Pages

sábado, 12 de outubro de 2019

A ESPADA DE DOIS GUMES


                                                   A ESPADA DE DOIS GUMES
QUE é mais cortante do O que qualquer espada de dois gumes A Palavra de Deus, a Bíblia, segundo o apóstolo Paulo: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” — Heb. 4:12ALA.
Nos dias do apóstolo Paulo, uma das armas usadas em combate era uma espada de dois gumes, parecida a uma adaga. Era usada especialmente no combate de corpo a corpo, e mais para dar estocadas do que para golpear. Servia, portanto, bem para a ilustração de Paulo quanto à eficácia da Palavra de Deus, pois a sua Palavra corta fundo, e faz a divisão entre alma espírito, no sentido de que distingue entre a aparência que nos damos como criatura vivente, a alma, e a nossa atitude mental, o espírito, expondo assim os nossos pensamentos e os propósitos do coração.
Existem hoje inúmeras escolas contraditórias de psicologia, e todas elas se esforçam a esquadrinhar o coração humano e a expor os seus segredos. Mas nenhuma delas, nem todas elas juntas, podem comparar-se à Palavra de Deus neste respeito, pois ela foi escrita por Aquele que fez o coração humano. A sua Palavra nos diz o que ele pensa do coração da humanidade decaída: “O coração é mais traiçoeiro do que tudo o mais e está desesperado. Quem o pode conhecer” Não os psicólogos, nem os psiquiatras, mas “eu, Jeová, esquadrinho o coração, examino as mais profundas emoções”. — Jer. 17:9, 10NM margem.
Entre os muitos exemplos que mostram quão profundamente a Palavra de Deus corta e quão bem ela faz separação entre as ações e os motivos há as palavras de Jesus em Mateus 6:1-8. Talvez não estejamos apercebidos disso, mas se fizermos as nossas obras piedosas e caridosas em público, se deixarmos que sejam vistas pelos outros, então cessam de ter mérito. Nossos próprios motivos se tornam suspeitos e nós nos tornamos hipócritas. As instituições de caridade que anunciam os donativos recebidos, com o objetivo de incentivar a maiores donativos, trabalham realmente contra os melhores interesses do contribuinte. De modo similar, Jesus, em Mateus 7:1-5, condena como hipocrisia a tendência de se usar, como que, a visão telescópica e microscópica para julgar outros, quando se é ao mesmo tempo completamente cego no que se refere a julgar a si próprio. Nossa falta de objetividade lança suspeita sobre os nossos motivos. Estamos tentando consciente ou inconscientemente exaltar a nós mesmos?
O apóstolo Paulo demonstrou o mesmo discernimento mental perspicaz e inspirado. Em 1 Coríntios 13:1-3 ele mostra que a eloqüência, o saber e as obras de caridade não nos aproveitarão absolutamente nada se os nossos motivos não forem puros. Note também o seu vivo entendimento do coração humano quando disse, a respeito de contribuições feitas para irmãos necessitados: “Cada um faça segundo resolveu no coração.” Quando a nossa atenção é chamada para uma causa meritória, resolvemos impulsivamente ser generosos, magnânimos. Mas, quando vem o momento de nos separarmos realmente dos nossos siclos, como estamos propensos a hesitar, a nos justificar e a achar que a nossa resolução foi precipitada e que a prudência indica darmos menos! Nem devemos dar de modo ressentido ou sob compulsão, “pois Deus ama ao dador alegre”. — 2 Cor. 9:7NM.
Citando as Escrituras Hebraicas sobre o assunto da disciplina divina, Paulo mostrou igual discernimento profundo. Quando somos repreendidos, estamos inclinados a ir a um de dois extremos: ou nos fugimos da vara por nos rebelarmos e por menosprezarmos a correção, ou temos pena de nós mesmos, ao ponto de ficarmos desanimados e desistirmos. Atacando ambos estes extremos, bem como mostrando por que os devemos evitar, Paulo diz: “Filho meu, não menosprezes a disciplina de Jeová, nem desanimes quando por ele és corrigido; porque Jeová disciplina a quem ama.” — Heb.12:5, 6, NM.
Que também o apóstolo Pedro foi ensinado por Jeová quanto a estas coisas é vividamente enfatizado por nós no seu conselho aos que são pastores na congregação cristã: “Pastoreai o rebanho de Deus, que está ao vosso cuidado, não sob compulsão, mas espontaneamente, nem por amor de lucro desonesto, mas com fervor, nem como tendo domínio sobre os que são a herança de Deus, mas tornando-vos exemplos para o rebanho.” — 1 Ped. 5:2, 3NM.
Pedro sabia muito bem que, assim como se dá com ovelhas literais, também cuidar das ovelhas cristãs envolve muitas dificuldades, longas horas e trabalho árduo. Qual é, então, a tendência humana egoísta e decaída? Que o pastor cumpre os seus deveres suspirando, porque ele simplesmente não pode evitá-los, mas está obrigado a cumpri-los, como se estivesse carregando um pesado fardo. Em vez de manifestar tal atitude ou disposição de ânimo, devia servir de bom grado, reconhecendo o privilégio.
Pedro avisa adicionalmente os pastores contra servir por lucro desonesto. A posição de superintendência traz consigo tentações peculiares. Quão natural é para a natureza humana egoísta tornar-se desonesta, aproveitando-se egoistamente das condições! A prova disso pode ser vista no proceder dos pastores nos dias do antigo Israel, nos dias de Jesus e nos nossos dias. Não por lucro egoísta, mas por amor a Deus e suas ovelhas é que os pastores devem servir avidamente.
Tocando em outra fraqueza humana, Pedro avisa contra o desejo dos pastores de querer dominar sobre o rebanho. Quão fácil é dar-se muita importância quando se recebe um cargo de responsabilidade! Como estamos propensos a ficar com o complexo de ditador ou chefão, dominando com arbitrariedade! Isto pode acontecer até mesmo em toda a boa consciência, por causa da avaliação exagerada da própria responsabilidade. Por isso se aconselha ao pastor que se comporte assim como ele gostaria que as ovelhas se comportassem, com humildade. A lei de Moisés deu um conselho parecido ao que se tornasse rei. Ele devia ler à Palavra de Deus diariamente, para que não se sentisse melhor do que os seus súditos. — Deu. 17:19, 20.
Deveras, a Palavra de Deus é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Ela corta fundo, separando ou distinguindo a alma do espírito, a nossa vida como humanos e a nossa atitude mental. Revela-nos os pensamentos e propósitos do coração pelas suas próprias ordens quanto a que devemos e que não devemos fazer.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.