A MINHA PAZ EU VOS DOU
“E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a; e, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.” Mateus 10.12-13
Boa parte de nossa missão, como cristãos, de pregar o verdadeiro evangelho de Cristo para toda criatura, está na forma como refletimos as características de Jesus no nosso cotidiano de modo a iluminarmos as pessoas que nos rodeiam em todos os lugares em que formos ou estivermos. E uma das características cristãs mais sentidas e notadas por não-cristãos através dos séculos sempre foi a paz que Jesus deu a nós, como ele mesmo disse: “Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou." João 14.27, e que nós devemos emanar e oferecer para todos aqueles que se aproximarem de nossa vida.
E como fazemos isso?
A forma mais simples de emanarmos e oferecermos a paz de Cristo em nosso cotidiano é saudando genuinamente as pessoas nos lugares onde chegarmos; como foi dito no verso destacado no título deste texto; que diz: "E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a...". Mas alguém pode pensar: Ora, eu já faço isso! Sempre que vou à minha congregação ou na casa de algum irmão em Cristo, lhes dou a saudação cristã "A paz do SENHOR"; ou outras semelhante, como, "Graça e Paz".
Certo; que bom que você já tem esse hábito de saudar os irmãos na fé, mas vamos estender um pouco mais nosso entendimento nesse tema trazendo-o para o nosso cotidiano, mais especificamente, para nossas interações com todas as pessoas com quem temos contato em todos os lugares onde formos.
E o que isso significa?
Todo cristão verdadeiro tem por hábito saudar não apenas os irmãos em Cristo, transmitindo a Paz do SENHOR, mas também, até mesmo os não-cristãos que estejam em seu redor. Note que em Mateus 10.13 está escrito: "E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.". Tenha em mente que a casa citada neste versículo pode ser tanto o lugar onde as pessoas moram, quanto o coração das próprias pessoas que estejam em determinado local; pois lembre-se que está escrito: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo." Apocalipse 3.20. Logo, se o coração também é considerado espiritualmente como uma casa, podemos concluir que em qualquer lugar onde formos, em que haja pessoas para interagir conosco, ainda que sejam interações muito simples e rápidas, devemos saudá-las procurando sempre oferecer e transmitir a Paz de Cristo para o coração delas, e não da forma impessoal, automática e fria como é costume dos mundanos saudarem uns aos outros. Seja em um banco, hotel, supermercado, posto de combustível, loja, escola, museu ou qualquer lugar onde exista um coração humano, devemos oferecer a ele a paz que carregamos conosco, pois pode ser que seja digno e a Paz de Cristo desça sobre ele.
Nós, como cristãos que somos, devemos sempre saudar a todas as pessoas oferecendo e transmitindo com sinceridade a Paz de Cristo que está em nós, tal como o sol que oferece o seu brilho todas as manhãs ou a chuva que cai tanto sobre cristãos quanto sobre mundanos, segundo está escrito: "...Faz com que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos." Mateus 5.45, porque a partir do momento em que fizermos isso, dois cenários podem acontecer com o coração (casa) deles; no primeiro cenário: A pessoa ou pessoas que saudamos aceitarão nossa saudação e, sem que percebam, receberão também a paz de Cristo que repousa em nossa vida e descerá sobre eles, como prometido em: "E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz..."; isso fará com que o dia deles seja melhor, mais leve e sejam menos afetados pelas turbulências que o espírito do mundo lança sobre os ombros e todo os mundanos para sobrecarregá-los.
O outro cenário que pode acontecer é: A pessoa ou pessoas que saudamos não aceitarão nossa saudação e dessa forma também não receberão a paz de Cristo que está em nós, retornando a paz que lançamos sobre eles para nossa própria vida, como foi declarado em: "...se não for digna, torne para vós a vossa paz.". Nesse cenário a pessoa continuará seguindo sua rotina diária normalmente, atarefada e sobrecarregada como de costume, e nós seguiremos a nossa em paz, sem qualquer mágoa, raiva ou ressentimento, sabendo que fizemos nossa parte.
Perceba que estes dois tipos de pessoas, os que aceitarem (agradecendo ou retribuindo nossa saudação) e os que não aceitarem (não respondendo, ou retrucando de alguma forma mal-educada e até mesmo ofensiva) são o que, sob a abordagem que estamos estudando aqui, o versículo caracteriza como os que são dignos ou não. O raciocínio é muito simples, as pessoas que são dignas são as que receberem a nossa saudação e as que não dignas são as que não receberem.
E por que devemos saudar e emanar a paz de Cristo que está em nós também para os não cristãos que vivem no mundo?
Porque todo cristão verdadeiro, nossos irmãos na fé, já possuem consigo a paz divina repousando em seu coração e sob sua vida, mas os não-cristãos precisam dela desesperadamente, ainda que não tenham consciência disso. E mesmo que a recebam apenas como um vislumbre proporcionado quando aceitam uma saudação cristã genuína de nossa parte; a vida dos mundanos é vivida sempre no "olho do furacão", cheia de complicações, confusões, distrações, embaraços, e uma gama absurda de pesos sociais para confundi-los, pressioná-los e soterrá-los. Já quanto a nós, não devemos jamais subestimar a ação de uma palavra simples de saudação, por que pode ser algo que consideramos irrelevante, mas para o nosso próximo, aquele que cruza o nosso caminho, pode fazer toda a diferença entre um dia tranquilo e pacífico ou atribulado e confuso; em alguns casos, acredite, entre a vida e a morte. Todos os dias, nós devemos ser como o sol que não pede permissão para oferecer sua luminosidade e calor, mas sim a presenteia tanto para os que gostam quanto para os que não gostam de tais dádivas.
Muitas vezes as pessoas do mundo estão tão sufocadas pelas dores impostas pelo estilo de vida que vivem e pelo seu cotidiano que elas começam a ser consumidas por tudo isso, mas uma única saudação pacífica e genuína que brote de um coração cristãos pode literalmente iluminar completamente o dia de alguém.
Mas como fazer uma saudação cristã para não-cristãos?
Simplesmente utilizando duas outras características cristãs muito conhecidas que são a educação e a cordialidade; ou seja, sempre que você chegar em algum lugar; entrar em um ônibus, num táxi, num banco, em uma loja de shopping ou de rua, ou em qualquer lugar, certamente ocorrerá uma interação, breve ou longa, com alguém; seja com um motorista, um segurança, um vendedor, um frentista, um feirante, uma caixa, recepcionista ou qualquer outra pessoa. É nesse momento que você vai começar a abençoá-lo desejando, primeiramente um bom dia, tarde ou noite, de forma genuinamente cordial; olhe nos olhos dessa pessoa para que ela perceba que você não está apenas jogando palavras no vento, mas sim que realmente deseja que ela tenha um bom dia; em seguida, quando a interação entre vocês tiver terminado, deseje, da mesma forma sincera e genuína, que ela esteja em paz. Simples assim.
Se a pessoa enxergar que sua saudação foi genuína ela provavelmente a aceitará no coração, e receberá também a paz, da parte de Deus, que será emanada de você sobre ela, melhorando consideravelmente o dia que tiver pela frente. E acredite, eles precisam muito disso. Como cristãos, nós não podemos nos negar a, pelo menos tentar, emanar a Paz de Cristo para todas as pessoas que tiverem qualquer tipo de contato conosco, e devemos mostrar aos mundanos, ainda que de forma singela, que virtudes como educação e cordialidade não estão extintas, pelo contrário, estão vivas e atuantes em nossa vida de modo a pavimentar o caminho para que possamos emanar a maravilhosa Paz de Jesus para o coração e o dia de tantos quantos a aceitarem.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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