AS PESTILÊNCIAS E CORONAVÍRUS E A VOLTA DE JESUS CRISTO.
Depois de falar da tentação e queda do pecado do homem e suas implicações espirituais, físicas, emocionais, psicológicas e sociais no âmbito dos relacionamentos e convivência humana, também nos é dito no capítulo 3 de Gênesis, sobre a alteração no mundo, por mundo entenda: terra, natureza, animais, habitat; tudo isso contido no breve versículo que diz: “Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo” (Gn 3.18), houve então um desequilíbrio na harmonia do cosmos, e consequentemente, o homem passa a ter que lidar com as novas condições “climáticas” de um mundo “caído”.
O apóstolo Paulo corrobora declarando “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou” (Rm 8.20). Na queda a terra foi amaldiçoada (Gn 3.17-19), ampliando o contexto no Messias a terra será libertada (Rm 8.19-21).
Ainda no livro da criação temos a primeira aparição de pragas sendo enviadas pela divindade como juízo sobre o faraó do Egito “Feriu, porém, o Senhor a Faraó e a sua casa, com grandes pragas, por causa de Sarai, mulher de Abrão” (Gn 12.17) devido ao incidente com Sarai, esposa de Abrão. Uma praga não identificada vem sobre o povo do Egito o que leva rapidamente o faraó a devolver a esposa de Abrão “agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-a e vai-te” (Gn 12.19b).
O tempo passa e vemos agora os filhos de Israel escravos no Egito esperando por um libertador enviado por Deus. Moisés vem de Midiã para libertar os hebreus. Deus através de seu servo, derrama dez pragas sobre a potência mundial que era o Egito naquela época. Na verdade, as pragas são para desbancar as falsas divindades dos egípcios.
Então vejamos:
a água transformada em sangue – o Nilo que era tido como um deus;
a praga das rãs – a rã era sagrada para os egípcios;
a praga dos piolhos – feriu a pele dos sacerdotes egípcios, impedindo-os de servirem nos templos de seus deuses;
as pragas das moscas – havia um deus chamado Belzebu, encarregado de afugentar as moscas (aquele mesmo que aparece no Novo Testamento – Mt 10.25);
as pestes nos animais – muitos animais eram considerados deuses no Egito;
Úlceras – Tifon era o deus encarregado de livrá-los da dor e da morte;
a praga das Saraivas – Serapis era a deusa protetora da lavoura (Êx 9.24-31);
a praga dos gafanhotos – Serapis falha novamente;
a praga das trevas – Rá era o deus sol que os livrava da escuridão; (
a praga da morte dos primogênitos (TONIGNI, 1983). Jetro, o sogro de Moisés reconhece “… O Senhor é maior que TODOS os deuses…” (Êx 18.10,11).
Contudo, o próprio povo de Israel sofreu sobre as pragas de Deus por sua rebelião, pecado, desobediência e murmuração no deserto. A alma do povo desejou comer carne em pleno deserto, menosprezando o maná que descia do céu, então, o Senhor trouxe codornizes do mar e o povo comeu por um mês inteiro, “Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor o povo com uma praga mui grande” (Nm 11.33).
Os murmuradores de vinte anos para cima morreram de praga no deserto (Nm 14.37); a praga de Baal-Peor ceifou a vida de vinte e quatro mil homens (Nm 25); também Moisés usou o incenso para expiar o pecado do povo e encerrar a praga de mortandade (Nm 16.46-50). Por fim para o antigo Israel as pragas sempre foram vistas como juízo divino (Dt 28.59).
O antídoto sempre esteve disponível ao povo de Deus através do arrependimento e da fé. As palavras do rei Salomão, o homem mais sábio do mundo, devem ecoar em nossos ouvidos e corações. Palavras ditas por ocasião da inauguração do grande Templo de Deus no monte Moriá, em Jerusalém, a cidade do grande rei “Quando houver fome na terra, quando houver peste, quando houver queima de searas, ferrugem, gafanhotos ou pulgão, quando o seu inimigo o cercar na terra das suas portas, ou houver alguma praga ou doença, toda a oração, toda a súplica, que qualquer homem de todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração, e estendendo as suas mãos para esta casa” (1 Rs 8.37-39).
Seja como juízo sobre as nações pecadoras e idólatras, ou sobre o povo rebelde de Deus no deserto, as pragas cessam quando o incenso da oração dos santos é derramado no altar da misericórdia divina (Ap 5.8).
Um breve histórico sobre epidemias
É considerado epidemia qualquer doença de caráter infeccioso de rápida disseminação, que pode ser transitória, ou não, que ataca simultaneamente muitos indivíduos em uma determinada localidade, e ou região. Já uma pandemia é uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada numa grande região geográfica como um ou mais continentes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma pandemia pode começar quando se reúnem estas três condições: o aparecimento de uma nova doença na população; o agente infecta humanos, causando uma doença séria; o agente espalha-se fácil e sustentavelmente entre humanos.
A chamada Peste do Egito (430 a.C.) – que ceifou, sem um golpe sequer de espada, um quarto das tropas atenienses e um quarto da população da cidade de Atenas durante a Guerra do Peloponeso (guerra entre Atenas e Esparta 431-421 a.C.). A doença exterminou seus hospedeiros a uma taxa mais rápida que a velocidade de transmissão, o que levou fim ao morticínio. A causa exata da peste só foi descoberta em janeiro de 2006 por pesquisadores da Universidade de Atenas que analisaram dentes recuperados de uma sepultura coletiva debaixo da cidade e confirmaram a presença de bactérias responsáveis pela febre tifoide.
A Peste de Justiniano (541 d.C.), foi a primeira contaminação registrada de peste bubônica. Começou no Egito e chegou à Constantinopla atingindo 40% dos habitantes da cidade, causando a extinção de até 1/4 da população do oriente médio. Oitocentos anos depois, a peste bubônica reaparece como a Peste Negra (1300 d.C.) começando a contaminação na Ásia. A doença chegou à Europa mediterrânea e ocidental em 1348 e matou vinte milhões de europeus em seis anos.
Já a primeira pandemia reconhecida, possivelmente de gripe, iniciou-se na Ásia em 1580, e em seis meses havia se espalhado para a África e Europa, em seguida para a América do Norte. Além da Gripe, outros tipos de pandemias têm sido registrados na história, como a pandemia de Tifo da época das cruzadas e as de Cólera que tem sido registradas desde 1816.
A famigerada gripe espanhola (1918–1919) – identificada no começo de março de 1918, coincidiu com o fim da Primeira Guerra Mundial. Em outubro de 1918 tinha se espalhado para se tornar uma pandemia mundial, atingindo todos os continentes. Extraordinariamente mortal e violenta, terminou quase tão depressa quanto começou e desapareceu completamente em 18 meses. Em seis meses, 25 milhões de pessoas estavam mortas.
O vírus foi reconstruído recentemente por cientistas do CDC (Centers for Diease Control and Prevention) que estudavam restos de cadáveres preservados pelo permafrost (gelo nos polos que não derrete ao longo do ano) no Alasca. Eles identificaram isto como um tipo de vírus H1N1.
Mas tivemos a gripe asiática (1957–1958) com o vírus H2N2 que causou aproximadamente 70.000 mortes nos Estados Unidos. O vírus da gripe suína causa uma doença respiratória altamente contagiosa entre os suínos, sem provocar, contudo, grande mortalidade. Habitualmente não afeta humanos; no entanto, existem casos esporádicos de contágio, laboratorialmente confirmados, em determinados grupos de risco.
O que sabemos é que existem outros vírus que são mais letais que o Corona (Covid-19). A contaminação e propagação do Corona acontece de forma rápida, por isso a grande demanda, resultando na insuficiência de UTIs preparadas com os equipamentos necessários. Situação que estamos vendo em todos os países, não só no Brasil.
Nas palavras de Jesus
Quando pensamos em pragas apocalípticas somos levados ao livro do Apocalipse e ou Mateus 24. Por hora vejamos as palavras do Mestre.
Jesus profetiza a destruição do Templo (Mt 24.1-2); reservadamente os discípulos interrogam ao Mestre acerca de suas palavras com três perguntas: (1) “quando serão essas coisas?”; (2) “e que sinal haverá da tua vinda?”; (3) “e do fim do mundo?” (Mt 24.3).
A resposta a primeira pergunta foi dada no versículo dois “Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada”, seu cumprimento histórico se deu no ano 70 d.C., quando o general romano Tito sitiou Jerusalém em batalha terrível e sangrenta, a cidade foi incendiada, o fogo se espalhou, acidentalmente ou não, as flamas tomaram o templo de Herodes construído com enormes pedras, com acabamento de madeira de cedro e revestida com ouro.
Com o calor das chamas o ouro foi derretido, as pedras que formavam as paredes ruíram e foram removidas para que o ouro fosse retirado como despojo de guerra. Parte das pedras foram derribadas sobre a região do Ofel e do vale de Cedrom.
Assim, não ficou pedra sobre pedra que não fosse derribada. Nos dias atuais é possível ver algumas dessas “pedras do templo”, ou como dizem os guias israelenses ao visitante: ao passear nas muralhas pode-se estar andando sobre algumas das “pedras do templo” que foram reutilizadas para reconstruir a muralha de Jerusalém.
A resposta sobre como será a segunda vinda se encontra nos versículos 29 a 31 que fala sobre o fim da tribulação, quando “o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem (…) e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.
Nesse contexto o senhor Jesus usou parousia (grego, lit. “presença”), esse termo técnico serviu para falar da sua segunda vinda “e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3c).
Em Mateus 24.4-28 o Senhor Jesus começa a responder a última pergunta, a dos sinais que antecedem ao fim do mundo. Os falsos messias e falsos profetas surgirão para o engano e perdição (vs.4-5,11,23-26); aqui já começamos a observar alguns sinais precedentes à vinda de Cristo (vs.6-7); escândalos e perseguição (vs.10-11); aumento da iniquidade, esfriamento do amor (v.12); a manifestação do anticristo, perseguição a Israel (vs.15-22).
As pragas no mundo antigo por serem invisíveis ao olho humano eram consideradas como juízo divino, e quase sempre por algum desvio da humanidade. Hoje podemos vê-las claramente em microscópios nos laboratórios, mapeá-las, observar sua mutação, o que por mais comum que possa ser hoje não revela ainda o seu mistério.
Claras, também, são as palavras proféticas do Senhor Jesus “Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares” (Mt 24.7), em destaque para “pestes” junta-se ao texto paralelo em Lucas 21.11 e somamos ao vocábulo “pestilências” temos o termômetro profético que descortinará no Apocalipse do apóstolo João.
Embora essas predições podem ser tomadas literalmente como sinais do fim. O Senhor Jesus no versículo seis de Mateus 24 deixa uma brecha no tempo para orientar seus discípulos, então vejamos “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim”, perceba a expressão “mas ainda não é o fim”, isso quer dizer que falsos profetas, guerras, e na sequência: fomes, pestes e terremotos apontam para a era atual como um todo, como “princípio de dores” (Mt 24.8b). Mas conforme o fim se aproxima elas se intensificarão ainda mais (2Tm 3.1-9).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que 1/3 da população mundial é bem alimentada, 1/3 da população é mal alimentada e 1/3 da população passa fome. Sismólogos registraram 5.750 grandes terremotos só no século XX. De 1901 a 2000 quase três milhões de pessoas morreram nestas tragédias.
A peste [epidemia] apesar de estar na tríade profética juntamente com as guerras e os terremotos, é um inimigo invisível, mas não menos letal. Como declarou o biólogo molecular e Prêmio Nobel Joshua Lederberg (1925-2008) “A maior ameaça ao domínio do homem neste planeta é o vírus”. Mais de 2/3 da humanidade será eliminada da terra por meio dos flagelos como registrados no livro do Apocalipse. Portanto, o que estamos vivendo nesses dias são parte dos planos proféticos do Senhor.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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