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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

ERA JEFTÉ HOMEM VALOROSO. PORÉM FILHO DE UMA PROSTITUA-LIVRO DE JUIZES CAPITULO 11, VERSICULO 1 PARTE A.

 


ERA JEFTÉ HOMEM VALOROSO. PORÉM FILHO DE UMA PROSTITUA-LIVRO DE JUIZES CAPITULO 11, VERSICULO 1 PARTE A.

A paz amados, hoje vamos descobrir quem foi Jefté na bíblia. E conferir toda a história de Jefté nesse estudo bíblico completo. Reconheço que a maior polêmica esta no voto de Jefté, quando ele entrega sua filha ao Senhor. E nós vamos comentar sobre isso também.

Além de conferir detalhes sobre a vida de Jefté que a maioria dos estudiosos não sabe! Isso acontece porque Jefté é um personagem pouco conhecido e a quem pouco se estuda. Sua principal façanha, segundo a bíblia foi essa:

“Assim Jefté passou aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o senhor os deu na sua mão” (Jz 11:32) Mas quero registrar os primeiros 11 versículos do capítulo 11 do livro de Juízes para consulta.

Jefté, o gileadita, era um guerreiro valente. Sua mãe era uma prostituta; seu pai foi Gileade.
A mulher de Gileade também lhe deu filhos, que quando já estavam grandes, expulsaram Jefté, dizendo: "Você não vai receber nenhuma herança de nossa família, pois é filho de outra mulher".
Então Jefté fugiu dos seus irmãos e se estabeleceu em Tobe. Ali um bando de vadios uniu-se a ele e o seguia.
Algum tempo depois, quando os amonitas entraram em guerra contra Israel,
os líderes de Gileade foram buscar Jefté em Tobe.
"Venha", disseram. "Seja nosso comandante, para que possamos combater os amonitas. "
Disse-lhes Jefté: "Vocês não me odiavam e não me expulsaram da casa de meu pai? Por que me procuram agora, quando estão em dificuldades? "
"Apesar disso, agora estamos apelando para você", responderam os líderes de Gileade. "Venha combater conosco os amonitas, e você será o chefe de todos os que vivem em Gileade. "
Jefté respondeu: "Se vocês me levarem de volta para combater os amonitas e o Senhor os entregar a mim, serei o chefe de vocês? "
Os líderes de Gileade responderam: "O Senhor é nossa testemunha; faremos conforme você diz".
Assim Jefté foi com os líderes de Gileade, e o povo o fez chefe e comandante sobre todos. E ele repetiu perante o Senhor, em Mispá, todas as palavras que tinha dito.
Juízes 11:1-11

Quem foi Jefté? É a primeira questão do nosso estudo bíblico sobre Jefté, que foi um dos juízes em um período caótico da história de Israel, 1380 a 1050 a. C: “Não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” Jz 21:25. Vivia em Gileade, sendo membro da tribo de Manassés. A história de Jefté é curiosa, controversa e não conclusiva.

Jefté Significado
Agora que você já sabe quem foi Jefté, grave significado do nome: Jefté que significa “Deus Abre”. E o nome de seu pai Gileade, significa: “Monte do Testemunho”. A bíblia não relata o nome da mãe de Jefté ou de seus meio irmãos. Mas sabemos que ele era filho de uma prostituta. O que lhe trouxe repúdio por parte dos seus irmãos, que o expulsaram de casa, e ele sai como bastardo, mas acaba sendo convocado a voltar como líder.

Historia de Jefté
Ele nasceu e viveu em um contexto familiar desorganizado. Sua mãe era prostituta, seu pai (Gileade) tinha muitos filhos de outros relacionamentos. A Bíblia apresenta Jefté da seguinte forma: ” Era então Jefté o gileadita, valente e valoroso, porém filho de uma prostituta, mas Gileade gerara a Jefté.”

Também a mulher de Gileade tivera outros filhos, já grandes que expulsaram Jefté de casa dizendo: Não herdarás em casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher” Jz 11:1-2.

Se a história terminasse aqui, saberíamos quem foi Jefté, um bastardo e indigno de sua família e sua terra. Logo, Jefté em todo e qualquer contexto histórico, diante de sua origem e consequências familiares, seria fadado ao insucesso. Alguém lançado à marginalidade, sem pai, mãe, irmãos e sem lar. Tendo que vencer os traumas para se posicionar de forma relevante na sociedade.

O que acontece a Jefté, após ser expulso de casa? ” Foi habitar na terra de Tobe; e homens levianos se ajuntaram a ele e saíam com ele” Jz 11:3. Se meteu com más companhias, mas a facilidade de adaptação ao novo lugar, demonstra que ele tinha capacidade de liderança.

Então, Jefté era valente, valoroso e líder. Cheio de qualidades, em um contexto de dificuldades. Quantas pessoas não se identificam com Jefté? Ele precisaria não chorar o abandono e a desgraça familiar, mas investir esforços para ser feliz, através daquilo que lhe era próprio: liderança, força e valor.

A história demonstra um homem motivado e disposto a vencer, tanto que chama à atenção dos anciãos de Israel e em um momento crítico da nação, ele é lembrado e solicitado: “Volte para Gileade, venha ser conosco para combater contra os filhos de Amon, seja cabeça entre nós” Jz 11:08.

O passado de uma pessoa não impede que Deus opere poderosamente em sua vida.

O poder da nação Amonita teve o seu auge durante o período dos juízes. Eram descendentes de Amom, que foi gerado quando a filha de Ló dormiu com seu embriagado pai (Gn 19:30-38). Seu território estava localizado ao leste do rio Jordão, do outro lado de Jerusalém. Ao sul de Amom encontrava-se Moabe, a nação concebida quando a outra filha de Ló dormiu com seu pai. Sempre foram aliados. Derrotar estas nações constituía uma grande dificuldade.

Jefté enviou mensageiros para o rei Amonita, desejoso de saber porque os israelitas de Gileade eram atacados (Jz 11:12). O monarca respondeu que Israel roubara a sua terra e a queria de volta (Jz 11:13).

Jefté enviou outra mensagem ao rei, nela ele deu três argumentos contra a sua reivindicação: primeiro lugar, Gileade nunca fora dos amonitas, porque os israelitas a conquistaram dos amorreus (Jz 11:16-22); segundo lugar, Israel possuía a terra concedida por Deus, e Amom era dono da terra dada pelo seu deus; e ninguém contestara a propriedade da terra desde a sua conquista, 300 anos antes (Jz 11:25,26).

Para credito de Jefté, ele tentou resolver o problema sem derramamento de sangue. Mas o rei de Amom ignorou esta mensagem e preparou suas tropas para a batalha.

Para quem não desanima nem se entrega a má sorte, chegará esse momento de reconhecimento e vitória. O Jefté valoroso era maior que sua história natural de desamparado familiar. E essa é uma lição para nós. Tem semelhança com “sair de detrás das malhadas”, deixar o anonimato, ser exaltado por ter nascido humilhado, mas não passar a vida lamentando. O destino empurrava Jefté para o caos, ele porém, prevalecia pela coragem e vontade de ser feliz.

Juízes 11: 29 “Então o Espírito do Senhor se apossou de Jefté. Este atravessou Gileade e Manassés, passou por Mispá de Gileade, e daí avançou contra os amonitas”. Israel venceu a guerra e a participação dele foi decisiva, até que o nomearam juiz da nação. Julgou Israel por seis anos, sendo sepultado nas cidades de Gileade (no plural).

E Jefté, cujo nome significa “Deus abre” entra para o rol dos juízes de modo louvável. Deus de fato, abriu caminhos e deu oportunidades a esse guerreiro que soube ser diplomata e militar. Antes de partir para luta armada, ele tentou dialogar com as nações inimigas, propondo acordo (juízes 11:12). Quem diria que alguém tratado com tanto desdém, soubesse tratar os outros de forma tão complacente? A história desse homem pode nos ensinar muito.

Quem foi Jefté? Foi um homem rejeitado por sua família mas que tinha talento pra liderança.
Quem foi Jefté? Foi um homem que andou em má companhia.
Quem foi Jefté? Foi um homem que teve seus talentos reconhecidos.
Quem foi Jefté? Foi um homem convocado a lutar pelos que o rejeitaram!
Quem foi Jefté? Foi um homem apossado pelo Espírito do Senhor
Quem foi Jefté? Foi um Guerreiro, diplomata e Militar.
Quem foi Jefté? Foi um homem que venceu e mostrou seu valor em meio as dificuldades.
E Quem será você?…

O voto de Jefté
Agora, há algo de intrigante e controverso na vida de Jefté. Não se sabe ao certo como tudo aconteceu porque a narrativa é confusa e por mais que seja objeto de debate, nunca, ninguém conseguiu decifrar o que de fato aconteceu nesse período da vida de Jefté, na volta da guerra. E esse acontecimento faz com que ele seja lembrado como homem imprudente e apressado.

Ele fez um voto ao Senhor: ” Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do Senhor, e o oferecerei em holocausto. Juízes 11:31

Para compreender melhor esse voto, seria necessário conhecer a intencionalidade dele, o que se passava na mente e coração de Jefté: falta de fé em ganhar a batalha? Gratidão antecipada por certeza de vitória? Imprudência?

A batalha já estava ganha porque Deus assim havia confirmado, então por que a necessidade do voto? Seria um pouco de orgulho em não se conformar com o mérito Divino e assim adicionar o mérito homem, humano? A vitória seria por causa do voto, ou por causa de Deus? Claro que Deus era com Israel sem que fosse necessário o voto, mas Jefté o fez. E quem é que primeiro sai à porta de Jefté, após retornar da batalha? Sua filha, única filha.

Ele poderia ter recorrido ao santuário de Siló e requerer a anulação do voto, junto ao sacerdote Eli e ao profeta Samuel, mas não o fez. E mais uma vez fica a interrogação: por que? Apesar de se mostrar decepcionado e surpreso com o desfecho de seu voto, ele mantém as palavras: “Abri minha boca ao Senhor e não voltarei atrás, filha minha, o que votei, pagarei” (Jz 12:34).

Todo o dilema sobre o voto de Jefté consiste em saber se:

Sua filha foi sacrificada, queimada no fogo como oferta a Deus
Foi sacrificada e ofertada como forma de consagração, não conhecendo homem algum, permanecendo virgem e trabalhando no templo em Siló. Esta alternativa, faria com que a sucessão parentesco de Jefté fosse inexistente.
Ao meu ver, é bem complicado confirmar uma ou outra alternativa, uma vez que o texto é confuso no original e nas traduções. Porém, podemos levantar hipóteses, considerando o contexto histórico da época.

Primeiramente, oferecer sacrifício humano, era algo proibido pela lei de Moisés, sendo abominação ao Senhor. (Levítico 18:21; 20:2-6 e Deuteronômio 12:31, 18:10). Como Deus aprovaria um voto que fosse contrário à Sua lei? E daí você pode perguntar: se sacrifício humano era proibido, o que falar de Abraão e Isaac e do próprio Jesus Cristo? Isaac não foi sacrificado. Em seu lugar, um cordeiro, apontando para o sacrifício Pascoal.

Jesus é o Cordeiro de Deus. O unigênito de Deus ofertado como sacrifício em nosso favor, o Seu sangue purifica o homem de todo pecado. Absolutamente dentro do contexto prometido por toda Escritura. Não foi sacrifício humano, foi Divino em favor dos humanos (Hebreus 9)

Mas o que intriga mesmo é que a palavra usada para holocausto, no voto de Jefté, literalmente significa: Olah, em hebraico, sacrifício, oferta queimada.

A filha ofertada para serviço no templo
Todos prefeririam que a história de Jefté não terminasse de forma tão trágica e triste, e por isso, a segunda alternativa da filha ter sido sacrificada, com vida dedicada ao serviço no templo seria a melhor opção. Alguns argumentos, sustentam essa hipótese:

Juízes 11:37,38: “Disse a filha a seu pai Jefté: Concede-me somente isto: deixa-me por dois meses para que eu vá, e desça pelos montes, chorando a minha virgindade com as minhas companheiras. 38 disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses; então ela se foi com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes.”

Como é que alguém está prestes a ser morta e pede para chorar a virgindade? Não deveria chorar a morte? De que serviria a virgindade em um morto? Chorar a virgindade seria uma forma de lamentar não ter conhecido varão, em vida? Não suscitar descendência a seu pai? Mas Jefté poderia casar novamente e suscitar descendência de uma outra semente, não acham?

Chorar a virgindade, pode se referir ao fato da filha de Jefté ser consagrada ao serviço do Senhor, no templo em Siló e jamais poder conhecer homem algum. Teólogos, porém, afirmam que isso não procede, uma vez que o texto Bíblico é enfático ao afirmar: Juízes 11:40: ” saíam as moças durante quatro dias, todos os anos, para celebrar a memória da filha de Jefté, o gileadita.” E só se celebra memória de quem já morreu.

Esse assunto é instigante. A palavra “celebrar” aparece em algumas traduções como “lamentar”. Assim, de ano em ano, por quatro dias, as moças virgens de Gileade, celebram ou lamentam a filha de Jefté.

Encontrei mais adiante, no livro de Juízes, referência a ruína da cidade de Gileade: “Lá haviam quatrocentas moças virgens, que não conheceram homens e as levaram a Siló, que está em Canaã” Jz 21:12 e como todas as virgens de Gileade ainda não compreenderam a quantidade de homens que procuravam casamento na região, recorreram as virgens de Siló:

“Há, porém, a festa anual do Senhor em Siló, ao norte de Betel, a leste da estrada que vai de Betel a Siquém, e ao sul de Lebona”. Juizes 21:19.

Anualmente acontecia as festividades no templo em Siló, onde provavelmente a filha de Jefté servia ao Senhor. Se ela era celebrada de ano em ano, pelas virgens de Gileade, poderia ser perfeitamente pela ocasião das festividades em Siló. Uma oportunidade para reencontrar a filha de Jefté e relembrar do voto do pai e de sua permanente virgindade.

A realidade é que existem muitas especulações sobre o desfecho do voto de Jefté e o destino de sua filha, mas vamos levar esse caso conosco como um daqueles mistérios pertencentes somente a Deus e a quem viveu no tempo dos juízes.

Não obstante as polêmicas, muito temos a aprender com a vida desse juiz em Israel que saiu de uma vida repleta de dramas familiares para reinar sobre um povo, o mesmo povo que o havia rejeitado. Jefté não se opôs a defender os que lhe ofenderam. Ele venceu suas limitações e prosseguiu como um guerreiro valoroso.

Eu, você e Jefté
Mesmo sendo um homem vitorioso em quem habitava o Espírito de Deus, ele cometeu o grave erro de fazer um precipitado e imprudente voto. Ele contava que algum animal saísse primeiro na porta de sua casa, uma vez que na antiga Palestina a maioria das casas tinha o celeiro na parte térrea inferior e as pessoas se acomodavam no andar de cima. Mas Jefté, mesmo sendo um estrategista militar, não mediu as possibilidades. Grande lição para nós!

Devemos sempre, sempre, reconhecer nossas limitações e confiar no Senhor para vencermos os inimigos. Rei Davi sempre confessava: O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus é o meu rochedo, em quem me refúgio. Ele é o meu escudo e o poder que me salva, a minha torre alta. “Sl 18:2.

O voto de Jefté foi assim como uma loteria, um jogo de roleta russa, e disso não se agrada o Senhor. Nossos votos, devem ser segundo a Palavra de Deus. Sobre aquilo que podemos cumprir e que sabemos não ferirá: a Deus, a nós, e ao próximo. E sua história de luta e vitória, a meu ver, não pode ser desprezada. Serve de ânimo para aqueles que vivem dramas familiares semelhantes.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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