A BÍBLIA E A HOMOSSEXUALIDADE E O HOMOSSEXUALISMO
A Homossexualidade, definindo com simplicidade, é uma conduta que se manifesta na prática do relacionamento sexual entre pessoas do mesmo sexo. A palavra “Homossexual” foi utilizada pela primeira vez em 1869 pelo escritor vienense Benkert, tratando de demonstrar que as pessoas que seguiam essa conduta constituíam um terceiro sexo1. Em 1870, o termo “homossexual” foi introduzido na literatura médica pelo psiquiatra Westphal, ao descreve-lo como um tipo de doença da personalidade2. S. Freud, considerou como aberração, todo desvio da relação sexual que não alcance seu fim normal, ou seja a “conjunção dos genitais”3.
O uso do termo “homossexual”, gerou outros, que se tornaram necessários para definir atitudes pessoais diante dessa conduta. Assim, o termo “homofilia” define a atitude de quem aceita a conduta homossexual, e o termo “homofobia”, define o comportamento de quem é contrário a essa conduta. Até alguns anos atrás, do ponto de vista da Psicologia, a homossexualidade era considerada como desvio sexual, comparado ao incesto, fetichismo, exibicionismo, sadismo, etc., por causar sensação de culpa, ansiedade ou desconforto. Mas, recentemente a Associação Americana de Psiquiatria, retirou a Homossexualidade masculina e o Lesvianismo feminino, da lista de desvios sexuais, por considerar que essas práticas não provocam nenhum distúrbio do tipo psicológico4.
O Homossexualismo na Sociedade e na Igreja
Entre os anos de 1948 a 1953, o Dr. Alfred Kinsey entrevistou ao redor de 18.000 pessoas do sexo masculino de diferentes lugares dos Estados Unidos para descobrir a intensidade da tendência homossexual. Encontrou que 4% dos entrevistados eram exclusivamente homossexuais e que nunca se uniram a uma mulher, e um total de 37% tiveram ao menos uma experiência homossexual entre a adolescência e a idade adulta5. Outras pesquisas recentes mostram que a porcentagem dos envolvidos é relativamente a mesma, em muitas partes do mundo; no entanto, o aparente aumento de casos de homossexualismo deve-se à liberdade de discussão do problema e ao auto reconhecimento dos implicados.
A liberdade de discussão sobre o tema do homossexualismo tem gerado em alguns países, mudanças no comportamento social do seus habitantes. Os integrantes de grupos de homossexuais participam de manifestações públicas reivindicando direitos e igualdades sociais. Nos parlamentos promovem modificações das normas constitucionais, como na Inglaterra onde a homossexualidade é um ato legal se praticado a partir dos 16 anos de idade; na Dinamarca e nos países baixos, o casamento entre homossexuais já é oficialmente reconhecido.
Adeptos e defensores da prática da homossexualidade dos diferentes segmentos da sociedade e principalmente de líderes das diversas tendências religiosas, levantam a sua voz em favor dessa conduta. Caberia afirmar que essa atitude se torna evidente entre as personalidades eclesiásticas devido ao aumento de homossexuais entre os membros das suas respectivas comunidades. Uma pesquisa realizada por prestigioso jornal do Brasil, revelou que 60% de espíritas kardecistas são a favor da legalização da união civil entre homossexuais; seguindo essa tendência estão: 38% de católicos; 22% de evangélicos pentecostais; 21% de evangélicos não pentecostais[vi]. Robert Goss, teólogo evangélico norte-americano, propõe no livro da sua autoria: Jesus Acted Up: A Gay and Lesbian Manifesto, a fundação de “comunidades eclesiais de base”, por pessoas homossexuais[vii].
Ao que todo parece, a bandeira em defesa do homossexualismo é desfraldada por teólogos da Igreja Luterana, através de diferentes estudos e discussões sobre o assunto. Em 1986 a Lutheran Church in America enviou a suas respectivas comunidades um estudo relativo à homossexualidade; em 1989 seguiu-se um estudo com o título: Podemos falar a respeito?; que foi seguido por um manifesto favorável a essa conduta, sob o título: A sexualidade humana e a fé cristã6. Devido ao número crescente de pessoas homossexuais que assistem a reuniões religiosas nas diferentes igrejas dos EE.UU., a discussão sobre o tema provoca acalorados debates que envolvem defensores e críticos ferozes, todos usando textos bíblicos para explicar suas convicções. O reverendo Edward Kemp da Igreja Unida de Cristo, conseguiu que essa denominação eclesiástica aceitasse a união de casais homossexuais. Uma facção da Igreja dos Santos dos Últimos Dias, organizou um grupo que abriga homossexuais mormons. O reverendo Greg Deil da igreja Metodista de Chicago, afirma que 30% da sua paróquia é homossexual. Derek Rawcliffe, que ocupou na Igreja Anglicana, o cargo de Bispo de Glasgow, na Escócia e que na atualidade exerce a posição de bispo-assistente de Ripon, declarou numa entrevista ao vivo na TV sua condição de ser homossexual e acrescentou que “há centenas de padres gays na igreja, tanto na anglicana como na católica”7.
Apesar de que o Papado através de declarações do cardeal Joseph Ratzinger condene as relações entre homossexuais, padres que assumem essa posição se organizam para buscar reconhecimento da hierarquia da Igreja Católica. Assim por exemplo, na Alemanha onde existem entre 3.800 a 4.500 padres homossexuais, de um total de 19.000 religiosos no país, já foram criados 14 Grupos de Padres Católicos Homossexuais da Alemanha. Hanspeter Heinz, professor de Teologia Pastoral da Universidade de Ausburg, lançou um livro defendendo a ordenação de padres homossexuais sob o argumento de que 20% dos religiosos católicos tem predisposição homossexual8. O arcebispo Desmond Tutu, da África do Sul é favorável à aceitação de homossexuais nas comunidades e até na hierarquia católica. Por outra parte a Conferência Central de Rabinos Americanos, que não esconde o fato de ter entre seus membros rabinos homossexuais, decidiu apoiar a legalização de casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo9.
Argumentos para Derrubar o “Tabu”
Os defensores da liberalidade do homossexualismo na sociedade contemporânea, principalmente dentro dos grupos religiosos, fundamentam sua argumentação na consideração de que a prática da homossexualidade no passado era um “tabu” que o mundo atual não mais reconhece10. Afirmam que a perseguição feroz dos homossexuais por parte da Igreja na Idade Média, foi um “erro trágico e um pecado diante de Deus”11.
Os mesmos defensores do homossexualismo, mediante uma interpretação histórico-crítica do texto bíblico, ponderam que o propósito da sexualidade, orientada originalmente para a procriação, não pode mais permanecer vigente num mundo com superpopulação12. Os homófilos afirmam que a sexualidade deve ser um meio de comunicação para expressar o amor romântico entre pessoas de qualquer sexo13 e até sugerem praticar uma forma de koinonia onde as pessoas poderiam conviver em comunidades de 10 a 20 integrantes, compartilhando seus bens, conhecimentos, experiências, tempo de lazer e sem dúvida, o prazer sexual14.
Consideram também, numa tentativa de fazer exegese de alguns textos bíblicos, que Jesus não via nenhum mal na prática do homossexualismo, pois não existe nenhuma condenação por parte do Redentor15, pelo contrario, Seu propósito era desmantelar o sistema legalista que imperava naquele tempo. De igual modo, os homófilos sustentam que Paulo ao proferir condenação sobre os homens que deixaram o contato “natural” da mulher (Rom. 1:27), o fazia em relação ao costume da época, diferente da atual, onde o homossexualismo já faz parte da tradição do mundo contemporâneo16. Com igual ponderação, sustentam que “se a homossexualidade é uma característica intrínseca do ser, … ela deve ser aceita como parte da criação de Deus”17. Nessas condições acrescentam que as “pessoas homossexuais são imagem de Deus. Pela fé … todas as pessoas cristãs que crêem são santas e justas …”18.
Causas Aparentes do Homossexualismo
Existe quase uma inibição por parte das ciências, cujo objeto de estudo é o Homem, para elucidar as causas da Homossexualidade. Mesmo assim, dentro do campo da Biologia e da Psicologia surgem alguns estudos que poderiam explicar a causa do comportamento homossexual.
As ciências biológicas apresentam casos de anomalias anatômicas de estruturas sexuais de origem genética e hormonal que poderiam levar uma pessoa à prática da homossexualidade. Essas anormalidades se evidenciam principalmente, pela presença de caracteres sexuais, feminino e masculino, num mesmo indivíduo. A literatura médica é cuidadosa em relacionar essas anomalias com a homossexualidade; mesmo assim, já são numerosos os casos em que a cirurgia interveio para definir finalmente o sexo de uma pessoa afetada. Os casos de origem genético mais destacados são: o Síndrome de Klinefelter e os distúrbios do desenvolvimento sexual. No primeiro caso a incidência é de aproximadamente 1 em cada 800 nascimentos masculinos19. Os afetados com essa anormalidade pertencem ao sexo masculino e são geralmente “altos e magros, com membros inferiores relativamente longos. Parecem fisicamente normais até a puberdade, quando os sinais de hipogonadismo20 se tornam obvios”21. Pode ocorrer ginecomastia22, o que produz no paciente uma relativa forma física feminina.
Os casos de distúrbios de desenvolvimento sexual recebem também o nome de Intersexos por que se caracterizam pela presença de órgãos sexuais, masculino e feminino, num mesmo indivíduo. Um caso, embora não muito freqüente, desse tipo de distúrbio é o Hermafroditismo verdadeiro, caracterizado pela presença de tecidos ovarianos e testiculares no mesmo paciente23.
Os distúrbios de desenvolvimento sexual de origem hormonal, segundo o registro clínico, se manifestam de forma e intensidade variadas, dependendo da maior ou menor atividade dos hormônios gonadotrópicos, ou seja, dos que atuam sobre as estruturas do aparelho reprodutor. Os mais caracterizados são o Pseudo-hermafroditismo e o Hipogonadismo. O Pseudo-hermafroditismo recebe esse nome por apresentar um único tipo de tecido gonadal, podendo ser masculino ou feminino. O tipo masculino mas representativo é o Síndrome da Insensibilidade aos androgênios ou hormônios masculinizantes. Na literatura médica é conhecido também com o nome de Feminização Testicular. Nesse caso o paciente é do sexo masculino, com testículos de aspecto normal até a puberdade, fase quando o afetado apresenta feminização total dos caracteres secundários24.
O Hipogonadismo se manifesta com a falta de crescimento do aparelho reprodutor masculino causando baixa produção ou carência de hormônios sexuais masculinos. Essa deficiência, na fase da puberdade, anula o aparecimento dos caracteres sexuais secundários masculinos. A voz adquire um timbre agudo, persiste a morfologia infantil e, pode ocorrer ginecomastia e obesidade na cintura25.
Pesquisas recentes, realizadas especificamente para detectar estruturas celulares ou de tecidos como sendo as possíveis causas da homossexualidade, apontam alguns indícios, embora sem provas conclusivas. O Dr. Roger Gorski, da escola de medicina da Universidade da Califórnia e o Dr. Simon Le Vay, definem que a estrutura cerebral conhecida como INAH-3 é maior nos cérebros dos homossexuais. Por sua vez Dean Hamer e sua numerosa equipe no Instituto Nacional do Câncer nos EUA, mostrou que a região do cromossomo X, identificada como Xq28, e´ mais destacada entre homossexuais. Mesmo assim, a demonstração dessas evidências e seus efeitos, está distante de obter plena aceitação pela sociedade científica mundial.
Dentro do campo da Psicologia, duas correntes pretendem identificar a causa da prática da homossexualidade. Uma, considera que a homossexualidade é uma atitude enquadrada dentro dos parâmetros da normalidade, já que se considera que não é compulsiva, não provoca sentimento de culpa nem traumatismo qualquer. O indivíduo homossexual basicamente sente-se confortável com sua atração pelos membros do mesmo sexo. Se ocorre um desajuste psíquico será “devido às pressões de rejeição da família, dos empregadores e da sociedade em geral”26. A outra, é a explicação que Sigmund Freud dá em relação ao assunto, baseado no complexo de Édipo.N.Wright destaca a posição de Freud sobre a sexualidade, a qual se reduz à “função de obter prazer de zonas do corpo”27. Por essa razão, o recém nascido, em contato com o corpo da mãe desenvolve em forma constante sua sexualidade.Essa atitude persiste na infância, transformando-se em traumatismo quando na adolescência; mais adiante o jovem incapaz de renunciar à mãe como objeto sexual, se identifica com ela ao ponto de ocupar seu lugar, buscando objetos para amar e cuidar como ele o foi anteriormente.
A Qualificação Bíblica dada ao Homossexualismo
Apesar de que a tendência atual, baseada em conceitos sociais e psicológicos, seja do reconhecimento da homossexualidade como uma simples preferência e não um distúrbio; a definição Bíblica ainda é a qualificação mais adequada para tratar esse assunto. No livro de Levíticos encontra-se definido o caráter pecaminoso do ato: “Não te deitarás com varão como se fosse mulher; é abominação” (Lev. 18:22); mais adiante o mesmo livro refere a sentença imposta aos que se tornam transgressores por não ouvir esse preceito: “Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles” (Lev. 20:13).
O texto de Lev. 18:22, não é simplesmente o estabelecimento legal, em forma de proibição, de uma norma de comportamento; nem sequer institui um procedimento cultual de maneira que a proibição possa atingir unicamente aos santos, sendo liberada à grande massa de pessoas que forma o povo de Deus. Mais do que implantar uma norma, esse texto estabelece um princípio. É o ponto de partida do qual deriva o adequado comportamento baseado no respeito entre pessoas de sexos diferentes. Como princípio, estabelece a relação íntima que deve existir entre seres criados diferentes através do sexo; estabelece também a fonte da qual deriva ou se perpetua o ser. Esse princípio determina que a relação sexual deve ser para unir intimamente homem e mulher, tendo como finalidade a procriação.
O termo hebraico (zakar) que aparece no texto de Lev. 18:22, o qual é traduzido como homem, tem um significado relacionado estreitamente com a atividade sexual. Devemos notar a diferença de sentido desse termo com as outras palavras que aparecem na Bíblia hebraica e que são traduzidas por “homem”. O termo ’adam, significa o ser humano, alguém, coroa da criação, espécie humana; ’ish, tem a conotação genérica, diferente de mulher, marido, identificador de atividade como “homem do campo”; ’enosh, significa ser vulnerável, inferior, mortal; geber, transmite a idéia de ser poderoso, vencedor, homem forte; mat, é usado para descrever homens de má reputação, falsos, iníquos.
O termo zakar, que aparece no texto mencionado acima, indica a masculinidade em relação ao sexo, em geral identifica o macho de humanos e animais28. É usado em Gen. 1:27 e 5:2 para definir a parceria sexual com a mulher; também aparece em Gen. 17:10; 34:15; Ex. 12:48 e outros para identificar quem deve participar do rito da circuncisão; em Num. 31:18, 35; Jz. 21:12 o uso do termo é para referir-se ao parceiro masculino nas relações sexuais normais. Dessa maneira o texto de Levíticos ao que fazemos referência, é uma alusão à sexualidade masculina que deve ser usada segundo o princípio divinamente estabelecido, sendo proibida a prática incorreta. Da mesma forma, na sentença que aparece em Lev. 20:13 o transgressor do preceito é identificado com o termo zakar, com o qual não permanecem mais dúvidas em relação ao ato que está sujeito a condenação, ou seja a união sexual de parceiros do mesmo sexo.
No Novo Testamento, o apostolo Paulo faz referência ao passado pecaminoso da humanidade, assinalando que os “homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens…” (Rom. 1:27). O próprio apóstolo sentencia em outra epístola, que “os injustos não herdarão o reino de Deus … nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos …” (1 Cor. 6:9). Esses textos claramente indicam que a vigência do princípio pelo qual existe a diferença sexual, permanece durante o cristianismo e se projeta como qualificativo da salvação, para a eternidade.
O termo usado pelo apóstolo Paulo em Rom 1:27 e que é traduzido por homem é arsenes, que tem o sentido de varonilidade, masculinidade, relativo ao sexo. A comparação com outros termos gregos que aparecem na Bíblia e são traduzidos por “homem”, permitem destacar mais o sentido da palavra usada por Paulo no texto indicado. Assim, o termo anthropos, faz referência ao ser humano, amigo; o termo aner, serve para identificar o homem adulto, o noivo, o marido. A ênfase imposta pelo apóstolo para qualificar o ato pecaminoso está no uso do termo arsenes, pois faz referência ao homem com seus atributos de sexualidade, usados indevidamente. Igualmente ao elaborar a lista de práticas pecaminosas que excluirão seus adeptos, do reino celestial, o apóstolo usa a palavra grega arsenokoitai, traduzido por “sodomitas”. Essa palavra está composta do termo arsenes, “homem macho” e do termo koito, o “ato sexual”. Dessa maneira podemos inferir que Paulo se referia aos homens que ostentam característica sexual masculina, usando esse atributo em forma indevida.
A Missão da Igreja
Jesus deixou claramente estabelecida a missão que devem cumprir seus fieis seguidores, organizados em Igreja. Usando o tempo imperativo, disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado …” (Mt. 28:19,20). Nessas palavras estão sintetizadas todas as atividades a serem desenvolvidas pela igreja com a única finalidade de preparar um povo santo para o Céu. No cumprimento dessa missão a Igreja enfrenta toda gama de obstáculos que tentam impedir de alcançar a sua finalidade. Um desses obstáculos é a crescente tendência libertina da imoralidade, principalmente de expressões irrestritas do homossexualismo.
Vimos neste estudo, apesar do silêncio manifestado pela medicina, que existem algumas anormalidades relacionadas com a sexualidade, razão pela qual pessoas do sexo masculino afetadas, poderiam apresentar comportamento efeminado, . Essas pessoas devido a essas características, em geral sofrem discriminação e facilmente são levadas a constituir grupos com outras semelhantes e dessa maneira praticar o homossexualismo. Devemos esclarecer que a Bíblia não condena ninguém por suas deficiências físicas ou anormalidades de qualquer índole. A condenação Bíblica é para os que praticam atitudes contrárias aos preceitos estabelecidos. Dessa maneira podemos inferir que a sentença não exclui a quem, devido a suas anomalias fisiológicas e estruturais, sendo do sexo masculino, manifesta atitudes tipicamente femininas.A exclusão é para quem pratica o homossexualismo.
Da manifestação de atitudes tipicamente femininas por parte de um jovem, à prática da homossexualidade, por parte do mesmo; há uma distância considerável. Um jovem que padece de tal tipo de distúrbio, pode nunca ter tido uma experiência de relacionamento homossexual. Essa prática está relacionada com a tendência sexual que na linguagem freudiana é conhecida como libido, condicionada à maturidade geral do indivíduo.Segundo Kretschmer, “a tendência sexual é um produto … de um ciclo causal bastante complicado onde participam o cérebro, a medula e as glândulas em geral”29. Essa tendência, ou seja a libido, quando manifestada com intensidade, pode levar a deturpações do comportamento sexual. Cabe enfatizar que atitudes femininas manifestadas principalmente por adolescentes do sexo masculino e que freqüentam uma igreja, não significam que o tal seja necessariamente um indivíduo homossexual. Esse comportamento, se observado pelos líderes da igreja, pode ter uma razão fisiológica ou anatômica. O reconhecimento desse problema no entanto, pode ser traumático para os familiares, mas o líder da igreja, consciente das suas funções, fazendo uso de muita cautela e sabedoria pode convencer os parentes para requerer o auxilio médico correspondente. Verificada a raiz que gera essa tendência, será necessário compartilhar com outros membros da comunidade eclesiástica, a explicação clínica do caso. De qualquer forma o vital do problema é evitar o preconceito velado, que produz discriminação e que pode levar o paciente a procurar seus semelhantes e dessa forma, ser conduzido à prática do homossexualismo prematuro. Para alívio do problema, a incidência de casos de anormalidade fisiológica e estrutural em pessoas do sexo masculino e que poderiam levar à prática da homossexualidade é pequena.
O cerne do problema, no entanto, está na elevada porcentagem de pessoas do sexo masculino que praticam a homossexualidade sem serem portadores de nenhuma anormalidade física que os induza a manifestar tal conduta. Norman L. Geisler, no seu tratado sobre ética afirma que a homossexualidade é um mal “porque coloca a única relação marido e mulher entre dois que não podem ser marido e mulher”30. Fazendo referência novamente aos resultados obtidos por Alfred Kinsey, onde 37% dos entrevistados por esse pesquisador admitiram que tiveram ao menos uma experiência de homossexualismo, se deduz que a maioria são pessoas que foram levadas a tal prática, por forças semelhantes às que induzem um indivíduo à bebida, ao tabaco, ao uso de drogas, as jogatinas, ou a quaisquer vício humano. Em outras palavras, pelas forças que operam a tentação e o pecado. Esta asseveração está baseada na consideração Bíblica sobre o caráter pecaminoso de tais práticas e que resultam em condenação (1 Cor. 6:9,10).
Não existindo uma causa física ou psíquica aparente que estimule a conduta homossexual entre pessoas do sexo masculino, deve-se considerar que essa prática é devida ao cultivo de um hábito pernicioso. Muitos jovens se tornam homossexuais inveterados, da mesma forma do que um bêbado ou um dependente de drogas; levados unicamente pela atração inconsciente a novas aventuras que no final resulta na formação de um mal hábito. A homossexualidade, vista com a lente bíblica, é uma prática pecaminosa e deve ser evitada e tratada como qualquer ato dessa natureza. Em certos casos a recuperação pode ser imediata mas, noutros pode criar-se uma esfera de pessimismo. A expressão Bíblica sugere manter confiança no poder sobrenatural por que outros que sofriam desses males, foram lavados, santificados, justificados, “em nome do Senhor Jesus Cristo” (1 Cor. 6:11).
O papel do líder da igreja, neste como em todos os demais casos em que lhe cabe enfrentar esse tipo de hábitos deve ser o de prevenir o mal. O pastor da igreja sabe que sua função fundamental é a redenção dos que a ele lhe são confiados. Será de bom empenho fazer referência aos males da sociedade moderna protegendo sua comunidade, da contaminação do mundo. Não deve contar nesse serviço unicamente com suas habilidades e recursos individuais; deve sim requerer de Deus a sabedoria e toda inspiração para vencer a contenda.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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