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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O MISTÉRIO SOBRE OS DOIS MALFEITORES CRUCIFICADOS AO LADO DE JESUS CRISTO


O MISTÉRIO SOBRE OS DOIS MALFEITORES CRUCIFICADOS AO LADO DE JESUS CRISTO
“Como explicar Mateus 27.44 e Marcos 15.32, onde se diz que os dois malfeitores crucificados com Jesus o injuriavam, e blasfemavam contra Ele, com Lucas 23.39,40, que afirma ser um só o blasfemador, e o outro não, antes censurava seu companheiro em defesa do Senhor, a quem fez o célebre pedido: ‘Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino’?”
Não há dificuldade em conciliar estas passagens. Os evangelhos não foram escritos ao mesmo tempo, nem no mesmo local, nem destinados às mesmas pessoas: Mateus, por exemplo, apresenta Jesus como o Messias, e foi endereçado primeiramente aos judeus; Marcos apresenta o Senhor como Maravilhoso, e destinou-se aos gentios; Lucas mostra o Mestre como o Filho do homem, e teve endereço pessoal a Teófilo; João mostra o Salvador como o Filho de Deus, e é o Evangelho Teológico destinado a todos os crentes. Mateus e João foram apóstolos e tiveram a oportunidade de ver e ouvir melhor tudo o que se passou com Jesus, pois conviveram com Ele por mais de três anos; Lucas e Marcos não foram apóstolos. Para escrever seu evangelho, Lucas só o fez depois de haver-se “informado minuciosamente de tudo desde o princípio”, 1.3. De Marcos, se diz que foi informado do que conhecera pelo apóstolo Pedro, talvez por não possuir conhecimento e instrução suficiente do que ocorrera. É uma verdade conhecida que duas ou mais pessoas, ao presenciarem o mesmo fato, divergem, ao descrevê-lo, mas essa divergência, quando não prometida, é benéfica, pois completa a descrição.
De fato, os Evangelhos foram escritos sem prévia combinação entre seus escritores. Desse modo, um descreve um fato que o outro não narra. Mateus e Marcos deram ênfase a que os dois ladrões que estavam sendo crucificados com Jesus blasfema-vam e zombavam. E isso foi verdade, porque ambos estavam revoltados, pois julgavam que a crucificação de Jesus apressara a própria crucificação deles. Lucas, por sua vez, relata o sucedido, ou seja, a conversão de um dos malfeitores, enquanto o outro continuou com o coração endurecido e fechado para a grandiosidade da obra que presenciava. A descrição dessa minúcia que completou o ocorrido no Calvário foi citado pelo médico amado, Lucas, visto que se informara “minuciosamente de tudo”. Desejamos enfatizar que esse comentário em nada contraria a inspiração divina das Escrituras. Na inspiração Deus usou também a ação dos escritores bíblicos. Uma prova irrefutável disso são as próprias palavras de Lucas já citadas: “Havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio”. Deus usou ainda a idéia do escritor, a sua instrução, os seus conhecimentos, etc. Pedro, o pescador, não poderia jamais ser usado para descrever a sublimidade do Evangelho e a sua eficácia, como o foi Paulo, o apóstolo. Mas Deus, pela inspiração, fez com que a ação, o pensamento, a instrução do escritor bíblico fossem adaptados a revelar unicamente o plano divino, ao escoimá-lo de qualquer sombra de erro.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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