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domingo, 19 de maio de 2019

MOISÉS, ARÃO E HUR


                                                            MOISÉS, ARÃO E HUR
 Depois toda a congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento do Senhor, e acampou em Refidim; não havia ali água para o povo beber.
Então contendeu o povo com Moisés, e disse: Dá-nos água para beber. E Moisés lhes disse: Por que contendeis comigo? Por que tentais ao Senhor?
Tendo pois ali o povo sede de água, o povo murmurou contra Moisés, e disse: Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós e aos nossos filhos, e ao nosso gado?
E clamou Moisés ao Senhor, dizendo: Que farei a este povo? Daqui a pouco me apedrejará.
Então disse o Senhor a Moisés: Passa diante do povo, e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai.
Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas e o povo beberá. E Moisés assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel.
E chamou aquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós, ou não?
 Então veio Amaleque, e pelejou contra Israel em Refidim.
Por isso disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão.
E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do outeiro.
E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia.
Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs.
E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.
Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus.
E Moisés edificou um altar, ao qual chamou: O SENHOR É MINHA BANDEIRA.
E disse: Porquanto jurou o Senhor, haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração.

Êxodo 17:1-16

Arão e Hur acompanharam Moisés e observaram que enquanto suas mãos estavam erguidas, Israel prevalecia contra o inimigo, mas quando lhe pesavam os braços, os amalequitas prevaleciam contra Israel. Diante disso, os dois decidiram ajudar sustentando seus braços até o sol se por. Assim, Josué feriu os amalequitas ao fio da espada e o povo de Israel foi, mais uma vez, vitorioso.


Os amalequitas vieram e atacaram os israelitas em Refidim. Então Moisés deu a Josué a seguinte ordem:

- Escolha alguns homens e amanhã cedo vá com eles lutar por nós contra os amalequitas. Eu ficarei no alto do monte com a vara de Deus na mão.

Josué fez o que Moisés havia ordenado e foi combater os amalequitas. Enquanto isso, Moisés, Arão e Hur subiram até o alto do monte. Quando Moisés ficava com os braços levantados, os israelitas venciam. Porém, quando ele abaixava os braços, eram os amalequitas que venciam. Quando os braços de Moisés ficaram cansados, Arão e Hur pegaram uma pedra e a puseram perto dele para que Moisés se sentasse. E os dois, um de cada lado, seguravam os braços de Moisés. Desse modo os seus braços ficaram levantados até o pôr-do-sol. E assim Josué derrotou completamente os amalequitas.

O título da mensagem pode parecer um tanto pedante: “A Receita para a Vitória”. Pode parecer uma receita de bolo pronta: aqui está como fazer para ter a receita para a vitória. Tenho receio dessas simplificações e, além delas, das fórmulas feitas, que por vezes ignoram circunstâncias e particularidades de cada grupo e de cada comunidade. Mas nós podemos, em linhas gerais, andar por aqui. 

Nenhum de nós, quer como pessoa, quer como comunidade, como igreja, deseja experimentar revezes na sua vida. Todos nós desejamos vencer e as igrejas também querem. A chegada de um novo pastor para uma igreja cria algumas expectativas na mente do povo e também com o próprio pastor. O que acontecerá? A igreja melhorará? Piorará? Ficará como está? O que vai acontecer ? Para que esta caminhada que hoje os dois iniciam juntos dê certo o que é necessário?

Sem procurar essas fórmulas mágicas mas analisando o texto lido, podemos ver alguns princípios que podem nos ajudar a responder essa questão de como ter a receita para a vitória.

É a primeira batalha que Israel trava depois de sua libertação. A rigor não é ainda povo. É uma massa de ex-escravos. Sua organização social é precária. Está sem armamento, não tem técnicas de guerra e até mesmo seu senso de unidade é pouco, posto que há muita gente que está ali, chamado em outro texto de “o vulgo da terra”, que segue com eles sem nenhuma convicção do que está fazendo.

Mas este povo que está fazendo esta caminhada pelo deserto é na realidade um quadro da Igreja. Somos uma comunidade peregrina em busca de sua pátria. Um povo que teve uma experiência com Deus, que à semelhança de Israel tem a convicção de que Deus entrou na sua vida, foi tirada da sua situação e colocada dentro de um projeto de Deus, em interação com outras pessoas, vive em senso de cooperação e está fazendo a sua vida cada dia. Eis um quadro da Igreja. Somos uma comunidade peregrina (se é que levamos a sério aqueles hinos que falam de vida futura) tivemos uma experiência com Deus que nos abriu os olhos, nos trouxe a sua graça na pessoa de Jesus Cristo, fez com que nós fôssemos colocados uns nas vidas dos outros formando um grupo. Somos uma família, uma pátria e devemos viver em senso de cooperação .

O texto mostra o valor de um líder. Um bom líder conduz à vitória. Mas o texto mostra que um líder sem auxiliares competentes não é nada. E vai mais além em mostrar que um líder, mesmo com determinação, com auxiliares competentes, mas sem o envolvimento de todos, também não vai a ponto nenhum. Eles enfrentam o inimigo, que são os amalequitas. Sobre eles leiamos Deuteronômio 25. 17-18. É o que se chama de tática de hiena.

Lembra-te daquilo que os amalequitas fizeram quando vocês estavam saindo do Egito. Eles não temeram a Deus e, quando vocês estavam cansados e desanimados, eles os atacaram de surpresa e mataram os mais fracos, que vinham vindo atrás dos outros. 

É isto que eles estão enfrentando, um povo guerreiro, um povo armado, um povo que conhece o deserto e ataca com a tática da hiena. Em vez de enfrentar de frente, vem lá pelos fundos. Lá na traseira da multidão estão os anciãos , os cansados, crianças e os doentes. Os guerreiros estão lá na frente. E eles vem atacando os mais fracos e vem com isso derrubando uma boa parcela dos israelitas até que chega o momento do confronto. 

É um confronto aparentemente desigual, porque eles são ferozes, são guerreiros, têm armas, têm treinamento militar, têm uma estrutura social. Os hebreus são uma massa de ex-escravos, sem treinamento, sem armas e sem estrutura social. Mas venceram. Como?
O que é que esta história pode nos apresentar, como igreja de Cristo, para responder a esta questão de qual é a receita para a vitória? Apenas dois ingredientes que eu gostaria que os irmãos prestassem atenção, que entesourassem no coração e que partilhassem comigo durante o tempo em que nós trabalharmos juntos. 

Primeiro: a compreensão que cada crente deve ter de que faz parte de um todo. Veja que há uma diversidade de funções. Há um líder, que é Moisés. Há assessores, Arão e Hur, e há militares, Josué e os seus. Eles se juntam para uma obra. Poderemos fazer uma pergunta: qual é o mais importante? Alguém diria: “é Moisés”. Sim, quando Moisés levantava as mãos, Israel prevalecia. Mas ninguém agüenta ficar muito tempo com as mão levantadas e quando ele ia cansando e as mãos abaixando, Israel perdia. E se não erguessem as suas mãos? “Tem razão, então não é Moisés mas Arão e Hur, porque eles providenciaram um banquinho em forma de pedra, ele assentou-se e com um de cada lado segurando a sua mão e mantendo-a erguida, Moisés conseguiu ficar o dia inteiro com a sua mão erguida. Tem razão, não era tanto Moisés, mas Arão e Hur”. Sim, mas e se Josué e os guerreiros não dessem duro lá em baixo lutando? “Tem razão. Então Josué e os guerreiros”. Sim, Josué e os guerreiros estavam batalhando lá em baixo mas quando as mãos de Moises cansavam eles perdiam! Podemos ficar num círculo vicioso. O mais importante não é Moisés. O mais importante não são Arão e Hur e nem os guerreiros. Cada um tinha uma tarefa a cumprir. Cada um aceitou a sua responsabilidade. Cada um se desincumbiu eficientemente do que tinha que fazer. Eles compreenderam que o fracasso de um seria o fracasso de todos e que o acerto de um seria o acerto de todos. O que estava se desenrolando não era a causa de Moisés, não era o prestígio de Moisés como líder e nem a capacidade de Arão e Hur de socorrerem a Moisés. O que estava em jogo era a existência do povo, era a sua vitória. 

Uma das coisas mais daninhas para a igreja é quando um crente não tem noção de que ele faz parte de um todo. Ele presume ou que batalha sozinho e enxerga a sua batalha, a sua atividade cristã, e não se vê inserido dentro de uma igreja, dentro de uma comunidade. Ou quando ele julga que é desnecessário, que não faz falta, é um só, é tão pequeno, e se não estivesse ali não faria diferença nenhuma. Acompanhem-me, por favor, no texto de Paulo aos Romanos 12:3-8.

Por causa do dom que Deus, na sua bondade, me deu, eu digo a todos vocês: não se julguem melhores do que realmente são. Ao contrário, sejam modestos nos seus pensamentos, e cada um julgue a si mesmo conforme a fé que Deus lhe deu. Porque, assim como em um só corpo temos muitas partes, e todas elas têm funções diferentes, assim também nós, embora sejamos muitos, somos um só corpo por estarmos unidos com Cristo. E todos estamos unidos uns com os outros, como partes diferentes de um só corpo. Portanto, usemos os nossos diferentes dons, que nos foram dados pela graça de Deus. Se o dom que recebemos é o de anunciar a mensagem de Deus, façamos isso de acordo com a fé que temos. Se é servir, então devemos servir; se é ensinar, então ensinemos; se é animar os outros, então animemos;. Quem reparte com os outros o que tem, que faça isso com generosidade. Quem tem autoridade, que a use com todo o cuidado. Quem ajuda os outros, que ajude com alegria. 

O ensino que nos fica é que cada crente tem uma função a exercer no meio do povo de Deus e para que a igreja alcance a vitória é preciso cultivar responsabilidade e solidariedade. Nós não trabalhamos isolados e cada um faz parte de um todo. Este é o primeiro ingrediente: a compreensão que cada crente deve ter de que faz parte de um todo. 

O segundo ingrediente é a compreensão que cada crente deve ter do seu valor pessoal. Moisés, Hur, Arão, Josué, os seus soldados, cada um tinha algo a fazer. Não competia a Moisés fazer o trabalho de Josué. Não competia a Josué fazer o trabalho de Arão e Hur. Não competia a Arão fazer o trabalho de Moisés, ou a Hur fazer o trabalho de um comandado de Josué. Sem ciúmes, sem queixas, sem desejo de prepotência, de mando, de domínio, cada um compreendeu que tinha um trabalho específico a fazer e que se não fizesse viria a derrota. 

Aqui nós devemos evitar, como já acenei antes, dois equívocos no nosso meio. Um é quando o crente pensa que não tem valor. Ele não tem instrução, não tem capacidade, não tem cultura nenhuma. Outros, em vez de serem omissos, como estes que se julgam incapazes, julgam-se muito capazes, tornam-se prepotentes, sócios de Deus, impositores da verdade e só as suas idéias são válidas.

Moisés é o líder e as mãos erguidas são um símbolo do seu ofício profético. Arão e Hur são os seus assessores e poderiam dizer: “Isto não é problema nosso. Moisés que se vire”. Mas eles disseram: “Isso é nosso”. Josué e os soldados poderiam dizer: “Moisés está numa boa, sentadinho, e nós aqui é que estamos derramando sangue”. Mas cada um reconheceu o seu lugar. Nenhum deles se omitiu e nenhum deles exorbitou. 



I. O poder da intercessão.


a adoração genuína ao Pai  acontece por vários caminhos distintos; e um destes distintos caminhos, que muitos tratam como um ministério de quem não tem talento para outro, é a intercessão.
Difícil é encontrar jovens nesse ministério, fato este não atestado em minha igreja;  pois o louvor, a dança e o teatro, são ministérios com muito mais destaque dentre da igreja.
Se a nossa preocupação maior, como dito cristãos, fosse realmente cumprir o propósito de Deus para nossas vidas, teríamos a intercessão como nosso ministério primeiro.  Quando esquecermos de nós mesmos para orar e lutar no mundo espiritual  pela vida de alguém, nossa vida não fica descoberta; pois é nesse momento que Deus nos cerca com seu amor. O Pai ama ao filho que se entrega por seu irmão.
O intercessor se achega a Deus (Gn. 18:16-32)
Quando decidiu Deus destruir a Sodoma e Gomorra pela multiplicação de seus pecados diante Ele, Abraão se apresenta na presença de Deus por insistentes, seis vezes para clamar pelo povo dessas cidades. E cada decepção a uma condição imposta por Deus, O intercessor Abraão não se dava por vencido, e continuava a argumentar com Deus,  ele não desistiu de tentar até a chegada do fim.
O intercessor se emprega fisicamente na intercessão, e por vezes, precisa de ajuda (Ex. 17:11-12)
Na batalha de Amaleque contra o povo de Israel em Refinin, Moisés se colocou a interceder pelo povo na batalha, e batalhou com suas próprias forças; e quando percebido foi, que sozinho ele não iria agüentar, Arão e Hur o auxiliaram. Não foi Moisés que lhes mandou ajudá-lo; mas eles ao perceberem o esforço  desumano de seu líder, que se sacrificava pelo povo, decidiram por também empregarem suas forças na batalha.
 O intercessor põe sua vida em seu chamado (Ex. 32:31-32, Et. 4:16 e I Jo. 3:16)
A vida do intercessor está nas mãos de seu Senhor; e por algumas ocasiões é necessário que ele a use por amor aos seus. Temos por acomodação, lavar nossas mãos após uma simples oração pelo problema de um irmão, na intenção de não nos envolvermos em uma batalha que possivelmente teremos que correr riscos.
O intercessor não esmorece na oração (Dn. 10:12-13)
Aquele que intercede junto a Deus, precisa buscar entendimento diante dele, para toda e qualquer situação; e quando se colocar em oração, só parar quando a resposta vier. Existem batalhas espirituais que exigem um esforço e perseverança do intercessor, para ser vencido.  Só um verdadeiro intercessor não esmorece, independente do tempo ou esforço empregado na batalha.
O intercessor vive pelo povo e para o povo (Isaias 53)
Cristo foi nosso maior intercessor; pois  ao  se  entregar  em nosso lugar na cruz, Ele tomou sobre si toda nossa maldição e conseqüência do pecado de Adão. Ele se fez pecado por nós. Creio que, embora muitas palavras se encaixem na definição deste marco para nossas vidas, entre elas Obediência ou Propósito, a que melhor define
essa entrega voluntária é o AMOR.
Então, a chave para mover o dedo de Deus... é o AMOR. E a intercessão é a maior expressão de amor que podemos oferecer a Deus!


II. O TRABALHO DO SENHOR E OS SEUS OBREIROS

1. Despenseiro e não dono (Êx 18.13-27). Podemos ser laboriosos e dedicados na obra do Senhor como foi Moisés e ainda assim cometer falhas em nossa administração. Um dos erros de Moisés e de alguns líderes da atualidade está no monopólio do poder administrativo. Na Bíblia encontramos vários exemplos que servem para mostrar que o líder de Deus não pode pensar que é dono da obra ou do rebanho que dirige. Vejamos como exemplo Diótrefes (3 Jo vv.9,10). Este obreiro via a congregação como uma propriedade sua. João repudiou e denunciou a recusa de Diótrefes em se relacionar com as outras lideranças e irmãos. No livro “Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida”, de Alexandre Coelho e Silas Daniel, editado pela CPAD, encontramos o seguinte comentário:“Uma das características essenciais à liderança na obra de Deus é saber que o líder é despenseiro ou administrador dos recursos e das pessoas, e não dono de todas essas coisas. Nenhum ministro é ordenado para pensar que a igreja que Deus depositou em suas mãos é dele”.  Lamentavelmente, muitos líderes atuais deixaram de ler isto. Paulo escreve aos efésios e afirma que Jesus mesmo deu à Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores, visando o aperfeiçoamento dos santos e a edificação da Igreja (conferir Ef 4.11,12). Em última instancia, é Deus mesmo quem vocaciona, chama e distribui pelo Corpo, objetivando o aperfeiçoamento dos santos. Mais uma vez faço uma citação da obra acima referida e que se encaixa perfeitamente no contexto atual: “Portanto, podemos entender que Deus deu pastores às igrejas, e não igrejas a pastores. O pastor é um presente de DEUS à congregação, e não o contrário”. O papel destacado ao líder cristão é difícil, laborioso, um caminho íngreme e cheio de escarpas, isto se ele for verdadeiramente um despenseiro; caso ele se comporte como dono, estes espinhos não fazem parte do seu ministério.].
2. Falta de percepção do líder (Êx 18.14,17). Às vezes o líder não percebe as necessidades dos seus liderados. Isso não significa que ele seja um mau líder, mas que, em alguns momentos, os que estão de fora têm uma percepção maior da nossa administração. Jetro era sogro de Moisés e sacerdote; ele logo percebeu a dificuldade que Moisés estava tendo no exercício da sua liderança. Eliseu também não percebia que os discípulos dos profetas enfrentavam uma séria necessidade atinente à moradia (2Rs 6.1). Talvez você, líder, não esteja percebendo as necessidades do seu rebanho, mas elas existem e não devem ser ignoradas. Oremos para que Deus levante homens fiéis como Jetro para sempre lhe ajudar. Jetro (sacerdote de Midiã, de um deus tribal. Sua conversão se deu em Ex 18.11,12. Na verdade era um “judeu” neo-convertido. Sua conversão se deu depois que ouviu dos sinais que Deus fizera perante Faraó) surge no texto como alguém que assiste de fora e conclui que o modelo adotado estava fadado ao fracasso. Ele não era o líder daquele grande grupo e nem sequer era um adorador de YAHWEH (Ex 18.1), mas certamente o EU SOU o colocara no caminho de Moisés para orientar-lhe com conselhos que poderiam ser extremamente úteis.  “Por que te assentas só...? (Êx 18.14) Moisés tinha tanto para fazer que não podia dar muita atenção a seu sogro. Jetro tinha um sistema melhor, que já vinha funcionando fazia anos. E assim sendo, sentiu-se encorajado a sugeri-lo a Moisés. Um dos problemas dos chefes é a delegação de autoridade, e se esse chefe é um pequeno césar, então os seus problemas apenas se agravam. Jetro, sendo um chefe e um sacerdote midianita, tinha suas sessões diárias, mas não tomava para si mesmo todo 0 trabalho”. Moisés deveria aprender a lição de como delegar autoridade. Não desejo afirmar que todo líder cristão centralizador seja ambicioso, dono do rebanho. Sabemos que muitos líderes se comportam assim por zelo e ansiedade. Mas esse modelo é desgastante para ambos, líder e liderados].
3. O líder necessita de ajudantes (Êx 18.18). Caso Moisés continuasse a trabalhar sozinho, logo estaria enfrentando um severo esgotamento físico e mental. Ao mesmo tempo o povo também iria se cansar pela longa espera em pé (vv.13,14). Sozinho, ninguém é capaz de cuidar do rebanho do Senhor. O líder não deve tentar fazer mais do que pode. Também precisamos nos conscientizar de que nenhuma pessoa é insubstituível na obra de Deus. Mais cedo ou mais tarde cada um de nós será substituído, contudo, a obra de Deus prosseguirá.[Comentário: “Desfalecerás, assim tu, como este povo”. O povo estava afadigado devido esse modelo centralizador de liderança. Todos acorriam a Moisés, cerca de dois milhões de indivíduos sob a jurisdição de um único juiz! Ele precisava delegar autoridade e ficar restrito às causas mais complicadas, quando as instâncias menores não conseguissem resolver, como fazem os juízes das cortes supremas.  “Moisés estava administrando justiça com sabedoria e sinceridade, mas não estava agindo de maneira pragmática. Estava exibindo um esforço hercúleo elogiável, em total altruísmo, qualidades essas necessárias em todos os grandes líderes. Mas uma devida delegação de autoridade também é uma das qualidades dos líderes” 

O líder precisa ter a percepção de que no trabalho do Senhor ele é apenas um despenseiro e não o dono da Obra.

III. OS AUXILIARES DE MOISÉS NO MINISTÉRIO

1. Deus levanta auxiliares (Êx 18.21). Para fazer a sua obra, Deus levanta líderes principais, como Moisés, e de igual modo levanta líderes auxiliares. Todo obreiro que está à frente do trabalho do Senhor, seja qual for a tarefa, necessita de auxiliares, cooperadores, colaboradores (Rm 16.3,21; 2Co 8.23). [Comentário: Para cumprir sabiamente os propósitos de Deus, Moisés deveria escolher homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza, e colocá-los sobre o povo por maiorais de mil, de cem, de cinquenta e de dez. Não há um consenso acerca destes números, se eles se referem à famílias ou à pessoas, o fato é que os homens serviriam na função de juízes de tribunal inferior e tribunal superior, cada líder de grupo menor responsável a quem estava acima dele. Quem não estivesse satisfeito com uma sentença de instância inferior poderia apelar para um tribunal superior. Isto significaria que inumeráveis sentenças não chegariam a Moisés. No contexto atual, Deus levanta nas igrejas locais, homens e mulheres vocacionados para a Diakonia, o auxiliar mais direto que dispõe o líder cristão para exercer sua liderança frente o rebanho que lhe foi confiado. Nos originais, em Grego, “DIAKONOS” = servo, escravo, servidor, aquele que tem por obrigação servir.].
2. Os auxiliares de Moisés (Êx 18.25). Certamente Moisés teve muitos auxiliares cujos nomes não foram registrados nas Escrituras Sagradas, mas vejamos apenas alguns que o ajudaram durante a caminhada do povo até a Terra Prometida.
a) Miriã era auxiliar de Moisés e também sua irmã. Era profetisa e cantora (Êx 15.20,21). Seu nome, em hebraico, corresponde em grego a Maria. Certa vez, levantou-se contra Moisés e pagou caro por sua rebeldia (Nm 12). [Comentário: Miriã, em hebraico Miryam, foi a irmã mais velha de Moisés e de Arão; depois de sua mãe Joquebede (Nm 26.59), colocar seu irmão Moisés numa cesta revestida de betume e a por no Rio Nilo, postou-se de longe para ver o que aconteceria. Após ser encontrado Moisés pela filha de faraó no rio, Miriã também indicou sua própria mãe para que fosse baba de Moisés (Êx 2.7). Mais tarde, sofreu temporariamente de lepra alegadamente por sua rebeldia perante a autoridade de Moisés (Nm 12). Miriã era também profetiza e tocava tamboril (Êx 15.20);ela morreu e foi sepultada em Cades (Nm 20.1). Foi mencionada pela primeira vez e chamada de profetisa por ocasião da jubilosa celebração que liderou depois da travessia do mar Vermelho (Êx 15.20,21). Ela pecou quando foi insubordinada à vontade de Deus, e incitou Arão contra Moisés. Ela e Arão se opuseram ao seu destaque e posição de respeito. Como resultado do seu envolvimento e liderança da rebelião, Deus a castigou com lepra. Moisés orou por sua recuperação e Deus ouviu sua oração. Durante o tempo da sua recuperação, Israel não prosseguiu em sua peregrinação (Nm 12.1-16).

b) Arão, irmão de Moisés, seu porta-voz (Êx 4.14-16; 7.1,2) e líder dos sacerdotes.[Comentário: Aarão (ou Arão) (אַהֲרֹן, palavra que significa "progenitor de mártires" em hebraico possivelmente relacionado com o egípcio "Aha Rw," "Leão Guerreiro"), foi o irmão mais velho de Moisés (Ex. ii. 4), e primeiro sumo sacerdote dos hebreus. esteve constantemente associado a Moisés na apresentação de atos poderosos que ocasionaram a libertação (Êx 5-13). Notavelmente, o cajado, símbolo de autoridade, foi manejado algumas vezes por Arão. Deus frequentemente falou a ambos, Moisés e Arão, mas raramente a Arão sozinho. Arão não teve parte alguma na entrega da lei, mas ele e seus dois filhos mais velhos, juntamente com os setenta anciãos, testemunharam a auto manifestação de Deus e comeram e beberam na presença de Deus (Êx 24.9-11)].
c) Os anciãos, também chamados príncipes no período mosaico. Eram líderes e representantes do povo (Dt 1.13-15; Êx 3.16,18). Outros auxiliares eram os juízes e os levitas (Js 8.33; 24.1). [Comentário: De modo geral, ancião é uma palavra que se refere aos lideres de um grupo ou comunidade, presumindo-se que os mesmos tenham idade avançada e sejam dotados de caráter maduro. No Antigo Testamento, o termo se aplicava a vários ofícios. Era o caso de Eliézer. o «mais antigo servo» de Abraão, em Gn 24.2; certos oficiais da casa de Faraó, em Gn 50.7; os principais servos de Davi, em 2Sm 12.17; e os anciãos de Gebal (Ez 27.9). No Egito, mui provavelmente os anciãos eram funcionários do estado, pelo que o termo aplicava-se ali aos lideres e chefes políticos. Isso também sucedia entre os israelitas, moabitas e midianitas (Nm 22.7)]
d) Jetro, o sogro de Moisés, não era israelita, mas demonstrou ser um homem cheio de sabedoria. Ele muito ajudou Moisés. [Comentário: Parece que entre os midianitas, os seus príncipes automaticamente também oficiavam como sacerdotes. Há uma certa confusão no tocante ao nome desse homem, que a Bíblia não se dá ao trabalho de explicar. Ele é chamado Reuel, em Êx 2.18 e Nm 10.29. Em Jz 4.11, ele é chamado de Hobabe; mas, em Nm 10.29 Hobabe parece ser o filho de Reuel (Jetro). Todas as demais passagens, onde aparece esse homem, dão o seu nome como Jetro. É possível que os nomes Reuel e Jetro fossem ambos nomes desse homem, o que não era um caso único. Moisés passou quarenta anos em seu exílio em Midiã, enquanto se preparava para o seu ofício de Libertador de Israel, em companhia de Jetro, e de uma de suas filhas, e de com a qual se casou, Zípora (Êx 3.1; 4.18). Não somos informados quanto à religião que Jetro promovia; mas é vão tentar ligá-lo a YAHWEH, o Deus dos judeus, conforme este se revelou a Moisés, na sarça ardente (Êx 6.3). Todavia, segundo alguns estudiosos, YAHWEH pode ter sido uma das divindades dos midianitas, embora muito duvidemos disso. Seja como for, residindo Moisés com seu sogro, aquele recebeu uma teofania da parte do Deus de Abraão. Na oportunidade, Moisés estava cuidando das ovelhas de seu sogro. Então, ele reconheceu sua comissão divina como libertador de Israel da servidão egípcia. Moisés tomou sua esposa e seus filhos e viajou para o Egito. Posteriormente, entretanto, os enviou de volta a Midiã, talvez como uma medida de segurança. 

e) Josué, sucessor de Moisés (Nm 27.18-23), é mencionado pela primeira vez na Bíblia em Êxodo 17.9, num contexto que destaca a sua obediência a Moisés (33.11). Por ter sido fiel e obediente a Moisés foi o escolhido de Deus para suceder o Legislador. [Comentário: Seus nome significa "Jeová é salvação" (Nm 13.16) e tem a mesma forma grega do nome de Jesus (At 7.45; Hb 4.8). Seu nome está escrito como "Josué" em Neemias 8.17, mas seu nome original era Oséias (Nm 13.8). Josué era filho de Num, da tribo de Efraim (Nm 13.8). Depois de dirigir a distribuição de terras, ele se instalou nas terras altas de Efraim em Timnate-Sera, onde foi sepultado (Js 19.50; 24.30). Como tinha mais de 40 anos de idade quando deixou o Egito, e parecia bem qualificado para assumir o comando das forças israelitas que lutaram contra os amalequitas em Refidim (Êx 17.8-16), é possível que tivesse sido treinado pelo exército do Faraó. Durante aquele ano, no monte Sinai, Josué serviu como auxiliar direto de Moisés quando esse último recebeu as leis, e todas as vezes que ia à tenda onde encontrava e ouvia o Senhor (Êx 24.13; 32.17; 33.11). Mesmo depois de deixar o Sinai, Moisés considerava Josué como um "moço" e achava necessário censurá-lo por proibir dois anciãos do acampamento de profetizar (Nm 11.27-29).



IV. Moisés, Arão e Hur e Josué. Somos um pouco de cada um deles!

As amalequitas foram atacar Israel em Refidim. Moisés orienta a Josué que escolha alguns homens para lutar contra os amalequitas e Moisés se posiciona no alto da colina, com a vara de Deus em suas mãos. À medida que Moisés matinha as mãos erguidas, os israelitas prevaleciam, mas quando as suas mãos abaixavam, os amalequitas é que prevaleciam.
Então, Arão e Hur, vendo o cansaço de Moisés, colocaram uma pedra para que ele se assentasse e ajudaram Moisés a manter suas mãos erguidas. Assim Josué derrotou o exército dos amalequitas!
Vejam irmãos que história fantástica e emocionante! Aprendo profundas lições acerca da intercessão neste texto.
Alguém precisa ir para a batalha, entretanto, não sem que Deus estivesse com eles.
  1. Moisés vai ao alto da colina!
Moisés procura o lugar mais alto da região onde estava e o texto diz que ele se posiciona. Reconhecer que só o Senhor é o nosso socorro e nos posicionarmos para os embates é fundamental para vencermos em tudo o que fizermos.
Posicionar-se no lugar mais alto é buscar o Deus Todo-Poderoso!
Não foi no pé da colina, mas foi no alto dela. Esta atitude de Moisés revela a sua dependência de Deus, em ir ao encontro de Deus e reconhecer que só Ele daria a vitória. Josué não vai à batalha sozinho! E só foi sobre o sinal de Moisés que se posicionara ante o Senhor.
  1. Moisés levanta a vara em suas mãos!
A vara foi a ferramenta que Deus deu a Moisés, em que Deus manifestava os seus sinais. Não poderia ser uma espada? Ou uma lança? Porém, o que Deus deu a Moisés foi uma vara para manifestação dos seus sinais, e com ela levantada, Israel prevalecia.
O que Deus tem colocado em suas mãos para que se manifeste o Seu sinal? Isto que Deus tem colocado em suas mãos tem se voltado para Ele, tal qual Moisés voltava para o Senhor em atitude de reconhecimento e ao mesmo tempo de intercessão pelo povo? Os israelitas prevaleciam, Deus quer também fazer com que prevaleçamos, e para isto, todos nós também temos algo de Deus para manter diante Dele!
  1. Suas mãos abaixavam, mas não estava só!
Moisés ficou cansado! Isto releva o lado humano dessa parceria entre Deus e o homem! Deus não se cansa, mas nós sim. Porém, Moisés não estava só. Estavam com ele Arão e Hur. Moisés pode contar com o apoio deles para permanecer com as mãos levantadas! Eles colocaram uma pedra para que Moisés se assentasse e depois seguravam as mãos que não abaixassemIsto revela também que precisamos uns dos outros até mesmo quando estamos no alto da colina. Não podemos fazer nada sozinho. Vejam que Josué não foi só para o embate, pois, com ele havia outros homens. Porém, esses homens não estavam sós, porque Moisés intercedia por eles com suas mãos segurando a vara para o céu, entretanto Moisés não estava só porque Arão e Hur o auxiliara. E todos eles dependiam do Deus Todo Poderoso.
Há momentos em que nos cansamos e é nesta hora que Deus levanta pessoas para nos apoiar e nos ajudar.
Todos vivemos um pouco de cada uma dessas personagens. Há momentos que estamos como Moisés, há outros que somos Josué na linha de frente da batalha e há outros momentos que somos como Arão e Hur, auxiliando o intercessor ou aquele que está no alto da colina.
O simples fato de Moisés levantar as mãos aos céus e buscar a Deus em oração no momento de crise, fez com que o Senhor prometesse guerrear contra os inimigos do seu povo de geração a geração. Podemos lembrar que “a oração de um justo vale muito em seus efeitos. (Tg 5:16).”

Moisés entendeu que foi o próprio Deus quem comandou aquela peleja. Ele viu o poder da oração e do clamor funcionar diante dos seus olhos e creu mais uma vez na divina onipotência. Assim como as bandeiras iam à frente das tropas, ordenando o ataque, o recuo e a estratégia correta, Moisés declarou que quem iria a sua frente, daquele dia em diante seria Deus.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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