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sexta-feira, 6 de março de 2020

O CHAMADO DE JOSUÉ


                                                           O CHAMADO DE JOSUÉ
Josué foi o homem responsável por liderar o povo de Israel na conquista da terra prometida. Ele foi o sucessor de Moisés. Antes de estudarmos sobre quem foi Josué, precisamos saber que existem pelo menos três pessoas na Bíblia com certo destaque que levam o nome “Josué”.
Em 1 Samuel 6:14, encontramos a menção sobre Josué, o bete-semita. Ele possuía um campo para onde a Arca da Aliança foi levada quando os filisteus a devolveram a Israel. Em Zacarias 6:11, outro Josué é citado. Ele era um sumo sacerdote, filho de Jozadaque, que viveu no período de restauração do exílio em 537 a.C.
Agora que conhecemos os outros dois personagens bíblicos que também se chamavam Josué, poderemos nos concentrar na história do principal Josué da Bíblia, o sucessor de Moisés.

A História de Josué

Apesar da história de Josué ser contata com mais destaque no livro do Antigo Testamento que leva seu nome, Josué aparece na narrativa bíblica já no livro de Êxodo (Êxodo 17:8-16; 33:11). Ele era filho de Num, da tribo de Efraim (Números 13:8).

O significado do nome Josué

Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que o nome original de Josué dado por sua família era Oseias, que significa “salvação” (Número 13:8; Deuteronômio 32:44). Oseias é um nome que ocorre muitas vezes na tribo de Efraim (1 Crônicas 27:20; 2 Reis 17:1; Oseias 1:1).
Moisés adicionou o nome divino e o chamou de Yehoshua, que significa “Jeová é salvação” (Números 13:16). Esse nome normalmente é transliterado para o português como “Josué” ou “Jesuá” (Neemias 3:19; 13:8). Ele possui a mesma forma grega do nome de Jesus (Atos 7:45; Hebreus 4:8).

Josué, auxiliar de Moisés

Em Êxodo 33:11, Josué é descrito como um jovem escolhido por Moisés como seu assistente pessoal. Antes, em Êxodo 17, somos informados de que Moisés delegou a ele o comando das tropas israelitas que lutaram contra os saqueadores amalequitas em Refidim.
Quando Josué saiu do Egito, ele já tinha mais de 40 anos de idade. Por isso alguns estudiosos considerem a possibilidade de ele ter sido treinado militarmente pelo exército de Faraó.
Josué serviu como auxiliar direto de Moisés quando ele recebeu a Lei no Monte Sinai. Ele também acompanhou Moisés em todas as vezes que ele foi à tenda onde encontrava e ouvia o Senhor (Êxodo 24:13; 32:17; 33:11; Números 21:28).
Certamente esse foi um período de muito aprendizado para Josué. Ele entendeu como esperar no Senhor e aprendeu a ser um adorador fiel. Além disso, ele pôde adquirir traços do comportamento de Moisés e adicionar ao seu próprio valor pessoal, como a paciência, mansidão e liderança.

Josué, um dos doze espias em Canaã

Josué também foi designado como o representante da tribo de Efraim para ser um dos doze espias que foram averiguar a terra de Canaã e seus habitantes (Números 13:8-14). Após a missão de reconhecimento, dentre todos os espiões, apenas Josué e Calebe defenderam a ideia de que os israelitas deveriam prosseguir com a invasão de Canaã. Eles entenderam que a terra “era muito boa” (Números 14:7).
Naquela ocasião, Calebe era o mais velho e exercia maior liderança. Isso explica o fato de às vezes Calebe ser mencionado sozinho nessa conexão. Porém, o próprio contexto deixa claro a participação de Josué na missão de reconhecimento, e seu apoio às recomendações de Calebe.
O comportamento de Calebe e Josué foi muito mais do que um relatório militar. Na verdade, foi uma nítida demonstração de confiança na promessa de Deus acerca daquela terra. Os outros dez espias incrédulos morreram de praga perante o Senhor (Números 14:36-38).

Josué, sucessor de Moisés

Josué foi oficialmente escolhido como sucessor de Moisés nas planícies próximas do Jordão. Quando Moisés entendeu que morreria antes de entrar em Canaã, ele separou Josué para ser o novo líder do povo de Israel, segundo a ordem do Senhor. A liderança de Josué foi coordenada com o sacerdócio de Eleazar (Números 27:12-23; Deuteronômio 3:21-29).
Moisés, solenemente, investiu honra e autoridade em Josué perante toda a congregação de Israel. Ele também impôs as mãos sobre ele e compartilhou o espírito de sabedoria (Deuteronômio 3:21-29).
Publicamente, Moisés advertiu Josué a ser corajoso e forte, para que ele pudesse cumprir a missão de levar Israel à terra que Deus havia prometido (Deuteronômio 31:3-8). No mesmo capítulo do livro de Deuteronômio, lemos que quando Moisés e Josué se dirigiram à tenda da congregação, Deus comissionou Josué de forma direta (Deuteronômio 31:14-23).
Mais tarde, já depois da morte de Moisés, Deus novamente repetiu a ordem dada particularmente a Josué. Com isso Ele renovou suas promessas e o encorajou na véspera da invasão de Canaã (Josué 1:1-9).

Josué, líder do povo de Israel

Após a morte de Moisés, Josué foi o responsável por liderar o povo de Israel na conquista da terra prometida por Deus. De todos os israelitas que partiram do Egito com Moisés, somente Josué, Calebe e aqueles que tinham menos de vinte anos de idade, receberam a permissão de Deus para entrar em Canaã (Números 26:65; 32:12; Deuteronômio 1:34-40).
Logo no início de sua liderança, Josué precisou enfrentar dois grandes problemas. Primeiro ele precisou fazer com que o povo conseguisse passar pelo rio Jordão. Depois ele também precisou vencer o exército dos cananeus que surgiu logo a sua frente.
Josué enviou dois espias para fazerem um relatório de reconhecimento da fortaleza de Jericó. Esses espias receberam a cooperação de Raabe, uma habitante de Jericó. Josué também pediu para que eles mantivessem a missão em segredo. O motivo disso era para que não se repetisse o que ocorreu anteriormente na missão com doze espias enviados por Moisés. Naquela ocasião os dez espias incrédulos conseguiram desencorajar o povo.
O agir de Deus a favor do povo de Israel fez com que os moradores daquelas terras ficassem apavorados (Josué 2:9-11). No capítulo 3 do livro de Josué, temos a descrição de como Deus, sobrenaturalmente, interrompeu as águas do Jordão quando os sacerdotes que levavam a Arca da Aliança pisaram nas águas. Assim o povo de Israel passou a seco marchando em direção a Jericó.

Josué toma Jericó

Josué demonstrou toda sua confiança em Deus, obedecendo a cada uma das táticas que Deus lhe dava para ser vitorioso na terra de Canaã. Muitas dessas táticas, aos olhos humanos, eram completamente inusitadas. Foi assim na tomada de Jericó, onde os sacerdotes e o povo foram ordenados a marcharem em volta da cidade. No sétimo dia, quando os sacerdotes tocaram as buzinas e o povo gritou com grande brado, as muralhas de Jericó caíram.
Com exceção de Acã, o exército israelita seguiu a ordem de não saquear as ruínas da cidade buscando despojos de guerra em benefício próprio. A atitude de Acã trouxe duras consequências, não só para ele, mas para o próprio povo de Israel. Os israelitas acabaram sendo derrotados em sua primeira investida contra os homens de Ai (Josué 7).
Já no segundo ataque a Ai descrito em Josué 8, podemos ver a tamanha habilidade e estratégia que eram comuns nas campanhas militares de Josué. Naquela ocasião os israelitas fizeram uma emboscada. Eles simularam uma fuga e enganaram o exército de Ai, fazendo com que os soldados inimigos saíssem de sua cidade fortificada. Assim eles foram fatalmente derrotados.
Por todo o livro de Josué encontramos exemplos das incríveis ações militares lideradas por ele. Um desses exemplos foi a marcha noturna de Gilgal para aliviar o cerco de Gibeão. Durante a batalha descrita no capítulo 10, vemos como a providência divina acompanhou aquele povo.
Por exemplo: na saraiva enviada pelo Senhor que matou mais inimigos do que o próprio exército de Israel pela espada; e pelo episódio tão conhecido em que o sol parou e a lua se deteve, até que os filhos de Israel se vingaram de seus inimigos. Aquele foi um dia que jamais se repetiu em toda a História (Josué 10:12-14).
Muitas pessoas tentam encontrar nesse texto um possível erro bíblico. Elas alegam que o erro está no fato de o texto descrever que o sol e a lua pararam, ao invés da rotação da Terra. Mas essa discussão é completamente descabida. A Bíblia usa a linguagem do observador. Isso significa que mesmo em nossos dias, em pleno século 21, caso a rotação da terra parasse, do ponto de vista do observador, isto é, de quem está na terra, o sol é que estaria parado no céu.
Josué conseguiu subjugar toda a terra de Canaã, e fez a distribuição das terras entre as tribos de Israel. Depois, gradualmente os israelitas foram se instalando nas terras e construindo seus edifícios. Isso ocorreu no período que compreende desde a época dos juízes até o reinado de Davi.

A morte de Josué

Quando chegou o tempo de Josué dissolver seu comando, ele reuniu todas as tribos de Israel. Em seu discurso de despedida, ele pediu que os filhos de Israel renovassem o compromisso de sua aliança com Deus. Ele também advertiu o povo a guardar os mandamentos do Senhor e a serem sempre fieis (Josué 23:6).
Josué morreu com 110 anos de idade, e foi sepultado em suas terras, perto de Timnate-Sera, que está no monte Efraim, ao norte do monte Gaás (Josué 24:30).

O exemplo de Josué

Josué pôde ver o poder de Deus desde o Egito, passando pelo período no deserto, até chegar, finalmente, na terra prometida em Canaã. A história de Josué e o seu exemplo como homem temente a Deus, certamente nos ensinam muitas lições. Alguns pontos que podemos destacar sobre esse notável homem de Deus são:
  1. Josué soube ser um excelente liderado quando esteve sob o comando de Moisés.
  2. Josué possuía todas as qualidades de um verdadeiro líder.
  3. Coragem era uma marca constante em sua vida. Josué foi corajoso desde sua juventude, ainda no início da peregrinação de Israel pelo deserto, até as grandes batalhas lideradas por ele em Canaã.
  4. Ele estava sempre atento às ordens de seu divino Comandante.
  5. Ele tinha consigo a nítida certeza de que seu sucesso na liderança daquele povo dependia completamente de sua obediência ao Senhor.
  6. Por mais inusitada que parecesse, Josué nunca questionou as ordens dadas por Deus.
  7. Suas estratégias sempre eram planejadas sob a direção da Palavra de Deus.
  8. Josué era um homem de palavra e que preservava a sua honra. Essa característica de seu caráter pode ser notada no cumprimento do acordo feito com Raabe.
  9. Josué foi um homem completamente devotado à Lei de Deus. A Palavra do Senhor era o que preenchia sua mente e coração.
  10. Ele era um líder respeitado pela nação de Israel e o povo confiava em suas decisões. Os israelitas podiam notar em sua vida a presença e a aprovação de Deus.
  11. O exemplo de sua conduta irrepreensível de temor e obediência a Deus, não se acabou com sua morte. A história de Josué continuou a influenciar o povo de Israel durante o período dos anciãos que ainda sobreviveram muito tempo depois dele.
  12. Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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