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terça-feira, 16 de março de 2021

O PODER DA FÉ

 

O PODER DA FÉ

A fé como escudo (Efésios 6:16), não diz da crença do indivíduo, mas da fidelidade expressa na palavra de Deus, que é escudo e broquel (Salmo 91:4).

A salvação vem pela fé
Por que precisamos de fé?
Qual é a fé que salva?
De onde vem a fé que salva?
Como a fé em Jesus afeta sua vida?
Como sua fé pode aumentar?
Conclusão
“Porque nós pelo espírito da fé aguardamos a esperança da justiça.” (Gálatas 5:5).

Introdução
Este artigo tem por objetivo abrir os olhos do leitor, com relação à má leitura que muitos cristãos fazem, acerca do tema fé.

Aleatoriamente, escolhemos um artigo na internet, que aborda o tema, e, junto com você, leitor, verificaremos os erros e os acertos, acerca do tema ‘fé’.

A fé tem poder?
Analisaremos o texto “Qual é o poder da fé”, disponível no site Respostas Bíblicas, que começa com a seguinte colocação:

“A Bíblia ensina que a fé é fundamental para a vida cristã. A fé tem muito poder e pode fazer toda a diferença em sua vida. Siga esse estudo bíblico e descubra como a fé pode mudar sua vida:” Respostas Bíblicas
A Bíblia ensina que a fé é fundamental para a vida cristã ou, a Bíblia ensina que a fé é o firme fundamento? (Hebreus 11:1) A Bíblia ensina que a fé tem muito poder ou, ela ensina que o evangelho é o poder de Deus, para a salvação daquele que crê? (Romanos 1:16)

Para a nossa análise, precisamos seguir o que preceitua a Bíblia:

a) a fé é o firme fundamento do que se espera e;

b) o evangelho é o poder de Deus. Dizer que a fé tem muito poder e que pode fazer toda a diferença ou, que é fundamental para a vida cristã, é leviano e você irá descobrir o porquê.

A salvação vem pela fé
O artigo que não vem assinado, prossegue com o subtítulo: ‘A Salvação vem pela fé’ e explica o que significa ter fé, com base no texto de Hebreus 11, verso 1:

“Fé é acreditar em alguma coisa, mesmo quando não a vemos. Quando você tem certeza sobre aquilo em que você acredita, você tem fé”. Idem.

Enquanto o escritor aos Hebreus fala de modo objetivo, que a fé é ‘o firme fundamento do que se espera’, o artigo apresenta a fé de uma perspectiva subjetiva: acreditar em alguma coisa. Para o escritor do artigo, se alguém tem certeza quanto ao que acredita, significa que tal pessoa tem fé.

É isso o que a Bíblia diz? A fé que o escritor ao Hebreus define, pode ser a certeza que alguém tem de que irá chover? A certeza que alguém tem, de que irá fazer muito frio, é a fé que o escritor aos Hebreus evidencia?

Os homens possuem inúmeras certezas, conforme o que bem acredita, mas, isso não significa que tenham a fé manifesta.

Quando lemos, na Bíblia, que a salvação vem pela fé, significa que a salvação vem por Cristo, pois, Cristo é a fé manifesta.

“Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.” (Gálatas 3:23).

Portanto, Cristo é a fé manifesta, o firme fundamento daqueles que esperam a salvação. Cristo é o tema do evangelho, portanto, a fé que foi entregue aos santos (Judas 1:3). Por isso é dito que a salvação é pela fé, pois o evangelho é o poder de Deus para salvação dos que creem.

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois, é o poder de Deus, para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e, também, do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus, de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.” (Romanos 1:16-17).

É pelo evangelho que o homem é salvo (Efésios 1:13). É pela graça que o homem é salvo, visto que Cristo é a graça de Deus, que traz salvação a todos os homens, ou seja, por meio da fé, Cristo, a fé manifesta:

“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens.” (Tito 2:11).

Por que precisamos de fé?
Tendo por base Hebreus 11, verso 6, o escritor questiona o motivo de precisar de fé e arremata:

“Se você quer agradar a Deus, você precisa crer que Ele existe! A fé é a base para um bom relacionamento com Deus.” Idem.

Quando o artigo, em análise, diz que precisamos de fé e enfatiza que precisamos ‘acreditar em alguma coisa’, sendo que o homem precisa de Cristo, a graça de Deus manifesta, pois, só por intermédio de Cristo, o firme fundamento, é possível ao homem agradar a Deus. (1 Coríntios 3:11; Efésios 2:20)

Sem Cristo, é impossível agradar a Deus, pois, é por intermédio de Cristo, que o homem crê na existência de Deus e que Ele dá galardão aos que O buscam.

“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;” (2 Coríntios 3:4);

“E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus;” (1 Pedro 1:21);

“Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.” (Hebreus 10:35).

A evidência de que alguém, de fato, crê na existência de Deus, está em obedecê-Lo, isto é, crendo que Jesus é o Cristo.

Os judeus criam na existência de Deus? Claro que criam na existência de Deus, porém, Jesus os descreve como descrentes, pois, não criam em Cristo, como enviado de Deus.

“E a sua palavra não permanece em vós, porque naquele que ele enviou não credes vós.” (João 5:38);

“E Jesus clamou, e disse: Quem crê em mim, crê, não em mim, mas naquele que me enviou.” (João 12:44).

Com base nos versos acima, fica claro que, crer que Deus existe, de modo a agradá-Lo, só é possível, crendo que Jesus é o Cristo.

Qual é a fé que salva?
No item 3, o texto sob análise, enfatiza que ‘há muitas pessoas com crenças diferentes no mundo’, para, em seguida fazer duas perguntas: ‘Será que qualquer tipo de fé é válido?’; ‘Qual é a fé que salva?’, concluindo com a seguinte explicação:

“Só há um caminho para Deus: Jesus. Somente a fé em Jesus como seu salvador, que ressuscitou dos mortos, salva. Isso significa reconhecer que você tem pecado e merece castigo. Você não consegue se reconciliar com Deus sozinho. Você precisa de um salvador. Se você crê que Jesus morreu na cruz, no seu lugar, para pagar o castigo de seus pecados, e ressuscitou para lhe dar a salvação, você será salvo.” Idem.

Da explicação, somente quatro frases estão corretas:

só há um caminho para Deus, Jesus Cristo-homem (João 14:6; 1 Timóteo 2:5);
somente crendo (fé em Jesus) em Cristo como salvador, e que Ele ressurgiu dos mortos, é que o homem alcança salvação (Romanos 10:9);
é impossível ao homem se reconciliar com Deus e;
precisa de um salvador.
Só crê em Cristo para ser salvo aquele que reconhecer que é pecador, pois está sob a ira divina: morto em delitos e pecados. A questão não está em merecer castigo, antes, que veio o juízo e está condenado, em função da desobediência de Adão.

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação (…) Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores…” (Romanos 5:18 -19).

O homem é pecador, ou seja, escravo do pecado, e por isso peca, diferente da ideia de que ‘tem pecado’ (cometido erros) e que será merecedor de castigo por ‘ter pecado’.

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (João 3:36).

Outro equívoco é afirmar que Jesus morreu para ‘pagar o castigo de seus pecados’, sendo que Jesus morreu em obediência ao Pai, para haver substituição de ato, obediência do último Adão, em decorrência da desobediência do primeiro Adão.

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” (Romanos 5:18).

Jesus morreu a cruz, no lugar dos pecadores, em obediência ao Pai, de modo que o Pai O ressuscitou e o exaltou soberanamente.

“E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;” (Filipenses 2:8 -9).

Através da sua carne, Jesus consagrou um novo e vivo caminho, de modo que, quem crê em Cristo se torna participante da sua morte, sendo crucificado, morto e sepultado com Cristo, para que possa ressurgir dentre os mortos uma nova criatura.

“Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,” (Hebreus 10:20).

Na cruz Jesus morreu no seu lugar, para substituir a desobediência de Adão. Agora, através da oferta do corpo de Cristo, todos quanto creem, são julgados com Cristo, para não serem condenados com o mundo, por isso, morrem com Cristo, para serem justificados.

“Porque aquele que está morto está justificado do pecado.” (Romanos 6:7).

Quem está morto com Cristo, está livre (justificado) do pecado, portanto, sem nenhuma condenação (Romanos 8:1) e, como Jesus ressurgiu dentre os mortos, para justificação dos que creem, os que ressurgem com Cristo são declarados justos (justificados) por Deus.

“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.” (Romanos 4:25).

De onde vem a fé que salva?
No item 4, do artigo em análise, tem-se a pergunta: ‘De onde vem a fé que salva?’, apresentando os textos de Efésios 2:8-9 e de Romanos 10:17. Em seguida é dada a seguinte explicação:

“A fé é um dom que Deus dá. Ela vem, quando você ouve a palavra de Deus. Por isso, é importante ler a Bíblia e ir à igreja, onde você ouvirá mais de Cristo.” Idem.

Quando é dito que ‘a fé é um dom que Deus dá’, a qual ‘fé’ o escritor está se referindo? Cristo, o dom de Deus, ou, o ato de crer, de acreditar? Percebe-se que, no texto, o escritor não consegue diferenciar a ‘fé’ (objetiva) do ‘crer’ (subjetivo).

“Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” (Romanos 5:15).

Cristo é o dom de Deus (João 4:10), portanto, Ele é a fé, pela qual o justo viverá:

“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.” (João 6:57);

“E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé.” (Gálatas 3:11).

‘Viver da fé’ é ‘viver de Cristo’, ‘viver do evangelho’. Quando o apóstolo Paulo sublinhou que a ‘fé é pelo ouvir’, ele havia destacado que seria apenas quem invocasse ao Senhor (Romanos 10:13) e citou Isaías, para evidenciar que, nem todos tem obedecido ao evangelho, pois Isaías diz que: ‘Senhor, quem creu na nossa pregação?’ (Romanos 10:16).

Ao anunciar o evangelho a Abraão, Deus estava dando a entender que justificaria os gentios pela fé, ou seja, pela sua fidelidade, e por isso Ele enviou o Cristo.

“Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.” (Gálatas 3:8).

Isso demonstra que a ‘fé’, que ‘é pelo ouvir’, diz da palavra de Deus, diz do evangelho, mas, também, que não creram na pregação.

“Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Romanos 16 -17).

A fé não é um dom que vem quando o homem ouve a palavra de Deus; na verdade, a palavra de Deus é a fé (πίστις), ou seja, a verdade, a fidelidade, independentemente, de que creiam ou, de quando não ouvem.

“Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2:11 -13).

Como a fé em Jesus afeta sua vida?
No item 5, verifica-se que o escritor do artigo, que consta disponível no site Respostas Bíblicas, faz algumas afirmações, tendo por referência os seguintes versículos: 1 João 5:4, Efésios 6:16, Gálatas 2:20, Lucas 17:6 e João 3:36.

Ora, quando o apóstolo João diz que ‘a vitória que vence o mundo é a nossa fé’ (1 João 5:4), ele não se refere ao ato de crer do indivíduo, mas, na doutrina do evangelho. O que vence o mundo é Cristo e Cristo é a nossa vitória, Ele é a nossa fé (João 16:33).

A fé como escudo (Efésios 6:16), não diz da crença do indivíduo, mas, da fidelidade expressa na palavra de Deus, que é escudo e broquel (Salmo 91:4). A fidelidade de Deus é efetiva na proteção contra os ‘dardos inflamados’ do inimigo, que são doutrinas de engano.

O apóstolo Paulo dá testemunho de que estava crucificado com Cristo, portanto, estava morto e Cristo vivia nele. A vida que agora possuía na carne, o apóstolo Paulo vivia no evangelho de Cristo, na fé do Filho de Deus.

Viver na fé é estar no espírito, ou seja, no espírito da fé, na mensagem da fé:

“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” (Romanos 8:9);

“Porque nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça.” (Gálatas 5:5).

Cristo fazia milagres ocorrerem, mas, a crença do indivíduo não tinha esse ‘poder’. Quando os discípulos pediram a Cristo para aumentar a fé (crença) deles, Jesus demonstra que a crença deles não era problema, pois, mesmo que fosse pequenina como um grão de mostarda, ela é capaz de realizar o que é ‘impossível’ aos homens.

Assim, o segredo não está no tamanho da fé que alguém possui, mas, no poder de realização da palavra de Deus, que é firme e imutável. Basta crer na palavra de Deus, mesmo que seja uma crença do tamanho de um grão de mostarda, que o homem consegue realizar o impossível: a salvação da alma.

“Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se? E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.” (Mateus 19:25 -26).

A fidelidade de Deus é a garantia da vida eterna para todos os que creem em Cristo. O homem alcança salvação quando crê, mas a garantia da salvação está na fidelidade de Deus (João 3:36).

Como sua fé pode aumentar?
A ‘fé’, como pregação, não há como ser fortificada, mas, somente a crença do indivíduo.

“Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gálatas 3:2).

Outros discípulos de Cristo não conseguiram expulsar um demônio de um menino (Marcos 9:14 e 18), o que pode ter suscitado uma discussão entre aqueles seguidores de Cristo e alguns escribas (Marcos 9:16).

Jesus dá o seu veredito: Ó geração incrédula! Quando trouxeram o menino, ele caiu, ficou agitado e espumava. Diante daquele quadro, Jesus pergunta ao pai da criança, há quanto tempo ela estava daquele jeito, e o pai respondeu que, desde a infância. O pai roga por compaixão, se Cristo pudesse fazer alguma coisa (Marcos 9:22).

Jesus enfatiza a condição: se tu podes e declara: tudo é possível ao que crê!

A palavra de Cristo fortificou a confiança daquele pai e ele afirma, categoricamente: eu creio e roga para ser ajudado quanto à sua falta de confiança (Marcos 9:24).

A confiança do homem só resulta em uma ação sobrenatural, quando Deus dá a sua palavra. Jesus ordenou ao espírito mudo e surdo que deixasse o menino e que não mais voltasse, e o milagre ocorreu e a crença daquele homem em Cristo se robusteceu.

Com relação à salvação, se você não acredita que basta confiar que Jesus é o Cristo, basta ler a Bíblia, que você terá a sua confiança restabelecida. Aquele que crê que Jesus é o enviado de Deus, recebe de Deus poder para ser feito filho de Deus, pois, por intermédio de Cristo, você recebe a salvação e a vida eterna.

Conclusão
Devemos analisar as Escrituras para não sermos levados por palavras vazias, pois, se não for conforme o expresso na Bíblia, não é real e não é garantido por Deus.

Quantas pessoas se decepcionam com Deus, pois firmaram a sua crença em falsas esperanças, pois, Deus vela sobre a sua palavra para a cumprir, mas, Ele não se responsabiliza por mentiras ditas em seu nome.

Devemos julgar os espíritos, para verificarmos se eles são provenientes de Deus ou, não (1 João 4:1). Não podemos nos alimentar de tudo o que é dito em nome de Deus, sem, antes, submetermos o que é oferecido ao crivo do que está nas Escrituras.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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