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terça-feira, 5 de março de 2019

PARAKLETOLOGIA


                                                            PARAKLETOLOGIA
A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO (Parakletologia).

Leitura Bíblica: João 14.15-17; 16.5-16.

Introdução:

O estudo sobre a “Doutrina do Espírito Santo”, ministrado de forma sistemática é sem sombra de dúvidas importantíssimo, empolgante e reavivador.
Espero que o Senhor nos conceda momentos de grande despertamento espiritual, um melhor entendimento sobre a pessoa do Espírito Santo, seus atributos e operações na vida da Igreja. Anseio que o Espírito Santo encontre em nós a disposição para vivermos profundas experiências com Ele e assim possa manifestar em nós o seu poder.
Vivemos dias em que muito se fala sobre avivamento, renovação, e até mesmo sobre o Espírito Santo, mas por outro lado nunca se viu tanta “indigência espiritual”, manifestações fraudulentas, marketing religioso e tanta propaganda enganosa.
É tempo mais que nunca de seguirmos o exemplo do profeta Habacuque registrado em seu livro 3:2 “Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia” .
Com exceção das epístolas II e III João todos os livros do Novo Testamento contêm referências à promessa do derramamento do Espírito Santo. No entanto é reconhecida como a doutrina mais negligenciada.
O formalismo e um medo indevido do fanatismo têm provocado uma reação contra a ênfase do Espírito Santo na experiência pessoal. Não pode haver cristianismo sem o Espírito Santo. Somente Ele pode fazer real o que a obra de Cristo possibilitou. Este estudo com certeza irá nos auxiliar a conhecermos melhor sobre o Espírito Santo e suas atuações.

I – O que é Parakletologia

Em Jo 14.16 encontramos que Jesus ao se referir ao Espírito Santo utilizou a expressão “outro consolador”. A palavra “outro”usada por Jesus no grego “allos” significa “outro do mesmo tipo” e a palavra “Consolador” no grego “parakletos (παρáκλητος)”, literalmente, “chamado para o lado de alguém”ou seja, para ajuda. Era usado em um tribunal para denotar o assistente legal, conselho para a defesa, defensor, advogado. Então,  em geral, aquele que pleiteia a causa de outrem, intercessor, advogado e em sentido mais amplo, significa “ajudador, auxiliador,  consolador”.
Parakletologia, portanto deriva-se da palavra grega “parakletos” e pode ser definida como a ciência que estuda acerca do Espírito Santo. Esta por sua vez, divide-se, no estudo da Bíblia em dois períodos: O do Antigo Testamento e do Novo Testamento.

II – Paralelo sobre o Espírito Santo no Antigo Testamento e no Novo Testamento:

· No primeiro as atividades e as manifestações do Espírito Santo eram esporádicas, específicas e em tempos distintos.
· No segundo, tem sua maior ênfase após o dia de pentecostes, quando suas atividades se concretizam direta e continuamente, através da Igreja.
· No Antigo Testamento Ele se manifestava em circunstâncias especiais.
· No Novo Testamento, veio para morar nos corações dos crentes e enche-los do seu poder.
· No Antigo Testamento tinha-se um conhecimento limitado do Espírito Santo, pois, o viam como um poder impessoal vindo da parte de Deus.
· Porém, no Novo Testamento essa idéia foi aclarada quando Ele manifestou de modo pessoal, racional e direto, ainda que invisível.
O Espírito Santo no Antigo Testamento O Espírito Santo no Novo Testamento
Atividade e manifestações esporádicas, específicas e em tempos distintos. Após o dia de pentecostes suas atividades se tornaram diretas e continuas através da Igreja.
Manifestava em circunstâncias especiais. Veio para morar nos corações dos crentes e enche-los do seu poder.
Tinha-se um conhecimento restrito, limitado sobre o Espírito Santo, pois, viam-no como um poder impessoal vindo de Deus. O conhecimento foi aclarado pela sua manifestação de modo pessoal, racional, direto, ainda que invisível.
Era dado por medida, e para fins específicos. É derramado abundantemente sobre todos os salvos que o buscam.

III- A palavra espírito nas línguas originais

No Antigo Testamento, a língua hebraica a traduz com “rûah”, que significa essencialmente, “respiração, ar, força, vento, brisa, espírito, ânimo, humor, Espírito”.
No Novo Testamento, escrito na língua grega a palavra para espírito é “pneuma”, que denota primariamente “vento”; também “respiração”; então, especialmente “espírito”, que como o vento, é invisível, imaterial e poderoso.
Tanto “rûah” como “pneuma” podem referir-se ao Espírito Santo, ao espírito humano, aos anjos e até mesmo aos espíritos imundos, daí a necessidade do cuidado redobrado ao analisarmos os textos em que elas se apresentam.
Vejamos alguns exemplos de passagens Bíblicas empregando estas palavras com sentidos diferentes:

Rûah   Pneuma
► Gênesis 1:2     ► Mateus 12:45
► Gênesis 6:3   ► Lucas 1:47
► Gênesis 41:8   ► Lucas 4:14
► Gênesis 45:27 ► Atos 16:16
► Jó 4:15   ► Romanos 8:16


Tanto na interpretação de textos como na experiência do dia a dia cabe-nos observar o conselho do “Apóstolo do Amor” registrado em I Jo 4.I “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.


IV -  A deidade do Espírito Santo

1 O Espírito Santo é Deus; At 5.3-4

A deidade do Espírito Santo está implícita na do Pai e do Filho. Ela é a mesma nas três pessoas. Não se separa, mas pertence à mesma essência divina do único Deus.

2 O Espírito Santo possui atributos divinos

A- Eternidade:  Hb 9.14.

B- Imutabilidade: Ml 3.6; Hb1.11. Este atributo não exclusivo de uma pessoa da trindade, mas pertence as três.

C- Onisciência: Provém da fusão de duas palavras latinas “omnes” que significa “tudo”e “scientia” que quer dizer ciência, ou conhecimento. O Espírito Santo, do mesmo modo que o Pai e o Filho, tem total conhecimento de todas as coisas, Sl 139.2-3; conhece todos os homens, I Rs 8.39; Jr 16.17.

D- Onipotente:  Lc 1.35; At 1. 8; Rm 15.19.

E- Onipresença: O Espírito Santo penetra em todas as coisas e perscruta o nosso entendimento, pois, está presente em toda a parte. Ele não se divide em várias manifestações, porque sua presença é total em todos os lugares; Sl 139.7-10; Jr 23.23-24.

3 O Espírito Santo realiza trabalhos divinos

A- Ele pairava por cima da face das águas e participou da glória da criação, Jó 26.13; Gn 1. 2,9,10; Cap. 2.7; II Pd 3.5; Sl 139.15.16.

B- O Espírito Santo criou e sustenta o homem; Jó 33.4. Toda a pessoa, seja ou não, servo de Deus, é sustentada pelo poder criativo do Espírito Santo de Deus, Dn 5.23; At 17.28. A existência do homem é como o som da tecla do piano que dura tão somente enquanto o dedo do artista está sobre a mesma.

C- O Espírito Santo levantou a Cristo da morte mediante a ressurreição e de igual modo será o agente na ressurreição dos salvos em todo o mundo, Rm 8:11.

D- O Espírito Santo transforma em nova criatura, Jo 3.3-8. O Espírito Santo desenvolve uma relação pessoal com a criatura humana, nas esferas da mente, da vontade, e dos sentimentos, que por sua vez se ligam diretamente com a alma, onde Ele atua. Depois de convence-la, o espírito humano torna-se acessível ao Espírito Santo. Vejamos:

· Na esfera da mente: O Espírito Santo opera com o objetivo de convencer intelectualmente, através das escrituras.

· Na esfera do sentimento: O Espírito Santo opera nesta esfera levando o pecador a desejar possuir e sentir o que lhe é apresentado.

· Na esfera da vontade: É aqui nesta esfera que o Espírito Santo promove a decisão do pecador, se ele estiver convencido da verdade divina em sua mente e em seu coração.

V – O Espírito Santo de Forma Pessoal

1 O Espírito Santo exerce atributos de uma personalidade

· Intelecto,  Rm 8.27.
· Vontade, I Co 12.11.
· Sentimento,  Ef 4.30, Tg 4.5.

2 O Espírito Santo exerce atividades pessoais

· Revela,  II Pd 1.21.
· Ensina,  Jo 14.26; ! Co 2.13.
· Clama,  Gl 4.6.
· Intercede,  Rm 8.26.
· Fala,  Ap 2.7; At 13.2.
· Ordena,  At 16.6-7.
· Testifica,  Jo 15.26.

3 O Espírito Santo é susceptível ao trato pessoal

· Sofre oposição, At 7.51; I Ts 5.19.
· Ele não deve ser entristecido, Ef 4.30.
· Contra Ele não se deve proferir mentira, At 5.3.
· Contra Ele não devemos blasfemar, Mt 12.32.

VI – Nomes que identificam o Espírito Santo

1 Espírito de Deus   (I Co 3.16; I Jo 4.2).

O Espírito Santo é o Executivo da Divindade, operando em todas as esferas, tanto física, como moral. Por intermédio do Espírito Santo, Deus criou e preserva o universo. Por meio do Espírito – “o dedo de Deus” Lc 11.20, Deus opera na esfera espiritual, convertendo os pecadores, santificando e sustentando os crentes.
Os dois nomes “Espírito” e “Deus” indicam o que é e o que faz. O primeiro, indica a terceira pessoa da trindade, e o segundo revela sua deidade, Gn 1.2; I Co 2.11.
O Espírito é chamado Deus, porque a divindade pertence às três pessoas da Trindade. Intitula-se Espírito de Deus, porque é enviado pelo Pai. Ele é a sua promessa, Jo 15.26; At 1.4.
A importância deste nome é a identificação e a declaração de que o Espírito é Deus visto que procede do Pai.

2 Espírito de Cristo     (Rm 8.9).

É interessante saber que esta passagem fala de dois títulos: “Espírito de Deus” e “Espírito de Cristo”. No primeiro, Ele se identifica com a primeira pessoa da Trindade, o Pai, e no segundo, relaciona-se com a segunda pessoa, Cristo, nome de ofício divino e ministerial que significa “Ungido” ou “Messias”.
A relação entre Cristo e o Espírito Santo revela-se nas obras efetuadas por Jesus, mas efetivadas pelo Espírito Santo na experiência humana.
Não há nenhuma distinção especial entre os termos:  “Espírito de Deus” e “Espírito de Cristo” e “Espírito Santo”, há somente um Espírito Santo, da mesma maneira como há um Pai e um Filho, ( I Co 12.11).
O Espírito Santo possui muitos nomes que descrevem seus diversos ministérios.
Por que o Espírito Santo é chamado de Espírito de Cristo?

A- Porque Ele foi enviado em nome de Cristo, Jo 14.26.
B- Porque Ele é o Espírito enviado por Cristo, Jo 16.7.
C- Porque Ele só habita na vida daqueles que crêem em Cristo, Jo 7.38-39.
D- Porque é Cristo quem batiza com o Espírito Santo, Mt 3.11.
E- O Espírito Santo é chamado de “Espírito de Cristo” porque sua missão especial é glorificar a Cristo, Jo 16.14. Ver Gn 8.14 ( A pomba é símbolo do Espírito Santo, a oliveira é símbolo de Cristo. O Ramo da oliveira indicava vida).
F- O Cristo glorificado está presente na igreja e nos crentes pelo Espírito Santo, I Jo 4.13.
G- Ele infunde a vida do Salvador na existência do pecador, através da regeneração, II Co 5.17.
H- O Espírito Santo desenvolve na vida dos cristãos as características pessoais de Cristo, Gl 5.22; I Co 2.14-16.

3 Espírito do Senhor    (At 8.39; II Co 3.17.18).

O Espírito Santo quando se apresenta como o “Espírito do Senhor”, revela o senhorio do Deus Todo-Poderoso. A Palavra “Senhor”não se restringe a uma pessoa, mas às três da Trindade. Quando o Espírito do Senhor se manifesta na vida do Cristão, ou de modo geral na Igreja, significa que Ele quer exercitar seu senhorio.

4 Espírito Santo      (Rm 1.4).

Assim é chamado porque é Santo e santificar é sua obra principal, Rm 1.4.
Necessitamos dum salvador por duas razões: Para fazer alguma coisa por nós, e para realizar algo em nós. Jesus fez o primeiro ao morrer por nós, e o pelo Espírito Santo ele habita em nós, transmitindo às nossas almas a sua vida divina.
O Espírito Santo veio para reorganizar a natureza do homem e para opor-se a todas as tendências más.
Este título é o mais conhecido e usado principalmente pela Igreja, desde a sua fundação. A Santidade é um estado eterno que pertence às três pessoas da Trindade.
O Espírito Santo é o agente da santificação e por isso é chamado Santo. Esta palavra está implícita em sua natureza divina, e manifesta-se como uma qualidade sobre os que são santificados, I Ts 4.7,8.
O profeta Isaías relata a visão do trono de Deus e ouve os serafins pronunciarem: Santo, Santo, Santo em alusão às três pessoas da Trindade, Is 6.3. João na Ilha de Patmos ouve o mesmo louvor, Ap 4.8.
A missão do Espírito Santo não é só a de proclamar e revelar a santidade de Deus, mas, sim, a de santificar, como o seu próprio nome indica.
Uma de suas atribuições é a de limpar e purificar com o Espírito de ardor e de Justiça, Is 4.4 ( Ver na versão R.A).
O Espírito de santificação manifesta-se contra tudo o que é pecaminoso, sujo e abominável, e com o “Espírito de ardor” queima as escórias e faz juízo.
A santidade de Deus é eterna e imutável. O Espírito é santo por si mesmo e produz a santificação, uma necessidade contínua do homem enquanto estiver sob o jugo do pecado. Por isso, o apóstolo Pedro escreve sobre este tema em I Pd 1.14-16.

5 Espírito da Graça   (Zc 12.10; ; Hb 10.29)

O Espírito da Graça, dá graça ao homem para que se arrependa, quando peleja com ele. Ele concede o poder para a santificação, perseverança e serviço. É Ele quem convence o mundo do pecado da justiça e do juízo, Jo 16.8-10, e manifesta a graça (favor imerecido, benevolência) ao pecador.
O Espírito da Graça opõe-se ao espírito do pecado, manifestação virulenta que escraviza e desvia o homem de Deus.
Resistir o chamado do Espírito da Graça significa insultar a Deus e desprezar a sua disposição de libertar e salvar o pecador; Hb 10.29.
Aquele que trata com despeito ao Espírito da Graça afasta aquele que é o único que pode tocar ou comover o coração, e assim, separa a si mesmo da misericórdia de Deus,

6 Espírito de Adoção   (Rm 8.15-16).

Adoção é a aceitação voluntária e legal de uma criança como filho. Era freqüente entre os antigos hebreus, gregos e romanos, o adotar uma criança, que era entregue voluntariamente por uma família, e incorporada a outra.
Fazia-se também a adoção de escravos , os quais, depois de um certo tempo eram aceitos com todos os direitos legais daquela família.
No plano espiritual, éramos escravos e estávamos sob o jugo do “espírito de servidão”, Rm 8.15-16, mas quando a pessoa é salva, não somente lhe é dado o nome de filho de Deus, e adotado na família divina, como também recebe dentro da sua alma o conhecimento de que participa da natureza divina, Jo 1.12-13; I Jo 3.1.

7 Espírito da Promessa   (Ef 1.13).

O texto revela que ele é o Espírito da Promessa porque sua vinda cumpriu a determinação divina para o dia do Pentecostes e para o ministério de Cristo, anunciado por  Jl 2.28; Ez 39.29; Ez 36.27 e reafirmado por Jesus como a “Promessa do Pai”, Lc 24.49; At 1.4.
Uma das funções do Espírito da Promessa é selar e confirmar a promessa do Pai e do Filho, II Co 1.22.
Ele se identifica como o “penhor da nossa herança” adquirida pelos méritos de Cristo, que se constitui em garantia da herança, no futuro. O Selo comprova a autenticidade da promessa que é o próprio Espírito Santo, Ef 4.30.

8 Espírito da verdade     ( Jo 14.17; 15.26; 16.13).

Quando Ele se manifesta como Espírito da Verdade, revela-se como a expressão exata do que o evangelho apresenta. Cristo declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida”, Jo 14.6. Por isso o Espírito Santo testifica Dele.
O propósito da encarnação foi revelar o Pai; a missão do Espírito Santo é revelar o Filho. Ele não oferece uma nova e diferente revelação, mas sim abre as mentes  dos homens para viverem o mais profundo significado da vida e das palavras de Cristo. A igreja de Cristo é chamada da coluna e firmeza da verdade, I Tm 3.15, construída pelo Espírito Santo.

9 Espírito de Glória    (I Pd 4.14)

A palavra “Glória”na linguagem bíblica, tem o sentido de caráter. Não é simples resplendor, brilho, fama, celebridade, renome, reputação, típicos da majestade humana. O Espírito de Glória não se manifesta para tornar alguém famoso, brilhante ou célebre. Do ponto de vista divino, glória tem a ver com o que revelamos em nosso caráter cristão.
Em relação ao Espírito Santo, a Bíblia o apresenta como o que não falaria de si mesmo, Jo16.13, mas de Cristo. Demonstraria a glória de Cristo, manifestada em bondade, perdão, amor, santidade e justiça.
Para o viver cristão, o caráter de Cristo é o modelo ideal e é o Espírito de Glória quem revela tudo. É o Espírito Santo quem produz no crente um caráter parecido com o de Jesus Cristo, II Co 3.18. Sua glória é como o espelho que nos mostra o que somos.

10 Espírito da vida   (Rm 8.2)

O Espírito Santo é aquela pessoa da Divindade cujo ofício especial é a criação e preservação da vida natural e espiritual, Jó 33.4; Gn 1.2, 26.
Toda a pessoa, seja ou não servo de Deus, é sustentada pelo poder criativo do Espírito Santo de Deus, Dn 5.23; At 17.28.
A existência do homem é como o som harmônio que dura tão somente enquanto o dedo do artista está sobre a mesma, Rm 8.11.


VII – O Espírito Santo e a liguagem dos símbolos

Os símbolos contribuem para o conhecimento da verdade. Falam da diversidade de operações do Espírito Santo, sem afetar a sua unicidade e a sua imutabilidade.De fato eles representam as características da natureza do Espírito Santo.
São modos especiais para compreendermos as suas operações, representadas por coisas do mundo físico.

1 Pomba  ( Jo 1.32-33 ).

Na simbologia Bíblica esta ave identifica vida, paz, comunicação, expiação e poder. Possui assas fortes e largas. É graciosa, e, em sua maioria, mansa e sociável. Adapta-se facilmente à vida doméstica.
Deus o Criador, sábio nas relações com suas criaturas, utiliza os recursos do conhecimento humano para falar sobre o mundo espiritual.
Foi Ele quem primeiro usou a pomba como símbolo do seu Espírito, Jo 1.32-33. João Batista entendeu que o Espírito Santo manifestava-se em forma de uma pomba, pó isso, não teve dúvida do fato. Aquela visão foi real e constituiu-se em um sinal que o convencia de que Aquele era de fato, o Filho de Deus.
Esta forma pela qual o Espírito Santo se apresentou no batismo em águas de Jesus, não estabelece dificuldade doutrinária. A Terceira pessoa da Trindade não precisa de forma corpórea, pois, é Espírito, Jo 4.14; II Co 3.17. Ele apenas se configurou aos olhos de João Batista para mostrar o Messias prometido por Deus. Vejamos algumas características da pomba que testificam as ações do Espírito Santo.

A – Movimento.

O Espírito Santo manifesta-se através da dinâmica de seus movimentos. Ele atua sobre o mundo da mesma forma como “movia sobre as águas”, Gn 1.2 que simbolizam a humanidade, e opera para convence-la do pecado, da justiça e do juízo, Jo 16.8-10. Ele se move no seio da igreja para dinamizar a vida dos crentes.
A pomba é uma ave inquieta, seus movimentos falam de vida, força e ação.

B – Vida.

O Espírito Santo transmite e simboliza a vida, Rm 8.2,11; II Co3.6. O pecador está morto, mas o cristão é vivificado, Ef 2.1. No dilúvio, Noé e sua família entraram na arca para se salvarem das águas. Muitos dias depois, ele soltou um corvo, que ia e voltava, até não retornar mais. Depois enviou uma pomba que, não encontrando lugar para pousar, voltou. Ao regressar trouxe no bico uma folha de oliveira, Gn 8.6-12. Este episódio simboliza o papel do Espírito Santo no mundo. O corvo é carnívoro e vive muito bem onde há morte. A pomba é o símbolo da vida, da pureza e por isso retornou á arca. Jesus é a oliveira, Rm 11.17.

C – Simplicidade

Jesus disse: “Sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas”, Mt 10.16, Ele conhecia a natureza desta ave; por isso, comparava-a à simplicidade. Isto fala de pureza da mente, sem a malícia do mundo. Só um coração despido de presunção e de vaidade recebe o Espírito Santo.
Simplicidade é o estado e a atitude de quem é simples, e possui a pureza de propósitos. A pomba possui estas características. O Espírito Santo inspira estas características de simplicidade nos cristãos para que vivam numa dimensão mais pura e acessível a Deus.

D – Mansidão

O salmista almejou no Sl 55.6-7 ter asas como de pomba para fugir para longe e pernoitar no deserto, onde há paz e mansidão. O espírito Santo é manso e habita em corações puros. Ele não reside onde existe tumulto e violência porque é terno e gracioso. Um dos frutos que o Espírito Santo Gera na vida do crente é a mansidão, Gl 5.22.

E – Pureza

Como aquela pomba que retornou a Noé porque não encontrou lugar entre os mortos do dilúvio, Gn 8.8-9, assim é o Espírito Santo, não pode habitar onde há impureza,

F – Paz

Já é tradicional a ilustração da paz, simbolizada pela pomba. Onde o Espírito Santo está existe quietude. Sua presença em nós produz a tranqüilidade do perdão dos pecados, como declara a Bíblia: “Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm 5.1
A unção do Espírito Santo na vida do crente o habilita tanto a ter paz, Gl 5.22, como também a promover a paz aos corações contritos, Lc 4.18-19.

G – Sensibilidade

A pomba é uma ave sensível, ela foge ao perceber o perigo. Da mesma forma quando pecamos o Espírito Santo se entristece. A pomba é uma ave que se amedronta facilmente. Se houver algum tipo de ameaça à sua vida ou ao seu ninho, ela o abandona imediatamente. Também se houver atitude irreverente à presença do Espírito Santo, ele se afasta, podendo se evadir, ou até mesmo ser extinto da vida do crente, I Ts 5.19. ( Ver Jz 16.20; I Sm 16.1, 14 )
Davi sabia que o Espírito Era sensível e não convivia com o pecado, Sl 51.11.

2 Fogo   ( Mt 3.11; Lc 3.16; Is 4.4 )

O fogo ilustra a limpeza, a purificação, a intrepidez ardente, e o zelo produzido pela unção do Espírito Santo.
O Espírito Santo é comparado ao fogo porque este aquece, ilumina, espalha-se, purifica. O fogo representado pelo Espírito Santo tem o sentido de “poder que penetra e purifica” os mais duros dos metais.
O ouro por exemplo, quando sai do crisol, expele toda a impureza e torna-se o mais valioso de todos os metais.
No dia de pentecostes esse fogo manifestou-se sobre os discípulos sem destruí-los, antes purificou das impurezas. Lembremo-nos que no mesmo dia dois elementos da natureza, o vento (som como)e o fogo (línguas como), manifestaram-se como símbolos da obra do Espírito Santo, At 2.2-3.

3 Vento   ( Ez 37.7-10; Jo 3.8; At 2.2)

O vento simboliza a obra regeneradora do Espírito Santo e, é indicativo da sua misteriosa operação independente, penetrante, vivificante e purificante.
O vento também produz refrigério. Como é bom ao andarmos sob o calor escaldante depararmos com o assoprar do vento, trazendo-nos o seu refrescor e dando-nos ânimo para prosseguirmos em nossa caminhada. Assim também o Espírito Santo com a sua brisa de consolo, ânimo e coragem, nos conduz à vitória por Cristo Jesus Nosso Senhor.

4 Água  ( Ez 36.25-27; 47.1-5; Jo3.5; 4.14; 7.38-39 )

O Espírito é a fonte da Água viva, a mais pura, e a melhor porque Ele é um verdadeiro rio da vida, inundando as nossas almas e limpando a poeira do pecado. O poder do Espírito opera no reino espiritual o que a água faz na ordem material.
A água purifica, refresca, sacia a sede, e torna frutífero o estéril. Ela purifica o que está sujo e restaura a limpeza.

5 Selo   ( Ef 1.13; II Co 1.22 )

Essa ilustração exprime os seguintes pensamentos:
A –  Possessão. A impressão dum selo dá a entender uma relação com o dono do selo, e, é um sinal seguro de algo que lhe pertence. Os crentes são propriedade de Deus, e sabe-se que o são pelo Espírito que neles habita. O seguinte costume era comum em Éfeso no tempo de Paulo. Um negociante ia ao porto e então a marcava com seu selo, um sinal de reconhecimento da possessão.
B -  A idéia de segurança . Também está incluída, Ef 1.13 vide Ap 7.3 O Espírito inspira um sentimento de segurança e certeza no coração do crente, Rm 8.16.  Ele é o penhor ou primícias da nossa herança celestial, uma garantia da glória vindoura.

6 Azeite O azeite é talvez o símbolo mais comum e mais conhecido do Espírito Santo. Quando se usava o azeite no ritual do antigo Testamento, falava-se de utilidade, frutificação, beleza, vida, e transformação. Três verdades sublimes estão relacionadas com o azeite:
A- Alegria Sl 23.5; Is 61.3; At 13.52.
B- Consolo  At 9.31; Jo 14.16; Lc 10.34.
C- Alimento para as lâmpadas  Mt 25.1-10.

7 Chuva  (Tg 5.7)

Chuva nos fala de regar uma terra seca, é isto que o Espírito Santo faz no coração do homem, rega o endurecido coração e o torna mole para receber a graça salvadora de Cristo, Sl 68.9; 72.6; 107.35.

Conclusão

Amados, chegamos não ao término, mas a uma vírgula desta infindável e edificante matéria e espero que tenha enriquecido não só os seus conhecimentos acerca do Espírito Santo, mas também, que tenha aumentado consideravelmente a sua experiência com Ele. Que seu desejo em se tornar cada vez mais cheio do Espírito Santo se cumpra a cada dia, até a vinda de Cristo Jesus. Ressalto que dentro desta matéria estudaremos ainda sobre o batismo com Espírito Santo e sobre os dons espirituais que estão divididos em duas apostilas.
Deixo aqui como advertência que sigamos o exemplo do profeta Ezequiel narrado no capítulo 47 do livro de mesmo nome, onde o profeta não se conteve em ficar apenas às margens do rio das “Águas Purificadoras”antes, entrou até não poder passar a vau e então teve que nadar.
Não contente em estar apenas a margem do “Oceano do Espírito” com o conhecimento que você adquiriu sobre Ele. Vá mais longe. Mergulhe. Tome posse da unção e seja um poderoso instrumento nas mãos do Senhor. Viva na unção. Amém.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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