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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

DIFÍCIL É VIVER SEM DEUS PIOR AINDA É MORRER SEM ELE


                                  DIFÍCIL É VIVER SEM DEUS PIOR AINDA É MORRER SEM ELE
João 10.11-18
Gálatas 2.20
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”
INTRODUÇÃO
Geralmente quando há um crime, a Justiça determina que se faça um traba­lho de investigação para que sejam encontrados os responsáveis. Façamos uma investigação nas Escrituras para descobrir quem são os responsáveis pela morte de Cristo.
Por que Cristo morreu? Quem foi o responsável pela Sua execução? Quem são os suspeitos? E nós, quanto estamos envolvidos com a Sua morte? Qual é a nossa responsabilidade? Olhando pelos olhos de Deus, vejamos a nossa participação. A morte de Jesus foi um acidente? Ou será que fazia parte dos propósitos de Deus Pai? Conheçamos os responsáveis.
I. Pilatos, o governador: por conveniência
1. Era governador romano na província da Judeia. Ele quis agradar aos judeus, entregando-lhes Jesus (Mc 15.15).
2. Estava convicto da inocência de Jesus (Lc 23.4; Jo 18.38; 19.4-5)
3. A mulher de Pilatos o havia avisado: “Não te envolvas com esse justo” (Mt 27.19).
4. Tentou libertar Jesus. Vejamos como:
– enviando-O a Herodes (Lc 23.5-12);
– usando meias medidas (Lc 23.16-22);
– tentando soltá-Lo através de voto popular (Lc 23.20);
– tentando protestar a Sua inocência (Mt 27.24).

5. Pilatos, por fim, cedeu à pressão e entregou Jesus para ser crucificado (Lc 23.23-25). Quis contentar a multidão (Mc 15.15).
“É fácil condenar a Pilatos e passar por alto nosso próprio comportamento igualmente tortuoso. Ansiosos por evitar a dor de uma entrega completa a Cristo, nós também procuramos subterfúgios. Deixamos a decisão para alguém mais, ou opta­mos por um compromisso morno, ou procuramos honrar a Jesus pelo motivo errado (como mestre em vez de Senhor), ou até mesmo fazemos uma afirmação pública da lealdade a Ele, mas ao mesmo tempo O negamos em nossos corações” – Stott.
 II. Os sacerdotes judeus: por inveja
1. Os sacerdotes entregaram Jesus a Pilatos
Eles O acusaram de subversivo e exigiram a crucificação. Jesus destacou a culpa deles ( Jo 19.11).
2. Jesus incomodava os sacerdotes
– Deixava-Se chamar de Mestre (Mt 19.16; 26.49).
– Festejava com publicanos (Mt 9.10-11).
– Curava no sábado (Mt 12.1-8).
– Denunciava a hipocrisia (Mt 23.27).
– Causava inveja (Mt 27.18).
– Encurralava os sacerdotes, deixando-os sem saída (Mc 11.28-30).
– Tinha autoridade para ensinar, expelir demônios, perdoar pecados e julgar o mundo, mas os sacerdotes não tinham essa autoridade.

“A mesma paixão maligna influencia nossas atitudes contemporâneas para com Jesus. Ele ainda é, como O denominou C.S.Lewis, ‘um interferidor transcendental’. Ressentimo-nos de Suas intrusões à nossa vida privada, Sua exigência de nossa homenagem, Sua expectativa de nossa obediência. Por que é que Ele não cuida de Seus próprios negócios, perguntamos petulantemente, e nos deixa em paz? A essa pergunta Ele instantaneamente responde dizendo que nós somos o Seu negócio e que jamais nos deixará sozinhos. De modo que nós também vemo-Lo como um rival ameaçador, que perturba nossa paz, mina autoridade e diminui nosso autorrespeito. Nós também queremos eliminá-Lo” – Stott.
 III. Judas Iscariotes: por dinheiro
1. A traição de Jesus por Judas (1Co 11.23)
a) Judas seria um escolhido para o mal? (Lc 22.3; Jo 17.12; At 1.15-17). Entretanto nada disso exonera Judas. Ele era um agente livre. Podia não ser ele.
b) Ele se expôs à vontade de Satanás ( Jo 13.25-30). A traição foi odiosa (Mc 14.21).
c) O suicídio de Judas foi um atestado de culpa.
2. Qual o motivo da traição? Ganância
a) Judas vendeu Jesus (Mt 26.6-16; Mc 14.3-11).
b) Judas amava o dinheiro (Lc 12.15; 1Tm 6.10 NVI).

Aplicação
Não é por acaso que Jesus disse que devemos nos acautelar de toda a cobiça, ou que Paulo declarou que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (Lc 12.15; 1Tm 6.10 NVI). Muitos se deixam subornar (Am 2.6). Mas o cristão não deve ser amante do dinheiro (1Tm 3.3,8; Tt 1.7).

IV. O próprio Senhor Jesus: por amor
1. Jesus Se identificou com os pecadores o tempo todo.
2. Jesus Se recusou a desviar-Se da cruz.
3. Jesus predisse a Sua morte (Mt 17.23).
4. Jesus deu a Sua vida ( Jo 10.11,17-18).
5. Jesus Se entregou por nós (Gl 2.20; Ef 5.2,25).
6. Deus O entregou por amor (Rm 8.32).
“É essencial que conservemos juntos estes dois modos complementares de olhar a cruz. No nível humano, Judas O entregou aos sacerdotes, os quais O en­tregaram a Pilatos, que O entregou aos soldados, os quais O crucificaram. Mas, no nível divino, o Pai O entregou, e Ele Se entregou a Si mesmo para morrer por nós. À medida que encaramos a cruz, pois, podemos dizer a nós mesmos: ‘Eu O matei, meus pecados O enviaram à cruz’; e: ‘Ele Se matou, Seu amor O levou à cruz’. O apóstolo Pedro uniu as duas verdades em sua admirável afirmativa do dia de Pen­tecostes: ‘Sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mão de iníquos’ – At 2.27. Assim, Pedro atribuiu a morte de Jesus simultaneamente ao plano de Deus e à maldade dos homens. Pois a cruz, que é a exposição da maldade humana, como temos considerado em particular neste capítulo, é ao mesmo tempo a revelação do propósito divino de vencer a maldade humana assim exposta” – 
 Conclusão
Por que Cristo morreu? Morreu pela responsabilidade de Judas, dos sacerdotes e de Pilatos. Contudo, o que se conclui é que Jesus foi à cruz voluntária e deliberada­mente. Ele Se consagrou a esse destino. Ele Se identificou com os pecadores e morreu por eles. De fato, o bom Pastor dá a Sua vida pelas ovelhas ( Jo 10.11).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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