de Pentecostes (At.2).
- Curou um coxo na porta do Templo (At.3).
- Talvez enfermos tenham sido curados sob a sua sombra (At.5.15).
- Mediante a sua palavra, morreram Ananias e Safira (At.5.1-10).
- Curou um paralítico (At.9.34).
- Ressuscitou Dorcas (At.9.40).
Fracassos Vergonhosos
- Duvidou e começou a afundar (Mt.14.30).
- Repreendeu o Senhor Jesus. (Mt.16.22).
- Negou a Cristo três vezes (Mc.14.66-72).
- Cortou a orelha de Malco (João 18.10-11).
- Foi temporariamente contrário à evangelização dos gentios (At.10).
- Apresentou duplo comportamento (Gál. 2.11-12).
Alguns   episódios da vida de Cristo foram  testemunhados apenas por   Pedro, Tiago e João. Até a ordem em que esses  nomes   aparecem no texto nos mostra a preeminência de Pedro (Lc 8.51;   Mt 17.1; Mt 26.37).
Durante  algum tempo, sua vida foi muito contraditória.  Se Pedro  vivesse nos nossos dias e tivéssemos de formar uma comissão   na igreja, ou uma equipe para um trabalho especial, talvez não  o  escolheríamos. Contudo, Jesus o escolheu. E não  acontece assim também  conosco? Num momento estamos "andando  sobre as águas" e, "no  próximo versículo"  já começamos a afundar. Talvez também tenhamos   muitas vezes negado a Cristo através das nossas ações  e palavras.
Contudo,  Jesus nos escolheu e já nos conhecia antes que  pudéssemos  acertar ou errar. O mais importante é o conserto. Se caímos   precisamos nos levantar rapidamente, seguir adiante, e procurar   evitar novas quedas. Pedro negou a Cristo três vezes.  Confrontado por  sua consciência e pelo olhar do Mestre, chorou  amargamente, arrependido  do seu fracasso (Lc.22.61-62). Passados  cinqüenta  dias, Pedro estava pregando a respeito da ressurreição  de Cristo.  Afinal, sua vocação não foi cancelada  pelo pecado. No dia de  Pentecostes, Pedro estava entre os que foram  cheios do Espírito Santo,  inaugurando assim a igreja do Senhor  Jesus.
O  registro dos erros de Pedro são bastante oportunos  pois, além  de evidenciarem a sinceridade dos escritores bíblicos,  servem  para derrubar a tese de uma suposta infalibilidade apregoada por   alguns. Tantas falhas deveriam ter sido suficientes para que Pedro   não viesse a ser idolatrado por tantas pessoas. Contudo, todos  os seus  erros não foram bastante. O escritor de Atos dos  Apóstolos  concentrou-se na pessoa e nas obras de Pedro até  o capítulo 12. Afinal,  foi considerado como uma das "colunas  da igreja" (Gálatas 2.9).
Além  de ter trabalhado em Jerusalém, atuou também na   Babilônia (I Pd 5.13). Não se sabe ao certo se Pedro  esteve na  Babilônia que ficava às margens do Eufrates,  ou se isso foi uma  referência velada à cidade de Roma.  Segundo Orígenes, Pedro foi morto  sob as ordens do Imperador  Nero depois do incêndio em Roma. Sabendo   que seria crucificado, Pedro pediu que o fosse de cabeça para  baixo,  pois não se julgava digno de morrer na mesma posição  que o Mestre. A data de sua morte estaria situada entre os anos 64 e  68 d.C...
BISPO/JUIZ.DR.EDSON CAVALCANTE 
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