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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

CHEGA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MEIO AOS CRISTÃO

 

CHEGA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MEIO AOS CRISTÃO.


Para começarmos a falar de violência contra a mulher no meio cristão, partimos da informação que cerca de 40% das denúncias feitas nos órgãos especializados é realizada por mulheres que se denominam evangélicas.

Acreditamos que esse número deve ser muito maior, pois muitas se omitem por medo e por vergonha da comunidade religiosa em que vivem, e quando buscam ajuda de seus líderes muitas vezes escutam que elas devem orar e que a mulher deve ser submissa ao seu marido.

Submissão é uma palavra que se não analisada de maneira coerente dentro do contexto bíblico, pode muitas vezes causar estragos irreversíveis na vida de muitas mulheres, como traumas psicológicos. Devemos entender que essa palavra não cabe somente à mulher, mas para todos.

Vamos separar essa palavra, sub/missão, e poderemos a compreender melhor. Cada um tem sua missão em um casamento, a da mulher é de auxiliadora do marido, mas será que alguém pode auxiliar a quem te fere e te machuca? Praticamente impossível.

O homem que realmente teme a Deus, ama, cuida, protege e respeita a sua esposa e consequentemente terá ao seu lado alguém para auxiliá-lo a alcançar um ministério forte.

Existem trechos da Bíblia que muitos usam para justiçar a submissão feminina de maneira equivocada. Basta vermos o que está escrito em Efésios, capítulo 5 dos versículos de 21 ao 33.

Porém, infelizmente o que vemos comumente são muitos religiosos se baseando, no que está escrito nos versículos de 22 ao 24:

22. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;

23. Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.

24. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.


Esquecem-se de meditar no versículo anterior que diz: Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus (Efésios 5:21).


25. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,

26. Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,

27. Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.

28.Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.

29. Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;

30. Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.

31. Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.

32. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.

33. Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido. (Efésios 5: 23-33)


Observamos que há recomendações para ambas as partes e concluímos que, devido à má interpretação ou uso de pequenos trechos das escrituras em benefício próprio, muitas mulheres em seus lares cristãos, tem sofrido com relacionamentos abrutalhados, autoritários e ditatoriais. E com muita frequência vemos estes casos culminarem em feminicídios, que deixam toda a sociedade estarrecida.

Devemos entender ainda que aonde Cristo verdadeiramente habita, não há violência. E que não só as mulheres terminam sendo afetadas, mas os filhos também. Pois, muitos desses meninos podem vir a se tornar potenciais agressores e as meninas por sua vez acharem que é normal sofrer qualquer tipo de agressão.

As lideranças não podem aceitar que homens que cometam tais atos que aborrecem ao Senhor, continuem impunes e muitas vezes até com cargos dentro das mais diversas religiões.

Mulheres, a Palavra diz que a sabedoria precede a honra. Sejam sábias, denunciem.

Você nesse momento deve estar a se questionar: “mas Deus abomina o divórcio o que eu faço?” Em I Co 7: 15, o Apóstolo Paulo nos dá a seguinte orientação: “Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.”

Quando um homem não teme e não segue o que está nas escrituras, ele é sim um descrente e a partir do momento que esse homem agride sua esposa e fere toda a sua família, ele já abandonou seu lar há muito tempo.

E para terminar, vejam que o Apostolo Paulo diz que, Deus nos chamou para a paz, alguém acredita mesmo que há paz em um lar ou em alguém que sofre agressões?

Que essa pergunta nos leve a refletir.

Não tenham medo, não tenham vergonha.

Não se calem.

O silêncio pode matar.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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