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sábado, 17 de outubro de 2020

SER CRISTÃO EM MEIO AS AFLIÇÕES



                                                SER CRISTÃO EM MEIO AS AFLIÇÕES

Nos dias de hoje tem sido notório um adoecimento coletivo da sociedade, não apenas as estatísticas, mas a realidade a nossa volta evidencia um aumento significativo no número de pessoas que sofre com problemas de saúde emocional e um enfraquecimento espiritual. São tempos de superficialidade, onde o foco está no ter, vender e possuir, deixando de lado a verdadeira essência, onde se perde o prazer de viver, a criatividade e a sustentabilidade nas relações sociais.

Quando chega o momento de aflição desencadeado por quaisquer que seja os fatores, como enfermidades, rejeição, perdas, injustiças, até mesmo tragédias de grande porte, algumas pessoas começam a se perguntar como Deus pôde permitir que tais coisas acontecessem e se questionam se ele realmente está no controle e a depressão se torna um caminho em que qualquer um pode vir a percorrer, mesmo os mais fieis ao Senhor.

Geralmente temos tendência a pensar na preservação do corpo, quando Deus pensa na preservação da alma. Sonhamos com bens materiais e tentamos fazer uma economia da dor, porém Deus usa a dor para trazer paz e nos ensinar o verdadeiro caminho de santidade. “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mateus 16: 24-26).

Deus não se limita a essa terra, sua visão é de eternidade. “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.”(2 Coríntios 4: 16-18)

Um cristão não está isento e imune as aflições próprias deste mundo. A bíblia é repleta de relatos que comprovam essa realidade. Muitos homens de Deus sentiram na pele a dor de ser afligido, tais como:

Elias um profeta de Deus viu sua fé testada e recebeu uma ameaça de morte da rainha Jezabel. Elias ficou desesperado e fugiu, no entanto o Senhor foi até ele para consola lo. “Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais.”. “Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do SENHOR e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?” (1 Reis 19:4,9).

Jó homem integro e reto, temente a Deus. Viveu grande aflição, perdeu seus bens, seus filhos e até sua saúde. A palavra de Deus nos revela que Jó se sentiu tão afligido que lamentou o dia em que nasceu conforme pode ser visto em todo capitulo 3 do livro de Jó.

Davi um homem segundo o coração de Deus, passou por angústias e aflições. Seus salmos falam das mais íntimas crises que viveu em seu coração. “Inclina, SENHOR, os ouvidos e responde-me, pois estou aflito e necessitado.” (Salmos 86:1).

“Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti. Chegue à tua presença a minha oração, inclina os ouvidos ao meu clamor. Pois a minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte.” (Salmos 88:1-3).

Paulo foi humilhado, arrastado por uma multidão fora da cidade e foi apedrejado como se fosse um criminoso. “Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e Icônio e, instigando as multidões e apedrejando a Paulo, arrastaram-no para fora da cidade, dando-o por morto.” (Atos 14:19 ).

Com Jesus não foi diferente, o próprio Salvador viveu momentos de aflições. Ele tudo suportou por amor a nós. Nessa passagem de Mateus, conseguimos ver claramente a angústia de Cristo e seu exemplo de fidelidade ao Pai: “Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.”. (Mateus 26: 36-39)

Os cenários descritos acima é apenas uma amostra diante de toda a profundidade da história de vida de cada um deles. E o que mais chama a atenção, foi à atitude desses homens de não abandonar a fé, mesmo diante de tanta dor e aflição, pelo contrário, aproximaram-se de Deus, foram lapidados e alcançaram maturidade em meio às crises. Aprenderam a superar, a ultrapassar e vencer os momentos de aflições através de atitudes de fé e confiança em Deus. Como disse Paulo: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.” (Romanos 5:3-4)

Da mesma forma Pedro também nos ensina a reconhecer que mesmo em tribulação o Espírito de Deus repousa naqueles que verdadeiramente se entregam a Cristo, nos guiando a cada passo. “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus.” (1 Pedro 4:12-14)

As aflições não vêm para derrotar o cristão, por meio delas é possível tirar lições de maturidade e crescimento espiritual, além de nos levar a sermos mais dependentes de Deus. E para que não nos esqueçamos daquilo que Ele anteriormente já nos disse: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15:5).

Por mais difícil que uma situação possa parecer, não temas! Deus está no controle. “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.” (Josué 1:9).

É importante reconhecer que os pensamentos de Deus são diferentes dos nossos. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55:8-9).

Deus nos ama, e não se esquece de nós. “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.”. (Isaías 49:15)

Que possamos viver esse amor, firmados na maravilhosa palavra de esperança de Cristo Jesus: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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