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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

RELAÇÕES ENTRE PAIS E FILHOS

                                                RELAÇÕES ENTRE PAIS E FILHOS
Introdução

           A família tem sofrido os mais ferozes ataques de todos os lados. Mas apesar das estatísticas, apesar das crises, apesar de tudo que ouvimos em contrário, Deus continua interessado em manter um padrão sadio e harmonioso da família. O plano que Ele implementou no Jardim do Éden e que foi resgatado na cruz do Calvário continua em pé hoje. Uma das características que distingue os judeus de outros povos, é o valor que dão aos filhos  e o cuidado de ensiná-los a        amar e a servir a Deus (Dt 6.7-9). Eles aprenderam bem a proibição de Jafé de sacrificar os filhos ( Dt 12.31,32).


1)   OS DEVERES DOS PAIS


           No Salmo (128.3) fala que os filhos, são bênçãos do Senhor. Este  salmo é chamado do “ Salmo do Construtor ”, para os Israelitas, o lar é uma oportunidade de sagrada de “construir” filhos. Esse conceito retrata o que o Criador deseja, pois os pais devem empenhar-se exibindo diante deles os fundamentos da fé por meio de uma vida cristã genuína, honrando a Jesus,  e  envolvendo os filhos na oração e o ensino da Palavra. Os padrões de família são copiados, os filhos herdam toda a  influencia, cultural e espiritual  vivenciada na sua vida familiar. Se o pai é honesto, espiritual, fiel, esse padrão servirá de espelho diante dos filhos que com certeza copiará o seu exemplo. Agora se o filho cresce envolvido no ambiente de discórdias, brigas, mentiras, contendas, reproduzirá  esse comportamento doentio. Se por exemplo o telefone toca, o filho atende e fala: “ Pai, é fulano de tal “. O pai fala baixinho: “ Diz que eu não estou”. O que o filho vai aprender? A ser mentiroso. O que alguns dizem ser maldição hereditária, eu entendo ser padrão familiar doentio, são comportamento sendo reproduzido no lar, infelizmente observamos isso na vida do patriarca Abraão no capítulo vinte e vinte e seis, o mesmo problema que aconteceu com Abraão se repetiu com Isaque seu filho. Isaque seguiu o mesmo padrão de seu pai: O capítulo vinte do livro de Genesis situa o episódio em Gerar, uma espécie de vila localizada perto da antiga cidade de Gaza, mais precisamente entre o Egito e a Palestina. Neste lugar, um casal de seminômades – Sara e Abraão – teve que se apresentar ao rei local como irmãos e não como marido e mulher. Abraão temia que o rei Abimelque o matasse para tomar a sua esposa, pois esta era uma pratica comum dos monarcas antigos. Por isso, Abraão suplicou à sua mulher que falasse a todos que ele era seu irmão. No capítulo vinte e seis a história se repete  na integra por seu filho Isaque.

1.1- Exercer autoridade

No  processo de construir o caráter do filho, os pais tem de se valer de autoridade , não se confunde com autoritarismo nem tampouco rigidez obsessiva. Alguns pais para impor autoridade acabam provocando a ira dos filhos, (Cl 3. 11). Rigidez e  exigências de espiritualidade acima da média podem gerar nos pais a expectativa irrealista de que os filhos se comportem de maneira impecável. Davi foi um rei inesquecível de Israel, mas após o adultério e homicídio, sua autoridade paternal se perdeu,  seu lar ficou conhecido diante do povo com contendas, inimizades e vergonha, (2 Sm 13.22-28). A autoridade paternal é dever dos pais, e não do colégio, do pastor e muito menos da Igreja.
 A reportagem da revista VEJA  intitulada “Eles é que mandam” trata do novo modelo de educação de filhos. Em que os pais não tem mais controle sobre os filhos, principalmente os  adolescentes; por esta razão eles estão cada vez mais cedo tendo contato com alcoolismo, droga e iniciação da vida sexual. A reportagem  aponta  que o problema deste descontrole reside na  culpa dos pais, em não saber dizer o velho, bom e sonoro “ NÃO”. Para os pais o não equivale a um castigo físico. A psicanalista infantil Anna Lise Scapatticci afirma que os pais comumente viram reféns do filho, a criança vira um pequeno ditador. Há uma inversão de papéis na família, conseqüência do despreparo dos pais em impor sua autoridade. A criança tem necessidade de ser guiada por regras senão, fica perdida!


1.2 - Cuidado espiritual  
A história de Jó, não aponta apenas para sua fidelidade a Deus, mas sua  preocupação com a vida espiritual dos filhos, (Jó 1.5). Os pais sábios como Jó tem ciência da responsabilidade de criá-los para uma vida segundo a vontade de Deus. A salvação dos filhos deve ser o maior interesse e anseio em relação à sua descendência, ela deve estar acima de questões da vida secular, profissional,  social ou mesmo cargos na igreja, (Pv 22.6; At 16.31).
Cuidado ao tratar de problemas de igreja à vista dos filhos, comentário e piadas negativas com o pastor. Conta-se a história que uma criança da igreja adoeceu pois  queria de todo jeito ver o pastor. Então a família pediu que o pastor comparecesse em sua casa para de algum modo cessasse esta enfermidade na criança. Chegando na casa o pastor assentado ao sofá a criança ficou olhando o pastor de um lado e de outro, até que ela uma hora perguntou aos pais. Ué pai vocês falam que o pastor tem duas caras, eu só consigo enxergar uma nele!Por isso há filhos que não se convertem. Noé foi o patriarca que dá grande lição familiar, ele  não ganhou com a mensagem de juízo de Deus nenhum homem ou  mulher da sua geração, mas salvou toda a sua família do Dilúvio, (Hb 11.7)

1.3 -  promover cuidado material
Na Segunda Carta aos Corintios (12.14) “ Porque não devem os filhos entesourar os pais, mas os pais para os filhos”. Há pessoas que acarretaram prejuízos na vida porque não tiveram a instrução secular, alguns sob a  alegação de ser pecado. Jesus cresceu em todas dimensões da vida, (Lc 2.40;52). Os pais devem preocupar-se com a formação educacional, provendo as condições necessárias para uma boa escolaridade e futuro igualitário a todos os filhos.O profeta morreu e deixou os filhos desprovidos, (2 Rs 4.1).




2)   Os deveres dos filhos

A Bíblia é o manual por excelência da família. Se seus magníficos ensinos forem obedecidos, a família terá paz, felicidade, principalmente os filhos. Na cultura moderna os princípios e padrões de obediência são rechaçados.
Esse respeito esta em falta nos americanos de forma trágica. Na África as crianças respeitam os mais velhos de um jeito maravilhoso. Eles os reverenciam, ouvem. Os mais velhos comem primeiro, enquanto isso as crianças aguardam do lado de fora da cabana, esperando eles terminarem, sem ousar entrar ou interromper.



2.1- Honrar os pais

É tão importante o dever de honrar os pais que nos Dez Mandamentos,  o único mandamento ligado a uma condição de promessa  é o mandamento dos filhos honrarem aos pais. Este mandamento não está apenas no AT, ele é ratificado no Novo,( Mt 15.3-9; Mc 7.6-13) Jesus insistiu que honrar a Deus compreende também honrar aos pais. Tal honraria não esta ligado ao  grau intelectual ou financeiro dos pais, mas independente disto. Há filhos que os pais são motivos de vergonha.

2.2 - Ouvir os pais
O livro de Provérbios trata de um manancial de sabedoria, cujo discursos iniciam  com orientação de uma boa audição aos filhos “  filho meu ouve a instrução de teu pai” . Pois o pregador considera ser sábio o filho que é bom ouvinte. Sansão mostrou ter grande força, e pouca audição, pois não ouviu os conselhos de seus pais, (Pv 5.1).  quanto suas escolhas amorosas, (Jz 14.3)
Muitos filhos em depoimentos de terapia familiar confidenciam que poderiam ter evitado muitas experiências amargas na vida, se tivessem ouvido seus pais. Muitas grávidez indesejadas, más companhias teriam sido evitadas se tivessem atentado para palavra de Deus “ Daí ouvido a teu pai”.
         
2.3 - Respeitar os pais  
Jesus deu grande exemplo de respeito aos pais, ( Lc 2.51). Embora soubesse a razão porque veio ao mundo, e que era o Filho de Deus, Ele se submeteu à autoridade de seus pais. Agressões verbais e físicas tem feito parte do comportamento de jovens em relação aos pais nesta geração, para tais filhos seus dias estão sendo abreviados e de grande tormento, (Pv 3.2). Mesmo casado,  milionário e influente no mundo os filhos devem  prestar respeito aos pais, (Pv 23.22).



3)  A FAMILIA DEVE CULTIVAR BONS HABITOS

Criar filhos nos caminhos do Senhor e nutri-los com o alimento da dispensa de Deus, é uma tarefa difícil nestes dias. A exploração da sensualidade na mídia e a perda dos valores e referências pessoais tornam esta tarefa cada vez mais difícil, que demanda sabedoria para cultivar bons hábitos que enriqueçam a família.
A família vem antes da Igreja, pois não há Igrejas sem famílias. Não podemos ser felizes na Igreja sem sermos felizes em nossa família. Façamos da nossa família uma Igreja, utilizando-se de todos os meios bíblicos possíveis para alcançarmos esta felicidade. O cultivo de bons hábitos é um dos fatores decisivos do sucesso do lar.

3.1-     Diálogo no lar

O termo lar é proveniente do “latim” lare, que significa a parte da cozinha onde se acende o fogo. Daí deriva a palavra “lareira”, onde as famílias se reuniam para conversar ao redor do fogo. Hoje os hábitos e costumes familiares cada vez mais alterados e cada membro  estão envolvidos com a programação da televisão ou internet nos quartos e quase não se reúnem para conversar, famílias vivendo sobre o mesmo teto, mas distantes uns dos outros.
Conta-se que Suzana Wesley, a mãe do famoso evangelista John Wesley, avivalista, escritor e líder evangélico destacado no século XVIII, passava uma hora por semana a sós com cada um dos seus filhos, conversando e explicando a Palavra de Deus. Infelizmente hoje boa parte dos lares não existe mais o dialogo,  e sim monólogo. São palavras monossilábicas. E aí como você esta? Bem! Você vai? Sim! Oi,Tudo bem? Tá .Ok. Ram. Ram. É importante pararmos e refletirmos um pouco sobre isso, pois existem famílias vivendo debaixo do mesmo teto, mas ao se comunicarem trocam mensagem de texto do celular, rádio e e-mails. Muitos filhos trocariam muitos presentes caros por um período de conversa sincera com seus pais, o contrario também é verdadeiro. Outros dariam tudo o que tem só para voltar ao tempo e poder falar aos seus pais: eu te amo. Mãe, a senhora é a minha heroína, o quanto te admiro, o quanto a respeito. Pai o senhor é importante para mim.Vale ressaltar que vivemos  num pais em que 50% das mulheres dizem que os maridos não se comunicam, 86% dos divórcios dizem que a causa foi uma falha na comunicação “dialogo” e 25% dos jovens dizem que nunca tiveram uma conversa significativa com seu pai.

3.2 - Culto doméstico
Para muitos o culto doméstico é tido como algo ultrapassado em completo desuso. A conseqüência disto é que muitas crianças crescem sem qualquer experiência da fé cristã no lar. Jesus disse que o homem não pode viver só de pão, mas também do alimento espiritual diário. O culto doméstico, não é uma opção, mas uma ordenança Divina, (Dt 6.1-7).  Timóteo tirou lições desta pratica, (2 Tm 3.14,15). Trata-se de um investimento inestimável a família. Este culto elaborado com criatividade visa cultivar a presença de Deus no lar. Quando a presença de Deus não é cultivada no lar, outras prioridades surgem.
Especialistas do comportamento infantil entendem que a televisão tem sido chamada a babá eletrônica, uma vez que as crianças  ficam horas a fio na frente do aparelho, especialmente se estiverem assistindo a  programas como novelas, filmes e desenhos. Muitos programas aparentemente inofensivos apresentam constantemente violência, introduzindo à criança num mundo de bruxaria, fantasma e duendes. Palavras como magia, maligno, sangue, força das  trevas, escuridão e outras vão povoando a mente das crianças.


3.3 - Compartilhar refeições e projetos

          O salmo (128 .3) “ os teus filhos, como plantas de oliveira, a roda da tua mesa” essa comparação remete para importância das refeições na mesa. Raramente  as famílias tem a oportunidade de fazer  refeições juntas.As refeições são oportunidades das famílias se olharem, darem graças juntos e compartilharem suas vitórias. Compartilhar uma refeição para o judeu é um momento de profunda comunhão, não era jogar tempo fora, é dizer nós estamos em comunhão.






4) ORIENTAÇÕES BIBLICAS PARA EDIFICAÇÃO DOS PAIS E FILHOS
         
          A Bíblia é rica em ensinamentos para família. Jesus começou seu ministério público numa reunião que marca o inicio da família, o casamento. Paulo  dá ênfase  a importância  da família. Deus tem interesse no sucesso da família.

4.1 - invista tempo para seus filhos
 A família é a célula “ mater ” da sociedade, por isto sofre os maiores ataques de Satanás. Mas ela conta com a proteção e bênção do Todo Poderoso: "O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás os bens de Jerusalém em todos os dias da tua vida. E verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel", (Sl 128.5,6).   O sucesso do convívio familiar além de estarem na casa de Deus, requer investimento de tempo para o diálogo e um bom programa familiar. Lamentavelmente existem pais que não dedicam tempo para assistirem o crescimento dos filhos, por estarem demasiadamente envolvidos com a obra de Deus ou a carreira profissional. Quando os pais não exercem seu papel, Satanás prepara alguém para desempenhá-lo. Negligenciar a família, é negligenciar a palavra de Deus, (1 Tm 3:4). Nenhum sucesso na vida  justifica o fracasso familiar. A escala de importância na vida de uma pessoa é assim:1) Deus, 2) família e 3)Igreja e/ou ministério, se esta ordem for alterada com certeza tudo poderá estar comprometido. Muitas pessoas envolvidas demasiadamente com o trabalho, carreira e ministério e distante até de Deus e da família.

4.2 - não viva de aparências
 Jesus em seu ministério certa vez amaldiçoou  uma figueira, ( Mc 11.12-14),  porque  tinha aparência de ter frutos.  Existem famílias vivendo um tremendo faz de conta, aparentando uma harmonia de fachada, vivendo um verniz religioso,  mas no recôndito da casa só Deus sabe como as coisas estão. “põe em ordem a sua casa", (Is 38.1).

4.3  -  não inverta os valores
A bíblia é o livro que dá o devido valor as coisas, e neste parâmetro que a Bíblia dá a tudo, não se pode errar e inverter os valores bíblicos. Pois o mundo passa  constantemente por mudanças de valores e costumes, nesta inversão vão surgindo diversos tipos de família.
 Os terapeutas familiar tem definido  diversos tipos de família: 1)Família Nuclear por exemplo, é  formada pelo marido, mulher e o cachorro, esses casais não gostam de filhos, mas tratam os animais de estimação como se fossem filhos. 2)Família do Divórcio: pais que já ultrapassaram o terceiro casamento e tem filhos com todas mulheres, e quando todos se encontram, é a maior bagunça, pois não sabem o que cada um é do outro no grau de parentesco. 3)Familia dos Afeminados: crianças que são criados por casais homossexuais. 4)Família do Piercing e tatuagens: esses pais patrocinam tudo isso, achando tudo muito bonitinho.

Considerações finais
         
          O relacionamento de pais e filhos é muito importante. Como diria um a propaganda de cartão de crédito, não tem preço. O perfil da família ideal hoje, é a família onde cada membro ocupa seu lugar e exerce seus direitos e deveres, onde pai é o pai, mãe é mãe, filho é filho e Deus é Deus, quando isto se inverte dá problemas.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr Edson Cavalcante

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O LIVRO DE APOCALIPSE


                                                        O LIVRO DE APOCALIPSE

Autor: Apóstolo João

Data: Cerca de 79—95 dC

Autor

         O autor se refere a si mesmo quatro vezes como João (1.1,4,9; 22.8). Ele era tão bem conhecido por seus leitores e sua autoridade espiritual era tão amplamente reconhecida que ele não precisou estabelecer suas credenciais. A Antiga tradição eclesiásticas atribui unanimemente este livro ao apóstolo João.

Antecedentes e Data

         As evidências em Apocalipse indicam que foi escrito durante um período de extrema perseguição aos cristãos, que possivelmente tenha começado com Nero depois do grande fogo que quase destruiu Roma, em Julho de 64 dC, e continuou até seu suicídio, em junho de 68 dC. Segundo esta visão, portanto, o livro foi escrito antes da destruição de Jerusalém em setembro de 70 dC, e é um profecia autêntica sobre o sofrimento continuo e a perseguição dos cristãos, que tornou-se bem mais intensa e severa nos anos seguintes. Com base em declarações isoladas pelos patriarca da igreja primitiva, alguns intérprete datam o livro perto do final do reino de Domiciano (81-96 dC), depois de João ter fugido para Éfeso.

Ocasião e Objetivo

         Sob a inspiração do Espírito e do AT, João sem dúvida vinha refletindo os acontecimento horripilantes que ocorriam em Roma e em Jerusalém quando ele recebeu a “profecia” do que estava para acontecer— a intensificação do conflito espiritual confrontando a igreja (1.3), perpetrada pelo estado anticristão e numerosas religiões anti-cristãs. O objetivo desta mensagem era fornecer estímulo pastoral aos cristãos perseguidos, confortando, desafiando e proclamando a esperança cristão garantida e certa, junto com a garantia de que, em Cristo, eles estavam compartilhando o método soberano de Deus de superar totalmente as forças do mal em todas suas manifestações. O Apocalipse também é um apelo evangelístico a todos aqueles que estão atualmente vivendo no reino das trevas para entrar no Reino da Luz (22.17)

Conteúdo

         A mensagem central do Apocalipse é que “Deus Todo-poderoso reina” (19.6). Este tema foi validado na história devido à vitória do cordeiro, que é “o Senhor dos senhores e Reis dos reis” (17.14).
         Entretanto, aqueles que seguem o Cordeiro estão envolvidos em um conflito espiritual contínuo e, sendo assim, o Apocalipse fornece um maior discernimento quanto à natureza e tática do inimigo (Ef 6.10-12). O dragão, frustrado por sua derrota na cruz e pelas conseqüentes restrições imposta sobre sua atividade, e desesperado para frustrar os propósito de Deus perante seus destino inevitável, desenvolver uma trindade forjada a “fazer guerra” com os santos (12.17). A primeira “besta” ou monstro simboliza a realidade do governo anticristão e poder político (13.1-10,13). A segunda, a religião anticristã, a filosofia, a ideologia (13.11-17). Juntos, eles forma a sociedade, comercio e cultura secular cristã definitivamente enganosa e sedutora, a prostituta Babilônia (caps 17-18), composta daqueles que “habitam a terra”. Eles, portanto, possuem a “marca” do monstro, e seus nomes não estão registrado no “Livro da Vida do Cordeiro”. O dragão delega continuamente seu poder restrito e autoridade aos monstros e seus seguidores a fim de enganar e desanimar qualquer pessoa do propósito criativo-redentor de Deus.

Forma Literária

         Depois do prefácio, o Apocalipse começa (1.4-7) e termina em (22.21) como uma carta típica do NT. Embora contenha sete cartas para sete igrejas, está claro que cada membro deve “ouvir” a mensagem a cada uma das igrejas (2.7,11,17,29; 3.6,13,22), bem como a mensagem do livro inteiro (1.3; 22.16), a fim de que possam obedecer-lhe (1.3; 22.9). Dentro desta carta está “a profecia” (1.3; 10.11; 19.10; 22.6-7,10,18-19). De acordo com Paulo, “o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação(estímulo) e consolação” (1Co 14.3). O profeta fala a Palavra e Deus como um chamamento à obediência na situação presente e na situação futura imediata, tendo em vista o futuro definitivo. Essa profecia não deveria ser selada (22.10) por ser relevante aos cristão de todas as gerações.

Método de Comunicação

        João recebeu essas profecias de uma série de visões vívidas contendo imagens simbólicas e números que ecoam aqueles encontrados nos livros proféticos do AT. João registra essas visões na ordem cronológica na qual as recebeu, muitas das quais retratam os mesmos acontecimentos através de diferentes perspectivas. Entretanto, ele não fornece uma ordem cronológica na qual determinados acontecimentos históricos devem acontecer. Por exemplo, Jesus nasceu no cap.12, é exaltado no cap.5 e está caminhando em meio às suas igreja no cap.1. A besta que ataca as duas testemunhas no cap.12 não é trazida à existência até o cap.13. João registra uma série de visões sucessivas, e não uma série de acontecimentos consecutivos.
         O Apocalipse é um quadro cósmico— uma série de quadros vivos coloridos, elaborados, acompanhados e interpretados por oradores cantores celestiais. A palavra fala é prosa elevada, mais poética do que nossas traduções indicam. A música é semelhante a uma cantata. Repetidamente são introduzidos temas, mais tarde reintroduzidos, combinados com outros temas desenvolvidos.
         Toda a mensagem é “notificada” (1.1). Há um segredo para a compreensão das visões, todas as quais contém linguagem figurativa que aponta para realidades espirituais em e por trás da experiência histórica. Os sinais e símbolos são essenciais porque a verdade espiritual e a realidade invisível deve sempre ser comunicada a seres humanos através de seus sentidos. Os símbolos apontam para o que é definitivamente indescritível. Por exemplo, o relato de gafanhotos demoníacos do abismo (9.1-12) cria uma impressão vívida e horripilante, mesmo que os mínimos detalhes não tenham a intenção de ser interpretados.

Cristo Revelado

         Quase todos os títulos usados em várias partes do NT para descrever a natureza divino– humana e ao obra redentora de Jesus são mencionados pelo menos uma vez no Apocalipse, que junto com uma série de títulos adicionais, nos fornece uma revelação multidimensional da posição presente, do ministério contínuo e da vitória definitiva do Cristo exaltado.
        Embora o ministério terreno de Jesus seja condensado entre sua encarnação e ascensão em 12.5, o Apocalipse afirma que o Filho de Deus, como Cordeiro, terminou completamente sua obra de redenção (1.5-6). Através de seu sangue, os pecadores foram perdoados, purificados (5.6,9; 7.14; 12.11) liberados (1.5) e fizeram reis e sacerdotes (1.6; 5.10). Todas as manifestações resultantes de sua vitória aplicada baseiam-se em sua obra terminada na cruz; portanto, satanás foi derrotado (12.7-12) e preso (20.1-3). Jesus ressuscitou dos mortos e foi entronado como Soberano absoluto sobre toda a criação (1.5; 2.27). Ele é o “Reis dos reis e o Senhor dos senhores” (17.14; 19.16) e deve receber a mesma adoração que recebe de Deus, o Criador ( 5.12-14).
        O único que é “digno” para executar o propósito eterno de Deus é o “Leão de Judá”, que não é um Messias político, mas um Cordeiro morto (5.5,6). “O Cordeiro” é seu título primário, utilizado vinte e oito vezes em Apocalipse. Como aquele que conquistou, ele tem a legítima autoridade e poder de controlar todas as forças do mal e suas conseqüências para seus propósitos de julgamento e salvação (6.1-7.17). O Cordeiro está no trono (4.1-5.14; 22.3).
         O Cordeiro, como “um semelhante ao Filho do Homem”, está sempre no meio de seu povo (1.9-3.22; 14.1), cujos nomes estão registrados em seu livro da vida (3.5; 21.27). Ele os conhece intimamente, e com um amor incomensuravelmente sagrado, ele cuida, protege, disciplina e os desafia. Eles compartilham totalmente sua vitória presente e futura (17.14; 19.11-16; 21.1-22.5), bem como a “ceia das bodas” (19.7-9; 21.2) presente e futura. Ele habita neles (1.13), e eles habitam nele (21.22).
         Como “um semelhante ao Filho do Homem”, ele também é o Senhor da colheita final (14.14-20). Ele derrama sua ira em julgamento sobre satanás (20.10), seus aliados (19.20; 20.14) e sobre os espiritualmente “mortos” (20.12,15) – todos aqueles que escolheram “habitar na terra” (3.10).
        O cordeiro é o Deus que está chegando (1.7-8; 11.17; 22.7,20) para consumar seu plano eterno, para completar a criação da nova comunidade de seu povo em “um novo céu e uma nova terra” (21.1) e restaurar as bênçãos do paraíso de Deus (22.2-5). O Cordeiro é a meta de toda a história (22.13)

O Espírito Santo em Ação

        A descrição do Espírito Santo como “os sete Espíritos” de Deus (1.4; 3.1; 4.5; 5.6) é distinta no NT. O número sete é um número simbólico, qualitativo, comunicando a idéia de perfeição. Portanto, o Espírito Santo é manifestado em termos de perfeição de sua atividade dinâmica, complexa. As “sete lâmpadas de fogo” (4.5) sugerem seu ministério iluminador, purificador e energizador. O fato de os sete espíritos estarem diante do trono (1.4; 4.5) e serem simultaneamente os olhos do Cordeiro (5.6) significa a trindade una essencial de Deus que se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo. Trata-se de um “habitar “ mútuo de Pessoas sem dissolver as distinções de ser e funções essenciais.
        Cada uma das mensagens para as sete igreja é do Senhor exaltado, mas o membros individuais são incitados a ouvir “o que o Espírito diz” (caps.2-3). O Espírito diz somente o que o Senhor Jesus diz.
        Portanto , o Espírito é o Espírito da profecia. Cada profecia genuína é inspirada pelo Espírito Samto e presta testemunho a Jesus (19.10). As visões proféticas são comunicadas e João somente quando ele está “no Espírito” (1.10; 4.2; 21.10). O conteúdo dessas visões não é nada menos qo que a “Revelação de Jesus Cristo” (1.1).
         Toda profecia genuína exige uma resposta. “O Espírito e a esposa dizem: Vem!” (22.17). Todos ouvem ou se recusam a ouvir esse apelo. O Espírito está operando continuamente em e através da igreja para convidar a entrar aqueles que permanecem fora da Cidade de Deus. Apenas mediante a habilitação do Espírito é permitido que a esposa testemunhe e “suporte pacientemente”. Portanto, o Espírito penetra na experiência atual daqueles que ouvem com antegozo do cumprimento futuro do Reino.

Esboço de Apocalipse

Prólogo 1.1


I. As cartas às sete igrejas 1.9-3.22

O cenário: um semelhante ao Filho do Homem 1.9-20
As cartas 2.1-3.22

II. Os sete selos 4.1-5.14

O cenário 4.1-5.14
Os selos 6.1-8.1

III. As sete trombetas 8.2-11.18

O cenário: O altar dourado 8.2-6
As trombetas 8.7-11.18

IV. Os sete sinais 11.19-15.4

O cenário: A arca do concerto 11.19
Os sinais 12.1-15.4

V. As sete taças 15.5-16.21

O cenário: O templo do testemunho 15.5-16.1
As sete taças 16.2-21

VI. Os sete espetáculos 17.1-20.3

O cenário: Um deserto 17.1-3
Os espetáculos 17.3-20.3

VII. As sete visões da consumação 20.4 –22.5

O Cenário: 20.4-10
As cenas 20.11-22.5

Epílogo 22.6-21

Sete testemunhas de confirmação 22.6-17
Advertências final e garantia 22.18-20
Bênção 22.21
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

terça-feira, 29 de outubro de 2019

CÂNCER DE PRÓSTATA E PREVENÇÃO



                                  CÂNCER DE PRÓSTATA E PREVENÇÃO

Câncer de próstata: causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção
 O que é câncer de próstata?
Câncer de próstata é o tumor que afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto.
As estimativas apontam 68.220 novos casos em 2018. Esses valores correspondem a um risco estimado de 66,12 casos novos a cada 100 mil homens, além de ser a segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil, com mais de 14 mil óbitos. Na presença de sinais e sintomas, recomenda-se a realização de exames.
A doença é confirmada após fazer a biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, que somente são prescritos a partir da suspeita de um caso por um médico especialista.
As células são as menores partes do corpo humano. Durante toda a vida, as células se multiplicam, substituindo as mais antigas por novas. Mas, em alguns casos, pode acontecer um
crescimento descontrolado de células, formando tumores que podem ser benignos ou malignos (câncer). 
O câncer de próstata, na maioria dos casos, cresce de forma lenta e não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem. Em outros casos, pode crescer rapidamente, se espalhar para outros órgãos e causar a morte. Esse efeito é conhecido como metástase.

O que é a próstata?
A próstata é uma glândula presente apenas nos homens, localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra (canal por onde passa a urina). A próstata não é responsável pela ereção nem pelo orgasmo. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides. Em homens jovens, a próstata possui o tamanho de uma ameixa, mas seu tamanho aumenta com o avançar da idade.
ATENÇÃO: As informações presentes nesta página têm por objetivo apoiar e informar dados úteis sobre o câncer de próstata, mas não substituem, em hipótese alguma, a consulta médica. Em casos de suspeita, procure um médico especialista de sua confiança para avaliação.
Quais os fatores de risco?
Existem alguns fatores que podem aumentar as chances de um homem desenvolver câncer de próstata. São eles:
  • Idade: o risco aumenta com o avançar da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos.
  • Histórico de câncer na família: homens cujo o pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, fazem parte do grupo de risco.
  • Sobrepeso e obesidade: estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal mais elevado.
Como prevenir o câncer de próstata?
Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
Entre os fatores que mais ajudam a prevenir o câncer de próstata estão:
  • Ter uma alimentação saudável.
  • Manter o peso corporal adequado.
  • Praticar atividade física.
  • Não fumar.
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Sinais e sintomas do câncer de próstata
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são:
  • dificuldade de urinar;
  • demora em começar e terminar de urinar;
  • sangue na urina;
  • diminuição do jato de urina;
  • necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.

Esses sinais e sintomas também ocorrem devido a doenças benignas da próstata. Por exemplo:
  • Hiperplasia benigna da próstata é o aumento benigno da próstata. Afeta mais da metade dos homens com idade superior a 50 anos e ocorre naturalmente com o avançar da idade.
  • Prostatite é uma inflamação na próstata, geralmente causada por bactérias.
IMPORTANTÍSSIMO: Na presença de sinais e sintomas, recomenda-se a realização de exames para investigar o câncer de próstata.
Quais exames são feitos para investigar o câncer de próstata?
Para investigar os sinais e sintomas de um câncer de próstata e descobrir se a doença está presente ou não, são feitos basicamente dois exames iniciais. 
  • Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.
  • Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata - Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.
Qual exame confirma/diagnostica o câncer de próstata?
Para confirmar o câncer de próstata é preciso fazer uma biópsia. Nesse exame são retirados pedaços muito pequenos da próstata para serem analisados no laboratório. A biópsia é indicada caso seja encontrada alguma alteração no exame de PSA ou no toque retal. 
Homens sem sinais ou sintomas precisam fazer exames para o câncer de próstata?
Alguns especialistas são contra de se fazer exames de rotina em homens sem sintomas, pois pode trazer tanto benefícios quanto riscos à saúde. Outros, no entanto, são a favor. 
  • Benefícios: realizar o exame pode ajudar a identificar o câncer de próstata logo no inicio da doença, aumentando assim a chance de sucesso no tratamento. Tratar o câncer de próstata na fase inicial pode evitar que se desenvolva e chegue a uma fase mais avançada.
  • Riscos: ter um resultado que indica câncer, mesmo não sendo, gera ansiedade e estresse, além da necessidade de novos exames, como a biópsia. Diagnosticar e tratar um câncer que não evoluiria e nem ameaçaria a vida. O tratamento pode causar impotência sexual e incontinência urinária. Os riscos desses exames estão relacionados às consequências dos seus resultados e não à sua realização.
DESTAQUE: O Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS), não recomenda que se realize o rastreamento do câncer de próstata, ou seja, não é indicado que homens sem sinais ou sintomas façam exames. Procure conhecer os riscos e os benefícios que envolvem a realização desses exames de rotina e converse com um profissional de saúde da sua confiança para decidir se deseja ou não realizá-los.
Qual o tratamento para o câncer de próstata?
O câncer de próstata é feito por meio de uma ou de várias modalidades/técnicas de tratamento, que podem ser combinadas ou não. A principal delas é a cirurgia, que pode ser aplicada junto com radioterapia e tratamento hormonal, conforme cada caso. 
Quando localizado apenas na próstata, o câncer de próstata pode ser tratado com cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo observação vigilante, em alguns casos especiais. No caso de metástase, ou seja, se o câncer da próstata tiver se espalhado para outros órgãos, a radioterapia é utilizada junto com tratamento hormonal, além de tratamentos paliativos. 
A escolha do melhor tratamento é feita individualmente, por médico especializado, caso a caso, após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para cada paciente, conforme estágio da doença e condições clínicas do paciente. Todas as modalidades de tratamento são oferecidas, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A próstata é uma glândula acessória exclusiva do sistema genital masculino, que se localiza abaixo da bexiga. Ela é a responsável por liberar uma secreção alcalina que neutraliza a acidez da uretra e das secreções vaginais. Essa secreção se une ao líquido seminal, formando o sêmen.
Considerado um câncer da terceira idade, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele.  Ainda não se conhece as causas do câncer de próstata, mas especialistas consideram alguns fatores que podem favorecer o desenvolvimento desse câncer, como:
→     Fatores genéticos. Homens que tenham histórico de câncer de próstata na família têm maior probabilidade de desenvolver a doença;
→     Fatores hormonais. Estudos confirmaram que homens que não produzem o hormônio testosterona têm menores chances de desenvolver o câncer de próstata, porém, outros estudos mostraram que a produção de testosterona não causa o câncer, mas em homens que já possuem a doença, o hormônio poderia estimular o crescimento do tumor;
→     Alimentação. Especialistas acreditam que uma dieta rica em gordura e pobre em verduras e frutas predispõe ao aparecimento do câncer de próstata;
→     Sedentarismo;
→     Fatores ambientais. Muitos estudos estão sendo feitos para comprovar se realmente o ambiente pode interferir no desenvolvimento do câncer de próstata. Estudos já confirmaram que populações com baixa incidência de câncer de próstata e que migram para locais com alta incidência, apresentam um aumento da ocorrência de casos.
Os sintomas do câncer de próstata, na maioria das vezes, não são sentidos nos estágios iniciais da doença, sendo o tumor detectado apenas através de exames, como o do toque retal e PSA (antígeno específico da próstata). Há outros casos em que o homem pode apresentar dificuldade para urinar, jato da urina fraco, sensação de que a bexiga não esvaziou e aumento no número de micções. É importante ressaltar que esses sintomas não indicam a presença de um câncer, mas exige uma avaliação médica.
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Uma vez diagnosticado o câncer de próstata, outros exames serão pedidos pelo médico a fim de verificar o tamanho do tumor, o estágio da doença, e se o câncer sofreu metástase, ou seja, atingiu outros órgãos do corpo.
O tratamento do câncer de próstata irá depender do estágio em que se encontra a doença, idade do paciente e níveis do PSA.
A cura do câncer de próstata dependerá do estágio, extensão do tumor e classificação das células malignas que há no tumor.
O câncer é uma doença não transmissível, e o convívio com familiares e amigos é normal, porém é importante lembrar que todo homem, acima dos 40 anos de idade, precisa fazer o exame de toque retal e o PSA para verificar se há ou não a presença de câncer na próstata. Vale ressaltar que quando detectado nos estágios iniciais, o câncer de próstata tem até 100% de chances de cura, por isso a importância da prevenção.
 O câncer de próstata é o segundo tumor maligno que mais faz vítimas entre os homens, só perdendo para o câncer de pulmão. Isso se dá muito em decorrência do diagnóstico tardio.
A estimativa é que em 2019, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer, sejam diagnosticados 68 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil, sendo estimadas mais de 13 mil mortes por ano.
Apesar da alta incidência e da elevada mortalidade associada, a detecção precoce aumenta as chances de cura e controle da doença em até 90%. Daí a importância do rastreamento periódico para todo homem a partir dos 50 anos, já que a doença costuma ser silenciosa no estágio inicial.
Como ocorre em outros tipos de câncer, os mecanismos que determinam a multiplicação desordenada das células da próstata não são completamente conhecidos, embora se saiba que há o envolvimento genético e questiona-se a participação dos hormônios masculinos para o crescimento do tumor. De qualquer forma, o avanço da idade está comprovadamente associado ao aumento da probabilidade de desenvolver câncer de próstata, assim como o histórico familiar, um dos principais fatores.
Quem possui parentes diretos que tiveram essa doença, como pai e irmãos, apresenta um risco de adquiri-la de três a dez vezes maior do que o restante da população masculina.
O Dr. Leonardo Otero Pertusier, urologista sênior e coordenador da Urologia do Check-up do Fleury Medicina e Saúde, afirma que o câncer de próstata possui chances de cura de até 90% quando diagnosticado precocemente. Dessa forma, conhecer os fatores de risco é fundamental para a prevenção, sendo eles a hereditariedade, a idade (a incidência aumenta exponencialmente após os 50 anos), a má alimentação, a obesidade e hábitos não saudáveis, como o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.
Exames preventivos
A próstata é uma glândula localizada logo abaixo da bexiga, encostada no reto
Para o Dr. Pertusier, iniciativas como o Novembro Azul são fundamentais para informar e sensibilizar a população. Sobre os exames preventivos, explica: “recomenda-se que homens a partir dos 50 anos de idade (45 anos, se tiverem fator de risco familiar) façam o exame de próstata anualmente, que inclui o toque retal e o exame de sangue, para checar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico)”. Vale lembrar que um exame não substitui o outro, ambos são necessários.
Principais sintomas que merecem uma consulta médica
No estágio inicial, o câncer de próstata costuma cursar de forma lenta e quase sempre sem sintomas e silencioso – o que aumenta a importância do rastreamento periódico para permitir o diagnóstico precoce.
Os sinais clínicos, em geral, que podem se confundir com o crescimento normal e benigno da próstata, surgem em uma fase mais avançada da doença onde o crescimento do tumor pode provocar complicações locais e também fora da próstata, e incluem:
  • Dificuldade de iniciar a passagem da urina
  • Dificuldade de interromper o ato de urinar
  • Urinar em gotas ou jatos sucessivos
  • Necessidade de fazer força para manter o jato de urina
  • Necessidade premente de urinar imediatamente
  • Sensação de dor na parte baixa das costas ou na pélvis (abaixo dos testículos)
  • Sangue na urina ou no esperma
  • Dor durante a passagem da urina
  • Dor quando ejacula
  • Dor nos testículos
  • Dor lombar, na bacia ou nos joelhos
  • Sangramento pela uretra.
Genética e o câncer de próstata
Estima-se que entre 5% a 10% dos casos de câncer de próstata são de origem hereditária. Já existe um teste chamado Painel Câncer de Próstata Hereditário que sequencia genes relacionados ao risco de desenvolvimento da doença.
A partir do conhecimento do perfil genético do indivíduo é possível ter um plano de acompanhamento personalizado onde o pilar de abordagem segue em conjunto com o rastreamento regular.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante



JOÃO BATISTA O GRANDE PROFETA


                                              JOÃO BATISTA  O GRANDE PROFETA
1) Introdução 

Vivemos numa época de grande crise para o cristianismo duma maneira geral. Época em que muitos se interrogam se fará sentido continuar a falar no amor de Jesus depois dos crimes cometidos por países que se apresentam como evangélicos e que teimam em querer dirigir o trabalho missionário a nível internacional.
Outros procuram uma orientação, um exemplo a seguir no trabalho missionário em geral e na implantação de novas igrejas, já que os velhos métodos de evangelismo parece que só funcionam com os mais ingênuos e se mostram incapazes de atingir a classe pensante do mundo dos nossos dias, cada vez mais esclarecida nesta “aldeia global” em que a informação aparece instantaneamente nos órgãos de informação, inclusive as imagens na TV.
Parece que alguma coisa está mal, mesmo muito mal, nas nossas igrejas.  
Tudo isso levou-me a pensar na seguinte questão: Qual o método mais bíblico e mais indicado para os nossos dias, para a divulgação do Evangelho inclusive para a abertura dum novo ponto de pregação, futura missão e futura igreja?
Esta simples pergunta, quase que nos obriga a mencionar o apóstolo Paulo e talvez com certa razão, pois ele foi um dos maiores exemplos dum verdadeiro missionário e possivelmente é o que melhor se adapta ao nosso contexto cultural.
Mas há um outro, grande pregador, que tem ficado um tanto esquecido nos nossos dias. Refiro-me a João Batista.
Procurando nas páginas da internet, verifico que há mais páginas católicas sobre o “Santo João Batista”, páginas ligadas às tradições populares, assim como páginas espíritas, do que páginas evangélicas sobre este personagem, que pelo facto de ser o elo de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento, não sendo bem do Antigo nem bem do Novo Testamento, tem ficado um pouco esquecido.
Mas porque optei por João Batista e não por Paulo?
É que no caso de Paulo, havia já uma igreja pequena em número, mas forte e motivada, cheia do poder do Espírito Santo que apresentou a sua mensagem ao mundo pagão, enquanto que no caso de João Batista, o mal não estava no paganismo nem no ateísmo, o mal estava no próprio mundo religioso e nos seus dirigentes.
Todos sabemos que na época de João Batista, Israel estava dominada por Roma.
Isso levava-me a imaginar uma religião perseguida, as humilhações e sofrimentos dos sacerdotes, símbolo da resistência do povo, e o esforço para conservar viva a sua fé no meio de tanta perseguição, mas afinal... depois de aprofundar o assunto baseado em dados históricos dessa época, não posso deixar de ficar admirado, por ter encontrado uma realidade bem diferente da que esperava. Pois fiquei admirado e abalado por ter chegado à conclusão de que nesses dias, em que estava iminente a chegada do Messias....... havia uma grande semelhança  com a realidade dos nossos dias. 
É este o principal motivo que me leva a iniciar este artigo para tentar compartilhar com os leitores da minha página estes pensamentos sobre João Batista.

2) Quem foi João Batista?

João Batista nasceu cerca de cinco meses antes de Jesus o Cristo numa região montanhosa de Judá.
Tanto seu pai, o sacerdote Zacarias, como sua mãe Isabel, eram descendentes de Aarão. Sua mãe era prima de Maria, a mãe de Jesus.
O nascimento de João Batista foi um caso invulgar. Segundo nos conta Lucas 1:5/25, seus pais eram pessoas de vida irrepreensível mas ambos já eram pessoas idosas e Isabel era estéril.
Certo dia, quando Zacarias oferecia incenso no Templo, o anjo Gabriel apareceu para lhe dizer que sua mulher iria ter um filho que seria João, que este seria cheio do Espírito Santo desde o seu nascimento e teria a função de preparar o povo de Israel para a vinda do Messias.  

3) Contexto histórico e cultural da época de João Batista

A época de João Batista, é praticamente a mesma em que viveu Jesus o Cristo.
Israel já não era nação independente. Neste caso particular, a Judeia tornara-se numa província do Império Romano no ano 6, e Roma impunha as suas leis, embora fosse tolerante a ponto de manter em vigor a legislação dos vários países conquistados enquanto essa não colidisse com a Lei Romana.
Assim, o Sinédrio de Jerusalém, embora continuasse a funcionar como a mais alta representação política, jurídica e religiosa, aspectos que nem sempre é fácil de se dissociar nessa cultura, já não tinha a última palavra no aspecto jurídico.
Este facto pode ser apresentado sob dois aspectos bem diferentes: Uns podem dizer que deixou de haver liberdade de religião, pois os sacerdotes deixaram de poder cumprir livremente todas as prescrições da Lei de Moisés. Mas, para o vulgar israelita, que era israelita por ter nascido em Israel, por ter sido circuncidado em tenra idade, que estava pressionado por centenas de leis e regulamentos, que inclusive não podia escolher outra religião nem dar mais de uns tantos passos em dia de sábado sem que fosse condenado à morte de acordo com a Velha Lei, talvez a Lei Romana, que tirou ao Sinédrio o direito de aplicar a pena de morte, lhe trouxesse nessa altura, alguma liberdade, inclusive para escolher qualquer outra das religiões que apareceram em Israel devido à liberdade de religião do Império Romano, religiões que, de acordo com a Velha Lei deveriam ser exterminadas de Israel assim como todos os seus praticantes.
Segundo Levítico 24:16 os casos de blasfêmia eram punidos com a pena de morte, mas não se encontra uma definição de blasfêmia, assunto que ficava um tanto ao critério dos membros do Sinédrio.
O Império Romano, sempre que possível, tentava pacificar os territórios conquistados, mantendo os privilégios da classe dominante. Esse foi também o caso de Israel na época em que João Batista inicia a sua pregação.

Segundo nos conta o historiador Joaquim Jeremias, nessa época de dominação romana, época de João Batista e do próprio Jesus Cristo, embora a Judeia, e todo o território de Israel, estivesse dominado por Roma, os soberanos da dinastia herodiana, judeus de influência romana, viviam com um luxo indescritível. Tinham grandes palácios com arquitetura romana, mas mantiveram a sua fidelidade a algumas antigas tradições do oriente, nomeadamente a poligamia, pois tinham haréns que aliás eram permitidos pela Velha Lei e pela tradição, pois a Mishna permitia o máximo de dezoito mulheres e o Talmude, vinte e quatro a quarenta e oito. Herodes o Grande (37 a 4 A.C.) só teve dez mulheres, mas os seus descendentes, nesse aspecto foram maiores do que ele.
Herodes Antipas, rei da Judeia, era filho de Herodes o Grande, portanto da aristocracia de Israel, mas o pormenor mais importante é que tinha sido educado em Roma que além da Judeia lhe concedeu as tetrarquias da Galileia e da Pereia onde fundou a sua capital em Tiberíades. Embora israelita, mas com mistura de sangue, era um rei fiel a Roma que tinha sido tão generosa para ele. Mas o mais estranho é que, segundo alguns historiadores, sendo Herodes Antipas um rei israelita, a sua guarda pessoal era constituída por tropas trácias e germânicas, a que vieram juntar-se cerca de quatrocentos guardas gauleses da guarda pessoal de Cleópatra, depois desta se suicidar, pois o Rei da Judeia temia mais os seus súbditos do que os estrangeiros.
Mas ao falar em vida faustosa, não nos podemos limitar à aristocracia herodiana.
Os altos sacerdotes viviam em palácios na zona alta de Jerusalém, como aliás se vê nas passagens dos evangelhos que falam no julgamento de Cristo.
Segundo Marcos 14:53/55 E levaram Jesus ao sumo-sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos e os escribas. E Pedro o seguiu de longe, até dentro do pátio do sumo-sacerdote, e estava assentado com os servidores, aquecendo-se ao lume. E os principais dos sacerdotes, e todo o Concílio ....... Sabe-se que esse Concílio, ou Sinédrio, como era conhecido, era constituído por muitas dezenas de pessoas, e se juntarmos os seus funcionários (escribas) podemos imaginar certamente mais de cem pessoas que couberam perfeitamente numa das salas da residência do Caifás que tinha um pátio interior certamente bem espaçoso, pois deu para acenderem uma fogueira para se aquecerem.
Segundo podemos ver em João 18:17, até havia uma porteira em casa do sumo-sacerdote, o que nos dá uma ideia do grande número de pessoas a entrar e sair e das dimensões do edifício.
Mas não podemos ignorar que havia um grande desnível entre os principais sacerdotes e os vulgares sacerdotes. Flávio Josefo conta o escândalo ocorrido no ano 66 em que alguns chefes dos sacerdotes enviaram os seus escravos às eiras para roubar os dízimos reservados ao sustento dos sacerdotes comuns chegando alguns destes a morrer de fome.    

O Templo de Jerusalém fora reconstruído com uma grandeza e dimensões superiores ao antigo Templo de Salomão e estava a funcionar em pleno, embora a sua atuação estivesse limitada pela Lei Romana, como já referimos. O Templo perdera o “monopólio da religião”, mas continuava a ser o mais importante centro religioso em Israel e toda a vida econômica da cidade estava relacionada com o seu Templo, onde continuavam a oferecer os sacrifícios pelos pecados do povo, com todo o rigor da Velha Lei. Nenhuma outra religião atraía tantas multidões como o Templo de Jerusalém com a sua imponente liturgia, os mais famosos músicos e os melhores cantores que se tinham aperfeiçoado desde os tempos do Rei David. Também sob o aspecto político e teológico, o Templo era um elemento de união entre as várias seitas veterotestamentárias, em que os israelitas estavam divididos, devido às convicções religiosas, políticas ou profissionais, como os fariseus, saduceus, essênios, zelotes, galileus, herodiamos, publicanos, escribas etc. num contexto cultural em que não era fácil dissociar a religião da política ou dos interesses profissionais. 
Além do Templo, havia as várias sinagogas em Jerusalém, assim como em todo o território do grande Império Romano, que competiam entre si pelo rigor dos seus cultos, pela sua música e pela santidade dos seus membros, embora com um conceito veterotestamentário de santidade, mais ligado à ideia de santidade litúrgica ou santidade higiênica e à santidade da sua genealogia.. (Ver nosso artigo “Santidade ao Senhor”) Algumas das principais famílias de sacerdotes de Jerusalém, tinham até uma passagem superior ligando suas habitações ao Templo a fim de não se contaminarem em contacto com o povo pecador e impuro e sabiam de cor os nomes dos seus antepassados até dezenas de gerações o que comprovava a sua santidade.
Roma decidira manter os privilégios dos levitas e sacerdotes, nomeadamente na cobrança do dízimo, desde que tal não interferisse nos impostos arrecadados pelos publicanos ao seu serviço. Claro que o povo, sujeito a essa dupla tributação não tinha possibilidades de reagir nem tinha o apoio do seu rei nem das suas autoridades religiosas.
Era esta a situação religiosa na época de João Batista. Aparentemente, tudo estava perfeito, os rituais cumpriam-se com todo o rigor, e os sacerdotes eram nomeados de acordo com a Velha Lei. Eles tinham toda a autoridade para falar ao povo... mas tinham perdido para sempre a sua credibilidade. Os dirigentes religiosos estavam completamente controlados e cegos pelos seus interesses econômicos e não estavam nada interessados em mudanças, muito menos na vinda do Messias que poderia alterar a cômoda posição de que beneficiavam, com uma vida fácil e a paz com os romanos.

4) Métodos de pregação de João Batista 

Metanoeiteêggiken gar ê basileia tôn uranôn  ou seja “Mudem de mente (ou de ideias, ou de comportamento) porque chegou o Reino dos céus”, ou numa tradução mais livre, “Arrependam-se, porque já chegou o Reino de Deus”. Foi este o incômodo e inoportuno grito de João Batista. Uma das frases mais importantes de toda a Bíblia... talvez tão incômoda como seria a notícia nos nossos dias “Jesus já chegou para julgar o mundo... O tempo terminou... Já não há mais oportunidade para o arrependimento”.
Mas, num ambiente destes, que poderia fazer um homem sozinho, sem ter o apoio duma importante e prestigiada organização com um imponente edifício religioso bem colocado em Jerusalém, que desse certa credibilidade à sua mensagem e sem um bom grupo coral (grupo de louvor) que atraísse as atenções do povo?
Mas o Senhor, Deus supremo, escolheu precisamente João Batista, para que não houvesse dúvidas de que este atuava de acordo com o Seu poder, e não com as técnicas de comunicação. João faz precisamente o contrário do que faziam os religiosos do seu tempo. Era o poder do Senhor em oposição à tradição, e às técnicas de comunicação.

4.1 - Local de pregação.

Lucas 3:2/3 - Sendo Anás e Caifás sumo-sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias. E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados. 
Embora não conste que houvesse alguma via romana nas proximidades do rio Jordão que era a fronteira natural entre a Judeia e a Pereia, era ao longo deste rio que se fazia grande parte do trânsito de viajantes entre Jerusalém e o norte do país. Nas línguas originais, quer o hebraico quer o grego, a palavra “deserto” significava uma região não edificada nem cultivada, mas que podia ter algumas zonas completamente estéreis e outras com alguma vegetação, útil como terreno de pastagem. Lucas refere-se ao “deserto da Judeia” e João 3:23 refere-se a um local chamado Enom, que significa muitas águas, passagens que não estão em contradição, pois a topografia do local, leva-nos a identificar uma região muito acidentada, com extensões de terrenos áridos e secos, e o tal local Enom num ponto baixo com grande quantidade de fontes, as muitas águas. Certamente águas de nascente, de melhor qualidade para beber do que as águas do Jordão para onde escorriam. Um local desses, numa zona desértica, era um importante ponto de passagem de peregrinos que certamente paravam por momentos para descansar, beber e dar de beber aos seus animais. Mas, pelo menos inicialmente, os ouvintes de João Batista não eram os entendidos em religião, mas os vulgares viajantes, numa época em que na sua maior parte seriam comerciantes ou peregrinos a caminho ou de regresso de Jerusalém.  

4.2 - Edifício

Em Jerusalém o Templo ocupava o lugar central e as várias sinagogas rivalizavam entre si na busca dos melhores locais. 
João Batista não se preocupou em competir com eles. Como vimos, foi para uma região “deserta” nas margens do Jordão. Não nos consta que tivesse construído algum edifício para o seu culto.

4.3 - Corais, Grupos de louvor.

Segundo testemunho de vários irmãos que nos têm escrito, um bom “grupo de louvor” é um dos melhores atrativos das igrejas dos nossos dias e o seu crescimento está quase sempre na base dos chamados “grupos de louvor”.
Isto não é novidade. Já tal acontecia na época de João Batista. Também na idade média, a música era muito utilizada nas igrejas e nos conventos. Mas parece que ter boa música nem sempre é sinal de espiritualidade, pois por vezes, quanto mais afastada está a igreja da mensagem de Jesus, melhor é a música e mais impecável a sua liturgia. Parece que se tenta colmatar por meios humanos o que nos falta do Poder do Senhor.
Não nos consta que houvesse música nas pregações de João Batista.

4.4 - Contribuições

Um dos aspectos mais polêmicos dos nossos dias é o aspecto financeiro, as colectas levantadas para a manutenção dos cultos, pois é necessário pagar o edifício e o sustento dos pastores.
João Batista não tinha esses problemas pois ele não tinha nenhum edifício para o seu culto, nem pedia contribuições para o seu sustento. Segundo Mateus 3:4 E esse João tinha o seu vestido de pelos de camelo e um cinto de couro em torno dos seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre. 
Mas encontramos em Lucas 3:11 a resposta de João Batista à multidão que lhe perguntava: Que faremos? ... Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos faça da mesma maneira. João Batista não pedia ofertas para o culto, nem para o seu sustento, mas pedia solidariedade entre os que o seguiam. Essa ajuda ao próximo era perfeitamente espontânea. Não havia contabilidade nem tesoureiros, nem fiscalização dos donativos.

4.5 - Curas e milagres

As curas e milagres, são outro grande atrativo dos nossos dias. As maiores igrejas evangélicas são as que anunciam grandes milagres. Também no catolicismo noto esse fenômeno. Basta comparar as multidões que se juntam nos locais que prometem milagres, com a assistência aos grupos que se juntam para estudar a mensagem de Jesus, ambos da mesma Igreja Católica.
Não há registo de milagres ou curas efetuadas por João Batista. O milagre que ele fazia era a transformação da mentalidade dos seus ouvintes.

4.6 - Técnicas de comunicação

Penso que João Batista nada percebia de técnicas de comunicação, que aconselham a apresentar um ar simpático, agradável, a evitar atritos com os seus ouvintes, a nunca os criticar, mas elogiar as suas capacidades e comportamentos, a ter uma certa prudência para não os incomodar nem ofender ninguém.
João Batista falava sem rodeios e por vezes era rude e directo ao comunicar com os seus ouvintes. Sendo um homem isolado, sem nenhuma guarda pessoal nem guarda-costas, ousou dirigir-se aos ...fariseus e saduceus, que vinham ao seu batismo, dizendo-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Mateus 3:7
Ele nunca se preocupou com o número dos seus discípulos, mas somente que fossem verdadeiros discípulos.

4.7 - Homilética

Também não me parece que João Batista se preocupasse com as regras da homilética nas suas pregações. É verdade que estamos noutra cultura bem diferente, mas segundo dizem os entendidos no grego, que não é o meu caso, ele não usa a linguagem elaborada dos intelectuais do seu tempo.

4.8 - Conceito de santidade

Segundo a mentalidade veterotestamentária, como já dissemos, o conceito de santidade era bem diferente do que temos desde que João Batista inicia a sua pregação, que foi homologada pela mensagem do Mestre.
No Velho Testamento temos uma santidade que significava pertencer ao povo santo ou separado, e ser perfeito sob o aspecto físico, quanto à saúde, à higiene e ao sexo. A discriminação sexual começava logo que um bebé nascia, pois segundo Levítico 12:2/5, ao nascer um menino, mãe ficava impura durante uma semana e proibida de entrar no Templo durante 33 dias, mas se nascesse uma menina, essa proibição passava para duas semanas e para 66 dias respectivamente. Em 1871 um arqueólogo descobriu a pedra com a inscrição que proibia a entrada de estrangeiros no Templo, que seriam condenados com a pena de morte em caso de desobediência. Também de acordo com Levítico 21:16/23, o Deus de Israel só aceitava uma oferta através dum sacerdote que fosse fisicamente perfeito, pois um sacerdote cego, ou coxo, ou de nariz chato ou com membros muito compridos (vr.18), ou com o pé ou a mão defeituosa (vr.19), ou corcunda ou anão ou com doenças de pele ou testículos defeituosos (vr.20), desde que tivesse algum defeito físico, não poderia oferecer uma oferta queimada ao seu Deus.
Na “Basileia” o novo Reino de Deus que João Batista anunciava, os critérios eram outros. Ele chamou de “raça de víboras” aos “santos” e “perfeitos” segundo o critério veterotestamentário, mas não discriminou nenhum dos que o procuravam com sinceridade, pois segundo Mateus 3:6 eram batizados no Jordão confessando os seus pecados. A ele se juntaram muitos dos que eram rejeitados pelo Templo de Jerusalém. Segundo Lucas 3:12/14 João Batista recebia publicanos, considerados como traidores a Israel e até soldados, não sendo possível dizer se seriam soldados romanos ou soldados judeus destacados para proteção dos publicanos que os acompanharam, mas em qualquer das hipóteses eram o oposto aos santos das sinagogas e do Templo de Jerusalém.

5) Conclusão

Jesus prometeu que voltaria, mas na sua segunda vinda já não será para salvar, mas sim para julgar o mundo e não podemos estar indiferentes aos últimos acontecimentos internacionais, a um mundo que cada vez se assemelha mais ao mundo que precedeu a vinda de Cristo, com a hipocrisia de certas igrejas, a deturpação da mensagem de paz e amor que Jesus nos deixou, o materialismo dos vários países em que mais importante que a justiça são os seus interesses econômicos, pois qualquer dirigente político que fale em justiça internacional pouca aceitação terá, o que interessa aos governos são os seus interesses econômicos.
Entretanto, a maior parte das igrejas ditas “evangélicas” continua com o seu habitual folclore religioso, tal como o Templo de Jerusalém nos dias de João Batista. Continuam indiferentes ao que se passa no nosso mundo, como se não tivessem uma função a cumprir. As igrejas tornaram-se mais um lugar de “santos” isolados do nosso mundo, do que lugar de pecadores arrependidos e transformados, com uma mensagem para os nossos dias.
Segundo Mateus 3:6, os discípulos de João Batista eram batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados, enquanto os sacerdotes e fariseus se apresentavam no Templo apregoando a sua santidade. Já tenho recebido mensagens de crentes que me dizem: “Sou um diácono ou um presbítero, e não me deixam sentar nas cadeiras na parte da frente, perto do púlpito...” Mas afinal, qual o ideal das nossas igrejas? É o Templo de Jerusalém onde exibiam a sua santidade, ou o grupo de pecadores de João Batista?

Como nessa pequena vila não havia oficina de reparação de automóveis, a não ser nas escolas profissionais dentro da prisão, foram pedir ajuda a essa instituição onde foram muito bem recebidos. Mas o que mais surpreendeu os nossos funcionários foi serem convidados para jantar, numa sala onde estavam os presos.
A comida, tanto os vegetais como a carne, eram produtos dos grandes terrenos da prisão onde os detidos se preparavam para a vida agrícola, e até o vinho era feito na adega da prisão. Alguns dos detidos, eram pessoas de idade, que já lá estavam há vários anos. Houve um que disse. “Eu já estou habituado a viver aqui. Lá fora, todos nos chateiam quando descobrem que estivemos presos.” Outro até acrescentou: “Se me mandarem embora, já sei o que vou fazer. Roubo alguma coisa e peço ao Juiz para voltar para a mesma prisão.”   
Será possível transformar as nossas igrejas em alguma coisa parecida com isto? Em vez de serem lugares “chatos” no gênero de museus de santidade, com os seus santos embalsamados, como o velho Templo de Jerusalém? Será possível transformar as nossas igrejas em lugares onde os pecadores e os marginalizados possam sentir que são amados e bem recebidos?!!!

O Evangelho já não é tão pregado nos nossos dias como parece, pois pregar o Evangelho não é só por palavras. Isso seria muito fácil com os meios de que dispomos. Com a rádio, a TV e a internet seria possível divulgar as palavras, as principais afirmações teológicas, por todo o mundo ao mesmo tempo. Alguns famosos evangelistas americanos, já o têm feito, convencidos de que estão a pregar o verdadeiro Evangelho de Jesus, só por estarem teologicamente corretos. Talvez tão corretos como estavam os fariseus e saduceus que foram ao batismo de João.
Evangelismo bíblico, como João Batista ensinou, e Jesus confirmou, implica partilha de bens materiais. Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos faça da mesma maneira. Lucas 3:11 Os países ricos, geralmente estão dispostos a enviar os seus “missionários”, muitas vezes sem a necessária preparação secular nem teológica, mas não estão abertos à genuína evangelização que implica partilha de conhecimentos através de verdadeiros Missionários devidamente preparados, e muitas vezes partilha do que roubam aos países mais pobres.
Talvez tenhamos de voltar ao início e começar com a evangelização dos “evangélicos” do nosso mundo onde os ricos são cada vez mais ricos e se consideram como cristãos evangélicos. Mas será que ainda há tempo antes de Cristo voltar?!!
Penso que não está prevista a vinda de nenhum profeta antes da segunda vinda de Cristo. Até pelo contrário, essa vinda será repentina e quando menos esperarmos.
Mas pode ser que o Senhor tenha piedade de nós e nos levante algum pregador no gênero de João Batista, liberto do controle eclesiástico, pois afinal, isso não depende da vontade humana, nem do apoio das igrejas, nem das decisões das juntas missionárias, nem de grandes verbas para majestosos edifícios ou divulgação nas emissoras de rádio e TV. Tudo isso pode ajudar, mas não basta, pois tem fracassado assim como fracassou o Templo de Jerusalém.
Mas então, o que é necessário? Qual o segredo de João Batista?
Pensamos que em primeiro lugar, João Batista confiou no Senhor, não procurou apoio de nenhuma organização do seu tempo e disse o que afinal já todos sabiam, mas ninguém tivera a coragem de denunciar. Antes de falar aos gentios, ele começou por tentar “arrumar a sua casa” a Casa de Israel.
Talvez estejamos perto da segunda vinda de Jesus o Cristo, e o mais grave é que desta vez não haverá nenhum profeta para a anunciar, e ele virá para julgar o mundo em que vivemos. Mas quando será essa segunda vinda? Já me têm feito essa pergunta.
Tenho procurado ser realista e não vou mostrar a minha fraca “espiritualidade” dizendo que está para muito breve.
Penso que não será durante a minha vida, e talvez seja este o pensamento de muitos dos nossos irmãos.
Mas quero terminar com Mateus 24:44 ...porque o Filho do homem há-de vir à hora em que não penseis.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante