Pages

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

OS SETE CAMINHOS NO DESERTO QUE NOS APROXIMA DE DEUS

 


OS SETE CAMINHOS NO DESERTO QUE NOS APROXIMA DE DEUS

Texto Dt. 8.2-3

Introdução
Algumas vezes Deus permite que certas circunstâncias surjam na nossa vida, só para ver se somos assim tão honestos e sinceros quando falamos no Seu nome. Por isso, Ele permite que na nossa vida aconteçam dificuldades, adversidades, opressões, doenças, e problemas familiares. Por que Deus permite o deserto na nossa vida?. A própria Palavra de Deus nos afirma que, muitas vezes, o próprio Deus nos manda para o deserto. E, para que não tenhamos dúvidas sobre isso, lembremos que nem mesmo o Filho de Deus, ficou isento da provação. O Espírito Santo o conduziu ao deserto para ser tentado pelo diabo (Mt.4.1).

O povo de Israel viveu no Egito durante 430 anos, a maior parte deste período, foram como escravos. Viveram numa liberdade reprimida e controlada pelos egípcios que possuíam crenças e hábitos estranhos aos valores espirituais de Israel. Isso resultou na assimilação de alguns hábitos e comportamentos, e no surgimento de sentimentos mesquinhos, medíocres e negativistas, os quais se tornaram mais evidentes no deserto. Esses sentimentos faziam com que o povo de Israel reclamasse de tudo e perdesse boas oportunidades de valorizar as experiências com Deus no deserto. Dessa forma, o povo acabou tornando-se mais hostis e amargos.

O ambiente do deserto permitiu a Israel perceber não só as suas limitações e desafios, como também a grandeza de Deus evidenciada por grandes obras e preciosas lições. Essas experiências foram necessárias para mudar essa Nação à maneira de Deus, pois como povo Seu, ela deveria cumprir os seus propósitos aqui na terra como havia sido dito a Abraão: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn.12.3).

Quando falamos em deserto a primeira coisa que vem na nossa mente é de imaginarmos uma região que não chove, de um lugar quente e seco, incapaz de sustentar pouca vida. Um lugar de muita areia e pedras, onde não existe conforto, nem água para beber. E o deserto espiritual, o que vem ser na realidade?. Posso definir em poucas palavras: É O LUGAR ONDE DEUS TOCA PROFUNDAMENTE A ALMA DO HOMEM.

Queridos, o deserto espiritual é exatamente a mesma coisa. É a nossa “vida seca” diante da presença de um Deus que nos dá vida e vida em abundância. Deus permite que aconteça o deserto na nossa vida para provar o nosso coração, se ele está firme N’Ele, ou se ainda estamos vacilantes na fé. O deserto põe o homem face a face com Deus. À medida que o homem mostra a sua fraqueza, ele se vê obrigado a buscar refúgio e amparo no Senhor. Veja que após a euforia da saída do Egito, e do milagre da passagem pelo Mar Vermelho, onde todos passaram de pés secos, atrás deles, o mar se fechou mostrando que Deus só abre caminho para seus filhos, e o caminho que Deus abriu para você ninguém mais vai passar!. Você crê nisso?!.

O povo começou a sua caminhada pelo deserto, vindo em seguida às provações, pois para Deus o ouro quanto mais provado no fogo, mais puro fica, e melhor é o seu valor!. É no deserto que nos despojamos de nós mesmos. É o encontro da verdade. É quando nos quebrantamos num ambiente hostil, onde não gostamos e nem estamos acostumados a ficar. Saiba que Deus não atrai crianças nem covardes para o deserto, mas homens que demonstrem coragem para lutar e vencer as batalhas que lá se encontram. O próprio Jesus deu o testemunho sobre um homem valente que seria encontrado no deserto ao falar de João Batista (Mt. 11.7-14).

O deserto é uma obra de Deus, para onde Ele dirige os seus eleitos (Os.2.16). É onde Deus parece atrair-nos para uma experiência. Um chamado de Deus, para mergulharmos na mais profunda intimidade pessoal com o Senhor. Não podemos cair na tentação de dizer que o deserto é uma punição divina, o que não é verdade, pois até os grandes homens de Deus passaram por essa experiência em suas vidas. Deus promete que nos ajudará a passar por esse período, que costumamos chamar de deserto.

No deserto Ele nos protege, nos defende, nos ajuda, e até nos livra dos perigos. Deserto é um lugar de passagem, não é um lugar para se morar!. Talvez você esteja pensando assim: se o deserto é um lugar de solidão, de falta de perspectiva, onde andamos sem rumo, nos sentimos tristes, abatidos, e amargurados, então por que Deus não evita de passarmos por esse lugar tão sombrio?.

Amados, não há como evitar!. Um dia todos nós teremos que passar por ele!. Pense diferente!. Lembre-se: foi preciso atravessar o deserto para que o povo de Deus pudesse alcançar a terra que o Senhor havia prometido!. Deserto é lugar onde experimentamos os milagres de Deus, mesmo no meio de tantas adversidades. Um lugar onde não há resposta para todas as nossas perguntas, todavia lá existe o mais importante: a Presença de Deus!. É onde Deus governa totalmente a nossa vida!. O deserto é lugar de auto-conhecimento e de preparação para os guerreiros que estão dispostos a aprenderem a conquistar!.

Embora o deserto seja um lugar de escassez, de luta e sofrimento, é também uma fonte de permanente poder, cenário onde Deus quer nos capacitar, preparar, e transformar a nossa vida para que ela seja um referencial para a nossa igreja, para os nossos amigos e nossos familiares. Deus quer que todos vejam o seu exemplo de vida cristã. Vejamos então os Sete Caminhos que Deus nos leva para que a nossa vida seja impactada!.

O PRIMEIRO CAMINHO – NO DESERTO NOS HUMILHAMOS
Ele sabe que o maior inimigo de nós mesmos é o ego: o orgulho, a vaidade, a soberba, a prepotência, a auto-suficiência. Deus quer nos livrar da nossa justiça própria que se recusa a reconhecer os nossos próprios pecados. Deus quer nos livrar da hipocrisia, dos altos padrões morais, teimamos mostrar para os outros, mas que na verdade não movemos um dedo para vivê-los. Deus quer nos livrar de um espírito crítico que vê o cisco no olho do irmão, mas não consegue perceber a trave que está dentro dos seus olhos!.

No deserto, Deus nos faz ver quem realmente somos!. As máscaras caem. Os pecados mais íntimos são revelados. Arrependimento e contrição são seguidos pelo perdão de Deus que nos faz humildes na sua presença. O Senhor nos conhece muito bem, mas nós não nos conhecemos como Ele nos conhece!. Atravessar o deserto ajuda a nos conhecer melhor, e nos tornarmos uma pessoa muito melhor. O caminho do deserto é difícil, mas não impossível para quem vai atravessá-lo. Deus atravessa conosco!.

O SEGUNDO CAMINHO – NO DESERTO DEUS NOS PROVA
Não temos dúvidas da onisciência de Deus. Ele sabe o que ocorre nos recessos de nosso coração. Ao mesmo tempo, Deus quer evidências de que estamos prontos para obedecê-lo de todo coração. Palavras somente, por mais tocantes que sejam não são suficientes para Deus. Podemos confessar com lágrimas que amamos Deus e que estamos prontos a entregar nossa vida para ele. Hipocrisia nossa!. É no deserto que vamos demonstrar a realidade de nosso amor por Deus. Quando tudo vai bem, é fácil louvar a Deus. No deserto, somos surpreendidos quando descobrimos o que está guardado bem no fundo do nosso coração.

Se há murmuração, ingratidão e desejos de voltar para o Egito, ou uma fé inabalável Naquele que prometeu, uma terra que mana leite e mel. Cada deserto que atravessamos na nossa vida, terá um valor inestimável para nosso crescimento espiritual!. É um lugar de oportunidades, um lugar de encontro, onde nossas lágrimas serão mais verdadeiras. Lá descobriremos que aquilo que achávamos ser, não é realmente o que somos!. È lá que os nossos valores serão questionados. É lá que percebemos nossos limites, quando nos defrontamos com a nossa fragilidade. É lá que somos desmascarados, e os mais íntimos sentimentos do coração, são trazidos para fora.

Quando somos postos a prova por Deus, vamos descobrir que as nossas próprias forças são limitadas. Quando o Senhor nos confronta no deserto, começamos a entender o quanto espiritualmente somos fracos e que precisamos de um alicerce chamado Deus para suportar todas as provas.

O TERCEIRO CAMINHO – NO DESERTO DEUS NOS DÁ SUA PROVISÃO
Enquanto vivemos na ilusão de que somos capazes de resolver nossos problemas e conduzir nossas vidas, não saberemos o que é a intervenção de Deus. Confiamos mais em nosso contra cheque, em nossas posses, em nossas habilidades, nos nossos bens. É no deserto que vamos descobrir que a água pode jorrar da pedra e o pão pode vir do céu. No deserto experimentamos a presença de Deus agindo de forma inconfundível na nossa vida, para darmos testemunho de que ele é o Deus vivo e Eterno.

O povo necessitava aprender que sua simples existência não dependia de seus próprios esforços, mas de Deus ir ao encontro dessas necessidades. Cada manhã Deus diria uma nova palavra e providenciaria o alimento daquele dia. Em Mateus cap. 4 e Lucas cap.4 Jesus nos dá um belo exemplo quando venceu a primeira tentação de Satanás. Apesar de faminto, escolheu esperar uma palavra de Deus, sabendo que esperar pelo Pai é mais essencial à vida do que o próprio alimento!. É esta verdade que a experiência no deserto com suas severas privações, superadas dia a dia pela provisão divina, pretendeu ensinar o povo hebreu.

O QUARTO CAMINHO – NO DESERTO DEUS NOS ALIMENTA ESPIRITUALMENTE
Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. A verdade de Deus nos alimenta, nos fortalece, nos dirige, nos corrige, nos educa, nos disciplina. Ela é a nossa vida. Como uma árvore ao lado de um rio, assim é aquele que ama a Palavra de Deus. Suas folhas são verdes e seus frutos abundantes. Como um pai, Deus nos disciplina para que alcancemos a maturidade.

Por isso, não desfaleça no deserto. Há um propósito. Há uma necessidade. E quando você entrar na terra prometida, você se lembrará que as mais preciosas lições da vida foram aprendidas no deserto. E para nossa surpresa vamos entender que Deus sempre esteve presente no nosso deserto. Bem aventurados são os que atravessaram o deserto e não perderam o afeto por Deus, pois puderam enxergar em meio à escuridão, a luz de Deus.

O QUINTO CAMINHO – NO DESERTO APRENDEMOS MAIS DE DEUS
No deserto encontramos algo valioso: o renascer de nossa alma e do nosso espírito. Se a alma estava corrompida ficará são. Se o espírito estava doente ficará sarado. Se estava velho, ficará novo!. Se o coração estava orgulhoso e vaidoso, se tornará humilde. Se estava longe de Deus, certamente estará mais próximo D’Ele!. Quando estamos no deserto ninguém se mete!. É só Deus e nós!. Deus quer que cheguemos bem perto D’Ele!.

É nesse momento que temos que abrir o coração para aprender. Aprender com Deus, aprender mais de Deus, e da Sua Palavra. Mostrar os nossos erros, depender mais D’Ele, aprender a amar mais os outros, aprender a fazer o bem para os outros, e aprender a perdoar os outros. Deus nos ensina para praticarmos, por em ação algo que estava perdido e adormecido dentro de nós!.

No fim da nossa jornada pelo deserto, já teremos aprendido a não nos preocupar com as circunstâncias que nos rodeiam. Já não nos importaremos se as dunas eram altas, se o sol era muito quente, se a noite fazia muito frio, ou se o caminho foi muito longo. A melhor lição que o deserto quer nos ensinar, é que Deus esteve presente o tempo todo conosco, nos protegendo e nos guardando dos grandes perigos (Is.43.2).

O SEXTO CAMINHO – NO DESERTO APRENDEMOS A ORAR E SER DEPENDENTES DE DEUS
Como podemos aproximarmo-nos de Deus e receber do Senhor a certeza de nossa mudança e transformação, se não tivermos comunhão com Ele?. Comunhão de intimidade!. Aproximação verdadeira para falarmos com Ele!. Como poderemos aprender a ouvir a voz de Deus, se não for através da oração. E como iremos aprender de Deus, se não houver intimidade com Ele?.

Só teremos intimidade com o Senhor, se tivermos ligados a Ele com as nossas orações. Não faça orações para pedir coisas desnecessárias, coisas sem importância para a sua vida. Procure-o!. Busque-o! Deseje-o!. Chore por Ele!. Anseie por Ele!. Só assim cresceremos e nos tornaremos dependente do seu poder e da sua glória para superarmos o deserto!.

O homem que depende de Deus é aquele que vive em retidão, não tem o coração “seco”, frio, seus pensamentos não são áridos, nem seu ministério é estéril. O dependente de Deus tem revelação, unção, graça. É vitorioso em Cristo.

O SÉTIMO CAMINHO – NO DESERTO APRENDEMOS A CHORAR E A CLAMAR POR DEUS
Muitos, só sabem murmurar, quando aparecem as adversidades. Foi assim com o povo hebreu. Eles não sabiam bem o que queriam. Às vezes queriam chegar em Canaã, outra hora, queriam voltar para o Egito. Mas como conseguir ir em frente sem olhar para trás?. Simplesmente clamando, chorando e se quebrantando na presença do Senhor. O coração pode até ficar indeciso nessas horas, mas mesmo assim Deus se fará presente para nos ajudar nas nossas dúvidas!.

Nos dias atuais, devido a uma vida cheia de compromissos, as pessoas muitas vezes negligenciam o tempo para Deus, gastam quase a totalidade do tempo em atividades que não tem muito valor à luz da eternidade. Dedicamos por exemplo muito tempo ao nosso trabalho e pouco tempo ao culto, lemos livros, revistas, vemos televisão, vamos ao cinema, mas são poucos os que lêem a Bíblia. Falamos muito com nossos amigos, mas quase não falamos de Deus para eles, e o pouco tempo que nos sobra não dedicamos à oração!..

Isso nos traz grandes prejuízos espirituais, pois perdemos nossa sensibilidade espiritual. Por esta razão a Bíblia nos exorta a aplicarmos diligência em nossa administração do tempo, e nos diz que devemos “remir o tempo porque os dias são maus”. No deserto temos todo o tempo do mundo para Deus. É quando nos derramamos na sua presença, clamamos a Ele, vamos a todos os cultos, participamos de campanhas, choramos, louvamos, oramos, reverenciamos. É no deserto que aprendemos a confiar, a obedecer e conhecer melhor o nosso Deus.

Conclusão
Amados, quando estiver passando pelo seu deserto, lembre-se que caminhando ao seu lado, tem um Deus Forte para lhe guiar até o final do caminho. Deus sabe que você vai chegar até o final da sua jornada, pois o fraco não consegue ir longe, na sua missão. Deus sabe que a impaciência e a incompreensão, estarão fazendo parte do seu caminho. Precisamos entender que o deserto não é só uma fase na nossa vida, mas um princípio espiritual.

Deus quer que reconheçamos que o deserto faz parte da Sua disciplina, mas também é um momento sublime de sabermos como os nossos corações estavam cheios de motivações erradas. Quando olhamos para as nossas igrejas, podemos ver que muitos estão entrando e outros estão saindo do deserto. Sempre que Deus precisar transformar o nosso caráter, é possível que muitos vão ser lançados no deserto. O tempo da nossa permanência ali dependerá exclusivamente de não murmurarmos, obedecermos e aceitarmos fazer a vontade do Senhor.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante,

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.